Quem se destacou em 2023 e o que as agências antecipam para 2024
Chegou aquela altura do ano em que os holofotes se viram para as equipas que mais se destacaram nas áreas da criatividade, meios, design, comunicação e produção. Os responsáveis de […]
Sónia Ramalho
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Chegou aquela altura do ano em que os holofotes se viram para as equipas que mais se destacaram nas áreas da criatividade, meios, design, comunicação e produção. Os responsáveis de cada agência fazem um balanço do ano que chega agora ao fim e planeiam novos objetivos para o próximo ano. Saiba o que estão a planear as agências que mais se destacaram em 2023.
Criatividade
Bar Ogilvy
Miguel Ralha: “Para 2024, desejo que a criatividade nacional continue a mostrar lá fora que somos do melhor que há no mundo”
Em destaque nos Prémios da APPM como Melhor Agência de Publicidade, Miguel Ralha, chief executive officer da Bar Ogilvy, confessa que os vários projetos realizados em 2023 “deixam-nos orgulhosos do caminho que fizemos e confirmam que a criatividade continua a ser o principal motor na construção e valorização de uma marca. Foram projetos marcantes, com resultados confirmados e premiados em vários festivais: Agência do Ano APPM, Grande Prémio APPM, vários prémios Eficácia, M&P e shortlist em Cannes e Eurobest”. Para 2024, “já temos garantido que será mais um ano de grandes incertezas do ponto de vista económico, político e social. O mercado publicitário continuará o seu caminho, com especial enfoque nas estratégias digitais, personalização de conteúdos e integração de novas tecnologias, como a inteligência artificial e a realidade aumentada. A Bar Ogilvy continuará a fazer da criatividade o motor para que todos estes desafios sejam alcançados. Para 2024, desejo que a criatividade nacional continue a mostrar lá fora que somos do melhor que há no mundo”.
Dentsu Creative Portugal
Lourenço Thomaz: “Estivemos e estamos no topo da criatividade mundial, mas queremos voltar a fazer tudo outra vez, mas com novas ideias”
Este foi um ano em grande para a Dentsu Creative Portugal, que fez a dobradinha do Grande Prémio e Agência do Ano nos Prémios Design M&P e nos Prémios Criatividade M&P, tendo estado em destaque nos Prémios CCP e no Festival de Cannes. Para Lourenço Thomaz, CCO da Dentsu Creative Portugal, o balanço de 2023 “é muito positivo em termos de prémios. Em Cannes ganhámos quatro Leões, um de Ouro e três de Bronze com três campanhas diferentes e ainda tivemos oito shortlists. Fomos a Agência Mundial do Ano nos Cresta Awards, ganhámos um Grand Clio nos Clio Sports, fomos a 3ª agência no ranking dos ADCE 2023, tivemos uma campanha MEO que recebeu mais de 60 prémios internacionais, fomos distinguidos no D&AD, The One Show, LIA, Epica ou Eurobest. Em termos nacionais, fomos Agência do Ano nos Prémios Criatividade M&P, tendo ganho o Grande Prémio em 2023, também fomos distinguidos em outros Festivais Nacionais, como os Prémios Eficácia, CCP e Branded Content Awards. Dentro do grupo Dentsu, fomos a agência mais premiada da EMEA (Europe, Middle East e Africa) e uma das três mais premiadas do mundo. Ficámos muito satisfeitos com as ideias que tivemos, mas não só. Ficámos muito contentes com a produção dessas campanhas, com os cases e com a maneira como toda a agência se envolveu nesses trabalhos. Finalmente, as pessoas todas, todas mesmo, perceberam que isto é um trabalho de equipa, que envolve toda a agência e não é só a ideia de alguns”. Para 2024, as perspetivas “são muito boas, mas sabemos que, com tudo que ganhámos, a responsabilidade é ainda maior. Tanto internamente, como para o mercado, que agora espera ainda mais de nós. Mas essa pressão é boa. Só nos faz trabalhar ainda mais e exigir mais de nós próprios. E penso que é isso que falta a Portugal em termos de criatividade: temos ideias brilhantes, mas exigimos pouco de nós, temos pouca ambição. Na Dentsu Creative Portugal, estivemos e estamos no topo da criatividade mundial, mas queremos voltar a fazer tudo outra vez, mas com novas ideias. Uma agência é tão boa quanto a sua última ideia. Para isso, temos de trabalhar muito e é o que temos feito. Temos campanhas que podem vir a ser muito premiadas em 2024, tanto a nível nacional como internacional, mas isso só acontecerá se não tiramos o foco dos clientes e das marcas que trabalhamos. Para nós, não existe maior satisfação e sensação de dever cumprido que ver as nossas marcas ao lado de tubarões que investem centenas de vezes mais do que elas. E só assim interessa, sem os clientes ganharem não vale a pena”.
