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A criatividade que se transforma em reconhecimento

Agências e produtoras apontam os prémios ganhos em festivais nacionais e internacionais que mais as marcaram, analisam o estado da criatividade e perspetivam o novo ano que se avizinha

Susana Marvão
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A criatividade que se transforma em reconhecimento

Agências e produtoras apontam os prémios ganhos em festivais nacionais e internacionais que mais as marcaram, analisam o estado da criatividade e perspetivam o novo ano que se avizinha

Susana Marvão
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Susana Marvão
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Na última edição do ano, o M&P dá o protagonismo às equipas de talentos que em 2024 transformam criatividade em reconhecimento, com ideias que se materializam em projetos de comunicação comercial, que são distinguidos com prémios.

Num setor onde a capacidade de surpreender e inovar é o motor do sucesso, os prémios em festivais nacionais e internacionais são mais do que troféus nas prateleiras: são símbolos de excelência, credibilidade e inspiração. Estes galardões reforçam não só a reputação das empresas no mercado, mas também a confiança dos clientes e parceiros, elevando o potencial de novos negócios, crescimento e internacionalização.

Em 2024, o trabalho das agências e produtoras nacionais é reconhecido dentro e fora do país, desde os Prémios M&P, o Festival do CCP e os Prémios Eficácia, até aos internacionais Cannes Lions, One Show, ADCE e Clio Sports Awards, que são tidos em linha de conta para reunir aqui algumas das campanhas mais premiadas do ano.

Um prémio é mais do que um marco. É o reflexo de uma visão estratégica, do talento das equipas e do compromisso com a excelência. Representa também a responsabilidade de continuar a elevar os padrões, questionar o ‘status quo’ e inspirar o setor.

As perspetivas para 2025 são desafiantes, mas promissoras, com marcas e agências a terem de equilibrar a tradição criativa com a inovação tecnológica, a eficiência com a sustentabilidade e as emoções humanas com os dados digitais.

Bar Ogilvy
O triunfo de uma causa ambiental
Para José Bomtempo, cofundador e diretor criativo executivo da Bar Ogilvy, o projeto ‘The Endangered Typeface’ (na foto), desenvolvido para a WWF, é o grande destaque de 2024.

“A única campanha criada em Portugal com reconhecimento no Festival de Cannes e que confirma a capacidade de transformar uma causa ambiental num conceito verdadeiramente inovador, que consegue captar fortemente a atenção global para a mensagem da WWF”, justifica José Bomtempo.
Sobre o desempenho criativo das agências nacionais, o cofundador e diretor criativo executivo da Bar Ogilvy considera que “as agências portuguesas estão num momento interessante de transformação. Há em Portugal excelentes criativos, o problema é que o consumidor está cada vez mais rápido na sua alteração de hábitos de consumo”.

Ainda assim, José Bomtempo salienta que “é visível uma evolução positiva, especialmente nas agências que se antecipam às novas realidades e exigências dos anunciantes. Esta capacidade de antecipação tem sido um diferencial competitivo fundamental no mercado atual das boas agências”.

José Bomtempo defende que “só que tem multidisciplinaridade como oferta poderá apresentar bons resultados”

Em relação aos desafios e oportunidades para 2025, José Bomtempo sublinha que “o principal desafio será desenvolver a capacidade de responder de forma integrada, tanto no macro como nas microcomunidades de consumidores. Este é um equilíbrio delicado, que exige não só criatividade muito bem pensada e executada, mas também um profundo entendimento das diferentes dinâmicas de consumo e da comunicação. Só quem tem multidisciplinaridade como oferta poderá apresentar bons resultados”.

Quanto às ferramentas e estratégias criativas, a utilização da inteligência artificial (IA) de forma integrada é o caminho a explorar na Bar Ogilvy. “Na WPP, temos ferramentas verdadeiramente extraordinárias. No entanto, qual será o real valor de ampliarmos a integração com a IA se não cultivarmos um espírito criativo vibrante e presente em todos os departamentos da nossa agência? De que maneira podemos aproveitar ao máximo estas inovadoras ferramentas se não estivermos verdadeiramente preparados para superar os nossos receios e ousar fazer diferente?”, pondera José Bomtempo.

Para cofundador e diretor criativo executivo da Bar Ogilvy, o desafio está em “combinar a excelência tecnológica com uma criatividade cada vez mais inspiradora e vencedora”.

Bro Cinema
Aglutinar talento plural e interdisciplinar
Na Bro Cinema, a campanha ‘Magnetic Stories’ (na foto), com realização de Mário Patrocínio, é considerada a de maior destaque, em 2024.

“Teve um impacto internacional sem paralelo no panorama da comunicação. O Grand Prix no Cannes Lions demonstrou a capacidade de execução criativa da Bro Cinema, com dezenas de parceiros internacionais, e é um marco para todos os envolvidos, que criaram uma campanha de raiz que correu por todo o mundo e que teve um impacto social e humano que ainda hoje nos toca profundamente”, revela Mário Patrocínio, fundador da Bro Cinema.

O produtor reforça que esta campanha “define de forma efetiva o ‘know-how’ da Bro Cinema em aglutinar talento plural e interdisciplinar, e prova que as grandes campanhas são aquelas cuja capacidade transformativa cruza fronteiras e mercados”.

“O Grand Prix no Cannes Lions demonstrou a capacidade de execução criativa da Bro Cinema, com dezenas de parceiros internacionais”, diz Mário Patrocínio

No que toca à criatividade em Portugal, Mário Patrocínio acredita que “as empresas nacionais continuam a demonstrar uma enorme capacidade criativa, e essencialmente uma invulgar resiliência no mercado atual”. Contudo, sublinha que “o que continua a faltar é uma estratégia de divulgação e promoção destas mesmas campanhas e prémios, a nível de ‘networking’ internacional, com foco no ‘made in’ Portugal. Não só a nível de execução, mas essencialmente a nível de criação”.

No próximo ano, Mário Patrocínio aponta que o mercado enfrenta desafios significativos. “Um mercado saturado e que curiosamente se tornou muito previsível e repleto de demasiados riscos. O problema do politicamente correto e da ‘cancel culture’ estrangula cada vez mais a capacidade criativa e produtiva, e a relação entre agência e cliente. Uma indústria que se pautou sempre pela inovação e quebra de barreiras depara-se agora com uma estratégia de ‘grey áreas’, que liquida o espírito inovador que foi sempre o ADN deste mercado”.

No entanto, a Bro Cinema mantém o foco em dois eixos essenciais: “make it happen and make it memorable”. Para Mário Patrocínio, “a nossa capacidade de execução multidisciplinar e a mais-valia de uma experiência de mais de uma década em vários mercados internacionais permite-nos ter uma visão global e atuar de forma efetiva, com soluções inovadoras que se adaptam a contextos e circunstâncias específicos”.

Em 2025, o objetivo será “aumentar ainda mais a nossa capacidade proativa, e de oferecer propostas integradas que façam a diferença, sempre”, remata Mário Patrocínio.

Coming Soon
A criatividade vai muito bem, obrigada
Marcelo Lourenço, cofundador da Coming Soon, destaca como momento alto de 2024 a campanha ‘Surfing Through the Odds’ (na foto), criada para a SOMA Surf e a Betclic.

