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” A ambição do Sexta é ser o maior jornal nacional”

O novo lançamento fruto da parceria entre a Sonaecom e a Sociedade Vicra Desportiva não pretende ser apenas mais um gratuito, mas sim “o maior jornal nacional”. Em entrevista ao […]

Maria João Morais
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” A ambição do Sexta é ser o maior jornal nacional”

O novo lançamento fruto da parceria entre a Sonaecom e a Sociedade Vicra Desportiva não pretende ser apenas mais um gratuito, mas sim “o maior jornal nacional”. Em entrevista ao […]

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Maria João Morais
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O novo lançamento fruto da parceria entre a Sonaecom e a Sociedade Vicra Desportiva não pretende ser apenas mais um gratuito, mas sim “o maior jornal nacional”. Em entrevista ao M&P, Hugo Figueiredo, presidente da Público SA,

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revelou os contornos e as expectativas para o projecto, falou sobre a vontade de crescimento do grupo na área dos media e analisou o desempenho do Público, sete meses após a reformulação

Osemanário gratuito Sexta, que estará nas ruas em meados de Outubro, arranca como o jornal com maior tiragem nacional (350 mil exemplares) e pretende no futuro disputar a liderança de audiências. O responsável do Público espera obter resultados positivos no primeiro ano e que estes se reflictam no desempenho do diário, cuja reformulação parece não estar a gerar os resultados esperados.

Meios&Publicidade (M&P): Porquê a opção de lançar um semanário gratuito?

Hugo Figueiredo (H.F): Os semanários em Portugal têm uma oportunidade única na Europa. Achámos que existia uma oportunidade de fazer um jornal diferente dentro do segmento dos semanários e surgiu a ideia de fazer um gratuito semanário, uma vez que ainda não existe, é espaço virgem. Um semanário pago não faria sentido até porque surgiu o Sol há pouco tempo e parece ser difícil haver lugar para mais do que dois semanários pagos em Portugal. A lógica é a das audiências e a nossa ambição é ser o maior jornal nacional, com 350 mil exemplares, que é quase o dobro do número dois. Só é possível arrancar com essa ambição numa lógica de distribuição gratuita.

M&P: Não estará o segmento dos gratuitos a atingir o limite?

HF: Os gratuitos não são um segmento. São produtos editoriais que têm um modelo de distribuição diferente e pelo qual não se pede retribuição ao leitor. Os anunciantes procuram audiências e é nessa tentativa de criar modelos de distribuição de elevada audiência que surgem os gratuitos. Mas todos têm posicionamentos diferentes. Os leitores não identificam o segmento pelo facto de ser gratuito ou não. O que o facto de ser gratuito garante é a possibilidade de ter uma circulação e uma audiência muito mais abrangentes, com um risco superior porque não se tem o retorno da venda do jornal.

M&P: E o caso dos semanários?

HF: Esse já é um segmento porque tem uma lógica de consumo diferente. Nesse sentido somos um produto que de alguma forma também se posiciona como concorrente aos semanários. Não vou ter a arrogância, que outros tiveram, de dizer que vou construir um jornal de referência gratuito. O nosso jornal é popular, mas não popularucho. É um jornal para as massas, porque com uma tiragem como aquela que ambicionamos ter (350 mil) teria de ser assim.

M&P: Apesar da parceria, o target não será o mesmo do Público.

HF: Não. E também não é o da Bola. Identificámos o target, que achamos interessante para os anunciantes. Em termos de enfoque estamos a olhar mais para as classes A, B e C1, com mais enfoque em B e C1. Um público masculino e feminino; mais jovem: 18 – 34 anos, entre activos e estudantes.

M&P: Como será feita a gestão de um projecto resultante da parceria de dois grupos?

HF: Criámos um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), que é participado a 50/50 pelo Público e A Bola, e que vai ser a entidade jurídica dona do Sexta. Um pouco parecido com a imagem do consórcio, que reporta às duas casas mãe. Existirá um representante do Público, o mais provável é que seja eu, e um da Bola, provavelmente o engenheiro Arga e Lima, que representam as duas casas mãe e perante os quais a equipa reporta.

M&P: E como serão geridos os conteúdos provenientes do Público e do A Bola?

HF: Mais do que a pensar nos conteúdos do Público e de A Bola, a lógica é muito mais ao nível das competências. No Público temos vários suplementos com personalidades diferentes e o tipo de linguagem que o mesmo jornalista usa ao escrever para a Pública, para o primeiro caderno ou para o Ípsilon é completamente diferente. Portanto, nesse sentido o Sexta terá uma personalidade própria.

M&P: Os membros da equipa abandonam a actividade em cada jornal?

HF: Sim. São “emprestados” pelas casas mãe a este projecto, pois continuam a ser jornalistas do Público e de A Bola. Estamos a falar de seis pessoas mais uma secretária de redacção, incluindo os directores. Vão produzir exclusivamente para o Sexta e articular as colaborações quer internas quer externas.

M&P: Em termos de conteúdo em que é que o Sexta se diferencia? O número de páginas (32) é muito inferior ao dos restantes semanários.