FCB Lisboa
Edson Athayde: “Para 2024 queremos ser mais felizes do que em 2025 e menos do que em 2026”
Em destaque no Festival de Cannes com um Leão de Prata pela campanha “(RE)Constituição Portuguesa”, Edson Athayde, CEO e creative director da FCB Lisboa, confessa que estão “em pleno processo de reinvenção da agência, o que é extremamente motivante. Chegaram novas contas, novas marcas, novas pessoas à equipa, além de os próprios clientes mais regulares ao longos dos anos estarem, também eles, a passar por períodos de transformações e lançamentos. No que toca aos prémios, foi mais um ano incrível. Entrámos num período sabático, onde deixámos de participar de premiações nacionais, mas lá de fora vieram Grandes Prémios, Ouros, Pratas e Bronzes dos mais importantes festivais do mundo. Realmente, não podemos reclamar da vida”. Para 2024, querem ser “mais felizes do que em 2025 e menos do que em 2026. Acho que é um sonho grande, mas dentro de um tamanho possível”.
Leo Burnett
Steve Colmar: “Um ano marcado por três pilares: cultura, comunidade e consultoria”
Em destaque no Festival de Cannes com as campanhas “Golden dates” e “LX tattoos”, Steve Colmar, executive creative director do Publicis Group, confessa que 2023 foi um ano marcado por três pilares: cultura, comunidade e consultoria. “Assegurámos o foco no produto criativo, colaborámos em todas as esferas para pôr ideias de pé e respirámos o negócio dos clientes como se fosse nosso. Um plano a longo prazo, que teve grandes frutos este ano. Dentro e fora de Portugal, o foco no produto é o que move a cultura da Leo Burnett. É o que mantém o nosso critério atual, que coloca as equipas em constante evolução e que alimenta a partilha entre as agências da network. Voltámos de Cannes com campanhas premiadas e vimos o nosso produto e as nossas pessoas reconhecidos no One Show, ADCE, festivais nacionais, Young Lions e Portfolio Night. Tudo é fruto dessa cultura, que aposta numa criatividade local amplificada por uma comunidade global. Em 2023, fomentar colaborações locais também foi importante. Co-criamos com parceiros em meios de comunicação, produtoras e outras expertises. Por outro lado, a Leo Burnett acaba por aproveitar o potencial do próprio Grupo Publicis. Não é raro vermos criativos a colaborar com data scientists, estrategas com produtores, accounts com planeadores de meios. Sempre que cooperamos, o produto sai a ganhar. Por fim, tivemos um ano repleto de projetos de consultoria de comunicação e marca. São trabalhos que pedem um conhecimento profundo da realidade dos clientes, e que unem a nossa força estratégica – data-driven – a uma criatividade capaz de concretizar planos. O nosso eixo de consultoria é um espelho da visão que temos para Leo”. Quanto a 2024, começou no final deste ano. “Recebemos em Lisboa o Global Product Committee (GPC) da Leo Burnett Worlwide. É o “creative council” da network, um evento que reúne os líderes criativos globais, onde o foco é o produto que tem sido produzido pelas nossas agências no mundo. Numa indústria que, historicamente, é vista no setor de serviços, o GPC é um diferencial importante. Para nós, um anúncio de TV ou um plano de comunicação recém-apresentado são outputs tangíveis do nosso trabalho. São, de facto, produtos. E no GPC temos a oportunidade de alargar a conversa sobre o que temos feito para os clientes e as suas marcas em Portugal. Recebemos feedback sobre trabalhos, numa lógica de learn & reapply para próximas campanhas, e apresentamos projetos work in progress, onde é possível intervir e acrescentar valor às ideias antes de serem lançadas. Este GPC lançou as bases estratégicas e criativas para 2024. Sejam em trabalhos que já estão na rua ou que ainda vão estar. O que um fórum deste calibre traz à agência é a aprendizagem, visualizar novos caminhos, novas formas de criar ou de implementar. O plano para 2024 é seguir consolidando a nossa visão para a Leo. Foco na cultura criativa, colaboração com a nossa comunidade local e internacional, e uma conexão simbiótica com os clientes. Tudo para o que o produto esteja sempre a evoluir”.