“Este ano, os festivais de criatividade foram muito generosos com a Coming Soon, em especial com a nossa campanha ‘Surfing Through the Odds’. Finalista no Cannes Lions e no The One Show, a campanha conquistou ainda dois Clios, um troféu no El Ojo de Iberoamérica e foi o Grande Prémio de Jornalistas no Clube de Criatividade de Portugal”, refere.

Além disso, Marcelo Lourenço sublinha a alegria de ter ajudado “o ActivoBank, um dos primeiros clientes a acreditar na nossa agência, a ganhar o seu primeiro troféu nos Prémios Eficácia. Uma alegria que entrou diretamente para o topo dos melhores momentos da Coming Soon em 2024”.

Sobre o panorama criativo nacional, Marcelo Lourenço vê um cenário muito positivo: “A criatividade portuguesa vai muito bem, obrigada. Nunca produzimos trabalho tão disruptivo e nunca ganhámos tantos prémios internacionais. Um movimento que teve início há cerca de uma década, quando as agências independentes começaram a mudar a cara da nossa indústria”.

O cofundador da Coming Soon salienta o impacto de algumas agências e profissionais nesta evolução: “Palmas para o Escritório e o Nuno Jerónimo, que desbravaram este caminho. Desde então, temos a Uzina, a Stream and Tough Guy, e tantas outras agências, todas com criativos em cargos de direção a destacar-se no mercado”.

“Nunca produzimos trabalho tão disruptivo e nunca ganhámos tantos prémios internacionais”, refere Marcelo Lourenço (à dir.)

Este movimento é, para Marcelo Lourenço, é evidente. “O impacto desta mudança é visível, por exemplo, no mais recente festival do ADCE, onde a criatividade portuguesa brilhou, com Portugal a destacar-se como um dos países com mais campanhas finalistas”.

Relativamente a expetativas para o próximo ano, Marcelo Lourenço reconhece a inteligência artificial (IA) como o maior elemento de disrupção. “Não há como negar: a chegada da IA é o grande desafio da nossa geração. Trata-se de uma revolução que vai alterar profundamente a nossa indústria”, sustenta o cofundador da Coming Soon.

No entanto, Marcelo Lourenço alerta para um problema maior: “O que realmente preocupa é o número de CEO que já começaram a decretar o fim da publicidade ‘feita por humanos’, como se a IA fosse a oportunidade perfeita para se livrarem, finalmente, dos criativos. Só quem trabalha nesta profissão e nunca teve uma ideia na vida é capaz de acreditar que os computadores vão fazer todo o trabalho. Mas aqui estaremos nós para provar o contrário”.

Em termos de estratégias para o futuro, Marcelo Lourenço reforça o compromisso da Coming Soon com a valorização da criatividade. “Somos uma das poucas agências do mercado – se não a única – que não cobra um ‘fee’ de produção sobre as campanhas. O nosso custo resume-se ao nosso ‘fee’ criativo. Parece-nos a maneira mais justa de remunerar uma agência criativa. Esperamos que em 2025 mais empresas voltem a investir o dinheiro onde ele realmente deve estar: numa grande ideia”.

Dentsu Creative Portugal
É urgente identificar espaços de inovação
Nos trabalhos premiados em 2024, Ivo Purvis, diretor criativo executivo da Dentsu Creative Portugal, salienta o ‘Drawn to Equality’ (na foto), desenvolvido para a Visa em colaboração com o jornal A Bola.

“É um projeto que surge proativamente por parte da agência num dos eixos que melhor nos define, a ‘new media’. A proatividade das agências, seja para clientes internos ou externos, é essencial para encontrar e explorar novas oportunidades criativas e de negócio. Neste caso, a Visa recebeu a ideia com muito entusiasmo, pois refletia exatamente a estratégia internacional da marca, de apoio ao futebol feminino”, explica Ivo Purvis.

O diretor criativo executivo da Dentsu Creative Portugal defende que o ajustamento de vários fatores determina os resultados. “Nada acontece por acaso e sabemos que o sucesso das ideias depende de uma quantidade de fatores que devem estar alinhados: interesse, vontade, investimento e mãos à obra. Fico feliz por ver este projeto a ser premiado internacionalmente nos Clio, no El Ojo, no Cresta e, mais recentemente, no Eurobest. É sinal de que estamos com o pensamento certo e isso dá-nos força para encontrar novas oportunidades”, salienta.

Ivo Purvis reconhece que algumas agências, em Portugal, ainda se preocupam em fazer trabalhos criativos, mas observa uma tendência preocupante. “As agências estão cada vez mais a lutar pela sua saúde financeira e acabam por deixar o ‘fazer diferente’ para segundo plano. Está-se muito focado na eficácia dos resultados, mas não podemos descurar a forma como os conseguimos atingir”, aponta o diretor criativo executivo da Dentsu Creative Portugal, que lança questões ao mercado publicitário.

“Queremos ser profissionais lembrados pelo quê? Por pormos em prática fórmulas de sucesso? Ou sermos aqueles que criam novos caminhos, que serão as fórmulas para quem as gosta de replicar ou até de cientificar?”, questiona Ivo Purvis.

“A proatividade das agências é essencial para encontrar e explorar novas oportunidades criativas e de negócio”, sustenta Ivo Purvis

O diretor criativo executivo da Dentsu Creative Portugal acredita, aliás, que as oportunidades residem na capacidade de identificar espaços para inovação, tendo em conta que “não existem pequenos formatos, existem grandes oportunidades”.

Entre os desafios para o próximo ano, Ivo Purvis destaca a necessidade de repensar os prazos e os processos criativos da indústria. “Um dos principais desafios que a criatividade vai ter de enfrentar em 2025 é o mesmo que já enfrenta há vários anos. Como podem as agências defender o processo criativo se queremos adotar processos ‘TikTokeanos’ para tudo e estrangular orçamentos e, por consequência, o ‘craft’?”, alerta.

Ivo Purvis vai mais longe e argumenta que “não podemos achar que qualquer coisa é válida para despejar na internet para cumprir uma urgência ou objetivo de última hora. Não devemos esquecer que a nossa pegada digital está em todo o lado e a das marcas também. E, no final, somos feitos daquilo que fazemos”.

Quanto às ferramentas e estratégias para 2025, Ivo Purvis aponta para uma colaboração mais estreita com algumas das valências do grupo mundial que integra. “Há dois anos, passámos de agência local para agência global. Com isso vieram novos desafios e novos processos dos mais variados quadrantes do globo, que juntamos à nossa experiência. Em 2025, vamos continuar a dar lugar de destaque a media nos processos criativos, mas estamos empenhados em colaborar mais com a Dentsu Labs e o seu novo estúdio em Amesterdão”, revela.

Ivo Purvis considera que este avanço representa um passo empolgante para o futuro da criatividade: “Este braço da Dentsu já existia em Tóquio para projetos experimentais e agora fica mais acessível de trazer para Portugal, nos projetos nacionais ou internacionais que exigirem ideias com desenvolvimento tecnológico e prototipagem. Antevê-se um ano excitante no âmbito das ideias”, refere o diretor criativo executivo da Dentsu Creative Portugal.

Graficalismo
O desafio da originalidade
O projeto ‘The Streaming Undies’ (na foto), desenvolvido para a marca de roupa interior Maison Pixel, é o ponto alto em 2024 para Cesária Martins, fundadora e diretora criativa da Graficalismo.

“Este projeto foi o resultado de um processo criativo colaborativo com a agência de referência Atlantic New York, o que enriqueceu a marca com uma visão global e inovadora”, salienta.

