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“O entusiasmo dos portugueses causa desconforto”

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, João Santos explica a razão por que trocou Lisboa por Helsingborg, na Suécia, onde é consultor de comunicação corporativa do Ingka Group, desde 2021. Responsável pelas relações com os media, acompanha 31 países. Portugal é um deles

Luis Batista Gonçalves
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“O entusiasmo dos portugueses causa desconforto”

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, João Santos explica a razão por que trocou Lisboa por Helsingborg, na Suécia, onde é consultor de comunicação corporativa do Ingka Group, desde 2021. Responsável pelas relações com os media, acompanha 31 países. Portugal é um deles

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Envolvido no maior encontro de pessoas vestidas com pijamas de duas peças, que reuniu cerca de 2000 pessoas em Älmhult e colocou a Ikea no Guinness World Records, João Santos emigrou para a Suécia para apoiar a promoção da mulher, Helena Gouveia. Hoje, é consultor de comunicação corporativa da equipa global de relações públicas e relações com os media do Ingka Group, maior franqueado do Ikea, sendo também responsável pelos relatórios de ‘earned media’ que as equipas globais do grupo recebem.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou houve uma circunstância que determinou a saída?

Foi uma história de amor. Era um dos dois codiretores de operações do YoungNetwork Group, onde trabalhei durante 15 anos. Um dia, a minha mulher, que era diretora de marketing da Ikea em Portugal, falou-me da possibilidade de poder liderar a marca no país de origem, como gestora de marketing da Ikea Retail Sweden. Apoiei-a e decidimos mudar de país, considerando que era benéfico para o nosso desenvolvimento profissional e para o dos nossos filhos.

Abandonou o cargo de codiretor de operações do YoungNetwork Group sem ter garantia de emprego na Suécia?

Sim, não tinha problemas em reinventar-me nem em fazer o que fosse necessário. Já na Suécia, candidatei-me a posições diferentes na Ikea, fiz várias entrevistas e, após seis meses, consegui um emprego temporário, como consultor de comunicação corporativa na equipa global de relações públicas e relações com os media do Ingka Group. O grupo é o maior franqueado da Ikea, representando cerca de 90% das vendas a retalho da Ikea, em 31 países, incluindo Portugal. Seis meses depois, recebi uma proposta para ficar na equipa como efetivo.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar em Portugal e na Suécia?

A principal diferença é haver, aqui, um equilíbrio maior em termos de vida pessoal e profissional. Não é mito que a sociedade e o trabalho na Suécia são mais organizados. Chega-se ao mesmo destino em ambos os países, a forma como se chega lá é que é diferente. Todos os portugueses que conheço adaptaram-se e começaram rapidamente a dar cartas, sobretudo como excelentes solucionadores de problemas complexos que somos enquanto povo.

Quais são as mais-valias que o ser português tem no seu trabalho?

Trazer a paixão, a mentalidade de que tudo é possível e aquele espírito audaz de trabalho de equipa e de resolução de problemas, que levou este pequeno povo do canto da Europa, em navios frágeis de madeira, a explorar os oceanos e a descobrir o mundo. Além disso, os portugueses tendem a ser muito calorosos e a criar proximidade rapidamente com todos.

Quais são os obstáculos à nacionalidade portuguesa?

Nunca encontrei qualquer obstáculo por parte da empresa ou da sociedade ao facto de ser português. Trabalho num ambiente global. Só a minha equipa tem dez pessoas de oito nacionalidades. Os obstáculos residem mais no nosso modo de ser. Não notamos isto em Portugal, mas, regra geral, quanto mais entusiasmados estamos, mais alto falamos e tendemos a ficar emocionais, tanto de forma positiva como negativa, o que pode fazer com que os outros se sintam desconfortáveis. O entusiasmo dos portugueses causa desconforto.

Como é que lida com isso?

Procurando o meio-termo. Os portugueses adoram ter discussões acesas sobre qualquer tema. Os suecos são mais equilibrados, materializando aquilo que aqui se chama ‘lagom’, uma palavra que define um conceito que faz a apologia do equilíbrio, defendendo as coisas na quantidade certa, nem muito nem pouco.

Que funções desempenha atualmente e que projetos tem em mãos?