O Escritório
Tiago Canas Mendes: “Será mais um ano de transformação. Estamos em mudança de espaço”
Eleita Agência do Ano nos prémios do Clube da Criatividade de Portugal e Agência Criativa nos Prémios Eficácia, Tiago Canas Mendes, co-founder d’O Escritório faz um balanço muito positivo de 2023 porque “continuamos a criar e a produzir campanhas que mexem com as pessoas e com o negócio dos clientes. Sempre foram os dois índices de sucesso mais relevantes para nós e, enquanto os conseguirmos atingir, será sempre um ano positivo. O facto de termos sido Agência do Ano no Festival do CCP e nos Prémios Eficácia (pelo quarto ano consecutivo) parece-nos ser a prova de que exigência estratégica e criativa produz resultados”. Quanto a perspetivas para 2024, Tiago Canas Mendes confessa que “desde 2011 que estamos sempre a mudar e este será mais um ano de transformação d’O Escritório. Desta vez, físico. Dadas as solicitações de clientes e o crescimento da equipa, estamos em processo de mudança de espaço. Em nome da cultura da agência – e assumidamente em contraciclo com a tendência de teletrabalho – decidimos apostar num espaço despretensioso, mas inspirador, para onde todos queiram voluntariamente vir trabalhar. Além disso, em 2024, vamos continuar a reforçar a aposta no digital, ampliando a equipa e a capacidade de produção de conteúdos digitais”.
Uzina
Susana Albuquerque: “Espero que o ânimo vença o desânimo, e refiro-me ao ânimo de todos”
Em destaque como Melhor Agência nos Prémios CCP, Susana Albuquerque, diretora criativa executiva da Uzina, classifica 2023 como um ano difícil. “Para a maioria das pessoas, foram meses de aperto financeiro e isso fez-se sentir na redução dos investimentos dos clientes. Foi também um ano de desânimo, marcado pela continuação da guerra na Europa, pela instabilidade na política nacional e pelo agravamento do conflito israelo-palestiniano. Creio que foi um ano conservador, de pouco investimento, pouca inovação e pouco atrevimento. Ainda assim, foi um ano de consolidação para a Uzina e reforçámos a relação com a maioria dos clientes. Tivemos bons resultados em festivais e foi um ano de new business. Aqui, gostava de destacar que já existem novas formas de fazer new business no mercado, remuneradas, com um pequeno número de agências, às vezes até só com apresentação de credenciais e orçamento. Mas, infelizmente, continuam a existir concursos não remunerados, que são anulados ou aos quais não se dá resposta depois de as propostas serem entregues”. Para 2024, deixa mais um desejo do que uma expetativa: “espero que o ânimo vença o desânimo, e refiro-me ao ânimo de todos. Só com ânimo conseguimos surpreender, inovar e fazer coisas extraordinárias. Também espero que o new business encontre estas novas formas de acontecer, menos ruinosas para as agências”.
The Walt Disney Company Portugal
Luís Fernambuco: “No ano em que a Disney celebra 100 anos, temos motivos para festejar”
Vencedora do Grande Prémio nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções & Inovação em Media pela campanha ABCLGBTQIA+, criada em colaboração com a agência Stream and Tough Guy, bem como do Grande Prémio CCP, Luís Fernambuco, diretor-geral da Walt Disney em Portugal, faz um balanço muito positivo de 2023. “No pay TV, reforçámos a posição de liderança, tendo crescido tanto em quota de mercado, como em audiência média. Os canais lineares da TWDCP representam cerca de 9% do total do consumo televisivo em Portugal, 20% se considerarmos apenas o pay TV, e tivemos vários canais a marcar máximos históricos de audiência em 2023. Continuamos a ter uma posição de destaque em todos os géneros onde atuamos – entretenimento, documentários, canais infantis e de culinária – pelo que dificilmente poderíamos estar mais satisfeitos pelos resultados alcançados”, confessa. Adicionalmente, “a nossa equipa comercial continua marcar tendências em formatos inovadores, tanto no branded content, como nos eventos, enquanto o trabalho das equipas criativas e de marketing continua a ter o reconhecimento da indústria a nível nacional e internacional. Só este ano, as nossas equipas receberam mais de 20 prémios em várias campanhas e projetos, com destaque para dois Ouros no Promax Global Excellence, três Ouros no Promax-BDA Europe e o Grande Prémio do Clube da Criatividade de Portugal. Em relação ao Disney+, não parámos de crescer e, em três anos, somos o segundo serviço de streaming com maior notoriedade em Portugal. Tudo isto é o resultado não só do trabalho da nossa equipa, mas da constante colaboração com os parceiros no mercado, nomeadamente operadores, clientes e agências. No ano em que a Disney celebra 100 anos, temos motivos para festejar”. Para 2024, a principal novidade é a chegada das novas marcas Star dos canais de entretenimento. “Esta novidade enche-nos de otimismo pois reforça o compromisso da TWDCP com o presente e, sobretudo, com o futuro dos nossos canais lineares em Portugal. Estamos orgulhosos pelo trabalho desenvolvido na criação desta nova identidade gráfica, já que foi liderada pela equipa em Portugal, em colaboração com agências portuguesas, e será implementada em todos os canais de entretenimento da Disney na Europa, Médio Oriente e África. A nova marca representa uma continuidade e o compromisso perante os fãs, espectadores e parceiros de que continuaremos a emitir as séries e filmes preferidos, na mesma posição onde sempre os viram. Vamos manter a distribuição e o posicionamento no mercado, mas com ainda mais brilho”.
