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Outono ‘quente’ na imprensa

Novembro é decisivo para a Trust in News e também para o Público, que prepara a apresentação de um novo plano estratégico. Há, porém, publicações que se reinventam e novos projetos em desenvolvimento

Luis Batista Gonçalves
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Outono ‘quente’ na imprensa

Novembro é decisivo para a Trust in News e também para o Público, que prepara a apresentação de um novo plano estratégico. Há, porém, publicações que se reinventam e novos projetos em desenvolvimento

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O momento é desafiante para a imprensa nacional. Com o investimento publicitário desviado para redes sociais, marketing de influência e ativações de marca, a situação financeira de jornais e revistas agrava-se.

Neste outono, que se revela ‘quente’ nas editoras, há novos projetos na forja e títulos que voltam ao mercado. Depois de renovar o Açoriano Oriental, o Global Media Group (GMG) apresenta, em 2025, um plano estratégico que contempla a reformulação de outros títulos.

A Notícias Ilimitadas também está a delinear uma estratégia que assegure a sustentabilidade financeira, numa altura em que gráficas históricas como a Diário do Porto, a Lisgráfica e a Printer estão em processo de insolvência.

O Independente regressa em 2025

Inicialmente previsto para 2024, o regresso de O Independente foi adiado para 2025. “A essência inicial do projeto mantém-se, mas vai ser muito mais pequeno do que eu idealizava, porque o financiamento que consegui ficou aquém do que eu esperava”, explica ao M&P Inês Serra Lopes, a última diretora da publicação, descontinuada em 2006.

A empresária relança o jornal integrada numa sociedade, que já não será a Ordem das Coisas, empresa que criou com o economista Pedro Melo, que abandonou entretanto o projeto.

O ‘novo’ O Independente será ‘online’ e virado para os jovens

“Pretendo fazer um jornal online, recuperando uma parte da tradição do jornalismo e de reportagem de O Independente, virado para um público mais jovem que, normalmente, não consome jornais”, refere Inês Serra Lopes, adiantando que “vai ser um semanário em vídeo, com várias páginas por semana, que só há de encher ao fim de dez a 12 edições”.

Trust in News em suspenso

Novembro é um mês decisivo para a Trust in News (TIN), dependente do resultado da candidatura ao Processo Especial de Revitalização (PER). A editora do empresário Luís Delgado tem de convencer o Estado, a quem deve €17,1 milhões, de que tem viabilidade económica.
Com uma dívida de €32,9 milhões e ordenados em atraso, fatura menos de €8 milhões, prevendo fechar 2024 com um prejuízo de €1,4 milhões.

De acordo com o Negócios, a TIN, que detém 16 órgãos de comunicação social e emprega 155 pessoas, propõe, na candidatura ao PER, o pagamento da dívida em 15 anos, com dois anos de carência, deixando a liquidação de 45% do valor para o último mês, em 2041.

As dívidas ao Estado, ao Fisco e à Segurança Social, seriam pagas em 150 prestações mensais, ao longo dos próximos 12 anos e meio. A regularização dos €488 mil que deve em salários e subsídios em atraso seria feita no prazo de um ano, refere a proposta.

À Impresa, a quem adquiriu uma lista de títulos e publicações que inclui Visão, Caras, Caras Decoração, Exame, Exame Informática, Activa, TV Mais, Prima e Telenovelas, por €10,2 milhões, em 2018, a TIN ainda deve €4,1 milhões.

Em 2023, a empresa faturou €11 milhões. Em 2024, não conta ir além dos €7,9 milhões, chegando a dezembro com menos 34 trabalhadores. A redução da massa salarial em cerca de €750 mil, associada à redução das instalações em Lisboa e no Porto, permite à TIN poupar €400 mil. Na sede do norte, o contrato de arrendamento será suspenso após o fim do prazo de vigência.

A 25 de outubro, numa tentativa de mostrar ao mercado que ainda não deitou a toalha ao chão, a TIN lançou uma edição especial da revista Prima dedicada à Madeira, dando destaque a empresas e marcas da ilha.

A Prima aposta numa edição especial dedicada à Madeira

No mesmo dia, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmava as penas de prisão de dois anos e um mês a Luís Delgado, Filipe Passadouro e Cláudia Serra Campos, gerentes da TIN, por um crime de abuso de confiança fiscal agravado, por dívidas fiscais acumuladas de €828 mil euros, à Autoridade Tributária e Aduaneira, em 2018.

Segundo o site informativo Página Um, que noticiou a sentença, além de existirem outros processos em curso, a empresa está sob gestão de um administrador judicial. Com o Estado a possuir 51,92% dos créditos, sendo que 12,98% são detidos por instituições financeiras, 33,62% por outros credores e 1,48% por trabalhadores, as próximas semanas são decisivas para o futuro da empresa, dependente da aprovação do PER.

“Este instrumento de gestão foi pedido após uma análise cuidadosa da situação financeira, com o objetivo de garantir a sustentabilidade e estabilidade a curto e longo prazo. Estamos confiantes de que esta decisão é a melhor para a TIN”, afirma Luís Delgado ao M&P, em maio, recusando-se agora a comentar a atual situação da empresa.

Global Media segue em frente

Até ao final do ano, o GMG, que acaba de renovar o Açoriano Oriental, apresenta um plano estratégico que contempla a renovação de outros títulos, ao longo de 2025.

