Foto: Ines Leote
Mensagem de Lisboa dinamiza projeto jornalístico em “desertos informativos” da AML
Apoiado pelo fundo Local Media for Democracy, da União Europeia e do European Journalism Fund, o projeto “Narrativas”, que está a ser desenvolvido pelo jornal digital Mensagem de Lisboa, tem […]
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Apoiado pelo fundo Local Media for Democracy, da União Europeia e do European Journalism Fund, o projeto “Narrativas”, que está a ser desenvolvido pelo jornal digital Mensagem de Lisboa, tem como missão desvendar as histórias escondidas da Área Metropolitana de Lisboa (AML), “desertos informativos” como os promotores da iniciativa os apelidam. A publicação dinamizou delegações em Algueirão-Mem Martins (Sintra), Chelas (Lisboa) e Casal da Boba (Amadora) para dar visibilidade mediática a essas zonas.
“Que histórias contaria quem vive nas zonas periféricas de Lisboa, se tivesse o poder para o fazer nos meios de comunicação social? Narrativas. Porque há muitas coisas para contar e muitas maneiras de contá-las”, explica a Mensagem de Lisboa em comunicado de imprensa.
O projeto arrancou esta segunda-feira e promete surpreender pelos relatos. As notícias disponibilizadas, redigidas em colaboração com habitantes locais, “repórteres comunitários” como a publicação lhes chama, ficam depois disponíveis numa área dedicada ao “Narrativas” no site do jornal.
Ouvir os que se sentem excluídos
No final do ano passado, a redação da Mensagem de Lisboa mudou-se temporariamente para as três zonas da AML. Além da sede do grupo cultural Unidigrazz em Mem Martins, ocuparam espaços da associação juvenil Kriativu em Chelas e da Associação Cavaleiros São Brás no Casal da Boba. Dar voz aos que não a têm é a principal ambição desta iniciativa.
“A Mensagem considera que este projeto é uma boa forma de alargar a liberdade de imprensa a quem ainda está longe dela. A apatia de muitos dos que vivem alheados da informação rigorosa e credível é cada vez maior. Mas é o caminho óbvio para quem não encontra informação que lhe diga respeito ou não se reveja no que é publicado”, esclarece o jornal em comunicado.
“Neste projeto, vamos perceber que há imensas histórias para contar. Ouvimos muitas pessoas que se sentiam ouvidas pela primeira vez e muitas delas falavam com um jornalista pela primeira vez nas suas vidas”, revela Catarina Carvalho, diretora da Mensagem de Lisboa.
Desertos informativos em discussão pública
Em Chelas, a iniciativa veio dar um novo fôlego a um projeto de jornalismo local que já existia e que entretanto se candidatou a um financiamento municipal. “Foi muito enriquecedor e motivador, dando-nos novas ideias e mostrando as diferentes abordagens que uma plataforma de divulgação pode ter. Foi, claramente, uma mais-valia e deixa ainda mais forte a ideia de que a Mensagem de Lisboa tem de ser nossa parceira na Gazetta do Bairro”, apela Nuno Varela, fundador do Kriativu.
A expressão “desertos informativos” integra um trabalho de análise prévio, da autoria do investigador António Brito Guterres e de Dora Santos Silva, coordenadora do Obi.Media, Observatório de Inovação dos Media, um organismo afeto à Universidade Nova de Lisboa, que, segundo a Mensagem de Lisboa, será divulgado nas próximas semanas.
“[Nesse estudo], é confirmado que a cobertura habitual sobre estes lugares onde a Mensagem andou é quase nula”, revela ainda a publicação em comunicado. “Em abril, a Mensagem de Lisboa vai organizar uma conferência de imprensa sobre este tema na Universidade Nova de Lisboa”, avança ainda o documento.