Para João Ribeiro, managing partner da Stream and Tough Guy, as várias distinções que a campanha ABCLGBTQIA+ obteve “são gratificantes, já que se trata de um trabalho que aborda uma temática que é muito especial para nós. Esta campanha ensina que, através da simples vontade de querer saber mais, nunca é tarde demais para aprender”.
This is Pacifica
Filipe Mesquita: “As novidades começam já no início de 2024”
Em destaque no Festival de Cannes com um Leão de Prata, Filipe Mesquita, creative director da This is Pacifica, classifica 2023 como “um ano desafiante e exigente, mas, para sermos justos, também recompensador e memorável”. Vamos por partes. “Foi desafiante porque testou a nossa capacidade estratégica no desenvolvimento de projetos com contextos e características contrastantes, como o caso da Cultural Affairs, uma marca cultural que serve de umbrella a todas as unidades criativas do artista Vhils, ou o lançamento do rebranding da Egor, em que tivemos a oportunidade de reposicionar e reenergizar uma marca B2B de referência na gestão de talentos. Foi exigente porque, no final de 2023, a Pacifica obteve a primeira certificação em EcoDesign de uma empresa criativa em Portugal. Um processo que demorou quase um ano, com trabalho contínuo, escrutínio da metodologia e definição de uma prática de design responsável e consciente ao impacto de futuros projetos com clientes e marcas que querem participar num movimento de transformação. Por último, foi recompensador e memorável porque conquistamos um Leão de Prata no Festival de Cannes com o projeto editorial desenvolvido para a empresa de Real Estate Primosfera. São razões mais do que óbvias para celebrar e recordar 2023”. E as novidades começam já no início de 2024, com a apresentação do projeto global “desenvolvido para a The Walt Disney Company Portugal revelando a nova marca Star, que vai substituir todos os canais FOX nos canais de cabo. Este projeto exigiu mais de dois anos de desenvolvimento e inclui mais de 2000 peças abrangendo sete canais temáticos de televisão. No primeiro trimestre do ano, vamos apresentar o trabalho criado para uma nova editora de livros, apresentar novos rótulos para um vinho de referência no mercado português, destacar um projeto inovador na área da construção e arquitetura e participar num projeto que contribui para transformar as nossas cidades “from grey to green”.