HF: Os semanários têm uma leitura de fim-de-semana e nós temos a ambição de que saindo à sexta conseguiremos manter alguma penetração no sábado e domingo, devido à natureza dos conteúdos. Não é um jornal de notícias, aí aproximamo-nos mais das revistas. Ao contrário dos semanários que são muito virados para a análise da semana que passou, este será um jornal mais virado para a frente, com uma lógica de antecipação.

M&P: Arrancam com uma tiragem elevada. Será possível mantê-la?

HF: A intenção é manter e se o sucesso da audiência se espelhar nos números, podemos subir. Mas a publicidade tem de acompanhar.

M&P: E em relação à distribuição?

HF: Vamos arrancar como encarte no Público e na Bola, o que será pouco mais de metade da tiragem, e o restante será distribuído na rua em Lisboa e Porto.

M&P: A distribuição de rua não estará já com algum congestionamento?

HF: Eu acho que não. Mas temos outras ideias diferentes relativamente a isso que ainda não vou revelar. Acho que somos inovadores no facto de termos um semanário gratuito, fomos inovadores na dimensão e ambição do projecto e vamos ser inovadores na distribuição.

M&P: O encarte é para manter?

HF: Nós temos tido uma atitude pouco preconceituosa em relação a este projecto. Não tivemos preconceitos em colocar o jornal no Público e na Bola e não teremos preconceitos, se isso não resultar, de o retirar. Acho que o Sexta acrescenta valor à Bola e menos ao Público, mas não haverá repetição de temas, será feita essa gestão.

M&P: Qual foi o investimento aplicado neste título?

HF: Temos um investimento muito grande das equipas de gestão do Público e da Bola que andam há meses intensivamente a trabalhar neste projecto, mas é um investimento assumido por cada uma das empresas. Por isso, o nosso maior investimento vai ser colocar o jornal na rua. Temos um investimento em pessoas – que serão 10 ou 12 – dedicadas a este projecto entre jornalistas e comerciais. O resto vai ser apoiado nas equipas do Público e da Bola e essas equipas não vão cobrar nada ao projecto.

M&P: Isso em números…

HF: O nosso investimento neste projecto deve andar entre os 2 e os 2,5 milhões no primeiro ano.

M&P: Quando está previsto o break-even?

HF: A ambição da equipa é ter o break-even no primeiro ano. É uma grande ambição, mas não é impossível. Esta lógica dos custos controlados vai permitir isso. Digo que será possível obter o break-even no primeiro ano porque na realidade não estou a imputar os custos verdadeiros.

M&P: Em termos de formatos publicitários os gratuitos são apelativos também pela inovação, nomeadamente com o uso de capas falsas. Estarão disponíveis para isso?

HF: Sim. Chegou a altura de desaparecer esta noção um bocadinho primária de que os consumidores são tontos. Eles sabem perfeitamente o que é publicidade e o que é notícia e nós também sabemos quando é que há uma publicidade que está a tentar imitar uma notícia e podemos impedir isso.

M&P: O Público sempre esteve um pouco isolado no mercado por ser o único título do grupo. Este novo jornal poderá ajudá-lo em termos de posicionamento de negócio?

HF: Sim. Não é por acaso que este projecto surge em parceria entre o Público e A Bola. São provavelmente os únicos grandes projectos independentes de grupos de media e isso tem vantagens e muitas desvantagens. Nós tivemos a facilidade de criar uma relação de confiança mútua e de respeito entre o Público e A Bola por causa dos projectos industriais que temos em conjunto, e isso permitiu-nos começar a explorar a possibilidade de, sem juntar as empresas, conseguir usufruir de muitos dos benefícios que se tem quando se está dentro de um grupo e este projecto claramente resulta disso.

M&P: Juntar as empresas está fora de questão?

HF: Eu acho que o Público, A Bola e os projectos independentes devem olhar seriamente para oportunidades de criar sinergia e criar valor aproximando-se. A dimensão da aproximação por vezes pode não ser tão importante. Hoje em dia há processos muito fáceis de conseguir a maior parte dos benefícios sem ter alguns dos ónus. Principalmente quando se trata de accionistas diferentes e de dimensão diferente, habituados a ter na sua área uma capacidade de decisão forte. Quando se juntam, a decisão passa a ser partilhada e quem conhece a Sonae e a Vicra sabe que isso não é muito fácil de gerir.

M&P: A Sonaecom já manifestou interesse em alargar a presença nos media através de aquisições. Isso não poderá passar pela Sociedade Vicra Desportiva?

HF: Não me parece que esteja a ser equacionada qualquer aproximação entre a Sonae e a Vicra nesse sentido. Temos este projecto, está a correr bem na gestão do dia-a-dia e isso poderá no futuro dar origem a uma aproximação maior, eu acho que deveria. Só depende da vontade dos participantes e da confiança mútua. Provavelmente vai acontecer. Agora se levamos isso até às últimas consequências ou não depende também do sucesso destes projectos. Mas na minha opinião isso vai perder importância. Se a intenção de juntar é ganhar capacidade de fazer negócio, de gestão ou de criar sinergias, a maior parte desses sistemas é possível sem fazer a fusão das empresas. Eu acho que isso não vai estar em cima da mesa. Mas estaremos atentos a oportunidades de pessoas que queiram vender, o que não é o caso da Vicra, onde me parece que Arga e Lima não estaria disponível para vender e nós também não estamos a fazer aproximações nesse sentido. É mais fácil comprarmos alguém que queira vender.

