SIC ajusta estratégia de ficção omnicanal e antecipa estreia de nova novela
As baixas audiências da telenovela “Papel principal”, uma das principais apostas da grelha de programação que a SIC apresentou em setembro, abalaram a estratégia de ficção omnicanal da estação, que […]
Luis Batista Gonçalves
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As baixas audiências da telenovela “Papel principal”, uma das principais apostas da grelha de programação que a SIC apresentou em setembro, abalaram a estratégia de ficção omnicanal da estação, que se viu obrigada a encurtá-la e a antecipar as gravações de um novo projeto ficcional, “Mar aberto”. No entanto, a produção, protagonizada por Carolina Carvalho, Ângelo Rodrigues, Margarida Vila-Nova e José Mata, vai continuar em antena, terminando apenas no primeiro semestre do próximo ano.
“Vamos estrear uma nova novela, mas vamos continuar com a nossa estratégia. Vamos afiná-la e vamos continuar a apostar naquilo que é a plataforma tradicional linear e também no streaming e, sempre que houver essa possibilidade, vamos relacionar as duas”, confirmou ao Meios & Publicidade Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, dona da SIC e da Opto, plataforma digital que também é uma das peças essenciais do novo posicionamento estratégico da estação.
Apresentada com pompa e circunstância, a telenovela “Papel principal” nunca alcançou as audiências esperadas. Houve dias em que não ultrapassou os 477.000 espetadores em horário nobre, enquanto a rival, “Festa é festa”, na TVI, chegava a atingir os 856.000. A diferença obrigou a SIC a encurtar a produção de 180 para 120 episódios. “Pensámos que poderia ter perto de 300. Tomámos a decisão de reduzir esse número. Foi uma decisão natural”, assume Daniel Oliveira, diretor de programas da SIC.
“Mostrámos arrojo e, sem arrojo, não se vai a lado nenhum”
Desenvolvido internamente pelo canal sem ser decalcado de qualquer modelo internacional, o projeto estratégico de ficção omnicanal assente no enredo de “Papel principal” foi uma jogada audaz que obrigou a SIC a reagir prontamente. “Vamos manter a estratégia. Vamos continuar a arriscar. Sabemos que os timings são muito importantes neste negócio. Agora, não é motivo para baixar os braços. Mostrámos arrojo e, sem arrojo, não se vai a lado nenhum”, defende Francisco Pedro Balsemão.
“Mostrámos também capacidade de responder e de reagir. Vamos continuar a ter este dinamismo e esta capacidade de sermos ágeis. Muitas vezes, as televisões tradicionais são consideradas mais lentas nalguns aspetos e o facto de termos demonstrado que temos essa capacidade de nos adaptar e de mostrar que o telespetador é rei, que é ele que manda, é fundamental”, refere. “Há produtos que têm um grande sucesso e outros que têm um sucesso mais relativo, o risco faz parte do negócio”, defende.
“Tivemos a humildade de perceber os sinais”
As baixas audiências de “Papel principal” surpreenderam Daniel Oliveira. “A qualidade artística está lá, [a telenovela] tem interpretações absolutamente extraordinárias. Temos um ótimo produto. Eu mantenho exatamente a opinião que tinha sobre o projeto”, assume o diretor de programas da SIC. “A decisão de o reduzir é tão válida como a de acrescentarmos mais meses às produções”, considera o responsável. “O que sentimos é que a novela chega de forma díspar aos diferentes públicos”, revela.
“Não tem um comportamento igual num horário de prime time que está altamente fragmentado. As pessoas, hoje, têm múltiplas opções. Os públicos que hoje ficam disponíveis para a TV generalista têm uma especificidade que temos de prever”, justifica o programador. “A novela chega a determinados públicos, mas, noutros, precisamos de outras soluções. Tivemos a humildade de perceber os sinais”, admite. “A faixa mais forte é precisamente a dos mais novos”, refere.
“Só que estes têm um comportamento mais oscilante”, lamenta. “Nos públicos mais novos e na Opto, é onde a novela tem o melhor desempenho. É um dos produtos mais vistos na nossa plataforma de streaming”, assegura. “A TV não está a perder público, pelo contrário”, garante. “Neste caso, o que vai acontecer é que vamos ter mais ficção em antena do que o que estava previsto, as duas novelas que temos atualmente e a que vai estrear, fazendo destes momentos oportunidades”, esclarece ainda Daniel Oliveira.