Meios
Arena Media
Rodrigo Albuquerque: “Vai continuar a ser um ano de crescimento e de grandes eventos”
Vencedora do Grande Prémio nos Prémios Eficácia com a campanha “Temos de falar sobre NOS”, Rodrigo Albuquerque classifica 2023 como um ano desafiante “pelo contexto adverso que a Europa e o mundo vivem em termos políticos e económicos, e que não deixa de impactar a economia e o setor. Apesar de tudo, o mercado publicitário continuou a crescer em 2023 e isso refletiu-se na performance da Arena Media. Por um lado, as marcas que trabalhamos encontram-se em setores-chave da economia, extremamente concorrenciais, e em que é fundamental manter uma ligação forte e próxima com os consumidores. Por outro lado, foi um ano interessante em novo negócio, conquistando marcas relevantes. Foi também um ano de consolidação do processo de transformação digital que temos vindo a fazer, para responder aos desafios, fruto do crescimento do digital em termos de investimento, do aparecimento contínuo de novos players e de desafios estratégicos que o digital trouxe ao nível de viewability & attention, privacy & brand safety, social commerce & retail media e o desaparecimento das cookies, entre outros. Esta tem sido uma área de grande foco e investimento do Havas Media Network e da Arena Media, no desenvolvimento e integração de equipas e soluções ligadas à compra programática, SEO, performance, data & analytics, sempre com o objetivo de aportar as melhores soluções ao nível da comunicação digital de marca e as soluções mais eficazes na maximização de KPI de negócio dos clientes”. Para 2024, acredita que vai continuar a ser um ano de crescimento e de grandes eventos, que acabam por “impactar a aposta em comunicação de muitas marcas. Por um lado, teremos grandes acontecimentos desportivos, como o Europeu de Futebol e os Jogos Olímpicos de verão, bem como o Rock In Rio, que irão impactar os investimentos de muitas marcas. Em relação aos meios, a transformação que o meio exterior está a sofrer, fruto do aparecimento do estudo de audiências, as alterações provocadas pelos concursos de Lisboa e Porto, bem como o foco na digitalização e disponibilização de oferta em programmatic podem continuar a ser um motor de crescimento em 2024. O digital vai continuar a ser um foco de crescimento no mercado, com o contínuo aparecimento de novas soluções, seja a connected TV ou publicidade em novas plataformas (streaming)”.
OMD
Bernardo Rodo: “2024 será mais um ano impulsionado pela inovação”
Vencedora do Prémio Agência de Meios dos Prémios APPM, Bernardo Rodo, managing director da OMD, destaca que, em 2023, “o mercado da publicidade em Portugal foi de crescimento moderado, com tendências e evoluções resultantes da adaptação às mudanças de comportamento do consumidor, impulsionadas pela pandemia e transformação digital em curso. Foi visível um maior equilíbrio entre o investimento em plataformas digitais e marketing de influência, com uma componente de conversão e um esforço de notoriedade nos meios tradicionais, com uma aposta crescente em conteúdos. As questões sociais e ambientais continuaram a influenciar as estratégias de publicidade e uma atuação mais ética e responsável. A personalização e a experiências foram uma prioridade, com a utilização de data e tecnologia cada vez mais relevantes. Apesar da volatilidade económica, o setor da publicidade teve uma atuação resiliente”, defende. “A OMD é a agência de meios líder em Portugal, com provas dadas na capacidade de inovação e transformação. Nos últimos dois anos, foi nomeada agência de meios do ano pelo Clube de Criatividade de Portugal e pela APPM e Agência Digital do Ano pelo SAPO. O reconhecimento da indústria é importante como demonstração das nossas capacidades e resultados alcançados para as marcas. As agências têm um papel cada vez mais estratégico e consultivo no suporte à decisão de negócio dos clientes. Esta evolução é possível através da compreensão dos desafios específicos de cada marca e integração de competências técnicas através de equipas multidisciplinares”. Na sua perspetiva, “2024 será mais um ano impulsionado pela inovação. A tecnologia continuará a desempenhar um papel importante nas estratégias de marketing, impulsionadas pela necessidade de as marcas se relacionarem com os consumidores em ambientes digitais cada vez mais imersivos e de forma transversal aos vários meios, como a televisão e o out-of-home. As tecnologias emergentes, como inteligência artificial (IA), cloud e realidade aumentada, vão ter uma atuação cada vez mais visível. As questões sociais, ambientais e éticas vão continuar a dominar a agenda das empresas. Num cenário económico de mudança e instabilidade, a flexibilidade e agilidade das marcas serão cruciais para que tenham êxito. As áreas de commerce e performance vão exigir a integração de novas competências técnicas, data e automação de decisão e desenvolvimento de novos serviços e produtos para os anunciantes”.