M&P: E não faria sentido ter também um título económico nesta parceria?

HF: Há vários temas que fazem sentido. Se este projecto resultar é natural que surjam outros projectos noutras áreas. Que tipo ainda não sei dizer. A imprensa económica é um nicho de mercado e portanto é muito difícil criar uma posição quando o mercado já está dividido por três. Agora, pode ser que algum deles esteja para venda e isso já é diferente.

M&P: Porque não evoluíram as negociações com o Diário Económico?

HF: O DE tem passado de mãos com alguma frequência nos últimos anos e sempre que isso ocorre é natural que exista uma tentação do mercado para tentar perceber se é para ficar, porque esse grupo em Portugal tem uma presença um pouco coxa, relativamente a Espanha.

M&P: Eles próprios também já mostraram interesse em aumentar o portfólio em Portugal.

HF: Eu acho que a manutenção do status quo vai ser difícil. Eles ou vão crescer ou então vão ter que vender, mais tarde ou mais cedo. Isso já teria acontecido se não houvesse tantas mudanças de mãos. Numa lógica ibérica é mais difícil deixar ir Portugal porque é uma extensão natural do território espanhol em termos de mercado. Mas vamos estar a olhar atentos a oportunidades, essas e outras que possam entretanto surgir, porque o mandato que temos é de crescer. Vamos olhar para todas as oportunidades que surjam quer orgânicas quer de aquisição.

M&P: Fora das aquisições poderá surgir outro lançamento para além do Sexta?

HF: Acho que temos de ser realistas e avançar com os pés bem assentes na terra. Um de cada vez. Temos aqui um projecto com muita ambição. Este não é apenas mais um gratuito nem apenas mais um semanário. É o jornal de maior tiragem em Portugal e isso não é um pequeno projecto, é um projecto de ambição nacional. E nós queremos colocar todo o nosso esforço para fazer disto um sucesso.

M&P: Sete meses depois da reformulação, este é o Público que ambicionavam?

HF: Nunca é. Tivemos o primeiro período de afinação ao modelo, que está feito e agora é preciso dar um segundo salto relativamente aos processos internos de fazer o jornal, uma coisa menos visível para fora mas muito importante para nós. Mas estamos satisfeitos e os leitores também. Fizemos um estudo interno sobre a adesão dos leitores ao novo Público e os resultados foram francamente positivos. Cerca de 60% das pessoas acham que o jornal melhorou ou melhorou muito, 17% diz que está na mesma e 3% acham que piorou um bocadinho ou piorou. Também temos muito mais flexibilidade a nível comercial porque com um jornal todo a cores deixámos de ter aquelas limitações típicas dos jornais a preto e branco de não poderem ter publicidade naquele local porque não era uma página de cor.

M&P: João Porto dizia em Janeiro em entrevista ao M&P que um dos objectivos da reformulação o Público passaria por gerar mais retorno para os anunciantes.

H.F: O retorno para os anunciantes resulta da audiência, resulta do preço a que eles compram a publicidade no jornal e aí os anunciantes estão satisfeitos.

M&P: E quanto ao retorno para o Público? Segundo o último relatório e contas isso não está a acontecer.

HF: Para nós tem sido mais difícil. O mercado segmentou-se muito. A entrada dos gratuitos, aí sim, segmentou o mercado, porque é o mesmo bolo a dividir por mais gente e há muitas categorias e anunciantes que reduziram o seu investimento. Portanto estamos mais satisfeitos do ponto de vista da reacção dos leitores, do que estamos do ponto de vista do investimento dos anunciantes.

M&P: As vendas do jornal estão a corresponder às expectativas?

HF: Está a acontecer aquilo que acontece com todos os jornais que fizeram reformulações gráficas: um crescimento inicial e depois em regresso aos valores e à tendência que tinham anteriormente. Mas considero os valores positivos, principalmente devido ao aumento da concorrência que disputam o mesmo budget de leitura e de anunciantes.

M&P: Os dados do Público davam conta de uma subida nas vendas entre Janeiro e Junho na ordem dos 18%. Mas mesmo assim, isso não se reflectiu no Bareme.

HF: Estamos a falar de uma medição em que as pessoas dizem que fizeram, um comportamento que afirmam ter e que não podemos comprovar. Assumindo que ele é real, tem a ver com a sua própria dinâmica e está sempre influenciado por inúmeros factores. Basta haver uma campanha publicitária mais forte que esteja a decorrer nessa altura para haver mais pessoas interessadas em ver o jornal, o que não quer dizer que as pessoas comprem mais jornais. As vendas podem até estar a descer e o Bareme a subir e vice-versa.

M&P: No primeiro semestre deste ano, o Público controlou a quebra de resultados sobretudo devido à poupança com custos de pessoal e despesas gerais. Se as vendas não aumentarem de forma significativa, o que poderá ser feito para evitar a quebra?

HF: Nós temos projectos de crescimento no Público que passam por estratégias relativas à área da circulação e da publicidade. Um aspecto muito importante é este novo lançamento – um filho interno do Público – pois os resultados positivos do Sexta vão eventualmente reflectir-se também no Público. Passa a ser uma gestão de portfólio, pois a dependência de um único produto é muito difícil no mercado, principalmente quando há retracções. Não prevejo uma lógica de nova reestruturação, mas vamos sempre procurar eficiências e melhorias de processos que possam resultar em poupanças.