A fundadora e diretora criativa da Graficalismo revela que “a campanha gerou um enorme movimento dentro da nossa comunidade, abrindo uma conversa interessante. Teve um aumento de 27% nas vendas, o que acreditamos ser um reflexo direto da eficácia da criatividade”.

Sobre o panorama criativo, Cesária Martins vê as agências portuguesas a ganharem cada vez mais notoriedade internacional. “As agências nacionais estão a ocupar um lugar de protagonismo na paisagem do design internacional. O mercado nacional tem demonstrado um trabalho de altíssima qualidade, com um forte foco no ‘craft’, que é cada vez mais reconhecido globalmente”, argumenta.

Cesária Martins destaca ainda as mais-valias do digital: “Sentimos que há um grande potencial a ser explorado no universo digital, especialmente no binómio criatividade/design. Alguns estúdios mais pequenos, com uma abordagem mais experimental, têm conseguido destacar-se no contexto internacional com trabalhos de grande relevância”, refere.

“Queremos continuar a trabalhar com pessoas que admiramos”, refere Cesária Martins, cofundadora da Graficalismo, com Sebastião Teixeira

Quanto aos desafios em 2025, Cesária Martins aponta para a busca contínua de originalidade e relevância. “Em 2025, e sempre, a criatividade continuará a perseguir o seu desafio intrínseco: ser relevante, original e surpreendente, exigindo a capacidade de olhar para as mesmas variáveis sob uma perspetiva nova”, antevê a fundadora e diretora criativa da Graficalismo.

Em relação às estratégias criativas, a Graficalismo direciona-se não só para o digital como para o espírito colaborativo. “Interessa-nos o ambiente digital, a criação de conteúdo narrativo e a criatividade. Além disso, acreditamos profundamente no poder da colaboração”, avança.

A fundadora e diretora criativa da Graficalismo refere que “queremos continuar a trabalhar com pessoas que admiramos, pois essa troca de perspetivas é fundamental para manter a nossa criatividade viva e alinhada com o propósito de cada projeto”.

O espírito experimental também move este estúdio de design: “queremos envolver-nos em ideias e negócios que inventamos e que nos levam ao caos e desespero”, diz Cesária Martins.

Jungle Corner
Uma selva de criatividade
Inês de Almeida Martins, produtora da Jungle Corner, destaca em 2024 o trabalho desenvolvido para a Bar Ogilvy e a WWF (na foto), que conquista um Bronze no Festival de Cannes.

“Desde o primeiro momento percebemos que seria um trabalho especial. A genialidade da ideia criativa da Bar Ogilvy, associada à causa da WWF, foi motivo mais que suficiente para o nosso ‘sim’ sem restrições”, justifica Inês de Almeida Martins. A produtora da Jungle Corner salienta o impacto duradouro desta produção: “Quando temos em mão uma ideia criativa como esta, com um propósito prático e que vai durar no tempo, tudo se torna fácil e todo o tempo de produção gasto deixa de ser importante”, sustenta Inês de Almeida Martins.

A equipa da Jungle Corner destaca o ‘Endangered Typeface”, produzido para a Bar Ogilvy e que ganha Leão de Bronze em Cannes

Questionada sobre o panorama criativo nacional, a produtora observa um crescimento consistente no setor. “Temos tido a oportunidade de estar associados a prémios nos últimos três ou quatro anos e, olhando para o panorama nacional, vemos que a criatividade portuguesa tem tido sucesso crescente, tanto no número de trabalhos como de prémios. Isso estimula todo o setor a querer participar”, considera Inês de Almeida Martins.

Stream and Tough Guy
Prémios são ‘apenas’ resultado de bom trabalho
A campanha ‘Quando For Grande Quero Ser Contabilista’ (na foto), desenvolvida para a Ajuda de Berço, é a que João Ribeiro, CEO da Stream and Tough Guy, destaca em 2024.

O Grande Prémio do Bem no Festival CCP, o Grande Prémio Solidário nos APPM Marketing Awards e o Ouro na categoria A Força do Bem, nos Prémios Eficácia, são algumas das distinções que a campanha da Stream and Tough Guy acumula ao longo do ano.

João Ribeiro destaca quatro razões para a relevância deste projeto. “Trata-se de um trabalho consequente, pois os resultados que obteve em termos de negócio permitiram mais do que duplicar o valor angariado com a consignação do IRS, ajudando assim a instituição a ajudar mais crianças”, avança o CEO da Stream and Tough Guy.

A isto, João Ribeiro acrescenta que “o sucesso da campanha foi fruto de uma excelente articulação com vários parceiros, como a Arena, a Corpcom, a NEI, a Ordem dos Contabilistas, a Hand, a MOP e a JC Decaux, o que espelha bem a nossa forma de trabalhar”.

O CEO da Stream and Tough Guy não tem dúvidas de que “quando um projeto é destacado, de forma unânime, por vários grupos de jurados de diferentes festivais, fica evidente o impacto da ideia”.

Os prémios atribuídos a esta campanha, por outro lado, contribuem para que a agência fosse amplamente distinguida no Ranking do Clube da Criatividade de Portugal. “Os elementos da agência foram reconhecidos como Melhor Diretor Geral, Melhor Diretor de Estratégia, Melhor Diretor Criativo, Melhor Redator, Melhor Diretor de Arte, Melhor Diretor de Contas e Melhor Produtor do Ano. A Stream and Tough Guy foi também considerada a Agência do Ano em Publicidade e em Experiências de Marca no CCP”, recorda João Ribeiro.

“O sucesso da campanha foi fruto de uma excelente articulação com vários parceiros”, diz João Ribeiro

Relativamente ao panorama nacional, a indústria criativa tem alguns desafios pela frente. “No nosso caso em particular, o que podemos garantir é que tentamos sempre encontrar um ângulo estratégico relevante para cada ‘briefing’ e criar uma ideia que seja original, pertinente e, sobretudo, consequente. Se esse trabalho depois se traduz em prémios, é um complemento, mas não é o nosso objetivo”, garante João Ribeiro.

No entanto, o CEO da Stream and Tough Guy lamenta a falta de trabalhos estimulantes. “No panorama nacional, não há muitos exemplos de trabalho que nos entusiasme e vemos muito desperdício a ser cometido. Com algumas exceções, como é o caso da comunicação da Ikea, a maioria do trabalho deste ano foi banal e inconsequente”, considera.

Quanto a esta situação, João Ribeiro aponta responsabilidades a todos os profissionais envolvidos, porque “são poucos os marketers que querem assumir riscos e fazer diferente, e são muitas as agências que preferem jogar pelo seguro em defesa do seu negócio e não tanto da criatividade, o que prejudica a indústria”.

Por outro lado, considera que “é triste verificar que alguns trabalhos são apresentados nos festivais com uma narrativa que não corresponde à verdade do que realmente aconteceu, tentando, de certa forma, enganar algum jurado menos atento, demonstrando que os prémios são para algumas agências um fim e não uma consequência. Neste caso, a razão é a falta de ética de alguns profissionais”.

João Ribeiro critica também a existência de um grande número de festivais em Portugal e a falta de rigor em algumas avaliações. “Existem em Portugal tantos festivais, sobretudo aqueles que têm exclusivamente fins lucrativos, sem qualquer propósito em prol de uma associação, em que o rigor das avaliações não parece ser imperativo. Neste caso, há três responsáveis: o oportunismo de quem cria estes festivais, os profissionais que aceitam fazer parte do júri e as agências que decidem inscrever trabalhos”, aponta.