Havas Media
Rita Amzalak: “2024 vai continuar a convocar-nos para um trabalho conjunto entre marcas e agências”
Em destaque como Agência de Meios do Ano nos Prémios M&P Criatividade 2023, Rita Amzalak, managing partner da Havas Media, refere que 2023 foi um ano “que começou bem e acabou diferente. Começou com uma perspetiva de evolução e, numa curva de crescimento, termina com transições e sinais de que a media está cheia de vitalidade. O mercado cresceu acima das melhores estimativas, num ano em que os media nos apresentaram alterações e evoluções (por exemplo, o crescimento no DOOH e o seu lançamento na compra programática, o áudio e vídeo streaming a trazerem mais e novas opções para as marcas, a melhoria na oferta de formatos no consumo de TV não linear, mais opções de compra assistida no digital, entre outras transições). Os avanços na aplicação da IA na comunicação, juntamente com os crescentes desafios na criatividade, estão a levar-nos para novas experiências de media. Novos anunciantes e marcas a comunicar e muitos prémios ganhos em festivais internacionais e nacionais, são outro indicador da dinâmica positiva que a media continua a mostrar. No centro destas evoluções está um consumidor, cada vez mais capacitado, a testar estas transformações e a dar um feedback cada vez mais imediato às marcas”. Para Rita Amzalak, “todas estas evoluções transitam para o novo ano, juntamente com uma grande expetativa de as podermos explorar e integrar, de forma relevante e eficiente, na comunicação das marcas. O contexto global – social, económico e ambiental – já está a exigir-nos esforços e contributos, e as marcas estão a desenhar planos para conseguir dar respostas alinhadas. 2024 vai continuar a convocar-nos para um trabalho conjunto entre marcas e agências, para mantermos o consumidor no centro e orientado para um bem maior e coletivo. Acreditamos em mais um novo e bom ano para todos”.
Initiative
Rui Freire: “Vai ser mais um ano desafiante e que saberemos ser ágeis e flexíveis para continuarmos a ser a referência no sector”
Eleita Agência de Meios do Ano nos Prémios Eficácia, Rui Freire, managing director da Initiative, classifica 2023 como um ano de consolidação de crescimento. “Após a pandemia e a recuperação em 2021, 2022 e 2023 foram anos de reforço do serviço que prestamos aos clientes, seja através de novas competências em termos de recursos humanos (RH), seja através de serviços adicionais que acrescentam valor ao que já fazíamos. Este nível de serviço e o foco em sermos muito eficazes em todos os investimentos que fazemos das nossas marcas e em obtermos o máximo ROI proporcionou-nos, pelo segundo ano consecutivo, ser a Agência do Ano nos Prémios Eficácia. É um motivo de orgulho e que nos traz a sensação de dever cumprido para com as marcas que trabalhamos e às quais estamos gratos por continuarem a confiar em nós”. Para 2024, Rui Freire acredita que vamos continuar a assistir ao crescimento das áreas digitais “e uma maior integração de tecnologias emergentes, nomeadamente a IA generativa”. Em termos tecnológicos, “antecipa-se o surgimento de novas tecnologias e ferramentas que irão impactar o marketing digital, nomeadamente através dos avanços de IA, realidade aumentada e soluções mais avançadas de análise de dados potenciada através de machine learning. Também vamos ter um maior foco na sustentabilidade, estando a Initiative a incorporar práticas sustentáveis nas estratégias e planeamento, de forma a fazer o walk the talk para minimizarmos a pegada de carbono. Espera-se um aumento nas práticas de segurança de dados e uma maior ênfase na transparência nas práticas de recolha e uso dos mesmos. A dinâmica do trabalho remoto pode continuar a evoluir, impactando a colaboração e a cultura dentro das agências. À medida que as necessidades do mercado mudam, espera-se que as agências invistam na formação de talentos com skills multifuncionais e adaptáveis. Vai ser mais um ano desafiante e que saberemos ser ágeis e flexíveis para continuarmos a ser a referência no sector e uma verdadeira extensão das equipas de marketing dos clientes”.
Mindshare
Teresa Oliveira: “Vamos continuar a trabalhar para um mundo onde a publicidade é mais eficaz e relevante para as pessoas”
Vencedora do Prémio Agência de Meios do Ano no Festival de Cannes, Teresa Oliveira, managing director da Mindshare, classifica 2023 como um ano de grandes desafios, mas com um saldo muito positivo. “Na minha estreia na liderança da Mindshare, tenho motivos para celebrar. Fomos reconhecidos, em Cannes, como Media Network of the Year. É um orgulho fazer parte desta Purple Family around the world. Também por cá fomos reconhecidos pelo nosso trabalho. Gosto de olhar para ele como um impulsionador de crescimento do negócio dos nossos clientes através de estratégias e conteúdos únicos. Isto é good growth. A par de tudo isto, ainda conquistámos novo negócio, grande parte apenas com visibilidade para o mercado em 2024”, um ano em que “a IA vai estar ainda mais presente no nosso dia a dia. Estamos preparados para tal. Recentemente, apresentámos novidades no evento Marketing e Comunicação na era da Inteligência Artificial do GroupM no WPP Campus. Vamos continuar a trabalhar para um mundo onde a publicidade é mais eficaz e relevante para as pessoas, seja a destacar-nos no mercado da atenção ou no nosso compromisso com as métricas ESG”.