M&P: Mantém o objectivo de chegar ao final do ano com resultados positivos?

HF: Acho muito difícil. Seria preciso um milagre. Será muito difícil inverter essa situação no contexto de mercado actual.

M&P: Porque é que um jornal de referência como o Público apresenta consecutivamente resultados negativos?

HF: Não há país no mundo onde os jornais de referência não sejam relativamente pequenos quando comparados com os de mass market. É muito difícil pensar que se consegue fazer um jornal de referência, dirigido a um determinado tipo de classe, que tem uma quantidade de pessoas nessa classe social muito menor do que nas outras classes sociais e esperar que ele tenha o mesmo tipo de sucesso.

M&P: Mas chega a pessoas com um poder de compra superior.

HF: Sim, isso podia-nos levar a uma questão interessante sobre eventuais modelos futuros. Se um jornal de referência pode ser considerado um jornal de nicho, podemos pensar que não estamos no campeonato do preço, e que podemos cobrar 2,5 euros pelo jornal. Há muitas publicações de nicho que vivem com esse modelo, mas isso seria muito difícil porque não somos só lidos pelas classes A e B.

M&P: Poderão explorar outras formas de rendimento?

HF: É o que temos feito com todas as colecções de livros e filmes que temos lançado, que são uma fonte importante de rendimento.

M&P: Que estão também em quebra.

HF: Isso é completamente irrelevante. Estamos muito felizes com o nosso sucesso nessa área. Estamos certamente entre os mais bem sucedidos sobretudo ao nível da rentabilidade. Hoje em dia fazemos menos colecções e mesmo assim conseguimos manter o nível de facturação.O Público chegou a um ponto em que tinha mais de metade das vendas nesse tipo de produtividade. Era insustentável. De momento está dentro dos valores que nós achamos necessários, representa mais do que a parcela de venda do jornal.

M&P: Como perspectiva o futuro da imprensa paga face à crescente importância do online e dos novos suportes digitais?

HF: O que eu acho que vai acontecer, e já está a acontecer, é que o grande poder vem das marcas. A marca tem um determinado prestígio e posicionamento. Depois as pessoas vão aceder à marca em inúmeros suportes: ou circulação paga, ou gratuita, ou online, ou telemóvel, uns a pagar outros gratuitos, sendo que no final alguém paga sempre. Aí o importante é estar presente e o site do Público tem uma posição forte e queremos reforçá-la.

M&P: O site do Público é rentável?

HF: A nossa operação online é rentável. Há um ano que temos resultados positivos.

M&P: Em relação ao Público, há alguma meta para que alcançar resultados positivos?

HF: A nossa ambição é sempre conseguir o melhor resultado possível, mas este mercado tem sido difícil e prevemos que continue a ser.

M&P: Quanto tempo é que a Sonaecom está disposta a perder dinheiro com o Público?

HF: Tem que lhes perguntar a eles. Não temos nenhum prazo, mas poderemos ter a qualquer momento. É evidente que o Público exige um esforço grande pois raramente foi um projecto auto-sustentável. Mas o accionista tem continuado a reiterar a importância estratégica para o país, mais até do que para a própria Sonae, de ter um jornal como o Público.

Sobre o autorMaria João Morais

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Instagram testa reposição de algoritmo de recomendações

A funcionalidade destina-se a utilizadores que sentem que as recomendações de conteúdos já não correspondem aos seus interesses, permitindo-lhes recomeçar do zero e treinar novamente o algoritmo da aplicação sobre os conteúdos que querem ver

O Instagram está a testar a possibilidade de os utilizadores reporem as suas recomendações, funcionalidade que permite recomeçar do zero e treinar novamente o algoritmo da aplicação, em relação aos conteúdos que querem ver na página Explore, no Feed e no Reels. A funcionalidade destina-se a utilizadores que sentem que as recomendações de conteúdos já não correspondem aos seus interesses.

Adam Mosseri, diretor do Instagram, publicou um vídeo na rede social em que refere que a nova funcionalidade não se destina a ser utilizada com frequência, sendo que foi concebida apenas para os casos em que se pretende uma renovação total. “Quero deixar claro que estamos a falar de uma mudança significativa”, enfatiza Adam Mosseri. A nova funcionalidade será lançada a nível mundial em breve, de acordo com o comunicado de imprensa do Instagram.

Caso um utilizador reponha o seu algoritmo, as recomendações de conteúdo vão começar a ser personalizadas novamente ao longo do tempo, com base nas publicações e contas com as quais o utilizador interage. É ainda dada a opção de rever a lista de contas que seguem, para deixarem de seguir contas que partilham conteúdos que já não lhes interessa.