“Além de os melhorar e modernizar para que possam corresponder às necessidades dos leitores, é fundamental demonstrar ao mercado de anunciantes que o seu investimento é muito mais relevante em meios de comunicação de qualidade do que em plataformas que, como temos visto, raramente cumprem as leis necessárias”, afirma Diogo Queiroz de Andrade, membro do conselho executivo do GMG.

Após a venda de nove marcas editoriais (TSF, Jornal de Notícias, Jornal de Notícias História, NTV, Delas, Notícias Magazine, O Jogo, Volta ao Mundo e Evasões) à Notícias Ilimitadas, ficando apenas com o Diário de Notícias, o Dinheiro Vivo, o Motor 24, a Men’s Health, a Women’s Health e o Açoriano Oriental, o GMG procura agora seguir em frente.

“Não é segredo que a imprensa vive um dos momentos mais desafiantes da história. Ainda assim, não é verdade que os portugueses leiam cada vez menos. Os índices de leitura são cada vez maiores e o consumo de informação não para de crescer”, afirma o responsável.

Tirar maior partido da tecnologia para aumentar a produtividade é outro dos planos. “A nível da produção, da distribuição e da comunicação, há muitas oportunidades para melhorar a prestação de serviços através de ferramentas digitais, como é o caso da inteligência artificial (IA), ainda que existam outras”, refere Diogo Queiroz de Andrade.

Feita em meados de outubro, a reformulação do Açoriano Oriental, o mais antigo jornal nacional, contempla um novo grafismo, novas colunas de opinião e uma nova organização, apostando em novas secções para se aproximar dos leitores.

A mudança acontece no âmbito do projeto editorial que a nova direção da publicação está a implementar para aumentar as vendas e que contempla a renovação da oferta digital, para melhorar o alcance, dentro e fora do arquipélago.

Em relação às dívidas aos 130 trabalhadores a recibos verdes, Diogo Queiroz de Andrade garante que “os compromissos estão regularizados”, desmentindo o número de colaboradores, avançado pela Lusa. “Há um conjunto variável de prestadores de serviços com quem temos relações mais ou menos regulares, mas nada que se aproxime dessa dimensão”, refere o responsável.

Revistas femininas em fases distintas

Nas revistas femininas, a agitação também é grande. Ao contrário da revista Prevenir, que não sobreviveu ao encerramento da House of Words (HOW), a Saber Viver conseguiu manter-se no mercado, pelas mãos da diretora, Tânia Alexandre, que criou uma editora, a Léxico Definido, para manter a publicação.

“Temos trabalhado muito para contornar as dificuldades do setor e temos conseguido. A revista tem conquistado novas marcas, sobretudo no setor de luxo, atraindo também uma nova geração de leitores, com conteúdos com os quais se identificam”, assegura a diretora da Saber Viver.

A Saber Viver tem conquistado novos anunciantes

Em sentido aposto evolui Cristina, a revista de Cristina Ferreira. Desde meados de 2018, altura em que as vendas caíram 49%, que o título tem tido dificuldades em atrair leitores. Nas últimas semanas, começaram a circular indicações que apontam para o encerramento da revista no início de 2025.

O M&P procurou confirmar a situação com a ‘publisher’, que é diretora de entretenimento e ficção da TVI e acionista da Media Capital, sem resposta, até ao fecho desta edição.

A comemorar 36 anos, a Máxima, que deixou de ser impressa em junho de 2020, passando apenas a ter uma edição digital, regressa às bancas, a 30 de outubro, com uma edição especial colecionável, com 290 páginas.

Com três capas, é vendida a €6,90. Os leitores que a quiserem adquirir com a oferta especial que a acompanha desembolsam €7,90. A publicação feminina do grupo Medialivre deu origem a um programa de reportagens e entrevistas no canal de televisão Now, no verão.

Jardins reinventa-se

Seis meses depois do encerramento da HOW, que editava a Jardins, Teresa Chambel, que mantém o título através da editora Sopa de Letras/SL Media, está entusiasmada com a evolução do negócio.

“No ‘print’, hoje, vive-se um dia de cada vez mas, por sermos a única revista do setor em banca, não houve grandes alterações. Os anunciantes ficaram todos connosco e entraram marcas novas. Em termos de vendas, os números também se mantiveram”, revela a CEO da Sopa de Letras.

A Jardins investe nas redes sociais para alargar a base de assinantes

Embora o preço de capa tenha subido de €3,90 para €4,20 por causa do aumento do preço do papel e dos custos de distribuição, não foi necessário reduzir as tiragens, que se mantêm nos 15 mil exemplares.

“O ‘print’ ainda tem um certo encanto e temos a sorte de fazermos muitos contratos [publicitários] anuais. Além de termos o digital a funcionar muito bem, fizemos muitas campanhas de assinaturas. Temos cerca de 400 assinantes. Fizemos, pela primeira vez, campanhas pagas nas redes sociais, que correram muito bem”, refere a ‘publisher’, que também edita a pH, revista de saúde de distribuição gratuita em farmácia, que foi reformulada no verão, passando a ter uma versão digital, site e redes sociais.

Notícias Ilimitadas reestrutura direções

A nova fase da Notícias Ilimitadas também tem servido para traçar um novo caminho. “As alterações [em curso] enquadram-se numa estratégia com vista a construir um projeto de comunicação social sustentável e a pensar no futuro”, justifica a empresa de media, que é detida pela Verbos Imaculados, em comunicado de imprensa.