Gerir, com um colega, a sala de imprensa global do Ingka Group, que elabora relatórios de ‘earned media’ para equipas globais e para os nossos mercados. Trato também das relações com os media, com a Belén Frau, diretora de comunicações do grupo, e integro o piquete de media. Com regularidade, durante uma semana, sou responsável por responder a jornalistas de todo o mundo sobre temas relacionados com o Ingka Group.

As funções limitam-se à comunicação?

Tenho outros papéis em diferentes equipas para desenvolver a comunicação do Ingka Group, assim como projetos e trabalho de alinhamento com o franqueado. O último projeto em que estou envolvido, e que adoro, é o ano dedicado ao sono que a Ikea está a promover, que começou com o recorde mundial do Guinness, que atingimos na nossa cidade-mãe, Älmhult. Temos várias grandes ações a acontecer em todo o mundo, até ao final de agosto de 2025.

Dos projetos em que tem estado envolvido, qual é o que mais destaca?

Marcou-me particularmente a H22, uma exposição de grandes dimensões que aconteceu na cidade onde vivo, Helsingborg, em 2022. Na altura, fui desafiado a gerar notícias sobre a participação da Ikea na mostra, nos media internacionais. Conseguir trazer cá mais de duas dezenas de jornalistas de quase 20 países, incluindo Índia, Austrália, Coreia do Sul e Portugal.

Qual é o momento que o mercado sueco atravessa, em termos de consumo?

Não trabalho apenas para o mercado sueco, mas para os 31 países onde o Ingka Group está presente. Como trabalho para equipas e porta-vozes globais, é-me difícil ter uma opinião muito detalhada. No entanto, vejo que o mercado sueco está a enfrentar os mesmos desafios económicos que a maior parte do mundo enfrenta, em termos de consumo. Os preços aumentaram em vários bens primários, o mercado imobiliário ressentiu-se e as pessoas estão a refletir mais sobre os produtos que compram.

E em termos de comunicação?

Em termos de comunicação, ainda é um mercado mais tradicional no que toca ao uso dos media e aos pontos de venda. Uma coisa incrível é que o uso de cartões e de pagamentos através das aplicações móveis é pleno. Ainda não estive num único sítio que só aceitasse dinheiro.

Qual foi a experiência profissional que mais o marcou?

O recorde mundial do Guinness que acabámos de obter. Confesso que chorei apenas duas vezes em 23 anos a trabalhar em comunicação. A primeira foi com o ‘Avós n@ Net’, um programa que a Alcatel desenvolveu na antiga sede, em Cascais, para ensinar avós a usar a internet. É indescritível a felicidade de ver idosos com mais de 90 anos a falar pela primeira vez através de câmaras digitais, com os netos que estavam a viver do outro lado do mundo.

Bater o recorde mundial do maior encontro de pessoas vestidas em pijamas com duas peças é a experiência que mais marcou João Santos

Eles choraram, a equipa da Alcatel-Lucent chorou, os jornalistas choraram, eu chorei. A segunda vez foi quando vi os mais de dois mil colaboradores da Ikea na Suécia felizes nos seus locais de trabalho, vestidos com os pijamas que criámos, com um padrão de almôndegas vegetarianas. Três tipos audaciosos da equipa de relações públicas tinham iniciado o processo apenas três meses antes e batemos o recorde.

Do que é que tem mais saudades em relação ao mercado português?

Um pouco da nossa loucura para fazer projetos impossíveis. Adoro o equilíbrio que a Suécia oferece, mas às vezes sinto falta de estar naquele modo em que acreditamos que o impossível é possível ou, como diz o nosso CEO, Jesper Brodin, em modo ‘go bananas’. Felizmente, tenho um CEO e toda uma linha de gestão que considera que para a frente é que é o caminho.

Isso permite-me estar envolvido em vários projetos ousados, respeitando o tal equilíbrio, mas sem medo de falhar em grande. Como Ingvar Kamprad, fundador da Ikea, costumava dizer ‘cometer erros é o privilégio dos ativos’. São sempre as pessoas medíocres, que são negativas, que passam o tempo a provar que não estavam erradas.

Pensa regressar a Portugal?

