Paulo Fernandes, CEO da Cofina Media
Notas soltas sobre o sector
Num especial dedicado aos grupos de comunicação social, o M&P publica uma série de artigos de opinião dos responsáveis dos principais grupos. Hoje é a vez de Paulo Fernandes, CEO da Cofina Media. Seguir-se-ão ainda Alberto da Ponte, presidente do CA da RTP, José Carlos Lourenço, administrador da Controlinveste, José Freire, COO da Impresa, José Luís Ramos Pinheiro, administrador do grupo R/Com e Olivia Mira, CFO da Media Capital.
Meios & Publicidade
El Corte Inglés fica azul, em combate contra cancro da próstata
Milk&Black reforça portefólio com 11 novos clientes
Humor de Madalena Abecasis no Natal da Sonae Sierra (com vídeo)
Nespresso e SharkNinja celebram Natal com David Beckham (com vídeos)
Amazon lança concorrente ao Temu e Shein
Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Os media têm vindo a atravessar, nos últimos anos, aquilo a que se costuma apelidar de tempestade perfeita. Além dos desafios que já se anteviam de mudança de paradigma com a ascensão do online e multimédia – e que os meios tiveram de acelerar face à rapidez dos avanços em termos de infra-estruturas de comunicações, – juntou-se uma crise económica sem precedentes e que permanece há mais de três anos.
Se por um lado, os meios têm de reforçar os seus investimentos nas plataformas digitais, por outro lado, o contexto económico reduziu para menos de metade uma das suas principais fontes de receita: a publicidade.
Daí que o grande desafio do sector passe por encontrar as melhores soluções para manter e reforçar a sua sustentabilidade. É esta sustentabilidade que garante que os media continuam a ser independentes e que não são capturados por outros interesses.
Na Cofina, apesar da quebra do mercado, temos mantido, num clima muito adverso a sustentabilidade dos diversos projectos e até investido em novos, de que é exemplo a CMTV, que em apenas um ano atingiu audiências muito acima do que antecipávamos.
Contudo, há que assinalar a total ausência de regras que protejam a imprensa escrita da agressividade comercial de outros meios que actuam em ambientes protegidos e licenciados. Portugal continua, apesar de tudo, a ser um País em que há mercados abertos e livres que convivem com “quintas” fechadas e de acesso condicionado. Enquanto assim for, não poderemos dizer que vivemos numa economia de mercado.
Ora, esta realidade impacta naturalmente o desenvolvimento sadio dos media, condicionando o acesso às diminutas receitas publicitárias.
Mas estes são os custos do contexto sui generis português, que, temos a expectativa possa vir a ser alterado, procedendo-se à liberalização do espaço televisivo de forma a libertar o País das amarras corporativistas.
Globalmente, os media deverão concentrar-se na criação de valor para o leitor, pelo qual ele está disposto a pagar. Um valor que deverá ser colocado diariamente e em multiplataformas ao dispor da conveniência desse mesmo leitor.
Entendemos também que deverá iniciar-se uma séria discussão sobre os direitos acoplados aos conteúdos criados, de modo a que estes não possam ser amplamente parasitados por terceiros.
Assistimos hoje a dois tipos de players: aqueles que criam conteúdos e aqueles que, sem pagarem qualquer direito ou sequer pedirem autorização, parasitam esses mesmos conteúdos, limitando-se a fazê-los ecoar. Esta é uma questão que virá a ser central, pois os custos tendem a ficar do lado de quem investe e pelo menos parte das receitas ficam do lado de quem os reproduz.
Esta questão, que numa primeira fase se situou apenas nos motores de busca, e que continua a não estar resolvida, está a alastrar para plataformas que tomam a liberdade de usar indiscriminadamente o todo ou parte dos conteúdos e os disponibilizam em outras plataformas, de forma completamente gratuita para o leitor.
É pois urgente regulamentar o uso e as condições em que conteúdos de terceiros poderão ser utilizados e com que fins.
Artigo de opinião de Paulo Fernandes, CEO da Cofina Media
Num especial dedicado aos grupos de comunicação social, o M&P publica uma série de artigos de opinião dos responsáveis dos principais grupos. Hoje é a vez de Paulo Fernandes, CEO da Cofina Media. Seguir-se-ão ainda Alberto da Ponte, presidente do CA da RTP, José Carlos Lourenço, administrador da Controlinveste, José Freire, COO da Impresa, José Luís Ramos Pinheiro, administrador do grupo R/Com e Olivia Mira, CFO da Media Capital.