Marketing

“Não sinto saudades dos orçamentos portugueses”

Na rubrica De Portugal para o Mundo, João Silva (na foto), sócio-gerente da Digital Connection, partilha as particularidades culturais do Médio Oriente que influenciam o desenvolvimento de campanhas de marketing e a criação de marcas locais, a partir do Dubai, onde trabalha desde 2022

Catarina Nunes
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“Não sinto saudades dos orçamentos portugueses”

Na rubrica De Portugal para o Mundo, João Silva (na foto), sócio-gerente da Digital Connection, partilha as particularidades culturais do Médio Oriente que influenciam o desenvolvimento de campanhas de marketing e a criação de marcas locais, a partir do Dubai, onde trabalha desde 2022

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A verdade da mentira
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No Dubai desde 2022, como sócio-gerente da Digital Connection, João Silva destaca a forma como os árabes reagem às mensagens publicitárias, design e cores, face aos europeus. “Não devemos utilizar a cor preta, pois é associada à morte; as mensagens devem ser muito imparciais e respeitosas, sem nunca criticar ou brincar com as regras do país; e também não podem ter conotações sexuais”, salienta João Silva, que além de sócio-gerente da Digital Connection dedica-se às novas contas e à estratégia de marketing da agência de marketing digital, que cofundou com Gonçalo Freitas.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou qual foi a circunstância que determinou a saída?

Ao longo do meu percurso académico e profissional fui sempre tendo experiências fora de Portugal, como em Madrid, Londres e Croácia. A saída de Portugal para o Dubai teve a ver com dois fatores distintos, por um lado, sair da zona de conforto e penetrar numa cultura muito diferente da portuguesa/europeia. E, por outro, agarrar as oportunidades da economia emergente do Médio Oriente, conseguindo projetos com maior orçamento.

O que é que fazia e onde é que trabalhava antes de ir para o Dubai?

Sou cofundador da Digital Connection, agência de marketing digital fundada em janeiro de 2015. Desde o início da agência que o nosso objetivo foi a internacionalização. Numa primeira fase angariámos clientes fora de Portugal, em países lusófonos, como Angola, Moçambique, Cabo Verde, e também clientes em Espanha, Suíça e Luxemburgo.

Mas a nossa ambição, minha e do meu sócio Gonçalo Freitas, era levar a Digital Connection além-fronteiras. Em 2022, surgiu a oportunidade de explorar o mercado do Médio Oriente e iniciar esta nova jornada no Dubai. Mudei-me em setembro desse ano, sem clientes, apenas com a experiência de gestor da agência no mercado português, muita motivação e garra para conquistar este mercado.

O que é que encontrou quando chegou ao Dubai?

Deparámo-nos com um mercado competitivo, mas ao mesmo tempo com muitas lacunas, muita falta de recursos humanos especializados e com qualidade na área da comunicação e marketing.

Após três meses, que era o nosso período de teste, conseguimos angariar algumas contas, como a Reacton e a Fireward, líderes em sistemas de supressão automática de incêndios, que têm como clientes as maiores companhias de transportes do mundo, como a Emirates ou a TCM Shanghai, que é uma clínica de luxo em Jumeirah, por exemplo, e a Exotica, uma plataforma online de entrega de produtos. Como portugueses no estrangeiro que somos, conseguimos causar uma boa impressão.

Quais são as mais-valias e os obstáculos que o facto de ser português tem no seu trabalho no Dubai?

Só vejo pontos positivos em ser português. Dá o selo de qualidade europeu procurado pelas empresas no Dubai, onde há muita mão de obra pouco qualificada. Tivemos de nos adaptar ao mercado e um dos primeiros investimentos que fizemos foi em recursos humanos conhecedores da dinâmica da indústria.

Contratámos uma ‘business developer’ emirati, uma gestora de projeto e um redator árabes, para estarmos preparados para todos os tipos de desafios. O mercado empresarial no Dubai é muito diferente do português, além de muito competitivo, a tomada de decisão está relacionada muitas vezes com as pessoas que se conhece.

Quais são as particularidades do Dubai, na área em que trabalha, em termos de desafios e diferenças em relação ao mercado português?