Design
Graficalismo
Cesária Martins e Sebastião Teixeira: “A nossa maior expectativa para 2024 é colocarmo-nos ainda mais fora de pé”
Vencedora do Prémio Melhor Estúdio de Design nos Prémios CCP, Cesária Martins e Sebastião Teixeira, diretores criativos do Graficalismo, começam o balanço de 2023 com uma pergunta: “o que têm em comum um filme de animação feito com mais de 99 meias únicas, uma ciclo-oficina comunitária, um escritório de 6000 m2, um jogo de mobile onde só se salta, um bar falante e um livro construído como um fato? Nós respondemos. São alguns dos trabalhos que desenvolvemos este ano e que outros profissionais e colegas acharam merecedores de prémios em Portugal e na Europa”. Para 2024, “tal como costumamos dizer, o nosso foco é em nada em particular. Nesse sentido, a maior expetativa para 2024 é colocarmo-nos ainda mais fora de pé. Podendo não soar muito profissional, sabemos que é nesse sítio que fazemos coisas especiais e são os projetos que nos atiram para o desconhecido que queremos perseguir. Design gráfico, design de interiores, print, moda, tipografia, animação, estamos in. Caro(a) leitor(a), se tem uma marca, um negócio ou apenas uma ideia louca que precisa de ajuda, contacte-nos. Somos as pessoas certas para levar delírios a bom porto”.
Comunicação
Adagietto
Miguel Moreira Rato: “Em 2024, queremos uma Adagietto ainda mais próxima, confiante, surpreendente e estratégica”
A agência liderada por Miguel Moreira Rato foi eleita a Agência de Comunicação do Ano dos APPM Marketing Awards. “No ano passado, por esta altura, por sermos uma das agências mais premiadas do mercado, perguntaram-me sobre expetativas para 2023. Comentei que o mote era “deixarmo-nos de m****s. Em 2023, queremos continuar a olhar para projetos de comunicação com uma visão holística, sem rótulos e sem preconceitos. Queremos continuar a ser ágeis e enxutos.” E foi exatamente isso que aconteceu: 2023 foi um ano muitíssimo exigente e agitado, com muitos projetos transversais a obrigarem a um ainda maior empenho das equipas, que passaram a ser maiores e mais especializadas. Foi também um ano de consolidação, em que a Adagietto consolidou o seu lugar cimeiro no universo das agências, independentemente de serem ‘criativas’ ou de ‘comunicação’. E foi um ano muito enriquecedor, com uma equipa a crescer, uma retenção de talento forte e uma cultura empresarial que demonstra a nossa “pica”, o nosso envolvimento e espírito de equipa. Assim, e olhando para o que escrevi no ano passado, a prova foi claramente superada”, reconhece Miguel Moreira Rato, que traça metas para o próximo ano. “Com o fim de 2023, termina também um ciclo de três anos durante o qual lançámos uma nova visão para a agência. Em janeiro de 2021, dissemos: ‘Não somos uma agência de comunicação que, já agora, oferece uns serviços de redes sociais ou de conteúdos. Temos consciência que vai levar tempo até que o mercado, os clientes, os parceiros e os concorrentes entendam isso.’ Chegados a dezembro de 2023, sentimos que a prova foi superada. Nos últimos três anos, desafiámos e fomos desafiados pelos clientes a olhar para as marcas de forma holística e criativa. Bateram-nos à porta marcas alinhadas com esta visão e que não querem um vídeo ou um evento, mas uma grande ideia, bem sustentada, que se materialize nos canais mais adequados. Para 2024, prometemos uma evolução dessa visão, trazendo desta vez a estratégia para o centro de tudo o que pensamos e executamos, lado a lado com a criatividade. Queremos que as marcas nos desafiem a arriscarmos juntos. Em 2024, queremos uma Adagietto ainda mais próxima, confiante, surpreendente e estratégica”.