Rumo a 2025, o CEO da Stream and Tough Guy diz que “os principais desafios são os de sempre: combater a ‘mesmice’, fazer muito com pouco, ser original quando parece já ter sido tudo inventado, ser disruptivo tentando não ofender alguém, fazer com que a ideia sobreviva à opinião das muitas (demasiadas) pessoas envolvidas no processo, conseguir ter tempo para fazer as coisas – mesmo sabendo que há sempre urgências -, e ser resiliente apesar de todas as adversidades internas ou externas”.

Perante estes cenários, João Ribeiro confia no poder de uma boa ideia e na importância de um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. “A ferramenta: o cérebro. A estratégia: dormir bem, fazer exercício, comer saudável, passar tempo com a família, conviver com os amigos, ler, ouvir música, ir ao cinema, viajar e, quando for hora de trabalhar, estar rodeado do melhor talento possível e manter o foco”, argumenta.

This Is Pacifica
Há talento para competir a alto nível
O prémio Agência de Design do Ano no Festival do CCP é o maior destaque, em 2024, para Filipe Mesquita, cofundador e diretor criativo da This Is Pacifica.

Esta distinção “é particularmente relevante por refletir a consistência e qualidade global do trabalho desenvolvido ao longo do ano, para além do mérito de projetos específicos”, justifica.

Filipe Mesquita acredita que este prémio reforça a confiança no percurso traçado pela agência: “Este tipo de reconhecimento é, para nós, uma validação de uma visão que combina estratégia, empatia e excelência, sempre com o objetivo de criar trabalhos que gerem valor e impacto duradouro”, explica o cofundador e diretor criativo da This Is Pacifica.

Sobre o estado da criatividade, Filipe Mesquita considera que as agências em Portugal atravessam uma fase positiva. “As agências nacionais têm mostrado uma criatividade impressionante, comprovando que Portugal tem talento para competir ao mais alto nível, mesmo num mercado frequentemente condicionado por orçamentos mais reduzidos”, salienta, destacando ainda que “a crescente visibilidade em festivais internacionais é uma prova clara de que estamos a ultrapassar barreiras, destacando-nos pela originalidade e capacidade de inovação”.

Apesar dos desafios de operar num mercado competitivo, Filipe Mesquita observa que “estas pressões estão a motivar o setor a reinventar-se e a explorar novas possibilidades, criando soluções mais criativas e estratégias robustas”. Olhando para o que 2025 reserva, aponta para a necessidade de gerir fraquezas e forças do contexto do mercado publicitário.

O prémio Agência do Ano no Festival do CCP “reflete a consistência e qualidade do trabalho desenvolvido ao longo do ano”, refere Filipe Mesquita

“A criatividade enfrentará o desafio de responder a um mundo em constante mudança, onde a rapidez na adaptação será essencial. As transformações sociais e culturais pedirão narrativas que conectem diferentes públicos e valores, enquanto a gestão ética de dados se tornará indispensável para garantir confiança e transparência”, sustenta. Para o cofundador e diretor criativo da This Is Pacifica, as oportunidades, essas, estão na inovação, em particular “através da exploração de novos formatos interativos e comunidades digitais, que permitirão à criatividade chegar mais longe e de forma mais participativa”. No próximo ano, a This Is Pacifica planeia reforçar o compromisso com o design sustentável: “A certificação 14006 em Eco Design, que obtivemos em 2023, continuará a ser um dos pilares do nosso trabalho. Pretendemos investir cada vez mais recursos na implementação de práticas de design sustentável, envolvendo clientes e projetos num compromisso partilhado com a criação de soluções com menor impacto ambiental e maior valor social”, avança Filipe Mesquita. Sobre as ferramentas tecnológicas, o cofundador e diretor criativo da This Is Pacifica vê a inteligência artificial (IA) como um apoio estratégico. “Embora o uso da IA no processo criativo tenha o seu lugar, vemos estas ferramentas como complementares, ajudando a explorar possibilidades e a otimizar processos, mas nunca substituindo o papel essencial do pensamento humano e da sensibilidade que guiam o nosso trabalho”, argumenta.

Uzina
Uma estante recheada
Para Susana Albuquerque, diretora criativa da Uzina, realça em 2024 a campanha ‘Estante dos 75.800€’ (na foto), criada para a Ikea. “Foi Grande Prémio no Festival do CCP, Grande Prémio nos Prémios Criatividade do Meios&Publicidade, além de ter ganho vários Ouros nos Prémios APPM e nos Prémios Eficácia. É daqueles exemplos em que a criatividade que tem impacto na rua e no negócio da marca também dá bons resultados em festivais, e isso deixa-nos muito contentes”, refere Susana Albuquerque.

A diretora criativa da Uzina observa uma evolução positiva no mercado da criatividade. “Há cada vez mais agências e marcas que querem fazer bom trabalho e isso reflete-se na diversidade de premiados nos diferentes festivais. Se tudo correr bem, puxa-nos a todos para cima. Se correr mal, começamos a trabalhar para ganhar prémios em vez de trabalhar para resolver os problemas dos clientes, o que me parece errado. Mas sou otimista”, refere.

Construir relevância num mercado cada vez mais saturado é um desígnio em 2025. “Há sempre um grande desafio em cima da mesa nos últimos anos: o de criar marcas relevantes que digam alguma coisa às pessoas, quando é cada vez mais difícil que reparem em nós, quando há cada vez mais concorrência pela nossa atenção. Devemos ver em cada ideia, em cada campanha, uma oportunidade de lutar contra a invisibilidade da marca ou do produto que queremos vender”, sustenta a diretora criativa da Uzina.

“Devemos ver em cada ideia, em cada campanha, uma oportunidade de lutar contra a invisibilidade da marca ou do produto que queremos vender”, argumenta Susana Albuquerque

No que diz respeito às estratégias criativas, Susana Albuquerque mantém o foco nas referências humanas e no rigor da execução. “Sempre e, por isso, também em 2025, vamos procurar ‘insights’ humanos, verdades que tragam alguma surpresa, pois é graças a elas que as pessoas reparam e se ligam a nós. Queremos continuar a defender o ‘craft’ dos trabalhos, porque só com boas execuções e uma produção cuidada conseguimos dar força às nossas ideias”, argumenta.

A diretora criativa da Uzina vê também na inteligência artificial um aliado para o trabalho criativo. “A inteligência artificial tem sido uma boa ferramenta para agilizar a forma como contamos as nossas ideias”, acrescenta.

 

Sobre o autorSusana Marvão

Susana Marvão

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O anúncio ao perfume Background de Jil Sander (na foto) é um dos ‘spots’ com narrativas excêntricas, que David Lynch grava entre 1988 e 2014. O M&P faz uma compilação dos 23 anúncios mais icónicos, do realizador falecido a 15 de janeiro, em ligação com as suas referências cinematográficas

Apesar de terem sido filmes como ‘Mulholland Drive’ e “Veludo Azul’ e séries como ‘Twin Peaks’ a darem-lhe fama, David Lynch, que morre a 15 de janeiro aos 78 anos, também foi realizador de publicidade, criando anúncios que, ainda hoje, se distinguem pelas sensibilidades atmosféricas, bizarras e excêntricas que evidenciam.

