O que (não) muda com o formato digital
A gradual introdução da tecnologia digital não irá só produzir alterações na indústria cinematográfica. A forma como se prevê que os anunciantes irão investir nesse meio também acabará por introduzir […]

Filipe Pacheco
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Publicidade digital deve ser relevante, não intrusiva e acrescentar valor
A gradual introdução da tecnologia digital não irá só produzir alterações na indústria cinematográfica. A forma como se prevê que os anunciantes irão investir nesse meio também acabará por introduzir alterações no modelo de negócio das duas empresas que operam neste sector. Na opinião das responsáveis da Screenvision e da + Cinema, as vantagens serão significativas quer ao nível dos custos quer na forma como os anunciantes passarão a planear a introdução de publicidade neste meio. Ou seja, como refere Ana Paula Costa, a “publicidade alterar-se-á não só em qualidade como em flexibilidade na respectiva programação”. E Catarina Bastos acrescenta: “O planeamento de cinema deixa de estar ligado ao dia de estreia de filmes, as quintas-feiras, porque a publicidade pode ser inserida em qualquer dia e em qualquer sessão”. Isso implica que possa “deixar de ser vendida à semana”, para passar a ser “vendida ao dia”, ou até mesmo “à sessão”, prossegue.Já para os anunciantes os “benefícios são também enormes”, na medida em que “o digital irá acabar com a necessidade de produção de cópias em 35mm, o que irá reduzir enormemente os custos de produção para cinema”, esclarece. Por outro lado, vaticina que “deixará de existir um tempo necessário para produção de cópias em série, ou seja, mal o ficheiro esteja pronto a publicidade no cinema pode começar a ser exibida, sem haver perda de tempo em produção de cópias”. A este propósito, Ana Paula Costa diz ser apenas necessário “um master a partir do qual será enviado digitalmente para todos os cinemas o filme publicitário”. E diz mais: “O tradicional bloco publicitário poderá desaparecer e a publicidade em cinema assumir um papel de soft sponsoring em novos conteúdos a serem exibidos em salas de cinema por via da flexibilidade do suporte que o digital permitirá”. E o que é certo é que, apesar de todas as modificações previstas, “a qualidade de exibição do spot será sempre mantida independentemente da sua duração”, garante a directora-geral da ScreenVision.
Já no que refere à introdução da tecnologia 3D na publicidade, a responsável da + Cinema mostra-se, pelo menos para já, cautelosa. “Neste momento a exibição de filmes em 3D, não pode ser considerada ainda uma realidade, visto haver apenas uma média de dois, três filmes por ano. Logo não faz sentido exibir-se apenas publicidade em 3D, visto não ser muito confortável para espectadores colocarem os óculos necessários ao visionamento em 3D apenas por alguns minutos”, considera.
Catarina Bastos, fazendo relembrar as especificidades do meio, assegura, porém, que “a procura que de novos formatos, de soluções inovadoras e tecnologicamente avançadas para impactar os consumidores é, hoje em dia, uma constante por parte dos anunciantes”. Talvez por isso a empresa pela qual é responsável tenha organizado, em Outubro, três sessões de cinema, com o objectivo de sensibilizar os anunciantes e as agências de publicidade para as potencialidades criativas oferecidas pelo cinema digital e em 3D. Assim, diz, o cinema 3D permite aos anunciantes conjugar todos estes objectivos que dificilmente poderão encontrar noutros meios.