O design, um designer do Porto
Depois de concluir a licenciatura em Design de Comunicação (1992), na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, regressei ao Porto com uma pergunta que me assolava:
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Depois de concluir a licenciatura em Design de Comunicação (1992), na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, regressei ao Porto com uma pergunta que me assolava: por que razão na “capital do trabalho”, do “móvel”, etc, ainda não surgiram, até à data, agências/ateliers na quantidade proporcional à fama das empresas nesta região. Durante alguns anos investi no conhecimento do tecido empresarial mas parte do meu tempo não foi gasto na matéria do design… mas a fazer “psicologia”. De facto, o tecido empresarial da região Norte não estava preparado para fazer investimento em design e só hoje começo a percepcionar a inclusão do designer na discussão dos aspectos produtivos e de comunicação. Enquanto designer optei, desde então, por um percurso na área da cultura, na relação com instituições culturais, municipais, editoras, museus. E hoje os meus clientes estão um pouco por todo o país.
Nos últimos anos, a internet e a “globalização” trouxeram para a superfície a discussão da contractualização de projectos a empresas não nacionais! Se no passado eu era crítico em relação às empresas que recorriam a entidades estrangeiras para a concepção de marcas, por exemplo, hoje essa crítica é paradigmática. Contudo, não escondo algum descontentamento quando lia notícias de logos e campanhas concebidas por estrangeiras em detrimento das nossas. Sendo o nosso mercado pequeno, e de peculiares hábitos, não penso que se possa dizer que exista no Porto um “centro” de design tal como se pode observar em Londres, Barcelona ou Nova Iorque. Desconheço que possam existir no Porto ateliers com a abrangência da Base de Bruxelas, a ORG de Nova Iorque, a Lust de Amesterdão ou a Bruce Mau de Toronto. Num mundo já saturado de concorrência, a projecção dos ateliers de design portugueses terá de ser feita pela firmação da identidade pessoal e regional dos projectos. As têndencias locais do design gráfico serão uma chave para a afirmação dos portfólios. E existe aquilo que eu podia denominar uma personalidade específica na nossa linguagem gráfica. A comunicação gráfica da Porto 2001, Capital Europeia da Cultura (na qual eu fui um dos designers colaboradores), foi um bom exemplo de como os designers portuenses, e nacionais, estiveram à altura da exigência criativa da programação. Sem eventos, pontuais ou cíclicos, sem empresas que apostem na comunicação como mote, sem práxis cultural, sem matérias ideacionais, o design não tem espaço para emergir e servir as suas múltiplas funções, uma delas, o de desencadear de acções em cadeia – de desencadear vitalidades e relações.