Além de ter nomeado Inês Cardoso, ex-diretora do Jornal de Notícias (JN), para o cargo de diretora-geral editorial de todos os títulos do grupo de media, incluindo JN, TSF, Jornal de Notícias História, NTV, Delas, Notícias Magazine, O Jogo, Volta ao Mundo e Evasões, promoveu Vítor Santos a diretor do JN e Artur Madeira, ex-coordenador das redes sociais da empresa, a diretor digital adjunto.

Público prepara plano estratégico

À semelhança da Notícias Ilimitadas, o Público também está a preparar um plano estratégico para aumentar as receitas. Cristina Soares, administradora da Sonaecom, empresa que detém o jornal, anunciou que o documento será apresentado “em outubro ou novembro”, mas, até agora, ainda não foi tornado público.

A executiva garante, no entanto, que a estratégia em preparação não implica o avanço para uma reestruturação, noticia a Marketeer, citando um comunicado de imprensa da comissão de trabalhadores do Público, enviado à Agência Lusa.

A intenção é contrariar a atual tendência de quebra nas vendas e na publicidade. “A empresa está a analisar quais são as iniciativas possíveis para fazer face a essa realidade e qual será a melhor estratégia digital para assegurar o futuro do Público”, afirma a administradora da Sonaecom.

“As únicas pessoas a trabalhar com a administração no desenho deste novo plano estratégico são os membros da direção editorial”, refere Cristina Soares. O plano é desenhado após as receitas das edições em papel terem sofrido uma queda de €500 mil no primeiro semestre do ano, altura em que o número de subscritores digitais também desceu.

Blitz regressa às bancas

Novembro marca também o regresso às bancas do jornal musical Blitz. A edição especial comemorativa dos 40 anos do título está a ser delineada por Miguel Cadete, diretor da publicação da Impresa.

Em outubro, o grupo já tinha lançado o novo caderno Ideias do Expresso, uma das novas apostas editoriais do jornal, com artigos de opinião de Isabela Figueiredo, Rodrigo Guedes de Carvalho e Ricardo Dias Felner e análise de Henrique Raposo, Luís Pedro Nunes e Eugénia Galvão Teles.

Nos 40 anos, em novembro, o Blitz volta a ter uma edição em papel

Nos últimos anos, o semanário tem procurado reinventar-se para se aproximar dos leitores, estratégia que reforça em 2025. “Fechámos o primeiro semestre deste ano com uma circulação paga de mais de 85 mil exemplares, sendo quase 50 mil assinaturas digitais. Os portugueses não estão a ler cada vez menos. Estão é a ler de forma diferente”, avança ao M&P João Vieira Pereira, diretor do Expresso.

A falência de gráficas históricas
–––

As gráficas estão a ser arrastadas pelas dificuldades da imprensa em papel. A Diário do Porto é a última a falir, depois da Lisgráfica, que não viu o plano de viabilização aprovado, seguindo o mesmo caminho da Printer.

Fundada em 1832 para imprimir o jornal homónimo, a gráfica Diário do Porto está em insolvência. Apesar de ter como clientes empresas e organizações como a EDP, a Fundação de Serralves, a Casa da Música e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), deixou de ter viabilidade.

A Lisgráfica declarou falência após o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra, ter rejeitado o plano de recuperação da empresa, levando ao fecho da gráfica responsável pela impressão de publicações como o Expresso e a Visão, noticiou o Jornal de Negócios. A Lisgráfica, que empregava 110 funcionários, deve €78,7 milhões.

O processo de liquidação dos bens, em curso, implica o encerramento definitivo da atividade e a cessação dos contratos de trabalho.

Com uma dívida de €27,3 milhões, a Printer Portuguesa também faliu. O World Opportunity Fund (WOF), fundo sediado nas Bahamas que deteve títulos como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e o O Jogo, exige-lhe €2,8 milhões, €2,5 milhões pelo financiamento que lhe concedeu e €381 mil em juros.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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TikTok pode ser bloqueado nos EUA se não for vendido até 19 de janeiro

A rede social chinesa está cada vez mais próxima de desaparecer dos Estados Unidos, após um painel de juízes federais ter confirmado a lei que poderá levar à sua proibição

Um tribunal federal de recurso dos Estados Unidos acaba de rejeitar o apelo da ByteDance, empresa chinesa que detém o TikTok, contestando uma lei que proíbe a rede social no país, com base em preocupações de segurança nacional.

No seguimento da decisão de um coletivo de três juízes, que confirma a constitucionalidade da legislação, a ByteDance tem até 19 de janeiro para cortar totalmente os laços com a China ou será bloqueada nos Estados Unidos.

“A lei é o culminar de uma ação extensa do congresso e de sucessivos presidentes, cuidadosamente elaborada para lidar apenas com o controlo por parte de um adversário estrangeiro e faz parte de um esforço mais amplo para combater uma ameaça bem fundamentada à segurança nacional representada pela República Popular da China”, consideram os juízes, citados na Reuters.

Para evitar uma proibição, e uma vez que se tem recusado sempre a vender o TikTok, alegando, entre outras coisas, que uma venda seria bloqueada pelo Governo chinês, a ByteDance pode recorrer ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, em último recurso.

