NAB: Colocar a rádio onde está a carteira
“Temos de trabalhar com os anunciantes e com as agências de modo a ensiná-los a trabalhar com as rádios num ambiente digital”. A afirmação é de Bartek Hojka, director-geral da […]
Ana Marcela
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“Temos de trabalhar com os anunciantes e com as agências de modo a ensiná-los a trabalhar com as rádios num ambiente digital”. A afirmação é de Bartek Hojka, director-geral da Agora Radio Group, grupo de media polaco com 26 estações musicais locais e outras dez rádios de palavra no seu portfólio de meios, a propósito dos desafios colocados pela emergência do digital, tanto para os meios, quanto para os anunciantes. Em Convergence or Divergence, um dos debates de ontem na European Radio Conference, organizado pela National Association of Broadcasters (NAB), em Barcelona, o digital surge, a avaliar pelas posições defendidas pelos participantes no painel, como uma clara oportunidade, mas como realça Bartek Hojka, “cujo modelo de negócio ainda não está provado”, pelo menos no que se refere à internet. O caso inglês trazido por Nathalie Schwarz, directora da Channel 4, no Reino Unido, dá conta que, também no sector da rádio há mercados onde as potencialidades do digital e da rádio nesta nova plataforma já são percepcionadas como uma oportunidade de “trazer a rádio para um ambiente multimédia.” Os números de penetração da rádio digital – via Digital Audio Broadcasting (DAB) – são disso emblemáticos. “Em 2012 todos os lares [no Reino Unido] estarão preparados para o digital. A penetração da banda larga é já de 50% e a rádio digital já marca presença em 20% dos lares”, refere a responsável pelo desenvolvimento pela rádio e o DAB multimedia no Channel 4.Fazer com que os ouvintes “se envolvam” e interactividade são as questões que a responsável considera fundamentais neste novo cenário, onde mais do que a tecnologia, diz, “é a experiência do utilizador” que determina o sucesso dos projectos. Se antes a rádio era considerado o meio mais portátil e móvel, o surgimento de telemóveis – e a oferta que disponibilizam – coloca desafios adicionais à rádio. “Cinquenta por cento das pessoas tem uma rádio no seu telefone” e uma grande maioria “usam-na de forma bastante frequente”, refere Nathalie Schwarz, sendo esta uma ferramenta importante junto de uma audiência jovem.
“Tudo parece estar a movimentar-se para os telefones móveis e nós queremos ser uma parte disso”, afirma, por seu turno, Bartek Hojka. “Há duas coisas que as pessoas trazem sempre consigo: a carteira e o telemóvel. Aplicações de pagamento estão a ser criadas para colocar a minha carteira no meu telemóvel. Se minha carteira está lá, também quero que a minha estação esteja lá”, sintetiza o responsável do Agora Radio Group.
*Em Barcelona
O M&P viajou a convite do Grupo Renascença