Especial Imprensa regional – Um país, várias imprensas regionais
Os números falam por si. Oitenta por cento da imprensa regional portuguesa é composta por micro-empresas, tem menos de 10 trabalhadores e apresenta volumes de facturação que, numa parte significativa (40 por cento), não excedem os 100 mil euros.
Ana Marcela
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Os números falam por si. Oitenta por cento da imprensa regional portuguesa é composta por micro-empresas, tem menos de 10 trabalhadores e apresenta volumes de facturação que, numa parte significativa (40 por cento), não excedem os 100 mil euros. Os resultados financeiros também não revelam motivos de grande animação: de 2006 a 2008, o sector, de acordo com o estudo A Imprensa Local e Regional em Portugal, realizado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), tendo por base um amostra de 155 empresas, apresenta um EBIT em quebra: De 64,7 mil euros em 2006, o segmento apresenta no ano seguinte 1.042.160 euros negativos e em 2008 fixa-se nos 1.340.007 euros negativos (ver caixa). A evolução do lado das receitas de 2009 para este ano também não parece dar mostras de inversão desta tendência. No primeiro semestre o volume de investimento canalizado pela agência de meios Meio Regional, para as mais de 170 publicações com quem colabora, “caiu na ordem dos 40 por cento”, revela Rui Paulo, director-geral da agência de meios especializada neste segmento de imprensa, uma quebra resultante de uma “redução da actividade económica” das marcas, tendo sido o “sector das telecomunicações aquele que mais contribuiu” para essa descida. A diminuição, descreve Rui Paulo, “afectou mais o interior do que o litoral”, sendo os títulos do interior “sempre mais massacrados” em termos de investimento, já que as opções neste campo são “sempre mais centradas nos grandes centros de comunicação” e de consumo.
Filomena Moreira, directora-geral da Publimpor, agência de meios especializada neste segmento de imprensa, diz não sentir “uma redução significativa no volume de investimento que valha a pena assinalar”, nem uma “grande oscilação em termos de tipologia de anunciante”. “O actual momento da imprensa regional é um reflexo das condições do país… Alguns meios têm interrompido as suas edições, manifestamente por falta de receitas e muitos outros se vão mantendo. Os que se mantêm são fruto de uma gestão muito rigorosa”, comenta a responsável.
“O nosso mercado permite-nos estar a facturar este ano mais seis por cento do que o ano passado”, afirma por seu lado Joaquim Emídio. “Temos muito que trabalhar para ganharmos a confiança das empresas que ainda não perceberam que nós somos melhores a vender que os jornais de Lisboa e do Porto. O mercado está quase todo por explorar. A comunicação social não pode viver do anúncio de agência. O resto está escrito nos livros”, comenta o director-geral de O Mirante.
“O Diário do Sul tem tido a mesma percentagem de redução de publicidade que os nacionais, e a nível regional vive dos seus melhores anunciantes que acreditam – e agora o estudo da ERC confirma – que o Diário do Sul é o veículo privilegiado para publicitar em todo o Alentejo e que os ajuda na promoção das suas empresas realçando o seu valor no desenvolvimento e no crescimento do emprego na região”, comenta José Piçarra. Contudo, o administrador do título regional concretiza as razões da quebra de investimento. “Toda a quebra de publicidade sentida no nosso jornal provém do não cumprimento da distribuição da publicidade do Estado pela imprensa regional, pela má aplicação das verbas dos organismos e instituições do Estado que desperdiçam fundos em folhetos, cartazes, sacos de plástico em árvores, e outras formas de comunicação que em nada servem o propósito da informação ao público e prejudicam a imprensa no seu papel fundamental de informação independente do poder político e económico”, acusa, apontando ainda o dedo às políticas agressivas de descontos a preços de tabela que não têm contribuído para uma melhor saúde financeira do sector de imprensa. “Temos a noção, pelo que os nosso colegas falam, e pela publicidade que vemos na imprensa, que houve uma redução muito grande do investimento publicitário, mas temos a certeza que na publicidade existente o desconto comercial é ainda pior, rondando os 60 por cento”, afirma. Já Rui Paulo dá uma visão mais optimista no que toca à ‘sangria’ provocada pelos descontos, afirmando que o sector “conseguiu conter essa descida do preço”. “A partir de determinada altura os editores não desceram mais”, diz.