A decisão deixa o destino do TikTok nas mãos do presidente norte-americano Joe Biden, que tem de decidir se concede uma prorrogação de 90 dias do prazo limite de 19 de janeiro para forçar uma venda, e do presidente eleito Donald Trump, que toma posse a 20 de janeiro.

Não é, no entanto, claro se a ByteDance vai conseguir cumprir a exigência do Governo norte-americano e demonstrar que tem vindo a progredir na venda da empresa, que é o principal requisito para a prorrogação do prazo.

A empresa chinesa poderá contar, contudo, com um inesperado aliado. Donald Trump, que tentou, sem sucesso, proibir o TikTok durante o seu primeiro mandato em 2020, declarou antes das eleições presidenciais de novembro que não permitiria a proibição do TikTok.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Revista Cristina chega mesmo ao fim

Cristina Ferreira anuncia, numa publicação no seu perfil no Instagram, o encerramento da revista lançada em março de 2015. Desde meados de 2018, altura em que as vendas caíram 49%, que o título tem tido dificuldades em atrair leitores

A revista Cristina chega ao fim com a edição que chega às bancas a 6 de dezembro. Desde o final de outubro que estava em cima da mesa a hipótese de encerramento da revista de Cristina, conforme avançou o M&P na edição impressa de 1 de novembro.

Desde meados de 2018, altura em que as vendas caíram 49%, que o título tem tido dificuldades em atrair leitores.

Cristina Ferreira anuncia,  numa publicação no seu perfil no Instagram, o encerramento da revista lançada em março de 2015.

“(…) Esta é a última revista Cristina na sua edição normal (haverá uma surpresa no início do ano😜) e a que fecha um projeto do qual me orgulho muito. A seu tempo terei oportunidade de agradecer a tantos que o ajudaram a construir. Hoje é tempo de celebrar. Amanhã estará nas bancas e, como sempre, será a revista onde tudo acontece”.

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Apenas um terço dos marketers anteveem aumento de orçamentos

De acordo com o ‘Voice of the Marketer 2025’, do WARC, o vídeo online e as redes sociais são a prioridade em 2025, com 34% dos inquiridos a garantirem que já não investem em televisão e cinema. 35% vão gastar mais em construção de marca, face aos 38% mais focados em marketing de desempenho

Dois em cada três (65%) profissionais de marketing preveem que o mercado cresça em 2025, de acordo com o relatório ‘Voice of the Marketer 2025’, do World Advertising Research Center (WARC). A análise revela, no entanto, que 72% dos inquiridos consideram que tudo depende das condições económicas.

O relatório, que tem por base inquéritos a mil marketers a nível mundial, indica que apenas um terço (34%) dos inquiridos considera que os orçamentos de marketing aumentem em 2025, comparativamente aos 41% no mesmo inquérito, em 2023. Contudo 44% dos profissionais de marketing acreditam que os orçamentos sejam mantidos.

Segundo a análise do WARC, alguns marketers vão continuar a dar prioridade ao crescimento a longo prazo em 2025, com um terço dos profissionais de marketing (35%) a preverem um aumento do investimento em construção de marca e 38% a anteverem um aumento da aposta no marketing de desempenho.

O vídeo online e as redes sociais vão liderar a prioridade dos investimentos no futuro próximo, com 34% dos inquiridos a afirmarem que já não investem em televisão e cinema, em oposição a apenas 5% no que respeita ao vídeo online e às redes sociais. O relatório salienta, no entanto, que estudos recentes da Ebiquity, da Lumen e da Thinkbox, demonstram que os meios de comunicação tradicionais superam os canais digitais em termos de atenção e eficácia.

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O papel e a cor como suportes de arte

O objetivo da Renova é precisar a arte como território da marca, que leva o papel higiénico preto e vermelho em visita privada no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, orientada por obras com estas cores

Catarina Nunes

Entrar no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, depois de as portas terem sido fechadas ao público, remete imediatamente para o imaginário de filmes como ‘Noite no Museu’ ou ‘O Caso Thomas Crown’ – este último, nas mentes mais no limite do conceito de ‘aventura’.

Porém, na ativação de marca fora de horas da Renova, que traz cerca de 30 convidados para uma visita privada a parte do acervo colecionado pelo Barão Heinrich Thyssen-Bornemisza e o seu filho Hans Heinrich, não há animais empalhados a ganhar vida nem o roubo de uma pintura, perpetrado por um bilionário excêntrico.

Durante a próxima meia hora, uma historiadora de arte irá conduzir os convidados entre as várias salas vazias, no museu situado no distrito de arte madrileno. A pedra de toque com a Renova? Em cada uma das sete obras destacadas, o preto e o vermelho são as cores predominantes, fazendo a ligação ao mais recente lançamento da marca de papel ’tissue’, o papel higiénico de face dupla, preta e vermelha, enquanto suporte de arte.

“O objetivo da ativação é precisar um território de marca em Espanha, onde estamos há mais de 25 anos. Temos feito muita comunicação aqui, mas aquilo que pretendo é que seja uma marca criativa e ligada à arte e à criatividade, em Espanha não é tão visível como é em Portugal ou em França”, explica Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, em declarações ao M&P, o único meio nacional convidado a estar presente.

Convidados das artes e da moda

Entre os 30 convidados que vão chegando à entrada do Thyssen perfilam-se personalidades locais ligadas à arte, à moda e aos interiores, em que se destacam, Carolina Herrera, diretora criativa e filha da estilista venezuelana com o mesmo nome, e Xandra Falcó, membro da direção da Círculo Fortuny, associação de marcas de luxo espanholas.

