Temu cresce em mercados ocidentais e enfrenta desafio da rentabilidade
Apesar de a Temu ser a aplicação gratuita mais descarregada na App Store dos Estados Unido, Reino Unido, Alemanha e Espanha, em 2024, um estudo do WARC indica que a plataforma chinesa de comércio eletrónico está a perder cerca de 7 dólares (€6,74) em cada encomenda feita
Daniel Monteiro Rahman
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A Temu tem a aplicação gratuita mais descarregada na App Store dos Estados Unidos em 2024, bem como no Reino Unido, Alemanha e Espanha, segundo os dados da Apple. Estes resultados indicam que as estratégias agressivas de preços e de marketing parecem estar a funcionar. A plataforma chinesa de comércio eletrónico, porém, está a perder cerca de 7 dólares (€6,74) em cada encomenda feita, de acordo com a análise do World Advertising Research Center (WARC), com base em dados de vários estudos sobre aplicações.
A Temu também se encontra em primeiro lugar no Reino Unido e em outros grandes mercados, como Alemanha e Espanha. O TikTok, que já tinha sido desalojado da liderança da App Store, em 2023, ocupa o terceiro lugar, atrás do Threads da Meta, que se encontra na segunda posição.
O ChatGPT está em quarto lugar, superando as descargas do Google Search, que ocupa a quinta posição. O Instagram e o WhatsApp da Meta, por seu lado, estão em sexto e sétimo, respetivamente, enquanto o Facebook fica-se pela 13ª posição. O McDonald’s, único restaurante a entrar no top 20, está na 19ª posição, com a Amazon a fechar o ranking, em 20º.
Segundo o WARC, o crescimento sustentável da Temu pode estar longe, mas a popularidade da plataforma liderada por Colin Huang é evidente. Um inquérito realizado durante o verão de 2024, divulgado no TechRadar, revela que 94% dos inquiridos não confiam na Temu, o que significa que o elevado nível de desconfiança dos consumidores não impede o crescimento do número de utilizadores da plataforma.
A Temu também não está a mostrar sinais de abrandamento do investimento publicitário nos Estados Unidos, tendo comprado cinco espaços publicitários para promover uma campanha durante o Super Bowl. A plataforma também gastou 15 milhões de dólares (€14,4 milhões) em brindes e cupões, para incentivar a transferência da aplicação, uma iniciativa que a torna alvo de controvérsia. De par com isto, a Temu está a ser investigada pelo Congresso dos Estados Unidos, por alegadamente vender produtos fabricados na China com recurso a trabalho forçado.
De acordo com um relatório do New York Times, citado no WARC, a Temu colocou 1,4 milhões de anúncios em todo o mundo através dos serviços da Google, em 2023. Só a Meta estima que a publicidade da Temu represente 10% das suas receitas, com um investimento de dois mil milhões de dólares (€1,9 mil milhões) nas plataformas da Meta, em 2023.