Sendo o Dubai um ponto de encontro de tantas culturas, é uma das cidades mais multiculturais em todo o mundo, o desafio é definir bem objetivos e ‘targets’, e conhecer bem quem queremos impactar com as nossas campanhas para gerar resultados. A forma como um árabe reage é muito diferente da forma de reagir de um europeu, a nível de mensagem, design e cores.

Por exemplo, não devemos utilizar a cor preta, pois é associada à morte; as mensagens devem ser muito imparciais e respeitosas, sem nunca criticar ou brincar com as regras do país; e também não podem ter conotações sexuais.

A escolha das imagens, por outro lado, também é muito importante e, se estamos a falar para a comunidade muçulmana, as mulheres devem estar com os ombros e pernas tapadas, mas se estamos a falar para um target mais abrangente mesmo para uma marca no Dubai, podemos explorar imagens ocidentais. Neste sentido, o estudo do mercado e o apoio de pessoas que vivem há muito tempo cá foi a chave para nos adaptarmos.

João Silva e Gonçalo Freitas, sócios-gerentes da Digital Connection

Qual é o momento que o mercado no Dubai atravessa em termos de consumo, comunicação e pontos de venda?

O Dubai, e o Médio Oriente em geral, atravessam um período de crescimento. Vemos que eventos como o Mundial, Jogos Olímpicos e Expo, e as próprias contratações milionárias de futebol, fazem parte da estratégia de crescimento e promoção destes países, não só dos Emirados Árabes Unidos, mas também da Arábia Saudita e do Qatar.

Encontramos inúmeras diferenças no comportamento dos consumidores residentes no Dubai. A estratificação social é muito cristalina e existe uma diferença enorme nos comportamentos, tendo em conta a classe social das pessoas. Para o segmento médio e alto, contudo, o Dubai é uma cidade extremamente conveniente.

Apesar de ter os maiores centros comerciais do mundo, como o Dubai Mall e Mall of Emirates, as ‘apps’ para entregas são espetaculares e em 15 minutos temos o que precisamos em casa pelo preço que encontramos no supermercado.

Qual é a relevância dos pontos de venda físicos?

É muito importante a comunicação ‘in-store’ dos produtos, porque existe uma grande afluência às superfícies comerciais, onde temos de utilizar a criatividade para nos destacarmos enquanto marcas.

Há ainda um forte consumo a partir dos canais digitais, sejam as redes sociais ou os ‘marketplaces’, com plataformas digitais como o Noon, Talabat, ou Careem. Sendo o Dubai uma cidade de expatriados, apenas 11% da população é emirati, é verdadeiramente um mercado multicultural e, dependendo de para quem estamos a comunicar, temos de adaptar a mensagem, o visual e os canais que utilizamos.

Nunca foi tão importante o estudo e definição dos diferentes ‘targets’ que queremos impactar. A cidade promove muito a inovação tecnológica, o uso de criptomoedas e os produtos tecnológicos acabam por ser sempre um bom investimento. Sendo uma cidade muito dinâmica, literalmente todos os dias há eventos, tanto sociais como profissionais, que podemos frequentar e que é outra das formas que as marcas têm para comunicar e alcançar os seus públicos, tanto através da promoção de eventos como dos patrocínios.

Qual é o projeto mais recente que tem entre mãos?

Temos imensos projetos a decorrer simultaneamente em diferentes países, como Dubai, Portugal, Reino Unido, Angola e Arábia Saudita. Orgulho-me em termos desenvolvidos projetos superinteressantes no Dubai, como o lançamento da marca de bebidas Soom Lite, criada por um cientista e que bloqueia a absorção de açúcar, diminuindo o pico glicémico e com inúmeras vantagens para a saúde e estética.

É uma bebida inovadora a nível mundial, para a qual desenvolvemos o projeto de A-Z, desde ‘branding’, internet, media sociais, relações públicas e eventos, que teve um impacto muito positivo na comunidade.

