O que há para aprender com Lady Gaga
Ela não é a próxima Madonna, é antes um novo modelo de negócio, escreve a Forbes.

Rui Oliveira Marques
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Ela não é a próxima Madonna, é antes um novo modelo de negócio, escreve a Forbes. Poucos marketeers conseguiram, como ela, alavancar as suas vendas através das redes sociais, aponta a Advertising Week. A pessoa em causa é Lady Gaga que, em menos de dois anos, se transformou num case study da comunicação e alcançou o que Madonna precisou de uma década para atingir. Madonna lançou o primeiro single em 1982 e só sete anos depois assinou um contrato publicitário multimilionário (com a Pepsi). Gaga editou o primeiro álbum em Abril de 2008 e, entretanto, convenceu a Virgin Mobile a patrocinar a sua digressão, criou o próprio baton para a MAC e foi nomeada directora criativa da Polaroid.
Todas as suas aparições são estudadas para gerarem cobertura mediática e ajudam a perceber como Stefani Joanne Angelina Germanotta (verdadeiro nome de Lady Gaga) conseguiu aos 23 anos obter uma notoriedade universal.
“Lady Gaga é subversiva, mas compreende o marketing viral melhor que qualquer outra estrela da actualidade. Ela dirige cada frame da sua música e da sua vida, pensando como é que os vídeos vão aparecer no YouTube e o que é que as pessoas vão tuitar depois de aparecer nos Vídeo Music Awards”, disse à Forbes, Simon Dumenco, analista de media. Nos Brit Awards, que decorreram a meio de Fevereiro, Gaga recebeu três dos principais prémios. No entanto, as notícias que saíram no dia seguinte não ficaram por aqui. Em homenagem ao recém-falecido estilista Alexander McQueen, a cantora norte-americana atravessou a passadeira vermelha envergando uma túnica branca e uma máscara feita com 900 flores que cobria a cara e o cabelo. Quando subiu ao palco para receber os prémios, tirou o vestido e ficou com um body de renda branco e transparente. Já em Janeiro tinha aparecido numa festa com um chapéu feito com cabelo humano, lançando o debate na internet se o cabelo seria seu ou de outra pessoa.
Com tanto buzz em torno da roupa que usa, não é de estranhar que Lady Gaga já tenha registado o seu nome artístico para ser usado no licenciamento de roupa masculina e feminina, chapéus, luvas, pijamas, lingerie, biquinis e capas de plástico para telemóveis. Neste momento já estão à venda os auscultadores Lady Gaga.
“Ninguém deve surpreender-se quando um talentoso cantor ou compositor empresta a sua imagem a uma série de endorsments. Mas até para os fãs mais fanáticos há limites. Saturar o mercado com uma marca pessoal pode ser contraproducente. No entanto, aquilo que faz a Lady Gaga tão apelativa é a sua capacidade de ser diferente – os fãs vão querer ter um bocado disso, um bocado da sua marca”, escreveu recentemente o Brand Channel.
A Polaroid, que está a tentar renascer depois de um processo de bancarrota, espera agora recuperar um novo fôlego com a ajuda de Lady Gaga, nomeada em Janeiro directora criativa da marca. A contratação, segundo a imprensa internacional, é meio caminho andado para criar notoriedade junto de um público que nunca viu uma máquina fotográfica instantânea. “Não vamos ver a cara dela em nenhuma embalagem. Nós comparamos este processo à ida de Tom Ford para a Gucci ou de Steve Jobs para a Apple, que levaram um novo processo de pensar e elevaram o gosto.
Esperamos que ela faça a mesma coisa com a Polaroid. Não se trata de pôr o nome em nada, mas sim revitalizar a marca”, descreveu à Advertising Age Troy Carter, manager de Gaga. O principal jornal de publicidade do mercado norte-americano escolheu a cantora como capa da edição da semana passada, para ilustrar um artigo especial dedicado à comunicação digital. É que as estratégias que tem seguido subvertem a lógica tradicional da indústria da música. O vídeo Bad Romance estreou, em Novembro, primeiro no seu site e só depois na MTV. Resultado: o servidor da Universal crashou, Lady Gaga foi um trend topic no Twitter durante uma semana e o vídeo ultrapassou os 132 milhões de visualizações no YouTube. No Facebook, Gaga já tem mais de 5,4 milhões de fãs e no Twitter quase que atingiu os três milhões de seguidores. Para que servem estes números? Para além de ser o meio de os fãs ficarem a par de desabafos do género “What a fucking night”, serve para promover as actividades em que a artista está envolvida. Foi assim que o baton para a MAC, integrado num projecto de responsabilidade social para ajudar doentes com sida, se transformou num sucesso de vendas. The Fame foi o álbum de estreia mais vendido de 2009. As músicas de Gaga lideraram os downloads legais no ano passado e a música Poker Face registou o maior número de downlaods na história da música digital britânica. “O negócio precisa de mais Gagas”, conclui o insuspeito Wall Street Journal.
– Razões para o sucesso
1. Comunicação via Twitter e Facebook
2. Merchandising relevante para os fãs
3. Polémica e sexy
4. Estuda ao pormenor cada aparição
5. Associa-se a marcas pouco prováveis (Polaroid)