Para que servem os festivais
Afinal, porque estão as marcas a apostar em força nos festivais de música?TMN, Super Bock e Optimus dão a resposta Oconceito não é novo. Um recinto, um cartaz com bandas […]
Filipe Pacheco
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Afinal, porque estão as marcas a apostar em força nos festivais de música?TMN, Super Bock e Optimus dão a resposta
Oconceito não é novo. Um recinto, um cartaz com bandas para todos os gostos, umas mais mainstream do que outras, e a respectiva campanha de comunicação. Depois é esperar pelos 30 mil jovens que, de norte a sul do país, descem ou sobem no mapa, consoante a origem e o destino, para comungar com a sua tribo a sonoridade mais do seu agrado.
As marcas, sabendo isso melhor do que ninguém, não deixam escapar a oportunidade para patrocinar ou associar o nome a estes eventos. Miguel Araújo, gestor de marca da Super Bock, dá o mote: “É preciso ter um bom produto, com um preço competitivo e que esteja em todo o lado. Mas isso só não basta. Há que saber comunicá-lo”. E, nesse âmbito, os festivais, ao fugirem da rotina das campanhas multimeios que vão sendo lançadas ao longo do ano, constituem uma ocasião privilegiada para estas comunicarem com um determinado mercado. “Os eventos são cada vez mais uma excelente forma de comunicação, pois conseguem aquilo que as outras não conseguem: a inter-acção com o público. Além disso, despertam emoções autênticas a quem lá vai.”, explica. E como os festivais chegam sobretudo a um público jovem, é importante que a marca esteja presente nesses momentos. “A música é um universo muito importante para os jovens dos 18 aos 25 anos. Sendo assim, para que a Super Bock desperte as tais emoções junto deles é importante que esteja associada à música”.
A marca, que está ligada ao universo Unicer, vai este ano para a 13ª edição do festival com o seu nome. A opção teve por base uma estratégia concertada de captação e fidelização de um determinado target: “Temos dados que indicam que é entre os 18 e os 25 anos que as pessoas começam a consumir mais a cerveja e é nesse período que fidelizam o sabor. Quanto mais se chega ao coração dessas pessoas maior será a identificação com o produto. É isso que marca a diferença quando os consumidores escolhem uma cerveja”, sublinha.
Mas não é só de bebida e música que vivem os festivais. As operadoras de telecomunicações também dão o nome a alguns dos principais festivais. A Optimus patrocinou o Alive, realizado este ano pela primeira vez, e que, a par com a Super Bock, é o principal patrocinador do evento musical que arrancou ontem. Quanto à TMN, associou o seu nome a um dos mais emblemáticos festivais de Verão: o Sudoeste, fruto do patrocínio que tem vindo a fazer ao evento desde há três anos para cá.
Do lado da marca do grupo Sonae, a estratégia passa por associar a música a todas as funcionalidades tecnológicas disponibilizadas pela operadora. “Estamos empenhados em mostrar que o telemóvel serve para muito mais do que falar e que somos o operador que disponibiliza mais funcionalidades multimédia”, refere Isabel Borgas, directora de comunicação da Optimus, adiantando, depois, que “além de ser uma óptima ferramenta para chegar aos jovens, do ponto de vista da procura, a música engloba uma maior transversalidade em termos de target e, do ponto de vista da oferta, é o elemento que disponibiliza mais conteúdos.”. E aponta em seguida os objectivos: “O que pretendemos é fazer com que os nossos clientes desfrutem do melhor do que se passa no concerto, ou seja, ir mais além do que aquilo que se está a passar através da disponibilização de conteúdos como, por exemplo, entrevistas e vídeoclips”.
Filipa Nascimento, directora de marketing da TMN, alinha pelo mesmo objectivo ao dizer que “a música é uma importante ferramenta de comunicação para impactar o nosso target, na medida em que agrega os jovens a uma experiência e fá-los estar em contacto com uma série de actividades”. Além disso, “permite impactar um número elevado de jovens, de diversas classes sociais, distintos gostos e estilos de vida, diferentes idades e proveniências geográficas”, acabando por confessar que “o facto da presença dos públicos nos festivais ser voluntária faz com que fiquem, à partida, mais receptivos às mensagens da marca”.
E, tal como para a Optimus, é também importante para a TMN associar a música à gama de funções multimédia oferecida pela marca. “A ligação à música proporciona uma ligação directa aos serviços da marca, como, por exemplo, toques, imagens e mobile TV, podendo a operadora, assim, promover os conteúdos dirigidos a um target jovem”, assevera a marketeer.
Quanto custa
Uma vez que os festivais têm uma importância estratégica para a comunicação destas empresas, o valor do investimento é significativo. Enquanto a Unicer adianta que gastou dois milhões de euros no presente ano em eventos, sendo um milhão canalizado para o Super Bock Super Rock, a Optimus refere apenas que os eventos representam 15 % do investimento da operadora em acções relacionadas com o marketing. Por seu turno, a operadora integrada no grupo PT avança que os valores consagrados aos diferentes patrocínios da marca, significam 20% do total do orçamento em comunicação.
O retorno deste investimento não é imediato, pois o que se pretende, resumem os marketeers, é criar notoriedade, simpatia ou good will pela marca. No caso da empresa de bebidas não é de esperar que o investimento num festival se traduza num crescimento automático das vendas. No caso das empresas de telecomunicações, estas acções não visam angariar clientes, mas sim impactá-los. “Não há efeitos imediatos nas vendas. O que se espera é que haja uma consolidação da marca. Ao estarmos presentes num momento que é importante na vida dos jovens, estamos a influenciar a sua decisão quando este se encontra no ponto de venda”, explica Miguel Araújo. O mesmo referem as responsáveis da TMN e da Optimus para quem o importante é proporcionar experiências ao público por forma a que a notoriedade da marca cresça.
Na corrida aos patrocínios na área da música, a Super Bock leva vantagem ao realizar há 13 anos o festival que leva o seu nome. O responsável da Unicer assegura que, “apesar da oferta ser maior, o festival tem vindo a ser reinventado com o objectivo de ser o melhor evento, com o melhor cartaz”. E explica: “Em primeiro lugar, fomos muito felizes no timing de lançamento do festival. Em segundo, o nome é muito feliz, pois fica na cabeça das pessoas. Quando perguntamos qual é a marca da música, a resposta invariável é Super Bock. Ou seja, a força da marca é muito grande”, conclui.