A diferença de ser local e regional
Com mais de 700 publicações de índole local e regional registadas na ERC, o administrador do Diário do Sul faz uma clara distinção entre comunicação social local (constituída por “pequenas publicações, de periodicidade mensal ou quinzenal, tiragens reduzidas e circunscritas às cidades onde estão sediadas”) e regional (que “cobrem o concelho ou a região, têm dezenas de trabalhadores, são de periodicidade diária ou semanal e as tiragens superam os cinco mil exemplares”). “Podem identificar-se em Portugal cerca de 20 publicações – nas palavras de Afonso Camões (Lusa) – que têm potencial de crescimento e que podem dinamizar todo o sector, com mais emprego para jornalistas, melhor qualidade dos jornais, produzir mais conteúdos e reafirmar a liberdade e independência política e económica do poder”, considera José Piçarra. E não está só nesta apreciação. Também para Rui Paulo, da Meio Regional, não se pode olhar para a imprensa regional como um bloco único, considerando que da panóplia de títulos existentes há “10 a 15 projectos de imprensa sólidos”, considerando que “a grande maioria das empresas de pequena dimensão por si só não representa a totalidade da imprensa regional” e que “grande parte do investimento está a ser canalizado para 10 a 15 projectos”. Para o responsável da agência de meios, o facto do sector ter poucos títulos com periodicidade diária não é necessariamente negativo, numa referência ao recente estudo do organismo regulador para a comunicação social que considerava que esse facto podia ser indiciador de falta de pluralismo, frisando que também em termos nacionais o número de diários não é abundante, e o mesmo se aplica aos semanários. “Agora é tempo de olhar a sério para os projectos, controlar os custos, melhorar a eficácia, de encontrar novas fontes de financiamento, de desenvolver novos modelos de distribuição. Não é altura de estarmos quietos. As empresas têm de olhar de dentro para fora”, considera o responsável da agência de meios.
“O momento actual é crucial para a imprensa regional e nomeadamente para os projectos que querem e têm potencial de crescimento, pois se podemos afirmar que para a imprensa local o panorama não se vai alterar – pois quem é pequeno assim continuará, porque não é afectado pela quebra publicitária ou de leitores e assinantes – e quem pertence a grupos de imprensa regional não vai sentir a crise pela absorção dos custos no conjunto da empresa”, diz, por seu turno, José Piçarra. “É a imprensa regional que quer expandir-se nos concelhos ou nas regiões, os jornais que querem mais jornalistas e que procuram mais produção de conteúdos de produção própria e aqueles que procuram maior isenção e pluralismo que estão a ser afectados, nos últimos anos com a redução do incentivo à leitura/porte pago, redução de publicidade do Estado, aumento de custos, taxas, e impostos”, argumenta o administrador do Diário do Sul. Para este responsável, a imprensa regional “só poderá crescer se o Estado decidir apoiá-la cumprindo a lei da publicidade institucional, desviando o restante investimento público dos suportes apenas publicitários para a imprensa, encerrando publicações públicas e autárquicas, tais como boletins e outros, se restringir os conteúdos informativos das autarquias em todas as plataformas, apoiar a distribuição de jornais aos assinantes em função da periodicidade e oferecer um incentivo de subsídio ao leitor à assinatura de jornais regionais, em resumo, deixar para a imprensa regional o papel da comunicação, promoção do Estado e autarquias nas regiões onde estão sedeadas”.
O que o futuro reserva a este sector?