Por agora, não penso em voltar. As condições aqui são muito favoráveis para a fase de vida em que estou. Tanto eu como a minha mulher vemos a progressão e o desenvolvimento dos nossos percursos profissionais. Os nossos filhos, de oito e 12 anos, estão a viver e a aprender uma cultura totalmente diferente, num contexto internacional.

Gostaria de regressar um dia para concretizar dois sonhos. Um deles é ajudar as cidades a comunicar melhor com os seus cidadãos. Fiz isso com os municípios de Odivelas, Abrantes e Coruche durante os últimos anos no YoungNetwork Group. Adoraria fazê-lo no meu local de nascimento, em Cascais, que já tem uma excelente plataforma de comunicação.

Qual é o segundo sonho?

Seria ensinar a nova geração de relações públicas que me vai substituir, passando-lhes os meus conhecimentos e ajudando-os a dar os primeiros passos no mundo profissional. Gostaria de o fazer voltando às minhas origens, a Escola Superior de Comunicação Social, onde estudei e conheci a minha mulher há 23 anos.

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ASM Global prevê faturar €1 milhão no primeiro ano de atividade

A empresa de eventos, que gere os espaços Fábrica L e Fábrica XL (na foto), na LX Factory, em Lisboa, ambiciona superar a fasquia dos 100 eventos até dezembro. Com uma capacidade combinada para acolher 2.870 pessoas, já está a receber pedidos para 2026 e 2027

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A ASM Global prevê faturar €1 milhão no primeiro ano de atividade, com a organização de eventos nos espaços Fábrica L e Fábrica XL, localizados na LX Factory, em Lisboa, que gere até 2029.

“Já temos diversos eventos confirmados para o arranque deste ano, nomeadamente eventos corporativos, apresentações de marcas de automóveis e experiências de ‘live music’ nesses espaços”, revela Hugo Encarnação, diretor-geral da Fábricas, marca que abrange os dois recintos, citado em comunicado de imprensa.

Os dois espaços, com uma capacidade combinada para acolher 2.870 pessoas, foram intervencionados antes da chegada da ASM Global a Portugal, no último trimestre de 2024. A criação da Fábricas, a nova marca que agrega a oferta dos dois principais espaços de eventos da LX Factory, faz parte da estratégia promocional da empresa, que também pretende diversificar a oferta de serviços.

“Queremos ir além do tipo de eventos que já fazemos e ser o palco de um ‘mix’ muito diverso de eventos e experiências”, revela Hugo Encarnação. A ambição é duplicar o número de acontecimentos, superando a fasquia dos cem eventos, até dezembro.

“O objetivo é chegar a um ‘revenue’ de €1 milhão no primeiro ano de atividade e, depois, ir aumentando esse volume de faturação ao longo dos próximos anos. O plano é assegurar o aumento máximo do EBITDA para os acionistas durante estes cinco anos de gestão da ASM Global”, refere o diretor-geral da Fábricas.

Além de conferências e espetáculos de música ao vivo, a Fábrica L e a Fábrica XL podem acolher eventos corporativos, festas temáticas, eventos desportivos e retiros de bem-estar, estando já a receber pedidos para 2026 e 2027.

“São salas já muito conhecidas, quer do grande público quer dos principais produtores e agências de eventos do mercado. Depois de melhorarmos significativamente as condições que oferecemos e a experiência proporcionada a quem procura os nossos espaços, estamos perfeitamente posicionados para alargar a nossa amplitude de soluções”, salienta Hugo Encarnação.

A ASM Global também é responsável pela gestão dos espaços associados de bar, terraço e galeria ao ar livre, que, sob a alçada da marca Fábricas, reforçam a oferta de locais para eventos e serviços complementares de restauração do LX Factory.

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Telma Oliveira é a nova diretora-geral da Retail Mind

Com um mestrado em administração e gestão empresarial pela Universidade Católica Portuguesa, Telma Oliveira (na foto) assume a liderança da área de gestão do grupo no mercado nacional e o acompanhamento do crescimento da atividade da consultora de retalho

Telma Hasse de Oliveira acaba de ser contratada para o cargo de diretora-geral da Retail Mind, consultora e gestora ibérica especializada em retalho. A profissional assume a liderança da área de gestão do grupo no mercado nacional e o acompanhamento do crescimento da atividade da consultora de retalho.