Produção
78 Films
João Marques: “Mais do que volume de negócio, o que nos move na 78 é volume de boas ideias e bons filmes”
Vencedora do Prémio Melhor Produtora de Imagem nos Prémios CCP, João Marques, realizador e sócio da 78 Films, classifica 2023 como “um ano mais calmo em termos de volume de negócio, se comparado com 2022. Assumimos uma estratégia mais seletiva para conseguir dedicar o tempo que cada projeto merece. No passado produzimos demasiado trabalho, o que por vezes foi complicado gerir em termos de equipas técnicas e de produção. Em 2023, optámos por não aceitar demasiado trabalho para não corrermos riscos de entregas. Reforçámos também a estrutura, para todas as fases dos projetos, desde a orçamentação à produção, o que fez com que fosse um ano mais controlado. Criativamente, não foi um ano tão forte, os clientes optaram por um jogo mais seguro e, por vezes, com fórmulas usadas no passado, o que nos dá de alguma forma esperança para um 2024 mais arriscado e criativo”. Ainda assim, para João Marques, o próximo ano é de incerteza devido a toda a conjuntura atual. “Mas a publicidade é um negócio que nos surpreende com facilidade, o final de 2023 foi surpreendente, tivemos um grande pico de produção. O mercado está supercompetitivo, o que é interessante. Por outro lado, os preços da produção estão cada vez mais altos, o que, por vezes, acaba por estrangular a qualidade dos filmes. Aguardamos com expetativa por 2024 e que venham grandes ideias para produção. É isso que nos move na 78, mais do que volume de negócio, é volume de boas ideias e bons filmes”.
Bro
João Cruz: “O nosso investimento na produção de conteúdos reflete a adaptação às mudanças de tendências de consumo”
A produtora conquistou este ano, no Festival Cannes, um Leão de Ouro e João Cruz, general director da Bro, faz um balanço de 2023 muito positivo, com destaque para “o desenvolvimento de projetos internacionais nas áreas do cinema e da publicidade. Hoje, afirmamos com orgulho ser uma produtora portuguesa que atua globalmente. No entanto, continuamos entusiasmados em manter uma participação ativa no ecossistema português, em parceria com as agências, que têm conseguido realizar projetos extraordinários juntamente com as marcas nacionais”. Quanto a conquistas, “o filme The Most Beautiful Sound, dirigido por Mário Patrocínio, recebeu distinções notáveis, incluindo os Clio Awards, Leão de Ouro em Cannes e o Grand Prix no London International Awards. 2023 marcou o lançamento da Infinity Clock, a nossa label dedicada ao desenvolvimento de conteúdos, aproveitando a experiência cinematográfica que possuímos com diversos projetos concretizados em 2023 e outros promissores a serem lançados em 2024. Além disso, fortalecemos a equipa com a entrada de João Cruz como diretor-geral e Mariana Cucchiarelli como responsável pela produção executiva. Essas mudanças representam uma evolução na estrutura da empresa”. Quanto a expetativas para 2024, incluem “uma continuidade na aposta da internacionalização da produtora e dos realizadores. Em paralelo, destaca-se o foco na produção com marcas e agências nacionais, tanto para publicidade, como para a produção de conteúdos. Ou seja, a intenção é manter a abordagem equilibrada entre projetos internacionais e nacionais. Além disso, as transformações no nosso segmento ocorrem a uma velocidade quântica, com destaque para a automatização de processos e o uso de IA. Queremos continuar a acompanhar as transformações do nosso tempo, mantendo-nos atentos às tendências e inovações tecnológicas no mercado em que atuamos. O nosso investimento na produção de conteúdos também reflete a adaptação às mudanças de tendências de consumo, com marcas a criar os seus próprios canais de conteúdo e a procurar abordagens mais direcionadas e envolventes em comparação com a publicidade tradicional”.
Guel
Luís Melo: “Estamos numa curva ascendente e queremos manter-nos assim”
A agência liderada por Luís Melo esteve em destaque nos prémios do Clube da Criatividade de Portugal ao ser distinguida com o prémio de Melhor Produtora de Som. O responsável garante que o balanço de 2023 não podia ser melhor. “Melhor produtora de som no CCP, com o nosso André Almeida a levar o prémio de melhor sound designer, pelo segundo ano consecutivo. Isto falando de prémios, mas os balanços também se fazem de projetos novos, de pessoas novas, de clientes novos e também isso não faltou. A equipa cresceu, com a entrada da Catia Almeida e do Guilherme Figueiredo, surgiram clientes novos com projetos que nos enchem de orgulho, nas mais variadas categorias. Os podcasts, por exemplo, são cada vez mais uma aposta do nosso estúdio, com quatro a ser gravados e editados, sendo que um deles ganhou o prémio de podcast do ano – Vale A Pena – da Mariana Alvim. Não há como não sentir que estamos em forma”. Quanto a expetativas para 2024, “estamos numa curva ascendente e queremos manter-nos assim. A nossa ambição é crescer de forma consolidada, aumentando os clientes e procurando novas áreas de negócio, não perdendo este selo de qualidade que conseguimos alcançar”.