Joaquim Emídio acredita na imprensa regional, sector que considera ter “todas as condições para se afirmar em tempo de crise”, afinal, “as histórias de sociedade aumentam quanto mais aumenta a fome, a miséria social e a discriminação”, temáticas que poderiam ser melhor trabalhadas pela imprensa regional.“Leio regularmente jornais espanhóis e franceses e quase metade da informação é sobre problemas com imigrantes ou sobre cultura e economia relacionado com o espaço europeu onde estamos integrados. Acho que se investe pouco e mal na imprensa regional nomeadamente neste capitulo”, afirma o director-geral de O Mirante. “E há por aí muita gente instalada que fala de boca cheia de liberdades e garantias mas que se portam como senadores do jornalismo quando não passam de assalariados. A maior parte deles não escreve uma boa história há anos. Custa-lhes puxar pelos neurónios. Vivem à sombra da falta de visão dos empresários e eles próprios sustentam-se e sustentam o sistema à espera da idade da reforma”, acrescenta o responsável. Talvez por isso o director-geral de O Mirante não se mostre muito preocupado com eventuais futuros encerramentos de títulos regionais, onde vê uma oportunidade de renovação do sector. “Quanto mais morrerem de velhos melhores jornais renascerão. A necessidade aguça o engenho. Há jornais cheios de vícios sem profissionais que jamais se renovarão. Têm que morrer para dar lugar aos novos, ou seja, à necessidade de criação de novos projectos. A revolução também se pode fazer sem sangue”, diz.
“Obviamente que acreditamos que mais alguns títulos venham a fechar”, afirma Filomena Morais, directora-geral da Publimpor, apontando esse potencial desfecho à situação da economia e das finanças de alguns dos títulos. “A imprensa regional é uma imprensa de sobrevivência. Enquanto certas estruturas estiverem à frente dos projectos vão levá-los os projectos até onde for possível”, diz Rui Paulo, da Meio Regional.
José Piçarra não ficaria surpreendido com notícias dando conta do encerramento de títulos regionais, já que alguns, diz, estão já “com a situação no limite com dívidas ao Estado e a terceiros”, o que é de lamentar pois, com o seu fim desaparece “parte da história do país verdadeiro”. Mas, ressalva, “encerram também projectos de imprensa regional que não eram mais do que formas encapotadas de publicações de publicidade com notícias misturadas que desfalcaram o mercado publicitário quer por ilusões gráficas ou de promessas de projectos impossíveis ou de tiragens fictícias”.
Multiplataforma, parcerias e a publicidade do Estado
Mas o que poderá ser feito para contornar os problemas que afectam este sector de imprensa? Rui Paulo acredita que determinados projectos já estão a preparar-se para dar o passo em frente e a “posicionar-se de forma a não estarem dependentes de um único produto: um jornal em papel”, sendo que “alguns estão preocupados em diversificar” para novas áreas, à semelhança da imprensa nacional, entrando em sectores como eventos, conferências e debates, “agilizando esse tipo de ofertas nas suas regiões”. “Este ano é muito importante para o próprio sector que terá de ter capacidade de se reinventar. Dentro do que é a sua realidade terá de fazer alguma coisa”, acredita. No caso da Meio Regional, empresa que desde Outubro passado deixou de fazer parte do universo da Lena Comunicação – através de um processo de Management Buy Out (MBO), concretizado por Rui Paulo, que comprou os restantes 75 por cento da empresa por um valor que se escusou a revelar -, a aposta passou por, em Junho, expandir a sua panóplia de serviços. A empresa de meios regional passou a representar, embora em regime de não exclusividade, a publicidade exterior da Publifunchal (Madeira) e a Açormedia (Açores), iniciativa que visou “aprofundar a relação com os meios, passando também a ser interlocutor dos restantes suportes que têm”, explicava na época ao M&P Rui Paulo. Isto porque a Meio Regional representa a venda de espaço para o Diário de Notícias da Madeira (da Empresa Diário de Notícias, detida a 60 por cento pelo grupo Blandy, proprietário da Publifunchal) e do Açoriano Oriental (da Açormedia) e, com esta iniciativa, adicionar ao seu portfólio 234 faces (quatro circuitos) no Funchal (inclui mupis, Look Vespas, Look Walkers e Look Cards) e 34 faces em Ponta Delgada.