“O conceito do absurdo é algo que desde sempre me atraiu”, admitia publicamente David Lynch numa conferência de imprensa. Entre 1988 e 2014, o realizador e argumentista norte-americano desafia as convenções estéticas dessas épocas, contribuindo para a evolução da estética das narrativas das campanhas publicitárias.

O primeiro filme publicitário que realiza é para promover o Obsession, um dos perfumes mais icónicos da Calvin Klein, em 1998. Os escritores F. Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway e D. H. Lawrence foram as inspirações do realizador para os ‘spots’ a preto e branco, que exploram a sensualidade e a melancolia dos beijos.

Em 1990, ‘That Girl’ é o nome do filme publicitário que a Alka-Seltzer contrata a David Lynch, uma narrativa visual que converte um fármaco num produto de ‘lifestyle’.

‘Twin Peaks’ serve de inspiração a ‘Georgia Coffee’. O anúncio à marca da bebida, que conta com a participação de alguns dos atores da série, marca a primeira incursão de David Lynch no setor da alimentação, em 1991.

Também em 1991, o realizador é escolhido para criar o ‘teaser’ para a campanha promocional do DVD que reúne os vídeos promocionais dos singles do ‘Dangerous’, álbum de Michael Jackson.

Em 1992, David Lynch regressa ao universo das fragrâncias com ‘Who is Gio?’, anúncio que promove o perfume Gio de Giorgio Armani. O filme publicitário, com dois minutos e meio, é gravado num cenário que o realizador viria a utilizar na longa-metragem ‘Inland Empire’, em 2006.

No mesmo ano, David Lynch é desafiado pela Yves Saint Laurent a realizar o anúncio do perfume Opium, apostando mais uma vez no mistério e na sensualidade.

Em 1993, é o perfume Trésor da Lancôme a ser imortalizado num filme publicitário protagonizado pela atriz e modelo de ascendência italiana Isabela Rossellini, o rosto da fragrância. Marcado por grandes planos do rosto da artista, o anúncio volta a explorar a sensualidade feminina.

Ainda em 1993, David Lynch realiza o filme publicitário da Barilla, marca de massas italianas.

Também em 1993, o ano em que mais trabalhou em publicidade, o realizador assina também ‘The Wall’, filme publicitário da Adidas.

Ainda em 1993, estreia ‘The Instinct of Life’, filme publicitário que promove o perfume Background de Jil Sander.

A atriz norte-americana Daryl Hannah é a protagonista da campanha do Sun Moon Stars, perfume de Karl Lagerfeld, em 1994.

Em 1997, ‘‘Mountain Man’ é o nome do ‘spot’ publicitário que cria para a marca de automóveis Honda.

Também em 1997, estreia ‘Clear Blue Easy’, anúncio publicitário que David Lynch realiza para a Clear Blue.

Ainda em 1997, vai para o ar ‘Aunt Droid’, que promove de forma ‘sui generis’ a ficção do Sci-Fi Channel.

Em 1998, o realizador estreia-se na publicidade a uma marca de cigarros, a Parisienne Cigarettes, com ‘Parisienne People’, outro anúncio surrealista.

O universo feérico e surrealista de David Lynch volta a manifestar-se em ‘Welcome to the Third Place’, campanha que publicita a PlayStation 2, em 2000.

Em 2002, o realizador de ‘Veludo Azul’ colabora com a Nissan, no filme publicitário que anuncia o Nissan Micra.

O perfume Gucci, uma das fragrâncias da Gucci, marca outra das incursões de David Lynch pelo universo dos perfumantes, em 2008.

‘Lady Blue Shanghai’ é o nome da campanha que David Lynch realiza para a Dior, em 2010. O ‘spot’ é protagonizado pela atriz francesa Marion Cotillard.

Em 2011, David Lynch colabora com a Shiseido. Protagonizado pela violinista Akiko Suwanai, o ‘spot’ explora o universo de sombras de uma dança, desvendando no final a nova gama da marca de cosmética japonesa, a Revital Granas.

A estética futurista que David Lynch tanto apreciava volta a destacar-se em 2014, em ‘Louboutin Rouge’, que promove o calçado de Christian Louboutin.

 

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Nossa é a agência mais reputada. Bar Ogilvy, Havas e M Public Relations completam o top 4

As restantes posições do top 10 da consultora OnStrategy são ocupadas pela Fuel (74,8), Lift Consulting (74,3), Fullsix (74), Adagietto (73,9), LLYC (73,6) e O Escritório (73,5)

A Nossa lidera o ranking de reputação de marca em Portugal da consultora OnStrategy, referente a marcas de serviços profissionais de comunicação, totalizando 76 pontos, no estudo que diz respeito ao ano consolidado de 2024.  Acima dos 75 pontos encontram-se ainda a Bar Ogilvy (75,7), a Havas (75,4) e a M Public Relations (75,1).

As restantes posições do top 10 elaborado pela OnStrategy são ocupadas pela Fuel (74,8), Lift Consulting (74,3), Fullsix (74), Adagietto (73,9), LLYC (73,6) e O Escritório (73,5). A avaliação é feita “em conformidade com a certificação das normas ISO20671 (avaliação de estratégia e força) e ISO10668 (avaliação financeira), consolidando a informação referente à dimensão emocional de reputação (relevância, consideração, confiança, admiração, intenção de compra, preferência, recomendação e defesa)”, salienta a OnStrategy em comunicado de imprensa.

Este ranking de reputação de marcas de serviços profissionais de comunicação é uma avaliação numa escala de 100 pontos, cujo estudo geral abrange cerca de 2.000 marcas auditadas em cerca de 70 setores de atividade, ao longo de todo o ano, “e que foram previamente identificadas de forma espontânea por mais de 8.000 C-Levels empresariais, que refletem o tecido empresarial em termos de distribuição geográfica e dimensão (grandes, médias, pequenas e micro empresas)”, refere a OnStrategy.

Este trabalho é elaborado tendo por base um trabalho de campo que decorre em contínuo durante as 52 semanas do ano e uma metodologia com duas abordagens. A abordagem qualitativa, no que se refere ao posicionamento de marca, identificando e explorando todos os valores e atributos referidos espontaneamente. E uma abordagem quantitativa para a reputação de marca, indicando e explorando de uma forma induzida a notoriedade, a reputação emocional (relevância, consideração, confiança, admiração, preferência, recomendação), a reputação racional (produtos, serviços, inovação, ambiente de trabalho, cidadania, ambiente, governo, liderança, performance financeira) e os comportamentos consequentes à perceção reputacional (intenção de compra, defesa perante crises, intenção de trabalhar com / para e intenção de investir).

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Supremo Tribunal mantém proibição do TikTok nos Estados Unidos

A tomada de posse de Donald Trump e o surgimento de um comprador nos próximos dias mantêm em aberto o destino da rede social, que está banida a partir de 19 de janeiro. Elon Musk estará ainda na corrida à compra. TikTok garante aos cerca de 7000 funcionários nos EUA que os empregos estão seguros

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos aprova a manutenção da lei que determina o bloqueio do TikTok no país, caso a rede social não seja vendida nos Estados Unidos até 19 de janeiro. A tomada de posse de Donald Trump, a 20 de janeiro, e o surgimento de um comprador nos próximos dias, no entanto, mantêm em aberto o destino do TikTok.