“No início, vai tornar o Instagram muito menos interessante para o utilizador, porque vamos tratá-lo como se não soubéssemos nada sobre os seus interesses e vai demorar algum tempo a reaprendê-los. Por isso, não é algo que recomende que seja feito a toda a hora, mas caso o utilizador não se sinta bem com a sua experiência, isto fornece-lhe uma alternativa”, acrescenta o diretor do Instagram, no vídeo publicado no Instagram.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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TLC funde operações em Portugal e Espanha com TLC Worldwide Iberia

Miguel Lobo (na foto, à dir.) mantém-se na liderança da operação nacional da TLC Worldwide e assume o cargo de CEO da TLC Worldwide Iberia. Philippe Dewerbe (à esq.) continua a liderar a empresa em Espanha e é o diretor executivo da TLC Worldwide Iberia

A TLC Worldwide está a fundir as operações em Espanha e Portugal, para formar um novo ‘cluster’ que reforça a presença e atuação na Península Ibérica, com a criação da TLC Worldwide Iberia. A fusão marca um momento da expansão e consolidação da agência e pretende fortalecer a oferta de soluções de ‘reward’ marketing e programas de fidelização.

A estrutura operativa e estratégica mantém-se em ambos os países, com escritórios em Madrid e Lisboa, mas a fusão irá criar um modelo de trabalho mais coeso entre ambas as agências, com a incorporação dos perfis ibéricos e das equipas especializadas. “Temos identificado inúmeras sinergias entre ambos os mercados e, ao combinar os pontos fortes das nossas equipas e direção, acreditamos que iremos alcançar níveis superiores de sofisticação e eficácia. Ao combinar o nosso conhecimento e experiência dos mercados espanhol e português, otimizamos os recursos e melhoramos a capacidade de desenhar e implementar campanhas e estratégias de marketing que se adaptam perfeitamente às necessidades das marcas em ambos os países”, enfatiza Miguel Lobo, CEO da TLC Worldwide Iberia.

Agora, as marcas que trabalham com a TLC Worldwide vão poder tirar partido de uma experiência mais fluida ao lançarem iniciativas a nível ibérico, beneficiando de uma coordenação mais precisa e de um aproveitamento superior dos recursos.

A equipa diretiva que estará na liderança deste ‘cluster’ conta com Miguel Lobo, que continua a liderar a operação nacional da TLC Worldwide, assumindo o cargo de CEO da TLC Worldwide Iberia. Philippe Dewerbe, por seu lado, continua a liderar a empresa em Espanha e será o diretor executivo da TLC Worldwide Iberia, com a responsabilidade de supervisionar a estratégia geral e garantir a fluidez da operação na região.

José Cerdeira assume a função de diretor de estratégia ibérica, focando-se em desenhar estratégias competitivas que potenciem o crescimento do ‘cluster’, alinhando os objetivos de negócio com as necessidades do mercado. Miguel Fernandes de Oliveira, por sua vez, fica com a direção de desenvolvimento do negócio ibérico, liderando a expansão comercial, fortalecendo as relações com os clientes atuais e explorando novas oportunidades para consolidar a presença da agência na região.

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El Corte Inglés fica azul, em combate contra cancro da próstata

No âmbito da campanha, de 18 a 28 de novembro, na venda de qualquer artigo da marca Emidio Tucci, €1 reverte a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. O valor angariado será doado a esta associação, que o aplicará em ações de prevenção e combate ao cancro

O El Corte Inglés está a promover a campanha Novembro Azul, que pretende sensibilizar para o tema do cancro da próstata e angariar fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Para assinalar o arranque da campanha, na semana em que se assinala o Dia Mundial de Combate ao Cancro da Próstata, a 17 de Novembro, as fachadas do El Corte Inglés de Lisboa e Gaia-Porto estão iluminadas de azul.

No âmbito da campanha, de 18 a 28 de novembro, na venda de qualquer artigo da marca Emidio Tucci, nas lojas físicas e online, €1 reverte a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. O valor angariado será doado a esta associação, que o aplicará em ações de prevenção e combate ao cancro.

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o cancro da próstata é uma doença geralmente silenciosa e é, atualmente, o cancro mais frequente nos homens. Detetar a doença numa fase precoce é essencial, permitindo tratar com uma taxa de cura muito elevada.

Em outubro, o El Corte Inglés esteve iluminado de cor-de-rosa, no seguimento da campanha Outubro Rosa, para conscientizar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro da mama.

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Milk&Black reforça portefólio com 11 novos clientes

“Estamos a consolidar-nos como uma das principais agências de comunicação a nível nacional, trabalhando diferentes setores de atividade”, refere Diana Taveira, CEO da agência de comunicação e marketing de influência

A Milk&Black está a desenvolver a comunicação e a assessoria de imprensa de 11 novos clientes. Além da Fidelidade (seguros), da NAU Hotels & Resorts (hotelaria), do Palácio do Governador (hotelaria), do Monte Santo Resort (hotelaria), do Cascade Wellness Resort (hotelaria), do Senses (restauração), do Po Tat (restauração) e do Volta do Mar (restauração), também conquistou as contas de três marcas de moda internacionais, Merrell, Buffalo e Palladium, nos últimos dois meses.

Mitsubishi Motors, Fuso Trucks Portugal, Unicâmbio, Unimoney e Royal Canin são outras das insígnias que a agência de comunicação e marketing de influência está a comunicar desde o início do ano, juntando-se a uma lista que também inclui marcas como a New Balance, a WTF e a Segafredo e eventos como o Festival F e o Blissfest.