Os portugueses baseados em Madrid, Verónica de Mello, curadora, e Francisco Faria, modelo, criador de conteúdos digitais para marcas de luxo alinham do lado da comitiva nacional, lado a lado com Francisco Torres, arquiteto de interiores, e elementos da equipa da Renova em Portugal e também de Espanha.

“Na criação de marca em um determinado país, trabalho que nunca está acabado, é importante fazer este tipo de ativação junto de um público em que não o fazemos habitualmente, em Espanha. O mundo também tem mudado muito e agora temos de fazer muito mais coisas com influenciadores”, justifica Paulo Pereira da Silva.

A descoberta do preto e vermelho na coleção Thyssen passa pela obra de Piet Mondrian, entre outros artistas  Foto Beatriz Osorio

A visita começa por uma pintura de Ernst Kirchner, ‘Rua com Prostituta de Vermelho’. A historiadora de arte que conduz a visita recorda que a existência da cor, presente na natureza, é anterior ao ser humano. “A começar pelo vermelho do sangue, inerente ao nascimento. É o primeiro pigmento de cor usado na arte rupestre, com o preto e o castanho. O vermelho vem do ocre, que se julga que vem do amarelo, mas é definido em função da quantidade de óxido de ferro”, explica.

Paulo Pereira da Silva chega ao vermelho do papel higiénico Rouge et Noir de outra forma, depois de já ter criado o primeiro papel higiénico preto, lançado mundialmente em 2005. “Tenho um fascínio pelo Japão e pelas lacas pretas de um lado e vermelhas do outro, com aquela sofisticação japonesa e apenas duas cores. Isto com o brilho da laca, é elevar a sofisticação, na simplicidade e minimalismo. Pensei em conseguir fazer um papel que fosse assim”, recorda o CEO da Renova.

Sucesso Rouge et Noir

Atualmente, o papel preto por fora e vermelho por dentro, vendido dentro de uma caixa de oferta, é o produto mais luxuoso da marca. “O nosso maior mercado é a China, onde é vendido no TikTok e na internet, com entrega no mundo inteiro. Não está no ‘mass market’, provavelmente estará em lojas ou em hotéis de quem compra na nossa loja online”, refere Paulo Pereira da Silva.

Em paralelo com a moda e outras expressões de criatividade, a arte é parte da identidade da Renova, nomeadamente através da Renova Art Comissions, que encomenda projetos a artistas. Paulo Pereira da Silva aponta como o primeiro nesta área o trabalho com o fotógrafo de moda Jean François Jonvelle, com imagens de rostos a preto e branco e o conceito ‘Renova Cuida de Si’, utilizados numa campanha publicitária em Portugal.

Mais tarde, entrega uma tarefa semelhante a Peter Lindbergh, cujo trabalho resulta em outra campanha publicitária, apresentada numa das primeiras ModaLisboa que a Renova patrocina, há cerca de 20 anos. “Ter ido buscar fotógrafos a França teve a ver com a marca. Quando cheguei à Renova fiquei à frente da parte comercial e de marketing e quis ter uma visão internacional da marca, de alguém que já tivesse trabalhado com várias marcas”, justifica.

O CEO da Renova diz que o objetivo da ativação é precisar um território de marca em Espanha  Foto Beatriz Osorio

Na ligação à arte em Espanha, o CEO quis fazer diferente daquilo que faz em Portugal. “Estamos num país que tem uma vida artística e social muito forte e viva em Madrid. Queria fazer alguma coisa ligada à cor, que é característica pela qual somos muito conhecidos. Foi o Raul Romero [relações públicas da Renova em Espanha] que teve a ideia da visita ao Thyssen com ligação à cor”, refere.

A visita já existe, criada pela agência de viagens de luxo personalizadas Nuba España, mas agora é adaptada para a Renova, com as obras selecionadas pelo Thyssen. À pintura de Kirchner com a qual arranca a visita, somam-se as de Piet Mondrian, Max Beckmann, Willem de Kooning, Palma el Viejo, Peter Paul Rubens e Jean-Honoré Fragonard.

A ativação segue para o Horcher, restaurante inaugurado em 1943, junto ao parque Retiro. Paulo Pereira da Silva justifica a escolha por ser “um clássico que está a inovar e a tornar-se ‘fashion’, que é o percurso que a Renova fez”. Aqui, o espaço é igualmente moldado à imagem do conceito que orienta a noite da Renova no Thyssen.

A cor vermelha domina o ambiente, na iluminação e arranjos de flores, nos guardanapos Renova impressos com pinturas do Thyssen, a par de guardanapos com desenhos e citações de artistas, como Le Corbusier, Maria Dolores Pradera e Cristóbal Balenciaga, replicados pela mão da caligrafista e ilustradora espanhola Mariana Valdecasas Solís.

Precisar o território Renova

Paulo Pereira da Silva salienta que esta ativação não é determinada por um contexto específico do mercado em Espanha. “As marcas para estarem presentes precisam de comunicar, senão não existem. A Renova pretende ter um território muito preciso, que tem de ser construído continuamente. Aqui não é tanto uma questão comercial de estar a vender o produto, é um trabalho de precisão na construção da marca”, argumenta.