Recentemente, desenvolvemos o novo website da Dubai Holding Group [retalhista representante das marcas da Inditex, entre outras], fizemos as campanhas no Google e de media sociais de uma das marcas com maior notoriedade, a Al Ansari Exchange, que é uma das maiores empresas financeiras do Médio Oriente. Criámos uma marca que está a revolucionar a comunidade latina, a X9, que ajuda a integrar latinos no Dubai, através da criação de eventos.

Qual foi a experiência profissional, negativa e positiva, que teve no Dubai que mais o marcou?

Pela positiva foi sem dúvida o lançamento do Soom Lite, porque foi um projeto onde a equipa trabalhou dia e noite. O evento de lançamento teve uma projeção brutal, não só no Dubai como no Kuwait, na Arábia Saudita e em Abu Dhabi, e recebemos ‘feedback’ muito positivo e encomendas para a internacionalização da empresa.

Pela negativa, já tive algumas deceções, que estão relacionadas com a falta de compromisso e com uma eventual perceção, por parte de potenciais clientes, de que podemos ser descartáveis. Mas nada que nos faça desistir.

Em termos profissionais, do que é que tem mais saudades em relação ao mercado português?

Na verdade, continuo a trabalhar com o mercado português, a Digital Connection contínua robusta em Portugal e é onde está a grande maioria dos nossos recursos humanos. Apesar de a nossa equipa ser formada por diferentes nacionalidades, como da Colômbia, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Nepal, África do Sul e Brasil, a nossa grande força de recursos humanos é portuguesa.

Do que é que não tem saudades?

Não sinto saudades dos orçamentos portugueses, que são cerca de quatro a cinco vezes mais baixos do que cá, o que inevitavelmente leva a dedicarmos menos tempo aos projetos em Portugal.

Pensa regressar a Portugal?

Nos próximos anos é algo que não está nos meus planos, porque recentemente abrimos um escritório em Riade, na Arábia Saudita, e uma empresa de eventos e de gestão de talentos. Estamos muito envolvidos em eventos de entretenimento, com shows de bailarinos, DJ’s e música ao vivo.

Gerimos diferentes espaços no Dubai, como o Juyi, Players e Virtue [espaços noturnos e de restauração], entre outros, e é uma empresa que queremos consolidar no mercado do Médio Oriente. Vou bastantes vezes a Portugal, sinto falta da família, amigos e da comida.

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Nova Expressão e Publicis Media lideram ranking de agências de meios

O setor da alimentação e das bebidas é o que atrai mais investimento publicitário segundo o estudo ‘Global Media Agency New Business Barometer’ da COMvergence, referente ao primeiro trimestre de 2025

A Nova Expressão (na foto, à esq.) lidera o ranking de novos negócios das agências de meios em Portugal, de acordo com o estudo ‘Global Media Agency New Business Barometer’, realizado pela consultora COMvergence. O segundo lugar é ocupado pela Universal McCann (UM). A Initiative surge na terceira posição.

O ranking de novos negócios referente a grupos, do primeiro trimestre de 2025, é liderado pela Publicis Media (à dir.), à frente da Omnicom Media (OMG). A IPG Mediabrands, em terceiro lugar, fecha o pódio.

Portugal ocupa o 27º lugar do ranking de indicadores por mercado, com os novos negócios das agências a atingirem os 12 milhões de dólares (€10,6 milhões). A taxa de retenção apurada é de 52%. Associação de Promoção da Madeira, Iberdrola, Santander, Zurich Insurance Group e Playmobil são apontados como os anunciantes que mais investiram no primeiro trimestre de 2025.

Depois de analisar 587 ‘pitches’ e transferências de contas em 48 países, a COMvergence apurou que a taxa de retenção global é de 23%.
“A Zenith foi a rede de agências mais bem-sucedida na manutenção de relações com clientes após o ‘pitch’, com uma taxa de retenção de 95%, enquanto que a Publicis Media obteve a melhor taxa de retenção entre os grupos, de 87%”, refere a análise da consultora.

Em termos de categorias, o setor da alimentação e das bebidas (FMCG) é o que atrai mais investimento publicitário em novos negócios para as agências de meios no primeiro trimestre de 2025, ao atingir os 1,46 mil milhões de dólares (€1,29 mil milhões) afetos a novos negócios.

