José Cid: o homem que cospe o gelado que comeu
E já agora, Sr. Cid, da próxima vez que receber um cachê “avultado” de uma marca que faz parte da memória coletiva do país, talvez seja melhor não ir logo contar ao jornal – há coisas que, como os gelados, ficam melhor guardadas no congelador, ou no estômago
Alguém me reenviou esta notícia refrescante (não tanto quanto um Cornetto): o José Cid foi gabar-se ao Expresso que pediu “um dinheiro avultado” à Olá e que “aceitaram logo”. Uau, que classe Zé!
Vejamos: uma marca que há gerações faz parte dos portugueses – dos putos que pedem Epás aos avós que compram Cornetos aos netos, das praias do Algarve às feiras minhotas – escolheu-o como embaixador. E como agradece? Indo vangloriar-se do cachê no jornal!
Bem, isto não me surpreende, pois fez-me ‘flashback’ a uma feira equestre da minha infância, onde vi o ‘artista’ a demonstrar que tem tanto respeito por um cavalo como agora tem pelos milhões de portugueses, que cresceram com um Super Maxi na mão.
A Olá, que certamente não é a marca que é a dar dinheiro às cegas, deve ter feito mais estudos de mercado para esta campanha do que o José Cid fez ensaios na vida. E apesar de não conhecer nem a agência nem os criativos por detrás desta campanha, tenho pena que o seu trabalho seja tratado pelo protagonista desta forma. Talvez a marca tenha que ter mais cuidado nos contratos, quem sabe?
Mas afinal, há quem derreta mais depressa do que um Epá ao sol de agosto. E já agora, Sr. Cid, da próxima vez que receber um cachê “avultado” de uma marca que faz parte da memória coletiva do país, talvez seja melhor não ir logo contar ao jornal – há coisas que, como os gelados, ficam melhor guardadas no congelador, ou no estômago.