Como ‘trendhunter’, CEO da CJ Hub e participante no SXSW 2025 trago alguns ‘insights’ que estão a moldar o marketing direcionado à Geração Z. Há três pontos principais que se destacam na edição deste ano.

Primeiro, a integração da inteligência artificial (IA) está a reconfigurar a experiência digital dos jovens. A IA se transforma de uma simples ferramenta numa forma de empoderamento do utilizador, permitindo a personalização dos algoritmos que determinam o que consumimos. Essa mudança está centrada em colocar o indivíduo no coração da experiência digital, o que é essencial para a criação de conexões autênticas e significativas.

Em segundo lugar, a Geração Z clama por autenticidade e bem-estar digital. Este grupo não se contenta com estratégias superficiais ou enganosas. Exige transparência e controle nas interações online, buscando experiências que promovam não apenas o engajamento, mas também a saúde mental. A rejeição de modelos tóxicos de interação e a busca por um espaço digital mais saudável mostram que as marcas precisam se adaptar, criando laços genuínos com o público.

Por último, o movimento das marcas em direção a experiências imersivas e marketing personalizado enfatiza a necessidade de um equilíbrio entre tecnologia e humanização. As inovações apresentadas no SXSW demonstram como experiências interativas podem transformar os consumidores em participantes ativos, não apenas em espectadores. Essa sinergia entre inovação e autenticidade é crucial para um futuro onde as marcas não apenas acompanham as tendências, mas também oferecem valor real às pessoas.

Resumindo, o SXSW 2025 solidifica a minha crença de que o sucesso no mercado atual está em unir tecnologia, autenticidade e propósito. Criar experiências que realmente conectem as pessoas e promovam um engajamento significativo é o caminho a seguir.

O evento destaca a Geração Z como um grupo que valoriza pertencer a comunidades genuínas e o papel da IA nesse processo. A realidade é que 23% dos jovens norte-americanos utilizam ferramentas como o ChatGPT nas rotinas de trabalho, e essa tendência só tende a crescer. A IA, longe de ser uma ameaça, deve amplificar a criatividade e a interação humana. A visão de um futuro onde cada utilizador possui um algoritmo que ‘curte’ o conteúdo de acordo com as suas preferências, ao invés de ser manipulado por algoritmos obscuros, é um passo importante nessa direção.

Além disso, a Geração Z não aceita mais campanhas que não sejam autênticas. Mais de 55% desta geração desaprova o uso de modelos gerados por IA em vez de pessoas reais, evidenciando a necessidade de transparência e controle do utilizador. Marcas que desejam conquistar esse público precisam de priorizar a honestidade nas suas comunicações.

As experiências imersivas e a personalização tornam-se essenciais para engajar essa geração. No SXSW, vimos ativos de marcas que vão desde bares temáticos até experiências tecnológicas envolventes, mostrando que o entretenimento imersivo é uma estratégia eficaz para atrair jovens. O investimento em comunidades e no conteúdo gerado pelo utilizador fortalece a lealdade à marca, pois o público sente-se parte da narrativa.

A IA também é uma aliada poderosa na personalização em larga escala, com 42% dos profissionais de marketing a utilizarem-na para adaptar conteúdo em tempo real. Exemplos como a Pizza Hut, que integra IA desde o atendimento ao cliente até a personalização de campanhas, demonstram como a tecnologia pode otimizar as interações.
No entanto, é vital que as marcas equilibrem inovação tecnológica com o toque humano. Iniciativas que não refletem autenticidade podem ser rapidamente rejeitadas. As estratégias de marketing mais eficazes são aquelas que combinam inovação com um propósito claro, criando experiências que ressoam com a Geração Z, num mundo digital em constante evolução.