A marca está construída. Porém, a perceção que tem não é aquela que quer que venha a ter, como tem em Portugal. “Até agora, comunicámos muito em Espanha, em televisão, revistas, ‘outdoor’ e autocarros nas principais cidades, e continuamos”. A questão é que “com um produto de grande consumo, o trabalho de marca tem de ser feito. A marca para existir tem de existir, as pessoas têm de ver o logótipo e os produtos”, defende.

A partir daqui, acrescenta, há a necessidade de precisar qual é o território da marca. “Ser uma marca histórica em Portugal é muito diferente de estar em outro país, em que esse conhecimento não é tão claro. O que temos feito na Coreia do Sul, começou logo por ser fora de hipermercados, onde não estamos, para trabalhar a marca como algo de muito diferenciado, com ações deste tipo com instalações em museus”, aponta.

A ativação no restaurante Horcher segue o conceito cromático da visita ao Thyssen  Foto Beatriz Cardoso

Esta é uma estratégia de criação de uma perceção de marca mais elevada, para lá do aspeto funcional associado ao papel higiénico, por territórios onde já está em Portugal. “A Renova era uma marca conhecida, mas quando começámos a trabalhá-la, na cabeça das pessoas, era uma fábrica de papel”, recorda Paulo Pereira da Silva.

A estratégia em Espanha vai continuar, com uma vertente de ‘cobranding’. “Começámos há uns meses, na Feira de Sevilha, uma parceria com a Inés Domecq que tem a marca IQ, que agora tem uma área de ‘home’ numa vivenda em Madrid, onde vende os produtos dela e também os nossos, em ‘cobranding'”, avança.

Paulo Pereira da Silva revela que, durante o evento no Thyssen e no Horcher, surgiu a ideia de o criador de conteúdos Francisco Faria fazer algo durante a próxima feira Art Basel, em Miami. Já em Portugal, “gostava de partilhar o nosso acervo artístico, as muitas instalações que fizemos com artistas e que estão guardadas na Renova. Na fábrica estamos a criar um espaço para o fazer e provavelmente vamos fazê-lo também em museus”, remata.

* a jornalista viajou a convite da Renova

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Dita Agência conquista comunicação digital do Imovirtual

A agência é responsável pela estratégia digital, produção de conteúdos e gestão das redes sociais da plataforma de imóveis, incluindo Instagram, Facebook, e LinkedIn, numa altura em que o Imovirtual assume uma nova imagem (na foto)

A Dita Agência assume a gestão da comunicação digital do Imovirtual, com o objetivo de fortalecer a presença online da plataforma de imóveis em Portugal. A parceria surge num momento de viragem da plataforma, que assume uma nova imagem.

“É muito gratificante, para uma agência como a nossa, que se reinventou há menos de um ano, conseguir um projeto desta dimensão e a confiança de uma marca como o Imovirtual, a maior referência dos portugueses no sector imobiliário. Curiosamente, iniciámos a parceria na altura em que o Imovirtual também se transformava, pelo que partilhamos do mesmo ‘mindset’: a serenidade de uma longa experiência e a garra de quem ainda tem tudo para dar”, diz Mariana Figueiredo, diretora geral da Dita Agência, citada em comunicado de imprensa.

A agência é responsável pela construção da estratégia digital e a gestão das redes sociais da Imovirtual, incluindo Instagram, Facebook, e LinkedIn. A produção de conteúdos, abrangendo textos, fotografia, vídeo e design, para os canais digitais da plataforma de imóveis está também a cargo da Dita Agência, bem como o desenvolvimento e atualização dos conteúdos para o blogue do Imovirtual.

“Não estávamos em busca somente de uma agência e sim de um parceiro estratégico para juntos mostrarmos o potencial do novo Imovirtual de forma humana, divertida e informativa. Já temos ótimos resultados e muitos feedbacks positivos da nova estratégia e isso prova que estamos no caminho certo”, salienta Sylvia Motta Bozzo, gestora de marketing do Imovirtual e OLX Imóveis.

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Marcas do Porto materializam a cidade através dos cinco sentidos

A exposição ‘Porto. e as marcas da cidade’ (na foto) integra produtos desenvolvidos especialmente para a ocasião, que materializam as experiências sensoriais que a cidade do Porto desperta. Casa da Música, FC Porto, Castelbel, Arcádia e Mesh são as marcas que representam a Invicta

A Câmara Municipal do Porto apresenta no edifício dos Paços do Concelho uma exposição de projetos de marcas icónicas da cidade, desenvolvidos em resposta ao desafio de criarem produtos ou experiências que materializem as experiências sensoriais que o Porto desperta.

De entrada livre e patente até 3 de janeiro de 2025, a exposição ‘Porto. e as marcas da cidade’ parte de uma representação da cidade através dos cinco sentidos, com produtos criados pelas marcas Casa da Música, FC Porto, Castelbel, Arcádia e Mesh, e com um cariz imersivo e experiencial. A caracterização sensorial do Porto foi feita a partir da análise das respostas das marcas participantes, a partir do formulário ‘Open Call’, na sequência do décimo aniversário da marca Porto, com o objetivo de lançar novas representações da cidade.

“Como seria cheirar o Porto? Prová-lo? Aliás, ouvi-lo? Ou, então, tocá-lo e olhá-lo nos olhos? Como é sentir a cidade com os cinco sentidos bem despertos? Foi com base nas respostas a estas perguntas que o município convidou cinco marcas portuenses a desenvolver produtos que traduzam a Invicta através do olfato, paladar, visão, audição e tato”, refere a Câmara Municipal do Porto em comunicado de imprensa.

