O papel do marketing na sustentabilidade do planeta
Para que o futuro seja mais sustentável, é essencial que mais empresas adotem o marketing como uma alavanca
A conferência COP16 de Biodiversidade da ONU acabou de acontecer na Colômbia e destaca um tema central para a sobrevivência do planeta: a preservação da biodiversidade. Num país com uma das maiores riquezas em biodiversidade do mundo, a COP16 marca a primeira reunião desde o histórico acordo de 2022, em Montreal, onde as nações de todo o mundo se comprometeram a conservar 30% das terras e oceanos até 2030.
Neste cenário, surge uma questão fundamental, que é como podem as empresas/marcas, através do marketing, não apenas apoiar este compromisso, mas também ser agentes ativos na educação ambiental e promotores de práticas sustentáveis? O marketing pode ser uma ferramenta importante para a sustentabilidade e um pilar no valor organizacional, ao oferecer ao consumidor uma visão sobre as consequências das suas escolhas e o impacto que tem no planeta.
O conceito de sustentabilidade deixou de ser um diferencial e tornou-se uma necessidade para o valor das organizações, tendo em atenção que as questões ambientais e sociais ocupam o centro das atenções globais. Os consumidores, cada vez mais informados e conscientes, procuram identificar a responsabilidade ambiental e social das marcas que escolhem apoiar.
Muitas empresas, ao perceberem esta mudança, entendem que o compromisso com estas questões não só fortalece a reputação, como cria uma conexão mais profunda com os consumidores, que veem nas práticas de responsabilidade ambiental e social um reflexo dos seus próprios valores.
A Delta Cafés, uma das marcas de referência em sustentabilidade ambiental e social, exemplifica bem esta abordagem ao implementar o programa Delta Sustentável, que inclui várias iniciativas para reduzir o impacto ambiental, como a utilização de cápsulas biodegradáveis e compostáveis para substituir as cápsulas de plástico e alumínio tradicionais, o investimento em práticas agrícolas sustentáveis nas suas plantações de café e o projeto Tempo Para Dar, que promove a inclusão de pessoas idosas, de forma a combater o isolamento social.
A Super Bock assume a responsabilidade ambiental e social como parte integrante do seu modelo de negócio, implementando um programa de reciclagem e reaproveitamento de embalagens, desenvolvendo garrafas reutilizáveis e incentivando o uso de materiais recicláveis.
Em parceria com o Continente, apoia causas sociais e ambientais, destinando parte das suas campanhas a programas de apoio a instituições sociais, mostrando um compromisso que vai além do impacto ambiental e que alcança toda a comunidade.
Da mesma forma, a Ikea tem introduzido produtos feitos de materiais reciclados e de fontes sustentáveis, como madeira certificada e algodão orgânico, alinhando-se com um modelo de produção mais responsável. A marca criou também o programa Circular Hub, onde vende produtos usados, danificados e restaurados a preços mais baixos, incentivando a economia circular e promovendo um ciclo de consumo mais consciente.
Estas estratégias mostram que o compromisso com a responsabilidade ambiental e social pode ser integrado em diversas áreas, desde o desenvolvimento de produtos até parcerias com comunidades e práticas corporativas, que não apenas reduzem o impacto ambiental, como também promovem a lealdade do consumidor, reforçando o papel das empresas como agentes de mudança.
Para que o futuro seja realmente mais sustentável, é essencial que mais empresas adotem o marketing como uma alavanca para a mudança global, e neste processo, os consumidores desempenham também um papel central, ao apoiarem marcas que partilham os seus valores, respeitando o ambiente e a sociedade.