“A entrada da Telma Hasse de Oliveira, profissional com uma vasta e profunda experiência nas nossas áreas de atuação, está alinhada com a visão e valores do grupo, com o desenvolvimento organizacional que pretendemos dar às várias áreas de atuação dentro da Retail Mind Management, permitindo dar uma resposta mais eficaz à exigência dos desafios que enfrentamos num processo de contínua evolução, crescimento individual das nossas equipas, promovendo uma relação profícua com todos os nossos ‘stakeholders'”, refere Vítor Rocha, CEO da Retail Mind, citado em comunicado de imprensa.

Com um mestrado em administração e gestão empresarial pela Universidade Católica Portuguesa, Telma Oliveira apresenta cerca de duas décadas de experiência em cargos de liderança estratégica, em setores como promoção imobiliária e consultoria, banca e gestão de ativos. A profissional possui conhecimentos do mercado retalhista, graças a funções diretivas ocupadas em empresas como Foreva, Mercasa e Mundicenter, antes de passagens pelo Banco Finantia e pela ‘fintech’ SafeBrok.

“Assumir esta função representa mais do que um desafio profissional. É a oportunidade de aplicar a minha experiência acumulada numa empresa que partilha valores de inovação, compromisso e foco no cliente, contribuindo ativamente para a expansão e posicionamento de marcas que moldam o mercado”, salienta Telma Hasse de Oliveira.

A Retail Mind desenvolve projetos de retalho com uma visão de 360 graus, fomentando a expansão de marcas em vários mercados e acompanhando investidores nacionais e internacionais, na avaliação de projetos de retalho, com valor acrescentado para o mercado.

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Lisbon Digital School promove evento de tendências de marketing digital para 2025

Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School, salienta que “a educação digital é fundamental para o desenvolvimento do mercado e da sociedade, e com este evento pretendemos proporcionar um espaço de aprendizagem e discussão sobre as tendências que irão definir o futuro do digital em 2025”

A Lisbon Digital School está a organizar o ‘It’s All About… Trends 2025’, evento a 28 de janeiro que reúne especialistas para discutir as tendências que moldam o mercado digital em 2025. Entre os temas em destaque estão as redes sociais, o comércio eletrónico, a publicidade e a inteligência artificial.

Este é o primeiro evento online e gratuito organizado pela escola com a duração de um dia inteiro, com o compromisso e a missão de combater a iliteracia digital através de iniciativas gratuitas e acessíveis a todos. “Acreditamos que a educação digital é fundamental para o desenvolvimento do mercado e da sociedade. Com este evento, pretendemos proporcionar um espaço de aprendizagem e discussão sobre as tendências que irão definir o futuro do digital em 2025”, declara Natacha Gama Pereira, CEO da Lisbon Digital School, citada em comunicado de imprensa.

O painel de oradores é composto por David Pereira Santos, diretor de marketing digital da Vodafone, Paulo Rossas, diretor de inovação da Lisbon Digital School, Carla Coelho, gestora de comunicações de marketing da Ikea Portugal, Bruno Oliveira, diretor do departamento ‘digital Hub & e-Business’ da Sumol+Compal, Pedro Costa, especialista de comércio eletrónico, e Pedro Janela, presidente e fundador do WYgroup, entre outros. As inscrições são gratuitas, através do site oficial do evento.

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“IA na construção de marca é dos aspetos mais importantes para o turismo”

Em Portugal para participar na Boost 2025, a 17 de janeiro, Álvaro Meléndez (na foto), criativo e fundador da startup norte-americana Crant, fala em exclusivo ao M&P sobre como a IA pode ser uma ferramenta poderosa na estratégia e construção de marcas de turismo

“O uso de inteligência artificial (IA) na construção de uma marca é um dos aspetos mais importantes e subestimados para o turismo”, declara ao M&P Álvaro Meléndez, criativo e fundador da startup Crant, sediada em Miami.

O criativo especialista em construção de marcas e ‘storytelling’ está em Portugal para participar no Boost 2025, evento a 17 de janeiro na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, que explora o impacto da IA no marketing e nos recursos humanos do setor do turismo.

