Google recua e mantém cookies publicitários no Chrome
“Tomámos a decisão de manter a nossa abordagem atual de oferecer aos utilizadores a escolha de aceitarem ou rejeitarem os cookies de terceiros no Chrome”, declara Anthony Chavez, vice-presidente da Privacy Sandbox da Google

Daniel Monteiro Rahman
Cinco anos após dizer que iria eliminar os cookies de terceiros, a Google anuncia esta terça-feira que os vai manter no navegador Chrome, naquela que é uma inversão completa do plano da tecnológica.
A empresa anuncia que este ano também não vai lançar uma opção de autoexclusão no Chrome – funcionalidade que permitiria aos utilizadores optarem por não serem seguidos pelos anunciantes.
“Tomámos a decisão de manter a nossa abordagem atual de oferecer aos utilizadores a escolha de aceitarem ou rejeitarem os cookies de terceiros no Chrome”, declara Anthony Chavez, vice-presidente da Privacy Sandbox da Google, em comunicado de imprensa, acrescentando que “não vamos lançar uma nova opção de autoexclusão para os cookies de terceiros”.
No início do ano, a Google refere que iria introduzir uma opção ‘anti-cookie’, após ter enfrentado vários desafios para reinventar a publicidade digital sem rastreamento. A decisão da Apple, em 2020, de limitar o rastreamento no iOS, sistema operativo dos iPhones, causa uma grande perturbação no setor publicitário, mas a intenção da Google de eliminar os cookies – também em nome da privacidade – ameaçava ter um impacto ainda maior.
No entanto, esta medida não recebe tantos elogios como a Google teria esperado. Os críticos receiam que a eliminação dos cookies possa prejudicar os anunciantes e as empresas de media, ao mesmo tempo que beneficia o próprio negócio de publicidade da Google. Em 2022, a Autoridade da Concorrência e dos Mercados do Reino Unido começa mesmo a questionar os planos da Google. Após anos de negociações, a Google não consegue satisfazer o regulador.
“À medida que nos envolvemos com o ecossistema, incluindo editores, programadores, reguladores e a indústria publicitária, tornou-se claro que existem perspetivas divergentes sobre as alterações que podem afetar a disponibilidade de cookies de terceiros”, conclui Anthony Chavez, no comunicado que anuncia a decisão.