Como atrair jovens leitores para os jornais
Vários modelos do que está a ser feito internacionalmente para aproximar a juventude dos jornais foram apresentados no encontro promovido pela Wan-Ifra.
Elsa Pereira
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Grosso modo, ter-se-á convencionado que jornais e jovens não combinam. Ora, para contrariar o mito, grupos de media do mundo inteiro têm procurado encontrar estratégias para cativar leitores mais novos, desde a aposta no vídeo, passando pelas redes sociais ou através da adopção de uma atitude de “plena mentalidade jovem”. A Wan-Ifra (World Association of Newspapers and News Publishers) organizou um evento em Paris no qual reuniu especialistas oriundos de França, Irlanda, África do Sul, Noruega, Brasil, Polónia, Estados Unidos, Holanda e Coreia do Sul, que se dedicam a explorar mecanismos passíveis de tornar os jornais – tradicionais e digitais – mais relevantes para as audiências jovens.
“Se os leitores mais novos abandonarem os jornais e os jornais abandonarem os leitores mais novos, a sociedade democrática sairá prejudicada”, sublinha Aralynn McMane, directora executiva da área Young Reader Development na Wan-Ifra. “Nenhum outro meio, digital ou tradicional, consegue assegurar o nível de qualidade e de informação credível que os jornais garantem, e essa informação é um reduto essencial para a participação cívica, independentemente da plataforma de divulgação”, realça ainda a responsável. “Sem dúvida que as plataformas digitais se revestem de um maior potencial para as futuras gerações de leitores, mas esse desenvolvimento traz consigo a responsabilidade de assegurar que os jovens são instruídos no que diz respeito aos media e dotados de capacidade para estabelecer a destrinça entre a informação online que é credível e a que não é”.
Vários modelos do que está a ser feito internacionalmente para aproximar a juventude dos jornais foram apresentados no encontro promovido pela Wan-Ifra. O diário polaco Gazeta Wyborcza, a título de exemplo, enviou cerca de 25 jornalistas às suas antigas escolas no sentido de perceberem o que mudou em duas décadas. A experiência resultou numa série de artigos subordinados ao tema O Fim da Idade do Giz, que alertavam para as transformações digitais no ensino. Com esta iniciativa o jornal acabou por ser mentor da campanha nacional Escola 2.0, projecto que ajuda os professores a “entrar na idade digital”. Já na África do Sul, alunos do ensino secundário estão a ser encorajados para se envolverem activamente na construção das suas próprias notícias, através de câmaras de vídeo ou de telemóveis. A Vuselela Media, a Rhodes University e o Centro de Jornalismo Europeu patrocinam a causa, oferecendo ajuda para os estudantes publicarem o seu trabalho numa rede mobile pan-africana de partilha de conteúdos.
Na Holanda os alunos são incentivados para recolher notícias de jornais regionais da respectiva área de residência para depois misturarem com matérias da sua autoria, criando assim uma espécie de colagem online para o projecto digital da organização holandesa Nieuws in de klas (Notícias na Turma). Nos Estados Unidos, a Newspaper Association of America Foundation está a aumentar a sua intervenção no seio de escolas com alunos entre os 10 e os 13 anos, a propósito de um estudo que mostra que a criação de hábitos de leitura nestas idades contribui para que esses mesmos hábitos se conservem ao longo da vida.