A sentença do tribunal rejeita a argumentação da empresa e dos utilizadores da plataforma que se constituíram como assistentes no processo. Embora reconhecendo que a rede social “oferece um meio de expressão distinto e alargado, de envolvimento e de comunidade”, o tribunal considera que há “preocupações bem fundamentadas para a segurança nacional”, que decorrem “das práticas de recolha de dados do TikTok e da sua relação com um adversário estrangeiro”.

Tudo indica que o TikTok será banido nos Estados Unidos a 19 de janeiro, caso não seja vendido, com a rede social a ser removida das lojas de aplicações indefinidamente. No entanto, a tomada de posse de Donald Trump, a 20 de Janeiro, mantém o futuro da plataforma no país incerto, sobretudo quando os conselheiros do presidente já estão a rever a lei para encontrar formas de adiar o prazo, talvez por 60 a 90 dias, de acordo com o The Wall Street Journal.

Embora a capacidade de Donald Trump de atrasar a proibição do TikTok esteja limitada pela lei, o novo presidente poderá prosseguir de qualquer maneira. A lei federal permite que Joe Biden estenda o prazo de venda de 19 de janeiro por mais 90 dias, caso se verifique um progresso significativo no sentido de uma venda. Donald Trump também pode anular a proibição, se a sua administração determinar, através de um “processo interagências”, que o TikTok já não está sob controlo chinês.

“O TikTok em si é uma plataforma fantástica”, refere Mike Waltz, novo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, à Fox News, acrescentando que “vamos encontrar uma forma de o preservar, mas também de proteger os dados das pessoas”. Karoline Leavitt, porta-voz da equipa responsável pela transição entre administrações, garante ao The Wall Street Journal que “o presidente Trump manifestou repetidamente o desejo de salvar o TikTok e não há negociador melhor do que Donald Trump”.

Segundo avança o The Wall Street Journal, o CEO do TikTok, Shou Chew, estará entre os convidados de Donald Trump no discurso de tomada de posse a 20 de janeiro. Shou Chew estará na companhia de outros líderes de tecnologia dos Estados Unidos que planeiam comparecer, incluindo Elon Musk, conselheiro multimilionário de Donald Trump, Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon, Sundar Pichai, diretor-executivo do Google, Tim Cook, diretor-executivo da Apple, Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, bem como Mark Zuckerberg, diretor-executivo da Meta, concorrente do TikTok.

Em termos da probabilidade de surgir uma venda, segundo a CNN, as autoridades chinesas estariam a ponderar a possibilidade de Elon Musk adquirir as operações norte-americanas do TikTok, caso a plataforma seja proibida nos Estados Unidos. No entanto, a ByteDance, empresa mãe do TikTok, nega essas informações, classificando-as de “pura ficção”. A situação complica-se porque, até agora, a ByteDance declara que o TikTok não está à venda, dificultando os esforços para evitar que seja banido nos Estados Unidos.

Enquanto os cerca de 7000 funcionários do TikTok aguardam o destino da rede social nos Estados Unidos, a empresa garante-lhes, num comunicado interno obtido pelo The Verge, que os respetivos empregos estão seguros, mesmo que a plataforma seja banida. No entanto, com a proibição a poucos dias de distância, os utilizadores norte-americanos da rede social estão à procura de plataformas alternativas que os ajudem a manter-se a par da cultura popular ou que forneçam o tipo de conteúdos que popularizaram a rede social a nível mundial. A alternativa mais popular é a plataforma RedNote, conhecida como Xiaohongshu na China, de onde a aplicação é originária.

De acordo com uma fonte desta plataforma chinesa, cerca de 700 mil novos utilizadores juntaram-se à RedNote em apenas dois dias, o que fez com que a rede social atingisse o primeiro lugar no ranking de aplicações transferidas da App Store nos Estados Unidos. A popularidade da plataforma está a ser impulsionada pela vasta quantidade de utilizadores norte-americanos que migraram para a RedNote à procura de uma alternativa ao TikTok.

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ASM Global prevê faturar €1 milhão no primeiro ano de atividade

A empresa de eventos, que gere os espaços Fábrica L e Fábrica XL (na foto), na LX Factory, em Lisboa, ambiciona superar a fasquia dos 100 eventos até dezembro. Com uma capacidade combinada para acolher 2.870 pessoas, já está a receber pedidos para 2026 e 2027

A ASM Global prevê faturar €1 milhão no primeiro ano de atividade, com a organização de eventos nos espaços Fábrica L e Fábrica XL, localizados na LX Factory, em Lisboa, que gere até 2029.

“Já temos diversos eventos confirmados para o arranque deste ano, nomeadamente eventos corporativos, apresentações de marcas de automóveis e experiências de ‘live music’ nesses espaços”, revela Hugo Encarnação, diretor-geral da Fábricas, marca que abrange os dois recintos, citado em comunicado de imprensa.

Os dois espaços, com uma capacidade combinada para acolher 2.870 pessoas, foram intervencionados antes da chegada da ASM Global a Portugal, no último trimestre de 2024. A criação da Fábricas, a nova marca que agrega a oferta dos dois principais espaços de eventos da LX Factory, faz parte da estratégia promocional da empresa, que também pretende diversificar a oferta de serviços.

“Queremos ir além do tipo de eventos que já fazemos e ser o palco de um ‘mix’ muito diverso de eventos e experiências”, revela Hugo Encarnação. A ambição é duplicar o número de acontecimentos, superando a fasquia dos cem eventos, até dezembro.

“O objetivo é chegar a um ‘revenue’ de €1 milhão no primeiro ano de atividade e, depois, ir aumentando esse volume de faturação ao longo dos próximos anos. O plano é assegurar o aumento máximo do EBITDA para os acionistas durante estes cinco anos de gestão da ASM Global”, refere o diretor-geral da Fábricas.

Além de conferências e espetáculos de música ao vivo, a Fábrica L e a Fábrica XL podem acolher eventos corporativos, festas temáticas, eventos desportivos e retiros de bem-estar, estando já a receber pedidos para 2026 e 2027.

“São salas já muito conhecidas, quer do grande público quer dos principais produtores e agências de eventos do mercado. Depois de melhorarmos significativamente as condições que oferecemos e a experiência proporcionada a quem procura os nossos espaços, estamos perfeitamente posicionados para alargar a nossa amplitude de soluções”, salienta Hugo Encarnação.

A ASM Global também é responsável pela gestão dos espaços associados de bar, terraço e galeria ao ar livre, que, sob a alçada da marca Fábricas, reforçam a oferta de locais para eventos e serviços complementares de restauração do LX Factory.

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Telma Oliveira é a nova diretora-geral da Retail Mind

Com um mestrado em administração e gestão empresarial pela Universidade Católica Portuguesa, Telma Oliveira (na foto) assume a liderança da área de gestão do grupo no mercado nacional e o acompanhamento do crescimento da atividade da consultora de retalho

Telma Hasse de Oliveira acaba de ser contratada para o cargo de diretora-geral da Retail Mind, consultora e gestora ibérica especializada em retalho. A profissional assume a liderança da área de gestão do grupo no mercado nacional e o acompanhamento do crescimento da atividade da consultora de retalho.

“A entrada da Telma Hasse de Oliveira, profissional com uma vasta e profunda experiência nas nossas áreas de atuação, está alinhada com a visão e valores do grupo, com o desenvolvimento organizacional que pretendemos dar às várias áreas de atuação dentro da Retail Mind Management, permitindo dar uma resposta mais eficaz à exigência dos desafios que enfrentamos num processo de contínua evolução, crescimento individual das nossas equipas, promovendo uma relação profícua com todos os nossos ‘stakeholders'”, refere Vítor Rocha, CEO da Retail Mind, citado em comunicado de imprensa.

