As sugestões de Natal de… Luísa Gonçalves Colaço, diretora de marketing e comunicação do Openbook Group
Neste período festivo, o Meios & Publicidade desafiou uma série de personalidades do setor a partilhar 10 sugestões para a época. Além de três campanhas natalícias que as marcaram, três […]
Luis Batista Gonçalves
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Novobanco patrocina revista dos 40 anos da Blitz
Um terço dos portugueses está a gastar mais em compras online
José Guerreiro reforça departamento criativo da Lisbon Project
Perplexity já permite fazer compras
Cristina Ferreira trava execução de sentença de primeira instância da SIC
BA&N faz parceria com consultora SEC Newgate
António Zambujo é o embaixador dos vinhos da Vidigueira
ERA recorre ao humor para atrair gerações Y e Z (com vídeo)
“Cream é não provar” as novas Amarguinhas Creme
Neste período festivo, o Meios & Publicidade desafiou uma série de personalidades do setor a partilhar 10 sugestões para a época. Além de três campanhas natalícias que as marcaram, três podcasts que recomendam e três livros que aconselham a (re)ler, também revelam um dos presentes que mais gostariam de poder receber este Natal. Estas são as sugestões de Luísa Gonçalves Colaço, diretora de marketing e comunicação do Openbook Group.
3 campanhas natalícias
Há uma que não lhe sai da memória, a da Vodafone de 2022, “Partilha o que estás a sentir”. “Não posso falar de campanhas de Natal sem recordar essa, que trazia à luz da atualidade o tema da saúde mental dos jovens e a responsabilidade que temos em cuidar uns dos outros, pois pequenos e simples gestos podem significar tanto. Uma campanha emocional e relevante, que nos recorda a importância que as marcas têm em dar destaque a temas que preocupam a sociedade onde atuam”, considera.
A campanha de pré-saldos de Natal da Ikea deste ano é outra das ações comunicacionais que elogia. “Chamou-me a atenção por corresponder muito a um tipo de comunicação que aprecio bastante e que é muito característica desta marca: simples, inteligente e eficaz”, elogia.
“Fascina-me a criatividade que, com poucos elementos, mas que convivem de forma bem pensada, consegue transmitir uma mensagem com clareza e alinhada com o tom de voz da marca. Numa era de tanto ruído e em que a atenção está tão dispersa, acredito que este tipo de campanhas são especialmente relevantes”, desabafa.
A terceira que recomenda não é natalícia, mas foi desenvolvida pouco antes do Natal. “Refiro-me à imagem gerada por computador que vestiu, em Londres, o Big Ben com um casaco gigante da The North Face e que se tornou viral por parecer tão real e estar tão bem encenada que parecia até estar a ser filmada por um smartphone banal e que captava também o espanto das pessoas em volta”, desvenda.
“Esta campanha destaca-se pelo seu realismo, mas também por nem sequer ter sido lançada nos canais oficiais da marca”, sublinha. “Acredito que traz uma discussão muito pertinente sobre o comportamento das marcas na era da inteligência artificial (IA). Terá sido lançada pelos próprios num ato dissimulado ou a marca não teve de facto controlo?”, questiona a diretora de marketing e comunicação.
3 podcasts
Radicais Livres. “Sou uma consumidora ávida de podcasts e estou sempre à procura das melhores novidades deste formato. Dos muitos que já fui ouvindo, destaco em primeiro lugar este, da Antena 1, com Jaime Nogueira Pinto e Pedro Tadeu, moderado agora por Maria Flor Pedrosa”, recomenda.
“Num mundo cada vez mais polarizado, este podcast dá-nos a rara oportunidade de ouvir duas pessoas de espetros ideológicos diametralmente opostos falarem sobre os mais pertinentes temas da atualidade de uma forma inteligente, cordial e construtiva, à luz da história porque, como diz a própria descrição do programa, é preciso recuar para ver de forma mais abrangente”, defende.