“Não há soluções milagrosas para fazer funcionar o mercado. Tudo se fará no seu tempo”, comenta por seu turno Joaquim Emídio, que considera que o futuro do sector de imprensa regional poderá estar na adição de produtos multiplataforma. “Acho que com a televisão regional haverá mais descentralização e o mercado de trabalho será mais rico. Ninguém quer trabalhar fora dos grandes centros. Sem bons profissionais e sem uma boa escola de jornalismo de proximidade nunca haverá grandes projectos fora dos grandes centros de Lisboa e Porto”, acredita o responsável de O Mirante, que defende ainda parcerias com grupos de media. “Os grandes grupos serão os nossos melhores parceiros. Se não quiserem pior para eles. Já ninguém cresce fora de Lisboa e Porto. Com as parcerias os grupos só teriam a ganhar. Há condições para imprimir edições diferenciadas em papel. E este é só um exemplo”, diz. “O Mirante tem uma redacção de 13 jornalistas com variadas áreas de residência que vão de Vila Franca a Tomar. Fazemos o jornalismo mais caro do mundo e não temos parceiros para o rentabilizar. Mas que raio de país é este?”, questiona. Na calha, revela, depois da edição Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Vale do Tejo “temos prevista uma edição para o norte de Lisboa. E queremos a televisão regional. Por cabo ou seja lá como for uma televisão regional faz-nos falta”.
Planos de expansão também não faltam ao Diário do Sul. A “curto prazo e em parceria com a Vasp”, o título – um dos braços do grupo regional que detém uma rádio local e uma web TV – quer estar à venda em banca “em todo o distrito de Beja com especial destaque para o litoral Alentejano, colmatando a falta de imprensa regional na região, e passar a estar disponível diariamente em todo o Alentejo”, anuncia José Piçarra. O administrador do Diário do Sul enumera uma lista de obstáculos com que o sector se debate actualmente, como “a redução no apoio à distribuição que leva à redução de circulação paga de jornais regionais e à alteração da periodicidade dos mesmos de forma a reduzirem despesas, promovendo a imprensa gratuita sem controlo de tiragens dependente exclusivamente do poder económico e político”. E aponta soluções: A “classificação dos títulos regionais por circulação paga auditada pela APCT, por índice de leitura pela Marktest e apoio à distribuição consoante a periodicidade”. E o papel do Estado e da administração pública também não está isento de críticas, do seu ponto de vista. Piçarra fala em “critério duvidoso da publicidade do Estado, das instituições, das empresas públicas em plataformas de publicidade – a saber, pendentes de sacos de plástico, publicidade exterior, cinema, e muitas outras – que absorvem a maior parte do investimento publicitário retirando as verbas, inclusive as legalmente impostas à imprensa regional (12,5 por cento) – impedindo os meios de comunicação social de usarem todo esse investimento para a produção de informação, que depois é exigida em nome do interesse público, pelas mesmas entidades”. E, mais recente, a “tentativa de produção de informação que o Estado, as instituições, as empresas públicas e as autarquias têm vindo a produzir quer através de jornais, boletins, sites ou portais na internet, webTV, newsletter ou outros de forma a iludir o leitor de que está a ver, ler ou ouvir informação jornalística, quando não passa de propaganda política ou institucional”, alerta. “Pensamos não haver dúvida de que a medida correcta aqui a aplicar seria a proibição legal das entidades produzirem informação jornalística para todas as plataformas e de contratarem jornalistas profissionais e empresas de comunicação para esse fim”, propõe.