Álvaro Meléndez, reconhecido em 2023 pela Provoke Media como um dos 25 principais inovadores das Américas, explica em entrevista ao M&P que “a IA no turismo é importante porque constitui uma nova oportunidade para as empresas construírem estratégias, narrativas e uma marca, bem como chegarem de forma mais eficiente aos consumidores, sem que seja necessário um investimento elevado, e é isso que vou demonstrar na conferência”.

O fundador da Crant avança que durante a apresentação no Boost 2025 irá fornecer ferramentas práticas e formas de implementar a IA na construção de marca e no turismo, que se adaptam a qualquer empresa, independentemente da dimensão ou nível de investimento.

Em relação ao panorama das marcas e do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant destaca O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa, que o impressionou numa visita a Cascais. “Revela, ao longo dos anos, um ‘storytelling’ impressionante nas latas de sardinha, visuais circenses, muita criatividade e um conceito único e inesperado”, sendo “um exemplo perfeito de uma marca que pode ser expandida através da IA”, argumenta.

Segundo Álvaro Meléndez, esta expansão pode ser feita ao aproveitar o conceito, “que é atrativo”, e ao implementar a IA ao longo da jornada do consumidor. Por exemplo, ao ajudar o consumidor a conhecer os produtos e facilitar o processo de compra, ou ao criar experiências que ligam o artificial à realidade, “o consumidor já sabe o que esperar, já gostou do que viu e até já pode ter comprado o produto, mas continua a ter uma razão para ir à loja”.

“Quanto mais nos aproximarmos da IA e do digital, mais as experiências físicas serão importantes e valiosas. No entanto, é necessário que sejam experiências que valham a pena”, salienta Álvaro Meléndez.

Em termos do marketing de turismo em Portugal, o fundador da Crant defende que o país enfrenta um problema de turismo em excesso, sobretudo em certas zonas e épocas do ano, em detrimento de outras. No entanto, Álvaro Meléndez considera que, através do marketing e da IA, é possível contornar esse problema.

“Atrações e negócios que previamente não teriam destaque no itinerário de um turista, porque não se encontram em zonas turísticas ou conhecidas, podem ser destacados através da IA e da construção da marca dessas mesmas zonas. É do interesse dessas localidades promoverem o potencial que não está a ser atingido”, argumenta.

Álvaro Meléndez destaca o exemplo do que Miami fez com o bairro de Wynwood. “A cidade tinha muitos turistas que queriam ir à praia e divertir-se, mas quase só existia esse tipo de turismo. Para dar a volta ao problema, nos últimos anos, toda a zona de Wynwood, que não fica na praia e é mais artística e cultural, foi expandida com uma estratégia de tecnologia e IA em mente, o que acabou por fornecer um equilíbrio turístico à cidade. Melhorando simultaneamente o crescimento das empresas e marcas nessas áreas menos turísticas”, argumenta.

Leia a entrevista completa na edição 973 do Meios&Publicidade, a 24 de janeiro

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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ACP, JC Decaux, MOP e CML acordam redução de painéis digitais de grande formato

O acordo é homologado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa após a providência cautelar do ACP para travar a instalação de 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação de Lisboa (na foto), para garantir a segurança rodoviária