The Art of Communication do ator e leading coach comunicacional Robin Kermode e de Sian Hansen, executiva com uma vasta carreira em consultoria estratégica. “Com uma periocidade mensal, este podcast oferece pequenas reflexões sobre os mais variadíssimos prismas da comunicação, indo desde temas mais basilares como a importância das primeiras impressões a outros mais sui generis, como qual a forma mais correta de nos comportarmos quando conhecemos o nosso herói”, desvenda.
“Criativo, leve e descomprometido, este programa mostra-nos que tudo é comunicação e que as nossas escolhas e comportamento revelam a mensagem que, mesmo inconscientemente, estamos a passar aos outros”, acrescenta ainda a diretora de marketing e comunicação do Openbook Group.
O CEO É O Limite, do Expresso, liderado por Cátia Mateus. “Confesso-me uma apaixonada por ouvir as histórias de vida de outros e considero mesmo ser uma ferramenta crucial de autoeducação, porque nos inspira e faz-nos ganhar perspetiva sobre novas formas de crescer”, confidencia.
“Este podcast em particular fala-nos de carreira e traz à conversa líderes de empresas com percursos incríveis não por terem sido sempre vitoriosos, mas porque todos eles têm em comum momentos de superação em que, quando postos à prova, se souberam reinventar e tirar partido das dificuldades. Mas também porque nos fala de liderança e dos seus desafios, mas, especialmente, da sua responsabilidade acrescida pelo impacto na vida dos outros”, afirma.
3 livros
“O elogio da sombra” de Junichiro Tanizaki (Relógio D’Água). “É um livro que é muito caro aos arquitetos, mas acredito ser inspirador para quem não o é, como é o meu caso. É uma obra que explora a beleza oriental, criticando subtilmente a forma como esta se tem, voluntariamente, ocidentalizado”, descreve.
“O autor ensaia sobre a superficialidade da luz que, muitas vezes, ofusca, confunde e desfoca do essencial, em oposição à sombra que, com os seus efeitos e subtilezas, traz aos espaços, aos objetos e à vida em geral, uma profundidade, harmonia e reflexão”, defende.
“O homem que era quinta-feira” de G. K. Chesterton (Publicações Europa-América) é outra das escolhas. “Neste livro, o personagem principal, Gabirel Syme, é um poeta intelectual que é conduzido a uma reunião de anarquistas, onde se encontra com sete homens, cada um deles com o nome de um dia da semana. E o que nos cativa inicialmente por parecer um thriller recheado de perseguições e conspirações acabamos por perceber que, na verdade, traz uma profunda mensagem com contornos teológicos e filosóficos”, explica.
“O amor nos tempos de cólera” de Gabriel García Márquez (Dom Quixote). “Uma belíssima história de amor entre Florentino Ariza e Fermina Daza, que tem como cenário a América Latina do século XIX. Este livro fala-nos de um amor que espera 50 anos para ser plenamente vivido e de uma personagem que a maior parte do tempo nos parece constrangedora e fraca, mas que vai sendo construída para terminar como sendo o herói da narrativa, pelo menos para mim”, desabafa
“É uma história que nos fala de espera e de desespero, sobre como cada coisa tem o seu tempo para ser vivida e em como uma vida inteira pode não ser suficiente para viver um amor”, adianta ainda Luísa Gonçalves Colaço.
1 presente que gostaria de ter recebido este Natal
Não o teve no sapatinho nem sabe se algum dia o receberá. “Gostava muito que nós, marketeers, voltássemos a descobrir a nobreza e importância da profissão. A nossa profissão é mais do que fazer anúncios ou atingir seguidores, ainda que também o seja”, realça.
“Nós somos os porta-vozes das nossas marcas, os veículos que transportam a essência da cultura da empresa, criando vínculos entre as pessoas que trabalham nas marcas e as pessoas que adquirem as marcas. Há no marketing um papel crucial de humanizar e de aproximar, tendo a ética e a verdade sempre presentes”, apela.