“Estamos a consolidar-nos como uma das principais agências de comunicação a nível nacional. Acima de tudo, gostamos do desafio de trabalhar em diferentes setores e é um orgulho ver marcas nacionais e internacionais a integrar cada vez mais o nosso portefólio”, refere Diana Taveira, CEO da agência da Milk&Black, citada em comunicado de imprensa.

De acordo com o documento, a agência, fundada em 2016 por Diana Taveira e Diogo Dias, ex-apresentadores da MTV Portugal, conta atualmente com mais de 80 clientes ativos, entre contratos anuais, ações pontuais e campanhas. Além da assessoria de imprensa e do marketing de influência, a Milk&Black, que conta com uma equipa de 30 trabalhadores, gere redes sociais, produz conteúdos de fotografia e vídeo e organiza e promove eventos para marcas e empresas.

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Humor de Madalena Abecasis no Natal da Sonae Sierra (com vídeo)

Com criatividade da Born e produção da Mother, o filme publicitário está a ser divulgado nos canais digitais dos centros comerciais e nas redes sociais da influenciadora digital, integrado numa estratégia de amplificação que contempla múpis interiores e digital

A influenciadora digital Madalena Abecasis é a protagonista da campanha de Natal da Sonae Sierra. Apelando ao consumo consciente, refletido e planeado, o filme publicitário cruza a criatividade e o humor, apresentando dados reais sobre os comportamentos de consumo dos portugueses na época natalícia, obtidos através de um estudo da Sonae Sierra.

“A campanha ‘Pensa bem, oferece melhor’ demonstra a estratégia de marketing dos centros comerciais geridos pela Sonae Sierra em aliar ‘insights’ de consumo a uma abordagem criativa e emocional, potenciando o ‘engagement’ com o público-alvo e reforçando os valores da marca. Esta iniciativa integra uma comunicação omnicanal e contribui para uma mensagem de sustentabilidade e reflexão no ato de consumo”, explica Joana Moura e Castro, diretora de marketing ibérica da Sonae Sierra, citada em comunicado de imprensa.

A informação obtida no estudo permitiu identificar perfis de comportamentos típicos nos 18 centros comerciais abrangidos. Os cinco estereótipos mais comuns foram interpretados por Madalena Abecasis no filme publicitário, com criatividade da Born e produção da Mother.

Além dos consumidores que dependem de instruções de terceiros para escolher presentes, o anúncio retrata os que os escolhem com base nos seus próprios gostos, os que priorizam a estética para os ‘unboxings’ das redes sociais, os que deixam as compras para a última hora e os que compram qualquer coisa, sem refletir, porque, se o destinatário não gostar, pode sempre trocar.

“De acordo com os dados do estudo, 42% dos portugueses não utilizam os presentes que recebem e três milhões recebem presentes de que não gostam, o que confirma que as pessoas não dedicam o tempo necessário a pensar naquilo que o outro gostaria de receber. Além disso, cerca de dois milhões de portugueses só fazem as suas compras de Natal em dezembro”, refere a Sonae Sierra no documento.

A campanha é divulgada nos canais digitais dos centros comerciais da empresa em vídeo, com declinações em ‘key visuals’ e múpis interiores. Até ao Natal, é amplificada através de ativações e de conteúdos interativos, no digital, nos sites e nas redes sociais dos centros comerciais, em newsletters e através de marketing de influência, nas redes sociais de Madalena Abecasis.

A intenção é promover comportamentos de compra mais conscientes, que evitem deslocações adicionais, para trocas desnecessárias, aos centros comerciais geridos pela empresa, como o Atrium Saldanha, Albufeira Terrace, AlgarveShopping, ArrábidaShopping, CascaiShopping, Centro Colombo, Centro Vasco da Gama, CoimbraShopping, Estação Viana Shopping, Fórum Barreiro, GaiaShopping, GuimarãeShopping, MaiaShopping, MadeiraShopping, NorteShopping, Nova Arcada, Parque Atlântico e ViaCatarina Shopping.

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Nespresso e SharkNinja celebram Natal com David Beckham (com vídeos)

No filme de Natal da marca de cafés, o empresário e ex-futebolista inglês joga à bola com um boneco de neve. Para os eletrodomésticos norte-americanos (na foto) prepara a refeição da consoada para a família

David Beckham é o rosto da campanha de Natal global multimeios da Nespresso. Produzido pela Studio 99, produtora audiovisual criada pelo ex-futebolista e empresário inglês em parceria com Nicola Howson e David Gardner em 2019 para produzir documentários desportivos, o filme publicitário mostra o antigo desportista a jogar à bola com um boneco de neve num dia de inverno.

Divulgado em televisão, digital e redes sociais, o ‘spot’ promove a nova cápsula de café Peanut and Roasted Sesame, uma das edições especiais da Nespresso para o Natal de 2024, além da máquina Vertuo Creatista e da caneca Vertuo Mug, outro dos produtos que a insígnia suíça comercializa.

Enquanto saboreia a bebida, David Beckham, que é embaixador da Nespresso desde novembro de 2023, observa a paisagem pela janela e, ao aperceber-se da presença de um boneco de neve inacabado com uma expressão triste, decide inverter a situação. Depois de o finalizar, recorrendo a uma cápsula de café para lhe criar um nariz, utiliza-o como guarda-redes.