O Automóvel Club de Portugal (ACP), a JC Decaux, a MOP e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) chegaram a acordo para reduzir os painéis digitais de grande formato na cidade.
O Tribunal Administrativo de Lisboa homologou o entendimento, resultante das reuniões marcadas após a providência cautelar intentada pelo ACP para travar a instalação de 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação da cidade, por considerar que estas representavam um risco para a segurança rodoviária.
“No seguimento da reanálise dos casos indicados, a CML e a JC Decaux acederam em promover às alterações consideradas adequadas, no que se refere à dimensão, luminosidade e localização de alguns dos equipamentos correspondentes aos painéis digitais de grande formato, indo, assim, ao encontro das preocupações que tínhamos manifestado”, revela o ACP em comunicado de imprensa.
Na Segunda Circular, em Lisboa, o painel digital de 100 m2 instalado entre o Estádio da Luz e o Centro Comercial Colombo vai ser substituído por um painel digital de 22 m2, “devidamente reposicionado de modo a garantir um maior afastamento da via, ficando a cinco metros de distância em relação à berma”, explica o documento.
Os três painéis digitais de 37 m2 na Segunda Circular situados em frente à Escola Superior de Comunicação Social, junto ao Estádio de Alvalade e junto ao Hipódromo do Campo Grande, vão ser substituídos por três painéis digitais de 22 m2, mais afastados das faixas de rodagem e a cinco metros de distância em relação à berma.
“O painel digital de 100 m2 e os três painéis digitais de 37 m2 serão removidos da Segunda Circular e serão instalados nos eixos definidos no contrato de concessão como preferenciais para o lote 2, com exceção da Segunda Circular, e mediante prévia auscultação da opinião do ACP, que poderá sugerir ajustamentos e ou alterações de localização, a ponderar pelo município”, salienta o ACP, que aceita os dois painéis digitais de 37 m2 instalados na Calçada de Carriche.
O acordo prevê ainda que o painel digital de 220 m2 venha a ser instalado na zona de entrada de Lisboa, pela Avenida Duarte Pacheco, após o viaduto, no mesmo local onde se encontrava o anterior painel alvo de críticas.
“Os quatro painéis digitais já aprovados pelo município de Lisboa, sitos na Segunda Circular, no acesso após a rotunda da BP; antes da saída para a rotunda do Aeroporto (McDonald’s); após a entrada da rotunda do aeroporto (KFC) e após Azinhaga das Galhardas, não serão aí instalados, de modo a não se aumentar o número de painéis nessa via de circulação”, refere o comunicado.

O acordo surge na sequência da reavaliação dos painéis postos em causa pelo ACP. “Foram reanalisadas e discutidas, por uma equipa multidisciplinar com valências técnicas e expertise em matérias como a acessibilidade, a mobilidade, a segurança contra incêndios e a segurança rodoviária, tendo sido a análise reforçada com pareceres externos e internos”, refere o comunicado do ACP.

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Marcas querem anunciar no Bluesky, mas ainda é cedo

As agências aconselham os clientes a registarem-se no Bluesky, mas a não investirem muito tempo nem recursos na plataforma. Este microblogue começa dentro do Twitter, em 2019, mas agora é uma rede social com cerca de 26 milhões de utilizadores totais

O Bluesky tem “capturado definitivamente a atenção” dos clientes da VML, declara Rachael Datz, diretora-geral de redes sociais da VML, à Ad Age. “Muitos dos nossos clientes têm perguntado qual é a nossa opinião, sobretudo porque houve uma espécie de transição em massa” de utilizadores do X para o Bluesky após as eleições presidenciais norte-americanas, acrescenta Rachael Datz.

Desde que Elon Musk adquiriu o Twitter, agora X, os profissionais de marketing têm procurado continuamente alternativas à rede social baseada em texto. Muitos migraram para o Threads da Meta, mas o entusiasmo inicial desapareceu rapidamente e, nos últimos 18 meses, as marcas têm vindo a delinear e a aperfeiçoar as estratégias na plataforma.

O Bluesy, aliás, começa como um microblogue dentro do Twitter, num projeto criado em 2019 por Jack Dorsey, cofundador e ex-CEO do Twitter.

Com o Threads agora no centro de uma controvérsia, devido à crescente afiliação do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, a Donald Trump e à recente eliminação do sistema da Meta de verificação de factos no Facebook, Instagram e Threads, alguns profissionais de marketing estão a considerar o Bluesky como um possível destino para conteúdos baseados em texto.

De acordo com dados da Similarweb, o uso do Bluesky nos Estados Unidos aumenta 519% entre 6 e 15 de novembro de 2024. A base de utilizadores da rede social quase duplica desde as eleições presidenciais, passando de mais de 13 milhões de utilizadores em novembro de 2024 para cerca de 26 milhões em 30 de dezembro de 2024, de acordo com os dados revelados no blogue de Jay Graber, CEO do Bluesky.

Bluesky stuns in new App Store ranking

[image or embed]

— Bluesky (@bsky.app) November 13, 2024 at 5:30 AM


Segundo a Ad Age, as agências nos Estados Unidos estão a aconselhar os clientes a registarem-se no Bluesky, mas a não investirem muito tempo e recursos na plataforma. Isto deve-se ao facto de, embora a base de utilizadores do Bluesky esteja em constante crescimento, os cerca de 26 milhões de utilizadores totais são consideravelmente inferiores aos 275 milhões de utilizadores mensais do Threads ou aos 570 milhões de utilizadores mensais do X.