A segunda posição é ocupada pela indústria do entretenimento e dos media, com 891,5 milhões de dólares (€783,5 milhões), à frente do setor da tecnologia, com 523,1 milhões de dólares (€459.7 milhões). O setor do retalho ocupa a quarta posição, com 490,3 milhões de dólares (€430,9 milhões). A indústria farmacêutica surge em quinto lugar, com 450,7 milhões de dólares (€396,1 milhões).

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AMD aprova novo código de conduta

“Este documento é uma ferramenta vital para garantir a confiança do consumidor, a equidade no mercado e a valorização da nossa atividade”, refere André Novais de Paula, presidente da direção da AMD (na foto)

A Associação Portuguesa de Marketing Directo e Digital (AMD) aprova o novo código de conduta, que tem como objetivo reforçar o compromisso das empresas com a ética e responsabilidade legal no setor do marketing direto e digital, numa altura em que a utilização de dados pessoais e de marketing personalizado colocam desafios à privacidade e à confiança do consumidor.

“Num contexto de rápida evolução tecnológica e regulamentar, o novo código de conduta assume-se como um instrumento de referência para todas as empresas que desenvolvem atividade neste setor, independentemente da sua dimensão ou setor de atuação”, refere a AMD em comunicado.

O documento, obrigatório para todos os associados da AMD, foi revisto para responder aos desafios do setor, em especial nas áreas de proteção de dados e privacidade; do marketing digital e programático, com enfoque em práticas transparentes e não intrusivas; do comércio electrónico, assegurando a defesa do consumidor e a equidade nas transações, assim como da inteligência artificial, regulando a sua utilização ética na criação de perfis, automação e personalização de comunicações comerciais.

“O novo código de conduta é o culminar de um extenso trabalho de análise e reflexão. Representa o compromisso com um marketing mais ético, responsável e adaptado aos desafios tecnológicos e regulatórios que se colocam às empresas e aos profissionais. Este documento é uma ferramenta vital para garantir a confiança do consumidor, a equidade no mercado e a valorização da nossa atividade como motor da economia portuguesa”, refere André Novais de Paula, presidente da direção da AMD.

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Mafalda Castro é a cara da nova gama Matinal Livre

A campanha, presente em televisão, digital, exterior e ponto de venda, foi desenvolvida pela agência McCann, com a gestão de meios da Mindshare e a assessoria de imprensa da Burson

Mafalda Castro dá voz ao novo posicionamento de Matinal Livre. A comunicação arranca esta segunda-feira, dia 26 de maio, e vai prolongar-se por três semanas, permitindo uma presença da marca em diferentes canais como televisão, digital, exterior e ponto de venda.

A campanha foi desenvolvida pela agência McCann, com a gestão de meios da Mindshare e a assessoria de imprensa da Burson.

Com esta parceria, a marca tem como objetivo reforçar os valores que estão na sua génese: o equilíbrio, a leveza e o autocuidado. “A Mafalda personifica um estilo de vida moderno e consciente, tornando-se uma escolha natural para representar a gama Matinal Livre e estabelecer ligações com audiências diversas, pela sua notoriedade e presença em projetos e canais distintos”, explica a gestora da marca Matinal, Catarina Cruz, citada em comunicado.

Com esta colaboração, a marca pretende estreitar a relação com os consumidores e reforçar o reconhecimento da gama Matinal Livre.
“Queremos inspirar novos públicos a estarem atentos para cuidar de si, criando uma ligação emocional com a marca e personificando a relevância da nossa proposta de valor”, conclui a gestora de marca.

Para Mafalda Castro, a marca é uma extensão do seu próprio estilo de vida: “Começar por mim e fazer escolhas que me fazem sentir bem é o que procuro no meu dia a dia, e a Matinal encaixa na perfeição na minha rotina: ajuda-me a sentir equilibrada e cheia
de energia”.

