I num instante tudo muda…
E num instante o Grupo Lena anunciou que o I não era viável.

Carla Borges Ferreira
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E num instante o Grupo Lena anunciou que o I não era viável. Em comunicado enviado no início da semana, aparentemente após os administradores do grupo fazerem um périplo por alguns bancos na tentativa de obterem o financiamento necessário para os principais negócios da holding e da Roland Berger ter aconselhado a alienação das áreas não core, o grupo anunciou que está a repensar a sua estratégia para a comunicação social. E, de acordo com o mesmo comunicado, a nova estratégia tanto poderá passar por aquisições e constituição de parcerias como pela saída do sector. Confuso? Certamente. Durante o dia de quarta-feira foi ganhando força a última hipótese, com o presidente do grupo a admitir à Lusa que, basicamente, é tudo uma questão de opções. E o jornal mais bem desenhado da Europa fica assim oficialmente à procura de comprador – oficiosamente já estaria –, mas o problema é que a dificuldade em encontrar comprador aumenta na exacta proporção em que é conhecida a necessidade de vender. Ao anunciar que procura comprador 10 meses após o lançamento do jornal, o accionista está a dizer que não acredita no projecto, que prefere desistir. Exactamente um ano após João Pedro Mendes, director comercial do título, ter garantido ao M&P estarem “preparados para uma hecatombe”, quatro meses depois de Martim Avillez Figueiredo ter afirmado terem “um accionista absolutamente comprometido com o projecto”, apesar de dos resultados serem 30 por cento abaixo do previsto, eis que o accionista vem então dizer que nem 12 meses aguenta.
2009 e 2010 vão ser anos de crise? Sim. Em Portugal há espaço para tantos diários? Provavelmente não, mas já não havia no Verão de 2008, quando o I começou a ser pensado.
Praticamente sem publicidade e com vendas em banca na ordem dos 9 mil exemplares, o I não é um projecto apetecível e não será fácil viabilizá-lo. Mesmo sendo um jornal diferente, como foi prometido, mesmo que tenha criado um novo público, como disse que pretendia fazer, mesmo que seja considerado o jornal mais bem desenhado da Europa e que impressione nos fóruns internacionais.
Aparentemente o I é um projecto que até poderia dar certo, mas nasceu no momento, e sobretudo no grupo, errado.