“O Bluesky está certamente a aumentar a presença, mas em comparação com o X e o Threads é a menor das redes sociais baseadas em texto, neste momento”, sublinha Minda Smiley, analista sénior da empresa de estudos de mercado eMarketer, acrescentando que “é um cenário muito fragmentado e não existe um líder claro. E isso impede qualquer um deles de atingir a escala que o Twitter teve no seu auge”.

O Bluesky, tal como o Threads, também ainda não oferece atualmente quaisquer oportunidades de publicidade paga, “o que significa que o conteúdo orgânico é a única estratégia disponível para as marcas na plataforma”, explica Minda Smiley. Ao contrário do Threads, que está diretamente ligado ao Instagram, o lançamento de uma conta no Bluesky exige que as marcas “se instalem numa plataforma totalmente nova, o que pode dificultar a sua atração como anunciantes”, acrescenta a analista sénior da eMarketer.

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Renova conquista Green Design International Award

O projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ da Renova é distinguido pela sustentabilidade dos produtos das gamas ‘Recycled’ (na foto) e ‘Love & Action’, bem como pelos processos que lhes dão origem

A Renova acaba de ser reconhecida pelo projeto ‘Low-Carbon Tissue Products’ com o Green Design International Award, atribuído pela World Green Design Organization (WGDO). A distinção premia a sustentabilidade dos produtos reciclados da Renova, bem como os processos que lhes dão origem, destacando, em particular, as gamas ‘Recycled’ e ‘Love & Action’ como “exemplos de excelência ambiental e que incorporam o conceito de ‘Green Design'”, lê-se no comunicado de imprensa.

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu em Bruxelas, durante a 2024 WGDO Annual Conference, a 14 de janeiro de 2025. Entre as 200 candidaturas, foram selecionados dez finalistas em projetos que abrangem áreas como o design de turbinas eólicas, o design de interiores de veículos automóveis, o design de embalagens e eletrodomésticos.

Os projetos foram avaliados com base na utilização de tecnologias verdes, na utilização de materiais recicláveis, na utilização de energia renovável, em métodos de produção sustentáveis e inofensivos para o ambiente, realçando soluções que contribuem para a proteção e melhoria do ambiente, promovendo a sustentabilidade.

“Acreditamos que a sustentabilidade não é apenas uma responsabilidade, mas também uma oportunidade para criar produtos e inovar. Este reconhecimento reforça o nosso compromisso em oferecer aos cidadãos soluções que respeitam o planeta e os inspiram a fazer escolhas conscientes”, enfatiza Francisco Barreiro, diretor de inovação e sustentabilidade da Renova.

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AMC Selekt vai ter publicidade em Portugal

Novo serviço de ‘streaming’ com distribuição da Nos, que estreia a 16 de janeiro, vai recorrer ao formato ‘pre-roll’ de 30 segundos, avança ao M&P Maria Rodriguez, diretora de vendas da AMC Networks International Southern Europe

O AMC Selekt, novo serviço de ‘streaming’ que chega a Portugal a 16 de janeiro e apresenta séries originais do AMC, “vai incluir publicidade”, declara ao M&P Maria Rodriguez, diretora de vendas da AMC Networks International Southern Europe, escusando-se a avançar uma data para a integração de publicidade na plataforma.

Maria Rodriguez adianta que o serviço de ‘streaming’ vai recorrer ao formato publicitário ‘pre-roll’ com duração de 30 segundos, e que vai contar com “anunciantes de todos os setores de atividade”.

O AMC Selekt terá a curadoria dos canais AMC, Canal História, Odisseia, AMC Break e AMC Crime, e estará disponível, sem custos adicionais, para todos os clientes de televisão da Nos, em regime de exclusividade, através do menu principal da box, na área de início em ‘packs’ ativos, ou através da aplicação Nos TV.

“Sem custos adicionais, os clientes da Nos passam a ter acesso direto a toda a magia do universo AMC na televisão de casa ou onde quer que estejam, através da aplicação Nos TV”, enfatiza Adriano Duarte Neves, diretor central de conteúdos de televisão da Nos.