A Casa da Música, que tem sido responsável por elevar o panorama cultural do Porto, ficou encarregue de explorar uma melodia que desperte o sentido da audição no contexto citadino. Por ser um dos atores locais de maior relevância social e económica, o FC Porto foi convidado , por sua vez, a representar a Invicta através de imagens.

Por seu lado, a Castelbel, com fragrâncias inspiradas nos vales idílicos do Douro, produziu um artigo que personifica o ‘cheiro’ do Porto. A Arcádia, símbolo da doçaria da cidade desde 1933, elaborou uma iguaria que remete para o que a Invicta representa, e a marca de joias Mesh concebeu uma peça com a textura mais associada à cidade.

 

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IPG compra empresa de ‘retail analytics’, vende agência de design e é alvo de especulação

Com a compra da Intelligence Node, o objetivo é obter dados especializados em comércio eletrónico e ‘retail media’. A alienação da Huge à empresa de capitais privados AEA Investors terá como motivo as dificuldades do IPG com os seus ativos digitais

O Grupo Interpublic (IPG) está a comprar e a vender empresas. Acaba de adquirir a Intelligence Node, que atua em ‘retail analytics’ e consultoria de comércio eletrónico para marcas, enquanto a Huge, agência de design e tecnologia, é vendida à empresa de capitais privados AEA Investors. O IPG tem sido também alvo de especulação, nos últimos dias, devido a uma eventual proposta de compra por parte do Publicis Groupe, que entretanto foi desmentida.

A Intelligence Node, cuja aquisição está avaliada em cerca de 100 milhões de dólares (€94,6 milhões), incluindo custos de integração, trabalha para ajudar marcas e retalhistas a compreender as tendências dos compradores e a impulsionar as vendas, fornecendo-lhes dados para que possam tomar decisões informadas, em áreas como o desenvolvimento de produtos, marketing e vendas.

“Vemos aqui uma oportunidade estratégica em ter ativos de dados especializados em comércio eletrónico e ‘retail media’, sobretudo quando falamos sobre um setor que está a crescer rapidamente e que deverá continuar a prosperar”, salienta Philippe Krakowsky, CEO do IPG, citado no The Wall Street Journal.

No que diz respeito à venda da Huge, os termos do acordo não foram divulgados. O IPG tem referido em alguns relatórios de resultados que os seus ativos digitais têm enfrentado dificuldades, sendo esse o principal motivo da alienação da agência de design e tecnologia. O objetivo da AEA Investors, por seu lado, é fundir a Huge com a Hero Digital, consultora norte-americana de experiência do cliente.

Além dos negócios com a Intelligence Node e a Huge, o IPG tem sido alvo de especulações nos últimos dias. Um artigo publicado no blogue britânico de finanças Betaville dava como certo que o Publicis Groupe estaria a preparar uma potencial oferta de compra do IPG. Fontes próximas de ambas as ‘holdings’, no entanto, desmentem essa hipótese, com o próprio blogue que publicou a notícia a descrever, mais tarde, a possível aquisição como uma informação “mal cozinhada”.

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Prémios Marketing M&P estão de volta. Conheça o júri e inscreva-se

O júri da 11ª edição dos prémios de marketing (na foto) é presidido por Fernanda Marantes e composto por Ana André, Daniel Redondo, Francisco Pinto Coelho, Joana Pinto, João Seabra, Maria Miguel Calado, Miguel Ralha, Patrick Stilwell, Ricardo Sacoto Lagoa, Rui Freire, Rui Silva, Teresa Oliveira e Vasco Teixeira-Pinto

A cada nova edição dos Prémios Marketing M&P, as questões que impactam o setor do marketing, comunicação, relações públicas e publicidade confluem cada vez mais, tendo como urgência o foco na personalização das mensagens e o melhor uso das tecnologias e dos dados disponíveis nas várias etapas.

Na definição de estratégias e respetiva execução, as marcas priorizam a criação de conteúdos e de experiências autênticas e ajustadas às necessidades e expectativas individuais. Isto é ditado pela evolução do comportamento do consumidor, que espera interações personalizadas, em tempo real e em vários canais. E sem esquecer a conexão emocional, que exige o recurso a ‘insights’ profundos, que toquem positivamente o coração e as crenças dos consumidores, levando-os a preferir (e comprar) um produto ou serviço em detrimento de outro.

Com este ponto de partida, as marcas têm de definir e seguir estratégias que superem os obstáculos e que tirem o melhor partido da informação que conseguem recolher e utilizar, sejam dados de consumidores ou ‘insights’. As regulamentações de privacidade, porém, estão mais restritivas e os públicos fragmentados por múltiplas plataformas, nomeadamente digitais, onde as redes sociais e os criadores de conteúdos reinam na capacidade de acesso e de influência sobre milhões de pessoas.

Outra vertente que emerge é o equilíbrio entre o propósito da marca e os resultados. É ponto assente que os consumidores valorizam marcas que têm valores mais elevados do que a mera venda e que os alinham com práticas sustentáveis, aplicadas às estratégias de marketing.

Por isto, as metas de curto prazo (vendas e ROI) precisam de estar equilibradas com os objetivos de construção de marca, que alguns estudos internacionais têm indicado que estão a ser relegados, e mal, para segundo plano.

