Fraude publicitária cresce 19% em 2024
As campanhas oportunistas duplicaram no espaço de um ano, revela o estudo internacional do Integral Ad Science revela. Além de aumentarem em mobile e desktop, a ilegalidade está a chegar à televisão conectada

Luis Batista Gonçalves
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À primeira vista têm a aparência de anúncios insuspeitos, mas são, afinal, campanhas oportunistas para obter dados pessoais dos consumidores, promover negócios ilícitos ou induzir em erro os potenciais compradores.
Segundo o estudo internacional ‘Media Quality Report (MQR)’, realizado pela empresa Integral Ad Science (IAS), a fraude publicitária está a aumentar. Em 2024, cresceu 19%. Em 2023, o aumento tinha sido de 10,9%.
A ilegalidade afeta um sétimo do investimento global, que a plataforma Statista estima em 791,6 mil milhões de dólares (€697,6 mil milhões). “A publicidade fraudulenta teve um impacto que estimamos em 100 mil milhões de dólares (€88,1 mil milhões) em 2024. Além de contribuir para uma diminuição da eficácia dos anúncios, torna a divulgação das campanhas que não estão protegidas contra as fraudes cada vez mais vulnerável”, alerta o estudo.
De acordo com o IAS, que em 2024 duplicou o número de anúncios monitorizados (de 2,2% para 4%), as campanhas não otimizadas para combater a fraude publicitária aumentaram 81%. Na região Ásia-Pacífico (APAC), só 6,8% dos anúncios estão formatados para prevenir o problema. Na região EMEA, que abrange Europa, Médio Oriente e África, a percentagem ronda os 4,2%. No continente americano, desce para os 3,6%.
“As campanhas otimizadas mantiveram-se seguras contra os burlões, mesmo perante o aumento dos riscos de fraude detetados. As taxas globais de fraude publicitária para campanhas executadas com recurso a ferramentas de proteção contra fraudes desceu 9,8% em termos homólogos, para uma taxa estável de 0,7% ao longo de 2024”, informa o IAS, salientando que “as violações detetadas em campanhas não otimizadas chegam a ser 15 vezes superiores às que menosprezaram essa proteção”.
Visualização de conteúdos de vídeo em desktop cresce 5,4%
O estudo do IAS revela também que a visualização de conteúdos de vídeo, um dos formatos mais usados nas fraudes publicitárias, aumentou em 2024, em mobile, em desktop e em televisão conectada, onde também já começam a ser detetados casos de fraude publicitária. “A visualização em ecrã de computador tradicional cresce 5,4% face ao ano anterior, atingindo uma taxa de 83,9% em 2024. No telemóvel, a evolução é mais moderada, não vai além dos 2,4%”, informa o relatório.
O aumento do consumo de conteúdos de vídeo, alavancado pelo crescimento das redes sociais, está a obrigar os anunciantes a reverem as estratégias publicitárias. Segundo o estudo, só nos Estados Unidos, o investimento em anúncios em vídeo deverá aumentar 55% até 2028.
“Os anunciantes precisam de proteger as suas marcas. Colocarem as campanhas em locais de risco ou junto a temas que possam ser considerados ofensivos pode ser prejudicial para a sua reputação e para os seus resultados. 68% dos consumidores dizem que é inapropriado as marcas anunciarem ao lado de discursos de ódio e de conteúdos agressivos”, refere o relatório.