 

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Fraude publicitária cresce 19% em 2024

As campanhas oportunistas duplicaram no espaço de um ano, revela o estudo internacional do Integral Ad Science revela. Além de aumentarem em mobile e desktop, a ilegalidade está a chegar à televisão conectada

À primeira vista têm a aparência de anúncios insuspeitos, mas são, afinal, campanhas oportunistas para obter dados pessoais dos consumidores, promover negócios ilícitos ou induzir em erro os potenciais compradores.

Segundo o estudo internacional ‘Media Quality Report (MQR)’, realizado pela empresa Integral Ad Science (IAS), a fraude publicitária está a aumentar. Em 2024, cresceu 19%. Em 2023, o aumento tinha sido de 10,9%.

A ilegalidade afeta um sétimo do investimento global, que a plataforma Statista estima em 791,6 mil milhões de dólares (€697,6 mil milhões). “A publicidade fraudulenta teve um impacto que estimamos em 100 mil milhões de dólares (€88,1 mil milhões) em 2024. Além de contribuir para uma diminuição da eficácia dos anúncios, torna a divulgação das campanhas que não estão protegidas contra as fraudes cada vez mais vulnerável”, alerta o estudo.

De acordo com o IAS, que em 2024 duplicou o número de anúncios monitorizados (de 2,2% para 4%), as campanhas não otimizadas para combater a fraude publicitária aumentaram 81%. Na região Ásia-Pacífico (APAC), só 6,8% dos anúncios estão formatados para prevenir o problema. Na região EMEA, que abrange Europa, Médio Oriente e África, a percentagem ronda os 4,2%. No continente americano, desce para os 3,6%.

“As campanhas otimizadas mantiveram-se seguras contra os burlões, mesmo perante o aumento dos riscos de fraude detetados. As taxas globais de fraude publicitária para campanhas executadas com recurso a ferramentas de proteção contra fraudes desceu 9,8% em termos homólogos, para uma taxa estável de 0,7% ao longo de 2024”, informa o IAS, salientando que “as violações detetadas em campanhas não otimizadas chegam a ser 15 vezes superiores às que menosprezaram essa proteção”.

Visualização de conteúdos de vídeo em desktop cresce 5,4%

O estudo do IAS revela também que a visualização de conteúdos de vídeo, um dos formatos mais usados nas fraudes publicitárias, aumentou em 2024, em mobile, em desktop e em televisão conectada, onde também já começam a ser detetados casos de fraude publicitária. “A visualização em ecrã de computador tradicional cresce 5,4% face ao ano anterior, atingindo uma taxa de 83,9% em 2024. No telemóvel, a evolução é mais moderada, não vai além dos 2,4%”, informa o relatório.

O aumento do consumo de conteúdos de vídeo, alavancado pelo crescimento das redes sociais, está a obrigar os anunciantes a reverem as estratégias publicitárias. Segundo o estudo, só nos Estados Unidos, o investimento em anúncios em vídeo deverá aumentar 55% até 2028.

“Os anunciantes precisam de proteger as suas marcas. Colocarem as campanhas em locais de risco ou junto a temas que possam ser considerados ofensivos pode ser prejudicial para a sua reputação e para os seus resultados. 68% dos consumidores dizem que é inapropriado as marcas anunciarem ao lado de discursos de ódio e de conteúdos agressivos”, refere o relatório.

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EDC volta a comunicar UrbanGlide

A nova estratégia de comunicação pretende reforçar a presença digital da marca de mobilidade urbana, através de ações focadas nos media de ‘lifestyle’ e tecnologia e de um novo alinhamento nas redes sociais

A UrbanGlide (na foto) volta a entregar a comunicação estratégica à EDC. Para além de definir a nova estratégia de comunicação da marca, a agência é responsável pelas relações públicas e pela gestão das redes sociais da empresa mobilidade elétrica urbana, em Portugal.

“Receber novamente a UrbanGlide é um orgulho e uma oportunidade de mostrar o que conseguimos fazer com marcas que desafiam o ‘status quo’. Vamos trabalhar para aproximar a marca dos portugueses e reforçar a sua posição como referência de inovação, estilo e sustentabilidade”, refere João Trigo, diretor executivo da EDC, citado em comunicado de imprensa.