Além do anúncio da Nespresso, David Beckham também é a estrela do filme publicitário natalício da SharkNinja, que marca a estreia da marca de eletrodomésticos norte-americana nas campanhas multimeios globais. Enquanto prepara a refeição da consoada para a família, o ex-desportista vai utilizando alguns dos novos lançamentos da insígnia.

Divulgado em digital e em televisão em Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Escandinávia, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Médio Oriente e Estados Unidos, o anúncio é amplificado através de publicações nas redes sociais e painéis digitais em praças centrais de Nova Iorque, Los Angeles, Miami e Londres.

As receitas natalícias preferidas de David Beckham, que é o embaixador global da SharkNinja, estão disponíveis num site dedicado. Para além de aumentar a notoriedade da marca a nível internacional, a contratação do ex-futebolista e empresário inglês pretende potenciar as vendas da insígnia globalmente.

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Amazon lança concorrente ao Temu e Shein

Os produtos comprados na Amazon Haul são entregues em uma ou duas semanas. Em Portugal, a Amazon está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado com IA generativa, que responde a perguntas sobre produtos e apresenta recomendações

A Amazon tem uma nova experiência de compras para os consumidores dos Estados Unidos, que consiste na venda apenas de produtos que custam 20 dólares (€19) ou menos, para competir com as ofertas de retalhistas como Temu e Shein. A Amazon Haul está disponível apenas através do smartphone e apresenta-se com preços competitivos, em produtos como vestuário, eletrónica e equipamento de cozinha.

“Todos os artigos têm um preço inferior a 20 dólares (€19), sendo que a maioria tem um preço igual ou inferior a dez dólares (€9,50) e alguns artigos custam apenas um dólar (€0,95)”, segundo avança a empresa em comunicado de imprensa. Os clientes também vão poder usufruir de descontos, quando adicionam mais artigos a uma única encomenda, com 5% de desconto em encomendas de 50 dólares (€47,50) ou mais e 10% de desconto em encomendas de 75 dólares (€71,24) ou mais, à semelhança das práticas das plataformas concorrentes.

A contrapartida da nova aposta da Amazon são os prazos de entrega, diferentes dos da Amazon Prime. Em vez disso, os produtos comprados na Amazon Haul chegam a casa do consumidor, por norma, em uma ou duas semanas, à semelhança do que acontece com a Temu e outras plataformas semelhantes.

A empresa liderada por Andy Jassy salienta que os utilizadores devem gastar pelo menos 25 dólares (€23,75) para receberem o envio gratuito, mesmo que subscrevam o serviço Prime. Caso contrário, o custo de envio é de 3,99 dólares (€3,79). São, no entanto, oferecidas devoluções gratuitas em todas as compras efetuadas na Amazon Haul acima de três dólares (€2,85) dentro de 15 dias após a entrega.

Em paralelo, em Portugal, a Amazon já está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado por inteligência artificial generativa, através da aplicação da Amazon, por enquanto apenas em versão ‘beta’ e para clientes selecionados. Este assistente de compras virtual pretende melhorar a experiência de compra online, permitindo aos utilizadores interagirem com a plataforma de maneira mais eficiente, conseguindo responder a perguntas relacionadas com produtos e apresentar recomendações.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024

A campanha ‘Drawn to Equality’ (na foto), também distinguida com duas Pratas, rendeu à Dentsu Creative o único Ouro que a criatividade portuguesa trouxe da cerimónia. ‘Surfing Through the Odds’ ganhou Prata e Bronze. ‘League of All Leagues’ foi reconhecida com Bronze

A criatividade portuguesa conquistou seis prémios na edição de 2024 dos Clio Sports Awards, em Nova Iorque. A campanha ‘Drawn to Equality’, que a Dentsu Creative criou para a Visa, ganhou três galardões. Além de Ouro na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, foi reconhecida com Prata na subcategoria Fan Engagement, da categoria Social Good, e com Prata na subcategoria Partnerships & Sponsorships, da categoria Brand x Media.

A campanha ‘Surfing Through the Odds’ da Betclic, que apresenta um documentário criado pela Coming Soon e produzido pelos Shutterstock Studios, para combater a desigualdade de género e racial através do surfe, em São Tomé e Príncipe, também recebeu dois galardões. Na subcategoria Sports Betting, da categoria Partnerships & Sponsorships, teve direito a Prata. Na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, conquistou Bronze.

‘League of All Leagues’ rendeu à Judas o segundo Bronze que veio para Portugal. A campanha, que promove a Liga Portugal Betclic, foi distinguida na subcategoria Gameday/In-Game Experience, da categoria Use of Partner or Sponsor. ‘League of All Leagues’ também ficou em ‘shortlist’, na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, à semelhança de ‘Bet On Her’ da FunnyHow para a Betclic, na subcategoria Public Relations, da categoria Public Relations.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto

“Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, diz Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

As marcas de fabricante estão a contribuir para o crescimento do negócio dos retalhistas de sortido curto, avança um estudo da Kantar desenvolvido em parceria com a Centromarca. De acordo com a análise, a estabilização da inflação, a redução das taxas de juro e o aumento da taxa de emprego também estão a impulsionar o consumo fora de casa e os serviços de entrega ao domicílio.