Entre outras vertentes, que também impactam o setor, este é o pano de fundo dos trabalhos a concurso na 11a edição dos Prémios Marketing M&P, que o júri irá avaliar. A tarefa está entregue ao júri presidido por Fernanda Marantes (Havas Media Group) e composto por Ana André (Leroy Merlin Portugal), Daniel Redondo (Licor Beirão), Francisco Pinto Coelho (Akt Creative), Joana Pinto (PepsiCo), João Seabra (Visa), Maria Miguel Calado (Starcom), Miguel Ralha (BAR Ogilvy), Patrick Stilwell (Dentsu Creative), Ricardo Sacoto Lagoa (Sociedade Ponto Verde), Rui Freire (Initiative/IPG Mediabrands), Rui Silva (BBDO), Teresa Oliveira (Mindshare) e Vasco Teixeira-Pinto (NOSSA).

A entrega de prémios aos vencedores será feita em data a anunciar. Até lá, reveja aqui os vencedores da edição anterior.

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DAZN assegura direitos de transmissão gratuita do FIFA Club World Cup 2025

O acordo marca o início de uma parceria mais ampla entre a DAZN e a FIFA, que vai incluir a integração da FIFA+, biblioteca de momentos e jogos completos da FIFA, bem como resultados em direto, na plataforma de ‘streaming’ da DAZN

A DAZN acaba de assegurar os direitos de transmissão exclusivos do FIFA Club World Cup 2025. O acordo permite à plataforma de entretenimento desportivo a transmissão, em direto e gratuita, dos 63 jogos da competição, que reúne 32 dos melhores clubes do mundo, com a possibilidade de sublicenciamento para canais televisivos em sinal aberto nos mercados locais.

A parceria começa com o sorteio da competição, que será transmitido em direto pela DAZN a partir de Miami, a 5 de dezembro. O evento revelará os adversários da fase de grupos das 32 equipas participantes. O acordo marca o início de uma parceria mais ampla entre a DAZN e a FIFA, que vai incluir a integração da FIFA+, biblioteca de momentos e jogos completos da FIFA, bem como resultados em direto, na plataforma de ‘streaming’ da DAZN.

“Este acordo histórico com a FIFA é um marco na nossa trajetória para sermos a plataforma de entretenimento de eleição para os adeptos de desporto em todo o mundo. Estamos entusiasmados por ter os direitos exclusivos desta nova era do futebol de clubes a nível mundial, marcando o início de uma relação de longo prazo com a FIFA e reforçando o nosso estatuto como a casa do futebol. Estamos empenhados em garantir que cada fã possa acompanhar todos os momentos desta competição de clubes de topo”, declara Shay Segev, CEO da DAZN, citado em comunicado de imprensa.

O FIFA Club World Cup 2025, com início a 15 de junho de 2025, no Hard Rock Stadium, em Miami, será disputado em 12 estádios nos Estados Unidos ao longo de 29 dias, culminando com a final no MetLife Stadium, em Nova Iorque, a 13 de julho de 2025.

“É com enorme satisfação que anuncio que a FIFA, em parceria com a DAZN e a FIFA+, trará o melhor do futebol de clubes de forma gratuita para todo o mundo, permitindo que todos os adeptos possam assistir aos melhores jogadores dos 32 melhores clubes a competir pelo primeiro título de ‘Campeões Mundiais de Clubes FIFA’. Através deste acordo de transmissão, milhares de milhões de adeptos de futebol em todo o mundo vão poder assistir gratuitamente ao torneio de clubes mais acessível de sempre”, refere Gianni Infantino, presidente da FIFA.

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Um em cada cinco dólares de publicidade fora da China vai para a pesquisa Google

Com um valor total previsto de €188,2 mil milhões em 2024, a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’ do WARC Media

Um em cada cinco dólares (22,1%) gastos em publicidade fora da China é pago à Google pelos seus serviços de pesquisa, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’, do World Advertising Research Center (WARC) Media. A análise revela que o negócio de pesquisa da Google tem contribuído, com uma média de 1,3 pontos percentuais, para o crescimento anual dos gastos com publicidade a nível mundial durante os últimos dez anos.

No entanto, segundo o relatório do WARC Media, essa contribuição abrandou após a pandemia, devido ao crescimento de outros canais de anúncios digitais, como as redes sociais (+19,3%) e a ‘connected TV’ (+19,6%), que registam um crescimento mais acelerado em 2024. O público mais jovem, por exemplo, está a utilizar cada vez mais plataformas como o TikTok e o YouTube para procurar produtos e serviços.

O ‘retail media’ (+18,0%) em particular, está a afetar diretamente o crescimento do mercado de anúncios de pesquisa, com muitos dos formatos utilizados pelas redes de ‘retail media’ a fornecerem funcionalidades semelhantes às da pesquisa. Contudo, com um valor total previsto pelo WARC Media de 197,7 mil milhões de dólares (€188,2 mil milhões), em 2024 (+13,0% em termos anuais), a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China.

Esta quota de mercado é o que leva o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Colúmbia a decidir que a Google detém um monopólio efetivo no mercado da pesquisa. Uma posição que alegadamente utiliza para fazer acordos por defeito com os fabricantes de dispositivos e navegadores, de modo a limitar a concorrência. Com a atual incerteza em relação às consequências práticas da decisão do julgamento, o WARC Media prevê para o negócio de publicidade da Google um crescimento de 9% em 2025 e de 7%, em 2026.

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