O novo serviço disponibiliza cerca de 1500 conteúdos, atualizados mensalmente, incluindo os AMC Originals, com estreias inéditas em Portugal após à estreia nos Estados Unidos. “Estamos muito satisfeitos por lançar o AMC Selekt em Portugal com o nosso parceiro Nos. Graças a este novo serviço de ‘streaming’, os clientes da Nos terão acesso a uma grande diversidade de conteúdos de qualidade, incluindo séries originais do AMC”, refere Antonio Ruiz, diretor-geral da AMC Networks International Southern Europe.

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DJ assina campanha de reposicionamento da Vanguard Properties (com vídeo)

“Este novo posicionamento reflete o que sempre esteve no nosso ADN, a atenção obsessiva aos detalhes, não apenas nos projetos, mas também na forma como comunicamos”, explica Duarte Zoio, diretor de comunicação da Vanguard Properties

A agência criativa DJ é responsável pela estratégia de reposicionamento da Vanguard Properties, tendo também desenvolvido o filme publicitário ‘The Door Stop’ (na foto). Ao longo de 50 segundos, é mostrada uma sucessão de batentes de porta, numa analogia à valorização dos pequenos pormenores que caracteriza a imobiliária.

“Este novo posicionamento reflete o que sempre esteve no nosso ADN, a atenção obsessiva aos detalhes, não apenas nos projetos, mas também na forma como comunicamos”, explica Duarte Zoio, diretor de comunicação da promotora imobiliária, citado em comunicado de imprensa.

A empresa coloca a narrativa da marca no centro da estratégia, deixando em segundo plano as características técnicas dos projetos imobiliários, para dar maior ênfase ao impacto que podem ter na vida das pessoas.

“Na Vanguard Properties, nunca quisemos apenas desenvolver imóveis e grandes projetos. Queremos construir histórias, memórias e experiências. É a nossa forma de humanizar o que fazemos e reforçar que o essencial vai muito além do que se vê”, salienta o responsável.

Um dos pilares estratégicos da construção da imagem da promotora imobiliária assenta na excelência e na atenção ao detalhe, visível nas áreas comuns, equiparando-as a hotéis de luxo. A integração de peças de artistas de referência confere aos espaços uma dimensão cultural e estética distintiva, que o novo anúncio promove.

“A obsessão com o detalhe é isso mesmo. É abordar cada pormenor, mesmo aqueles que parecem insignificantes, com o nível máximo de atenção, cuidado e rigor”, refere Diogo Anahory, diretor criativo da DJ, citado no documento.

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Campanha da Betclic diz que “2025 vai ser um anão” (com vídeo)

Protagonizado por Miguel Monteiro (na foto), medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de 2024, no arremesso de peso F40 na categoria de baixa estatura, o anúncio tem criatividade e produção da agência Flesh512

A Betclic recorre à ironia para anunciar que “2025 vai ser um anão”, o mote da campanha protagonizada pelo atleta paralímpico Miguel Monteiro (na foto), medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, no arremesso de peso F40 na categoria de baixa estatura.

Concebida e produzida pela agência criativa de vídeo Flesh512, a campanha “joga criativamente com a palavra ‘anão’, associando-a a um grande Ano Novo e à promessa de um 2025 repleto de possibilidades”, explica Tomás Quitério, diretor criativo da Flesh512, citado em comunicado de imprensa.

“O nosso objetivo foi ocupar espaço mediático com uma ideia inspiradora e ousada, reforçando a vontade da Betclic de destacar atletas extraordinários, que normalmente não são os protagonistas em campanhas publicitárias”, acrescenta Tomás Quitério.

Com direção criativa de Tomás Quitério e criatividade de Ricardo Lopes e Sebastião Ogando, o filme publicitário, divulgado online durante o mês de janeiro, tem produção executiva de Mariana Correia, realização de Sebastião Ogando e direção de fotografia de André Pega.

David Miguel e Sebastião Ogando assinam a edição e a pós-produção e Tiago Galvão a sonoplastia. As fotografias promocionais foram tiradas pelo fotógrafo Pedro Machado.

“Esta campanha reforça a nossa identidade disruptiva e inovadora, mostrando novamente que comunicamos desporto e entretenimento de forma diferente, arrojada e até ligeiramente provocadora”, refere Francisco Faria, gestor de conteúdos de marca da Betclic Portugal, citado no documento.

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