“Estamos muito bem posicionados na literacia financeira”
O novo diretor de marketing corporativo do Doutor Finanças, Fernando Rente, explica por que a produção de conteúdos é decisiva para chegar a novos clientes e como a comunicação interna […]
Rui Oliveira Marques
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O novo diretor de marketing corporativo do Doutor Finanças, Fernando Rente, explica por que a produção de conteúdos é decisiva para chegar a novos clientes e como a comunicação interna teve de responder às novas formas de trabalho
Fernando Rente assumiu em abril a direção de marketing corporativo da empresa especialista em finanças pessoais e familiares Doutor Finanças, ficando com as áreas de comunicação institucional, comunicação interna e marca corporativa. O departamento de comunicação e marketing do Doutor Finanças conta com mais de 20 pessoas, que se dedicam às áreas de conteúdos, institucional, marketing digital, desenvolvimento tecnológico do portal e novos projetos.
Meios & Publicidade (M&P): O que tem de desafiante em dirigir a área de marketing corporativo do Doutor Finanças? Quais são as metas que pretende atingir?
Fernando Rente (FR): O Doutor Finanças é uma marca jovem. A empresa foi criada em 2014 para ajudar as famílias portuguesas a negociar os seus produtos financeiros. Desde o início, existiu um grande foco na área da literacia financeira em Portugal e o percurso tem sido notável. Estamos muito bem posicionados junto de um público que procura informação e ferramentas online que ajudem a gerir de forma mais saudável as suas finanças pessoais. Acreditamos que o conhecimento nesta área pode ser transformador e temos mais de um milhão de sessões mensalmente no nosso portal: são pessoas que procuram respostas descomplicadas para dúvidas concretas, que afetam o seu dia-a-dia, e que encontram no Doutor Finanças um parceiro que as ajuda a tomar melhores decisões com impacto na sua vida financeira.
M&P: E fora do âmbito da literacia financeira?
FR: Aí temos um caminho a fazer na consolidação da marca e na sua associação aos nossos serviços core. Temos uma equipa de especialistas que ajudam as pessoas a encontrar a solução de financiamento – por exemplo crédito habitação ou consolidado – que melhor responde às suas necessidades, sem qualquer custo para o cliente. Enquanto intermediários de crédito, somos remunerados pelos bancos, financeiras e seguradoras com quem estabelecemos parcerias. É um modelo de negócio que muitas pessoas ainda desconhecem e temos uma clara oportunidade para reforçar a nossa notoriedade e incrementar o capital de confiança e a perceção de valor associados à marca. Este será o nosso objetivo principal a curto e médio prazos.
M&P: Qual o perfil da equipa de comunicação e marketing com que está a trabalhar?
FR: A equipa de comunicação e marketing do Doutor Finanças é uma “equipa de equipas”, que tem no seu centro os conteúdos e o marketing digital. Pensamos e trabalhamos a marca Doutor Finanças em todas as suas dimensões estratégicas e fazemo-lo integralmente com uma equipa multidisciplinar e totalmente interna. A equipa de conteúdos é uma verdadeira “powerhouse” de informação. É uma redação composta por editores, jornalistas, designers e equipa de vídeo com capacidade de produção interna de conteúdos diários que alimentam o portal da marca. Publicámos mais de mil novos artigos em 2021 e produzimos mais de 120 vídeos, entre vídeos explicativos, tutoriais, entrevistas e de caráter mais institucional.
M&P: E do lado do marketing digital?
FR: Aí temos uma equipa muito ágil que atua em todas as vertentes: estratégia, análise e implementação. Desta forma acompanhamos toda a jornada do cliente, garantindo que o conteúdo chega ao nosso target e abrindo uma porta de entrada para os nossos serviços. A minha área de responsabilidade pretende acrescentar uma nova camada ao incrível trabalho que a equipa já faz. Nesse sentido, irei desenvolver e consolidar as áreas de comunicação institucional, onde se incluem por exemplo parcerias com a academia, comunicação interna e marca corporativa.
M&P: Tendo em conta que é uma empresa 100 por cento digital, quais são as estratégias que irá privilegiar?