“O consumo fora de casa tem vindo sempre a crescer acima do consumo para casa, nos últimos trimestres. No entanto, a percentagem do gasto que os portugueses dedicam ao consumo dentro de casa perdeu espaço, com uma diminuição de 1,2 pontos percentuais, face ao terceiro trimestre de 2023”, informa a Centromarca em comunicado de imprensa.

Além do tamanho das cestas ter diminuído, a maioria das categorias de produtos de grande consumo também regista um decréscimo em valor, nos primeiros nove meses do ano. No caso das bebidas, a redução atinge os 5%. No das limpezas caseiras, a quebra ronda os 3%. A venda de produtos de alimentação animal caiu 2%.

“No mesmo período, os números mostram também um avanço das marcas de distribuidor sobre as de fabricante, ainda que as segundas mantenham a maior quota de mercado, com 52,5% em valor. Apesar do decréscimo da quota, as marcas de fabricante contribuíram positivamente para o desempenho de alguns retalhistas de sortido curto”, refere o estudo.

Entre julho e setembro, o consumo em casa recuperou ligeiramente, com a dimensão da cesta de compras das famílias portuguesas a crescer, apesar da desaceleração da dinâmica de crescimento que as marcas próprias dos retalhistas registavam até então.

“Num contexto que se mantém desafiante, apesar dos números animadores da economia e dos mais recentes dados do mercado, as marcas continuam a ter de reforçar a relação com os consumidores, atrair novos públicos e reter compradores habituais. Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, afirma Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, citado no documento.

O estudo da Kantar mostra ainda que 66% das marcas que conquistam novos compradores registam crescimento em volume de vendas. “As marcas que não recrutaram consumidores nos últimos dois anos decresceram 14,5% em valor entre janeiro e setembro de 2024, quando comparado com o período homólogo. Já as que conquistaram novos ‘targets’ em 2023 e 2024 cresceram 14,3% no mesmo período”, refere ainda a análise.

Segundo o estudo, as marcas que angariaram mais clientes viram a fidelidade dos consumidores aumentar 57% e a taxa de repetição de compra subir 54%. “Recrutar consumidores em vários retalhistas pode ser difícil para as marcas, mas a diversificação dos locais de venda revela-se bastante vantajosa e fundamental para atingir o maior número de compradores possível”, defende Marta Santos, diretora de clientes e de análises da Kantar.

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Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce

A startup portuguesa está a lançar uma ferramenta gratuita, que permite às empresas de comércio eletrónico calcular e compensar automaticamente a pegada carbónica dos produtos, aumentando a transparência e a confiança junto dos consumidores

A ZeroPact, startup portuguesa de tecnologia focada na sustentabilidade, está a lançar uma solução alimentada por inteligência artificial que permite às marcas de comércio eletrónico integrar o cálculo e a compensação da pegada carbónica dos seus produtos, permitindo aumentar a transparência e a confiança junto dos consumidores.

A startup fundada por João Morgado, Luís Branco e João Matos ganhou o El Corte Inglés Retail Challenge, concurso de inovação no retalho que teve lugar durante a Web Summit, tendo agora a possibilidade de iniciar um teste piloto com o El Corte Inglés, reforçando a aplicabilidade da tecnologia em grandes marcas e antecipando-se às novas regulamentações do Digital Product Passport (DPP) previstas para 2027.

De acordo com o Barómetro Mastercard 2023 – Perceção da Sustentabilidade em Portugal, os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das marcas, sendo que 80% dos portugueses dão importância à política de sustentabilidade dos comerciantes ou fornecedores e que 52% já deixaram de comprar um produto devido à má reputação ambiental de uma marca.

“Estes números mostram a urgência das empresas em adotar práticas transparentes e alinhadas com as expectativas de um consumidor mais consciente”, sustenta João Morgado, CEO da ZeroPact, em comunicado de imprensa.

A análise da Mastercard revela ainda que 87% dos portugueses manifestam interesse em saber a pegada carbónica das suas compras, com esta percentagem a subir para 90% entre as mulheres. No entanto, apenas 15% conhecem a sua própria pegada carbónica, apesar de 74% já estarem familiarizados com o conceito.

“Este cenário evidencia uma grande oportunidade para as empresas liderarem na comunicação de sustentabilidade e oferecerem ferramentas que ajudem os consumidores a tomar decisões mais informadas e sustentáveis”, argumenta João Morgado.

De acordo com o CEO da startup, a ZeroPact tem planos de expansão para toda a Europa, focando-se em mercados europeus estratégicos devido à legislação emergente que, até 2027, obrigará as empresas a adotarem passaportes digitais de produtos e práticas de sustentabilidade mais rigorosas.

A tecnologia da ZeroPact já está disponível em vários sites portugueses, como Otherwise, Jakshoes, DCK, NAE-Vegan, 38 graus, Cool Mood Community, Arisca, Wheat&Rose, Le-mot, Mineral Fashion Store, Bordaleiras, Chulé, Pera Lima, Tribu, Cura, entre outros.

“A aplicação da tecnologia na área de sustentabilidade permite fornecer aos clientes informações claras e precisas sobre a pegada de carbono dos produtos que adquirem. Além disso, pode criar um modelo replicável para o setor como um todo, impulsionando uma transformação mais ampla em direção à sustentabilidade”, enfatiza Vasco Marques Pinto, gestor de relações externas do El Corte Inglés.

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