O M&P tentou obter um comentário da Lena Comunicação, um dos grupos mais relevantes em termos de imprensa regional, mas não foi possível.
– Retrato de um sector
Até 7 de Dezembro do ano passado estavam registadas na ERC 728 publicações periódicas de âmbito local e regional em Portugal Continental e Regiões Autónomas. Desse lote de títulos, apenas 2,5 por cento têm uma periodicidade diária, sendo que a maioria apresenta uma periodicidade mensal (37,5 por cento), seguida de semanal (29,4 por cento), quinzenal/bimensal (23,9 por cento) e, por fim, bissemanal, trissemanal e trimensal (2,5 por cento) e, “um total de 4,3 por cento das publicações são editadas exclusivamente online”, descreve o estudo A Imprensa Local e Regional em Portugal, realizado pela ERC e apresentado em finais de Junho. O facto de apenas uma ínfima parte dos títulos ser diário levanta algumas questões, como realça o estudo. No entender do organismo regulador, existirem apenas 18 diários regionais “dificulta o cabal cumprimento do papel que cabe à imprensa regional”, o que se torna “mais importante pelo facto de a imprensa nacional não favorecer a cobertura da actualidade local e regional e de ser escassa a existência de edições regionais dos diários nacionais”. Além de que, para o organismo regulador, “a cobertura jornalística da actualidade regional é um elemento essencial a uma democracia pluralista”.
O estudo também faz uma análise económico-financeira do sector, tomando por base as contas de uma amostra de 155 empresas relativas aos anos de 2006 a 2008. O cenário descrito não é animador. A maioria das empresas que constituem a amostra (40 por cento) apresenta um volume de negócios que não excede os 100 mil euros, “sendo muito reduzido o número de empresas cujo volume atinge o milhão de euros”. Uma percentagem elevada da amostra revela um tecido empresarial composto maioritariamente por micro-empresas (80 por cento) “cujo o volume de negócio não excede os dois milhões e o número de trabalhadores é inferior a 10”. Apenas 19 por cento são pequenas empresas e o restante (1 por cento) corresponde a empresas de média dimensão.
Trata-se de um “sector deficitário, o que é revelado por resultados líquidos negativos nos três anos analisados, além de um baixo desempenho pela maioria das empresas em termos de volume de negócios, facturação média, receitas e número de trabalhadores”. Efectivamente, entre 2006 e 2008 verifica-se uma diminuição do activo líquido e do capital próprio de 84 e 79 por cento, respectivamente, sendo essa descida mais acentuada a partir de 2007, realça o estudo. No período detecta-se igualmente um decréscimo das dívidas a curto-prazo (-20 por cento). Contudo, paralelamente as dívidas a terceiros de médio e longo prazo aumentam 92,5 por cento. Em 2006 a amostra obteve receitas de 121,3 milhões de euros, 126 milhões no ano seguinte, registando uma quebra em 2008 para os 124,4 milhões de euros. Os custos variaram entre 107,6 milhões de euros e 112,2 milhões de euros, tendo em 2007 atingido o valor mais elevado: 114,4 milhões de euros. Os custos com pessoal representam apenas 30 por cento, o que apesar de ser o segundo item mais elevado na estrutura de custos, são valores “relativamente baixos, o que significa que se trata de empresas com escasso número de trabalhadores, elemento indiciador de um menor grau de profissionalismo”. O EBITDA revela uma tendência de queda: em 2006 este situava-se nos 12,7 milhões de euros, fechando o triénio com 10,7 milhões de euros, o que representa uma queda de 15,5 por cento. E o mesmo sucede com o EBIT: de 64,7 mil euros em 2006, cai no ano seguinte para os 1.042.160 euros negativos e em 2008 fixa-se nos 1.340.007 euros negativos. Resultados que empurram o sector para resultados líquidos negativos de 5 milhões para 6,6 milhões de euros.