Sky promete reforçar investimento no centro tecnológico de Lisboa
A Sky identifica a aposta na distribuição dos conteúdos como prioritária num ecossistema em que as novas plataformas assumem um peso cada vez maior na indústria televisiva e promete continuar a investir no centro tecnológico da estação em Lisboa.

Pedro Durães
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A Sky identifica a aposta na distribuição dos conteúdos como prioritária num ecossistema em que as novas plataformas assumem um peso cada vez maior na indústria televisiva e promete continuar a investir no centro tecnológico da estação em Lisboa. “Investimos cada vez mais no ecrã, nas produções, mas temos também de investir para tornar a distribuição mais digital e isso implica criar novas marcas, novos produtos, novas formas de distribuir os nossos conteúdos”, salientou Jeremy Darroch, CEO da britânica Sky. O responsável, que esteve em Lisboa para participar na Web Summit, adiantou que o centro tecnológico da Sky na capital portuguesa, dedicado ao “desenvolvimento das áreas de web e de suporte às plataformas de streaming” da estação, está a ser reforçado e “vai continuar a crescer nos próximos dois anos”. Em curso está a contratação de back-end e front-end developers, bem como programadores mobile, prevendo-se que o centro tecnológico de Lisboa, que no início do ano tinha cerca de 170 profissionais e estreou recentemente novas instalações, chegue em breve aos 250 trabalhadores.
Numa altura em que a oferta de plataformas de streaming é cada vez mais alargada, Jeremy Darroch acredita que “o bundle está a ser reactivado” uma vez que “começa a ser cada vez mais complicado gerir tantas subscrições para aceder aos conteúdos”. “Acho que isso já está a acontecer, começamos a ver a estratégia de bundle reemergir”, afirmou o responsável, sublinhando que “esta pode até ser uma forma de diferenciação por parte dos operadores, que podem fornecer aos seus clientes o acesso a mais conteúdos de forma cómoda e também mais atractiva e competitiva”.
A Sky, recorde-se, disponibiliza através da plataforma Sky Q o acesso aos conteúdos produzidos pela estação britânica em conjunto com uma subscrição do Netflix. “É positivo para os dois lados. A nós ajuda-nos a oferecer um melhor serviço e o acesso a mais conteúdos e ajuda a plataforma a crescer nos mercados em que temos a parceria, e torna mais fácil para os clientes de todos o acesso aos conteúdos”, justificou Jeremy Darroch.
Actualmente, a Sky Q está a ser promovida com uma oferta conjunta de Sky TV e Netflix com um custo de subscrição de 25 libras pelo período de 18 meses em vez de 34 libras. Nesse sentido, Jeremy Darroch não vê com maus olhos a guerra de preços instalada no sector do streaming, com a chegada de plataformas como a Disney+ no horizonte e a recente aposta da AppleTV, que coloca vários clientes da marca com acesso gratuito aos conteúdos pelo período de um ano. “Não é diferente daquilo que acontecia há alguns anos em televisão e entre os operadores, sempre houve muita promoção em televisão”, recorda o CEO da Sky, considerando ser natural esta estratégia. “Sempre que se lança um novo produto em televisão, uma nova marca, um novo serviço, tentamos ganhar novos clientes de forma rápida”, explica, referindo que a resposta dos concorrentes que já estão no mercado só pode ser uma e não passa por entrar na guerra de preços: “O que temos de fazer é continuar a produzir conteúdo de qualidade e garantir que o nosso conteúdo chega aos clientes.”
No quer diz respeito à qualidade dos conteúdos, Jeremy Darroch, que falou após a apresentação de um trailer daquela que será a próxima grande aposta da Sky após Chernobyl (co-produzida com a HBO), Gangs of London, antecipa que “é de esperar que o investimento continue a aumentar”. “A tecnologia permite-nos investir cada vez mais no ecrã e ter retorno do trabalho que fazemos através das novas formas de distribuição”, justifica, comentando, sobre os volume de investimento em conteúdo original de plataformas como o Netflix, HBO ou Amazon, que “os números da indústria são enormes, os custos de produzir uma série são três, quatro ou cinco vezes superiores em comparação com há uns anos, mas continua a haver retorno e espaço para os conteúdos que são realmente bons”.