Por que integrou a Deloitte duas agências digitais?
A Deloitte integrou as agências Wingman e Seara, sinal de transformação que está a ocorrer na indústria da comunicação. Bruno Costa Cabral e José Augusto Silva explicam as implicações do acordo
Rui Oliveira Marques
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A Deloitte Portugal anunciou em Junho a integração das agências Wingman e Seara, seguindo a linha estratégica global da consultora. Em Portugal a Deloitte passou a contar com uma equipa entre as 230 e as 250 pessoas ligadas ao digital, das quais 150 provêm das duas agências. Tanto a Wingman como a Seara mantiveram as suas marcas, equipas e escritórios. O modelo de negócio da operação é o de integração e não o de aquisição. As empresas não divulgam os clientes que estão a trabalhar em conjunto ou os valores de facturação. A Wingman, fundada em 2008 em Lisboa, e a Seara, no mercado desde 2000 tendo nascido no Porto, actuam nas áreas de user experience, estratégia, criatividade e desenvolvimento de soluções web, mobile e e-commerce. Bruno Costa Cabral, partner da Deloitte e líder da Deloitte Digital, e José Augusto Silva, partner da Wingman e da Seara (a par de José Pedro Vicente), fazem um primeiro balanço da operação.
Meios & Publicidade (M&P): O negócio entre a Deloitte, a Wingman e a Seara é exactamente o quê? É uma integração? A Deloitte comprou as agências?
José Augusto Silva (JAS): Existe uma integração de competências, pessoas e daquilo que é a oferta para abordar o mercado. As empresas e marcas Wingman e Seara passam a fazer parte da rede Deloitte, enquanto estrutura e enquanto competências — o mesmo acontece com as pessoas. Com isto conseguimos aceder a mais mercados, complementar algumas das competências com as quais éramos desafiados pelos nossos clientes e que em determinado momento fugíamos ou dizíamos que não tínhamos. Permite-nos, ao mesmo tempo, estar mais perto de algumas tendências. A Deloitte, a nível mundial, está noutras geografias com movimentos semelhantes pelo que conseguimos ter acessos a tendências e competências muito mais rapidamente.
M&P: Portanto, as empresas continuam com as suas marcas e com os mesmos sócios.
JAS: As marcas são as mesmas e surgem com o endosso Deloitte. Relativamente ao que é a estrutura societária, são modelos que estão em aberto e que estamos a ver como se concretizam. Não é nada ainda fechado.
M&P : Ter o nome Deloitte associado ajuda a desenvolver o negócio, mais do que quando eram apenas Wingman ou Seara?
JAS: Sim. Ainda esta terça-feira um cliente comentava isso. A Deloitte não ia integrar qualquer um, é uma marca global muito forte. Ter um endosso tão positivo abre-nos outras portas ou retira dúvidas no momento da decisão.
M&P: Estas questões devem preocupar as agências concorrentes?
Bruno Costa Cabral (BCC): Mais do que nós e os movimentos que as grandes consultoras estão a fazer, é o próprio mercado que pedia coisas em separado às agências e às consultoras. Hoje estamos ambos a fazer o mesmo caminho por lados opostos. As agências estão a tentar entrar para o lado das consultoras, para coisas mais estratégicas e operacionais. Acho que vai haver vencedores e vencidos de ambas as partes, mas vai complementar a oferta que ambos têm.
M&P: Em vários países as consultoras estão já a participar em festivais de criatividade. No curto prazo vão levar alguns casos que estão a desenvolver a este tipo de festivais?
BCC: A nível global a Deloitte Digital já está em Cannes, onde tem uma presença grande. Estamos a adquirir, a nível global, agências puramente criativas, o que não é aqui ainda o caso. No mercado nacional estamos a olhar para perceber como vai evoluir. Acho que a nível internacional vai haver mais movimentações, não só connosco mas com outras consultoras.
M&P: Em Portugal a Deloitte está à procura de mais agências ou empresas para integrar?
BCC: Agora estamos a consolidar esta integração. Agora temos as pessoas certas. No futuro logo se vê.
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