A rádio tem futuro na era da internet e do iPod?
“A rádio tem de mudar se quiser sobreviver”. Foi com estas palavras que Mark Story, responsável pela programação das 50 rádios que o grupo EMAP possui no Reino Unido e na Irlanda, abriu o seminário ‘Rádio na Era da Internet e do iPod' integrado no festival de publicidade de Cannes
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“A rádio tem de mudar se quiser sobreviver”. Foi com estas palavras que Mark Story, responsável pela programação das 50 rádios que o grupo EMAP possui no Reino Unido e na Irlanda, abriu o seminário ‘Rádio na Era da Internet e do iPod' integrado no festival de publicidade de Cannes. Sublinhando os crescentes meios de difusão – mp3, iPod, telemóvel, televisão e satélite-, Story acredita que “não estamos perante tempos confusos. A rádio sempre soube reinventar-se ao longo das décadas”. Sinal disso, explicou ontem, é a convicção de que a rádio “pode tornar-se ainda mais relevante. Devemos ter a preocupação, não com a rádio, mas com as pessoas que trabalham na rádio tradicional e que não percebem o desafio da rádio digital”.A mudança na forma como a rádio é ouvida aponta para os caminhos que o meio deve trilhar. No Reino Unido, citou Story, 8,2% das pessoas maiores de 15 anos já ouve rádio através do telemóvel. Ao mesmo tempo e olhando para uma cidade como Londres, onde um parte significativa das pessoas se desloca em transportes públicos, o programador da EMAP apontou para as oportunidades que os downloads e os podcasts representam. “A rádio e o iPod são parceiros perfeitos”, considerou. Afinal, a rádio não pode fechar os olhos aos 18,4% de britânicos que possui mp3. Mark Story apresentou dois casos desenvolvidos pela sua empresa e pagos por patrocinadores para atingirem este público. Um dos conteúdos funcionava como um guia para caloiros com dicas para sobreviver ao primeiro ano de faculdade. Já o segundo exemplo consistia em explicações de um psicólogo e de um hipnotizador para que quem estivesse a deixar de fumar ouvisse argumentos para prosseguir a sua decisão.
Os dados mais recentes dizem que um quatro dos britânicos ouve rádio através da internet. Este números indicam também que a forma como se ouve rádio no local de trabalho está a mudar. Enquanto no passado, relatou Story, era comum os colegas de trabalho chegarem a um consenso sobre a rádio que “queriam ouvir e que ninguém podia odiar, levando à escolha de formatos próximos dos do adult contemporary”, agora, com a possibilidade de ouvir rádio individualmente através do computador, existe espaço para projectos de nicho. Esta mudança veio “criar oportunidades para os novos formatos, ao mesmo tempo que os formatos tradicionais perdem terreno”.
Esta transformação está também a influenciar a forma como as marcas marcam presença neste meio. Mark Story apontou para o fim do modelo dos anúncios de 20 ou 30 segundos concentrados num bloco comercial. “Vamos entrar numa era em que os conteúdos publicitários diluídos na programação terão um peso superior ao dos spots”. Para ilustrar esta perspectiva, Mark Story repetiu uma frase de um autor norte-americano segundo a qual, no futuro, “o negócio da rádio será como um icebergue, um terço estará à vista, enquanto dois terços estarão submersos”.