Com um mestrado em administração e gestão empresarial pela Universidade Católica Portuguesa, Telma Oliveira apresenta cerca de duas décadas de experiência em cargos de liderança estratégica, em setores como promoção imobiliária e consultoria, banca e gestão de ativos. A profissional possui conhecimentos do mercado retalhista, graças a funções diretivas ocupadas em empresas como Foreva, Mercasa e Mundicenter, antes de passagens pelo Banco Finantia e pela ‘fintech’ SafeBrok.

“Assumir esta função representa mais do que um desafio profissional. É a oportunidade de aplicar a minha experiência acumulada numa empresa que partilha valores de inovação, compromisso e foco no cliente, contribuindo ativamente para a expansão e posicionamento de marcas que moldam o mercado”, salienta Telma Hasse de Oliveira.

A Retail Mind desenvolve projetos de retalho com uma visão de 360 graus, fomentando a expansão de marcas em vários mercados e acompanhando investidores nacionais e internacionais, na avaliação de projetos de retalho, com valor acrescentado para o mercado.

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Lisbon Digital School promove evento de tendências de marketing digital para 2025

Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School, salienta que “a educação digital é fundamental para o desenvolvimento do mercado e da sociedade, e com este evento pretendemos proporcionar um espaço de aprendizagem e discussão sobre as tendências que irão definir o futuro do digital em 2025”

A Lisbon Digital School está a organizar o ‘It’s All About… Trends 2025’, evento a 28 de janeiro que reúne especialistas para discutir as tendências que moldam o mercado digital em 2025. Entre os temas em destaque estão as redes sociais, o comércio eletrónico, a publicidade e a inteligência artificial.

Este é o primeiro evento online e gratuito organizado pela escola com a duração de um dia inteiro, com o compromisso e a missão de combater a iliteracia digital através de iniciativas gratuitas e acessíveis a todos. “Acreditamos que a educação digital é fundamental para o desenvolvimento do mercado e da sociedade. Com este evento, pretendemos proporcionar um espaço de aprendizagem e discussão sobre as tendências que irão definir o futuro do digital em 2025”, declara Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School, citada em comunicado de imprensa.

O painel de oradores é composto por David Pereira Santos, diretor de marketing digital da Vodafone, Paulo Rossas, diretor de inovação da Lisbon Digital School, Carla Coelho, gestora de comunicações de marketing da Ikea Portugal, Bruno Oliveira, diretor do departamento ‘digital Hub & e-Business’ da Sumol+Compal, Pedro Costa, especialista de comércio eletrónico, e Pedro Janela, presidente e fundador do WYgroup, entre outros. As inscrições são gratuitas, através do site oficial do evento.

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“IA na construção de marca é dos aspetos mais importantes para o turismo”

Em Portugal para participar na Boost 2025, a 17 de janeiro, Álvaro Meléndez (na foto), criativo e fundador da startup norte-americana Crant, fala em exclusivo ao M&P sobre como a IA pode ser uma ferramenta poderosa na estratégia e construção de marcas de turismo

“O uso de inteligência artificial (IA) na construção de uma marca é um dos aspetos mais importantes e subestimados para o turismo”, declara ao M&P Álvaro Meléndez, criativo e fundador da startup Crant, sediada em Miami.

O criativo especialista em construção de marcas e ‘storytelling’ está em Portugal para participar no Boost 2025, evento a 17 de janeiro na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, que explora o impacto da IA no marketing e nos recursos humanos do setor do turismo.

Álvaro Meléndez, reconhecido em 2023 pela Provoke Media como um dos 25 principais inovadores das Américas, explica em entrevista ao M&P que “a IA no turismo é importante porque constitui uma nova oportunidade para as empresas construírem estratégias, narrativas e uma marca, bem como chegarem de forma mais eficiente aos consumidores, sem que seja necessário um investimento elevado, e é isso que vou demonstrar na conferência”.

O fundador da Crant avança que durante a apresentação no Boost 2025 irá fornecer ferramentas práticas e formas de implementar a IA na construção de marca e no turismo, que se adaptam a qualquer empresa, independentemente da dimensão ou nível de investimento.

Em relação ao panorama das marcas e do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant destaca O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, que o impressionou numa visita a Cascais. “Revela, ao longo dos anos, um ‘storytelling’ impressionante nas latas de sardinha, visuais circenses, muita criatividade e um conceito único e inesperado”, sendo “um exemplo perfeito de uma marca que pode ser expandida através da IA”, argumenta.

Segundo Álvaro Meléndez, esta expansão pode ser feita ao aproveitar o conceito, “que é atrativo”, e ao implementar a IA ao longo da jornada do consumidor. Por exemplo, ao ajudar o consumidor a conhecer os produtos e facilitar o processo de compra, ou ao criar experiências que ligam o artificial à realidade, “o consumidor já sabe o que esperar, já gostou do que viu e até já pode ter comprado o produto, mas continua a ter uma razão para ir à loja”.

“Quanto mais nos aproximarmos da IA e do digital, mais as experiências físicas serão importantes e valiosas. No entanto, é necessário que sejam experiências que valham a pena”, salienta Álvaro Meléndez.

Em termos do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant defende que o país enfrenta um problema de turismo em excesso, sobretudo em certas zonas e épocas do ano, em detrimento de outras. No entanto, Álvaro Meléndez considera que, através do marketing e da IA, é possível contornar esse problema.

“Atrações e negócios que previamente não teriam destaque no itinerário de um turista, porque não se encontram em zonas turísticas ou conhecidas, podem ser destacados através da IA e da construção da marca dessas mesmas zonas. É do interesse dessas localidades promoverem o potencial que não está a ser atingido”, argumenta.

Álvaro Meléndez destaca o exemplo do que Miami fez com o bairro de Wynwood. “A cidade tinha muitos turistas que queriam ir à praia e divertir-se, mas quase só existia esse tipo de turismo. Para dar a volta ao problema, nos últimos anos, toda a zona de Wynwood, que não fica na praia e é mais artística e cultural, foi expandida com uma estratégia de tecnologia e IA em mente, o que acabou por fornecer um equilíbrio turístico à cidade. Melhorando simultaneamente o crescimento das empresas e marcas nessas áreas menos turísticas”, argumenta.

