Rui Oliveira Marques
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Seul é durante este ano a Capital Mundial do Design. Não se trata apenas de um evento global mas sim do culminar do percurso de um país orientado para o design. A Coreia do Sul, sede de marcas como a Samsung, LG, Hyundai e Kia, tornou-se num case study de como a disciplina pode ser o motor de desenvolvimento de um país. O CEO da Capital Mundial do Design, Ken Nah, contava no Brasil que há décadas que o governo tinha começado a sensibilizar empresários e líderes de opinião para esta questão. Resultado: actualmente, pelo menos um filho de um grande empresário coreano é formado em design. O design transformou-se numa obsessão nacional. Por ano saem para o mercado de trabalho 30 mil novos designers, isto num país de quase 50 milhões de habitantes. “A Capital Mundial do Design não é apenas um evento para 2010. Usando 2010 como trampolim, é um trabalho que terá continuação para aumentar a consciência de design entre os cidadãos e melhorar a qualidade de vida até ao dia em que todos são designers”, disse.
A visão de Seul para a Capital do Design baseia-se no princípio Design para Todos, isto é, como o design pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas e contribuir para que a comunicação circule com mais facilidade. Desde a génese que o projecto quer funcionar como catalizador do desenvolvimento social, económico e cultural das cidades.
Além de várias exposições, conferências, feiras e estudos de âmbito internacional, vai ser implementado um campo de férias para crianças totalmente dedicado ao design. O centro de Seul passou este ano a albergar a World Design Plaza, desenhada por Zaha Hadid, que funciona como hub da disciplina para visitantes e habitantes da capital.
Por detrás desta dinâmica está o presidente da Câmara, Oh Se-hoon, que assumiu funções em 2006, e logo no início do mandato declarou que o design seria um “driver de crescimento” da economia da cidade, ao mesmo tempo que criava vários cursos associados à disciplina. Alguns especialistas comentam que o evento poderá permitir uma visibilidade internacional próxima da dos Jogos Olímpicos de 1988. Os primeiros resultados estão à vista. O New York Times escreveu: “Esqueçam Tóquio. Os aficionados do design vão agora para Seul”. A Wallpaper colocou a capital coreana como uma das cinco candidatas no seu Design Awards Best City 2010 ao lado de Berlim, Istambul, Nova Iorque e Roterdão. Nova Iorque foi a cidade escolhida, mas Chung Kyung-won, chief design officer do governo metropolitano de Seul, não hesitou em descrever a nomeação da sua cidade como “notável”. “A Coreia, o país mais conectado do mundo, é um verdadeiro trendsetter nas tecnologias da informação, mas o seu design é menos conhecido no cenário mundial. E olhem o que aconteceu. Seul quebrou esta longa percepção ao nível do design, tornando-se num porta-estandarte de design em linha com outras cidades de design avançado. É notável.”
O conceito de Capital Mundial do Design foi criado pela International Design Alliance e pela International Council of Societies of Industrial Design. A primeira edição ocorreu a título experimental em Turim, sede da Fiat. A cidade organiza desde então a Torino Design Week. Seul teve de disputar a localização do evento com o Dubai e com a Singapura. Em 2012 será a vez de Helsínquia, que desde 2005 acolhe uma Design Week. A Cidade do Cabo já entrou na corrida para albergar o evento em 2014.