FR: Um dos fatores diferenciadores do Doutor Finanças é, de facto, a sua base tecnológica e fomos incluídos pelo quarto ano consecutivo no Top 30 do Portugal Fintech Report. Todo o serviço de consultoria financeira é feito através de uma plataforma de CRM totalmente desenvolvida internamente que pretende ser um facilitador e retirar pontos de dor no processo, através de funcionalidades que permitem, por exemplo, num clique único recolher automaticamente uma parte significativa da documentação necessária para pré-aprovar um crédito habitação. Tendo em conta o nosso ADN digital, não será de estranhar que os canais online estejam também no centro da nossa estratégia de marketing. No entanto, para chegar a novos públicos e consolidar a confiança do consumidor, a nossa comunicação será cada vez mais transversal e integrada, com o digital e o offline de mãos dadas. Se olharmos para o exemplo da compra de casa e do recurso ao crédito habitação, este é um processo pelo qual passa uma parte significativa dos portugueses, pelo menos uma vez na vida. Segundo a Pordata, os portugueses pediram mais 41 milhões de euros por dia em crédito habitação no último ano. O nosso objetivo é colocar a estratégia e a criatividade ao serviço desta vontade de estarmos cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas que estão a iniciar um processo deste género, cheias de expectativas, sonhos, objetivos e, portanto, muito implicadas não só financeiramente, mas também do ponto de vista emocional.
M&P: O Doutor Finanças implementou a semana de quatro dias de trabalho e promove várias ações de teambuilding e webinars. Como é que estas medidas ajudam a manter as equipas motivadas?
FR: O período de pandemia coincidiu com uma fase de grande crescimento do Doutor Finanças: terminámos 2019 com 108 colaboradores e integrámos 70 novas pessoas nos dois anos seguintes, numa altura em que tínhamos já adotado um modelo de trabalho totalmente flexível. Na prática, dependendo das necessidades e preferências individuais, tínhamos pessoas em todo o espectro de possibilidades, desde full remote a totalmente presencial, passando por diferentes formatos híbridos. Isto obrigou-nos a repensar a comunicação interna, reconhecendo, desde logo, o desafio do onboarding e da forma como novos colaboradores vivenciam e absorvem a cultura da empresa. A comunicação tem um papel central neste processo e uma das grandes alterações práticas é a noção de que há um espaço para o “sincronismo” e outro para a comunicação assíncrona, considerando que cada pessoa faz de forma diferente a sua gestão de tempo e de trabalho. Acredito que este seja simultaneamente um dos maiores desafios e aprendizagens dos gestores de comunicação interna e, sobretudo, dos gestores de equipas.
M&P: Por que diz isso?
FR: Porque implica rever procedimentos, promover espaços de acompanhamento one-to-one, gerir por objetivos e, sobretudo, mudar o mindset de gestão. No Doutor Finanças, esse “novo” mindset já existia, com a forte dimensão digital no nosso trabalho. O que temos feito é criar novas formas de usar essa dimensão digital para criar espaços de comunicação assíncrona com diferentes características – mais conversacionais, motivacionais ou informativos – sendo que cruzamos canais baseados em soluções Microsoft, como o Yammer, com ferramentas que já faziam parte da nossa vida pessoal, como o WhatsApp, juntando também abordagens mais tradicionais, como as newsletters periódicas. Recorremos cada vez mais a vídeo e a multimédia e procuramos narrativas mais personalizadas.
Entre a guitarra e a bateria
Nos últimos sete anos Fernando Rente foi corporate brand manager no grupo Jerónimo Martins, tendo passado, antes disso, pela comunicação do grupo Inapa e da Roche Farmacêutica, assim como pela agência de comunicação Guess What. É formado em Comunicação Empresarial, pela Escola Superior de Comunicação Social, onde também lecionou. Detém um executive master em Marketing Digital, pelo IPAM, complementado com formação executiva em Gestão, na Universidade Católica Portuguesa e na Kellogg School of Management. Fora do escritório, a paixão é a música, nomeadamente compor e tocar guitarra e bateria. “Grande parte dos meus hóbis relacionam-se com música e passam por ir a concertos, ouvir novas canções (e antigas), escrever e tocar”, diz Fernando Rente. Já o livro que o tem acompanhado por estes dias é a edição de capa dura de Renegades: Born in the USA. “Este é um registo visual e narrativo de conversas entre Barack Obama e Bruce Springsteen, feito na sequência de um podcast com o mesmo nome que gravaram conjuntamente. É uma peça gráfica magnífica, um documento que reúne dois ‘filósofos dos tempos modernos’ num tom intimista, em torno de temas como a música, a vida e a América”, descreve.