Leia a entrevista completa na edição 973 do Meios&Publicidade, a 24 de janeiro

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ACP, JC Decaux, MOP e CML acordam redução de painéis digitais de grande formato

O acordo é homologado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa após a providência cautelar do ACP para travar a instalação de 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação de Lisboa (na foto), para garantir a segurança rodoviária

O Automóvel Club de Portugal (ACP), a JC Decaux, a MOP e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) chegaram a acordo para reduzir os painéis digitais de grande formato na cidade.
O Tribunal Administrativo de Lisboa homologou o entendimento, resultante das reuniões marcadas após a providência cautelar intentada pelo ACP para travar a instalação de 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação da cidade, por considerar que estas representavam um risco para a segurança rodoviária.
“No seguimento da reanálise dos casos indicados, a CML e a JC Decaux acederam em promover às alterações consideradas adequadas, no que se refere à dimensão, luminosidade e localização de alguns dos equipamentos correspondentes aos painéis digitais de grande formato, indo, assim, ao encontro das preocupações que tínhamos manifestado”, revela o ACP em comunicado de imprensa.
Na Segunda Circular, em Lisboa, o painel digital de 100 m2 instalado entre o Estádio da Luz e o Centro Comercial Colombo vai ser substituído por um painel digital de 22 m2, “devidamente reposicionado de modo a garantir um maior afastamento da via, ficando a cinco metros de distância em relação à berma”, explica o documento.
Os três painéis digitais de 37 m2 na Segunda Circular situados em frente à Escola Superior de Comunicação Social, junto ao Estádio de Alvalade e junto ao Hipódromo do Campo Grande, vão ser substituídos por três painéis digitais de 22 m2, mais afastados das faixas de rodagem e a cinco metros de distância em relação à berma.
“O painel digital de 100 m2 e os três painéis digitais de 37 m2 serão removidos da Segunda Circular e serão instalados nos eixos definidos no contrato de concessão como preferenciais para o lote 2, com exceção da Segunda Circular, e mediante prévia auscultação da opinião do ACP, que poderá sugerir ajustamentos e ou alterações de localização, a ponderar pelo município”, salienta o ACP, que aceita os dois painéis digitais de 37 m2 instalados na Calçada de Carriche.
O acordo prevê ainda que o painel digital de 220 m2 venha a ser instalado na zona de entrada de Lisboa, pela Avenida Duarte Pacheco, após o viaduto, no mesmo local onde se encontrava o anterior painel alvo de críticas.
“Os quatro painéis digitais já aprovados pelo município de Lisboa, sitos na Segunda Circular, no acesso após a rotunda da BP; antes da saída para a rotunda do Aeroporto (McDonald’s); após a entrada da rotunda do aeroporto (KFC) e após Azinhaga das Galhardas, não serão aí instalados, de modo a não se aumentar o número de painéis nessa via de circulação”, refere o comunicado.

O acordo surge na sequência da reavaliação dos painéis postos em causa pelo ACP. “Foram reanalisadas e discutidas, por uma equipa multidisciplinar com valências técnicas e expertise em matérias como a acessibilidade, a mobilidade, a segurança contra incêndios e a segurança rodoviária, tendo sido a análise reforçada com pareceres externos e internos”, refere o comunicado do ACP.

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Marcas querem anunciar no Bluesky, mas ainda é cedo

As agências aconselham os clientes a registarem-se no Bluesky, mas a não investirem muito tempo nem recursos na plataforma. Este microblogue começa dentro do Twitter, em 2019, mas agora é uma rede social com cerca de 26 milhões de utilizadores totais

O Bluesky tem “capturado definitivamente a atenção” dos clientes da VML, declara Rachael Datz, diretora-geral de redes sociais da VML, à Ad Age. “Muitos dos nossos clientes têm perguntado qual é a nossa opinião, sobretudo porque houve uma espécie de transição em massa” de utilizadores do X para o Bluesky após as eleições presidenciais norte-americanas, acrescenta Rachael Datz.

Desde que Elon Musk adquiriu o Twitter, agora X, os profissionais de marketing têm procurado continuamente alternativas à rede social baseada em texto. Muitos migraram para o Threads da Meta, mas o entusiasmo inicial desapareceu rapidamente e, nos últimos 18 meses, as marcas têm vindo a delinear e a aperfeiçoar as estratégias na plataforma.

O Bluesy, aliás, começa como um microblogue dentro do Twitter, num projeto criado em 2019 por Jack Dorsey, cofundador e ex-CEO do Twitter.

Com o Threads agora no centro de uma controvérsia, devido à crescente afiliação do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a Donald Trump e à recente eliminação do sistema da Meta de verificação de factos no Facebook, Instagram e Threads, alguns profissionais de marketing estão a considerar o Bluesky como um possível destino para conteúdos baseados em texto.

De acordo com dados da Similarweb, o uso do Bluesky nos Estados Unidos aumenta 519% entre 6 e 15 de novembro de 2024. A base de utilizadores da rede social quase duplica desde as eleições presidenciais, passando de mais de 13 milhões de utilizadores em novembro de 2024 para cerca de 26 milhões em 30 de dezembro de 2024, de acordo com os dados revelados no blogue de Jay Graber, CEO do Bluesky.

Bluesky stuns in new App Store ranking

[image or embed]

— Bluesky (@bsky.app) November 13, 2024 at 5:30 AM


Segundo a Ad Age, as agências nos Estados Unidos estão a aconselhar os clientes a registarem-se no Bluesky, mas a não investirem muito tempo e recursos na plataforma. Isto deve-se ao facto de, embora a base de utilizadores do Bluesky esteja em constante crescimento, os cerca de 26 milhões de utilizadores totais são consideravelmente inferiores aos 275 milhões de utilizadores mensais do Threads ou aos 570 milhões de utilizadores mensais do X.

“O Bluesky está certamente a aumentar a presença, mas em comparação com o X e o Threads é a menor das redes sociais baseadas em texto, neste momento”, sublinha Minda Smiley, analista sénior da empresa de estudos de mercado eMarketer, acrescentando que “é um cenário muito fragmentado e não existe um líder claro. E isso impede qualquer um deles de atingir a escala que o Twitter teve no seu auge”.

O Bluesky, tal como o Threads, também ainda não oferece atualmente quaisquer oportunidades de publicidade paga, “o que significa que o conteúdo orgânico é a única estratégia disponível para as marcas na plataforma”, explica Minda Smiley. Ao contrário do Threads, que está diretamente ligado ao Instagram, o lançamento de uma conta no Bluesky exige que as marcas “se instalem numa plataforma totalmente nova, o que pode dificultar a sua atração como anunciantes”, acrescenta a analista sénior da eMarketer.

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Renova conquista Green Design International Award

O projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ da Renova é distinguido pela sustentabilidade dos produtos das gamas ‘Recycled’ (na foto) e ‘Love & Action’, bem como pelos processos que lhes dão origem

A Renova acaba de ser reconhecida pelo projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ com o Green Design International Award, atribuído pela World Green Design Organization (WGDO). A distinção premia a sustentabilidade dos produtos reciclados da Renova, bem como os processos que lhes dão origem, destacando, em particular, as gamas ‘Recycled’ e ‘Love & Action’ como “exemplos de excelência ambiental e que incorporam o conceito de ‘Green Design'”, lê-se no comunicado de imprensa.

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu em Bruxelas, durante a 2024 WGDO Annual Conference, a 14 de janeiro de 2025. Entre as 200 candidaturas, foram selecionados dez finalistas em projetos que abrangem áreas como o design de turbinas eólicas, o design de interiores de veículos automóveis, o design de embalagens e eletrodomésticos.

Os projetos foram avaliados com base na utilização de tecnologias verdes, na utilização de materiais recicláveis, na utilização de energia renovável, em métodos de produção sustentáveis e inofensivos para o ambiente, realçando soluções que contribuem para a proteção e melhoria do ambiente, promovendo a sustentabilidade.

“Acreditamos que a sustentabilidade não é apenas uma responsabilidade, mas também uma oportunidade para criar produtos e inovar. Este reconhecimento reforça o nosso compromisso em oferecer aos cidadãos soluções que respeitam o planeta e os inspiram a fazer escolhas conscientes”, enfatiza Francisco Barreiro, diretor de inovação e sustentabilidade da Renova.

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