A nova estratégia de comunicação, definida dois anos após a primeira colaboração com a agência, pretende reforçar a presença digital da marca, através de ações de relações públicas focadas nos media de ‘lifestyle’ e de tecnologia, que serão amplificadas com um novo alinhamento de divulgação nas redes sociais.

“Queremos estar mais próximos dos consumidores, comunicar com autenticidade e dinamismo, e acreditamos que a EDC é o parceiro certo para essa missão, porque já conhece a marca, os nossos valores e o público a que nos dirigimos, o que faz toda a diferença”, salienta Carlos Luís, gestor nacional da UrbanGlide, citado no documento.

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M80 celebra 18 anos com imagem renovada

A rádio do grupo Bauer Media aposta num rebranding, acompanhado por uma campanha com criatividade da DJ que marca presença em televisão, rádio, outdoor, digital e redes sociais

A M80 assinala os 18 anos com um rebranding, desenvolvido pela agência DJ, que tem como ambição “reforçar o papel da estação como marca emocional, transversal a várias gerações, e cada vez mais presente na vida dos ouvintes – dentro e fora da rádio”, refere o comunicado de imprensa.

A nova campanha de comunicação arranca esta segunda-feira com presença em TV, rádio, outdoor, digital e redes sociais. Para João Pacheco, diretor criativo da DJ, o objetivo é garantir que a marca continua a evoluir num cenário cada vez mais digital, ” onde as estações de rádio deixam de ser apenas uma frequência para se afirmarem, progressivamente, como marcas de áudio fortes e relevantes”, realça.

A nova assinatura, ‘De longe, a música da sua vida’, dá o tom a esta nova fase da M80, que conta com mais de 1,7 milhões de ouvintes semanais. O rebranding recupera elementos visuais do passado “e reinterpreta-os com uma linguagem gráfica mais arrojada e dinâmica, que se estende à antena, redes sociais, digital, eventos e campanhas”, segundo o comunicado de imprensa.

Miguel Cruz, diretor da M80, explica a importância da nova identidade gráfica e sonora. “A M80 foi sempre uma marca com um pé no passado e outro no presente. Hoje damos um passo importante rumo ao futuro, com uma nova identidade que nos permite continuar a crescer, a emocionar e a acompanhar gerações. Queremos continuar a ser a rádio de quem ama boa música – independentemente da idade”.

Rita Sobral, responsável pelo departamento comercial, marketing e eventos da Bauer Media Audio Portugal, fala num passo natural na evolução da marca: “A nova imagem e assinatura procuram atualizar a identidade da estação sem desvirtuar o seu ADN, trazendo-lhe maior versatilidade e dinamismo na forma como se apresenta e comunica”. E confia no impacto junto da audiência: “Acreditamos que esta transformação vai reforçar a perceção positiva da marca, aumentar o seu potencial de crescimento e gerar impacto junto dos nossos clientes e parceiros”, conclui.

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Susana Azevedo reforça equipa do Observador

“A prioridade passa por apoiar a gestão da equipa comercial, bem como a exploração de novas fontes de receita”, refere Miguel Simões, diretor-geral adjunto do jornal, responsável pelas áreas comercial e marketing

Susana Azevedo, até agora diretora comercial da TSF, jornais e revistas do grupo Notícias Ilimitadas, é a nova diretora comercial adjunta do Observador.

Licenciada em relações públicas e publicidade pelo Instituto Superior de Novas Profissões (INP), Susana Azevedo tem um percurso profissional quase todo feito no universo dos media. Ao longo da carreira, foi responsável por equipas e projetos estratégicos em empresas como Microfocus, Global Media Group e TSF, com foco na gestão de marcas e pessoas, rentabilização comercial, desenvolvimento de conteúdos, eventos e resultados do negócio.

“A prioridade da nova função passa por apoiar a gestão da equipa comercial de uma forma próxima e articulada, bem como a exploração de novas fontes de receita, que exigem um pensamento estratégico e um conhecimento do mercado. A Susana é um importante reforço da equipa num momento tão complexo e com tantos desafios”, revela Miguel Simões, diretor-geral adjunto do Observador, com responsabilidade pelas áreas comercial e marketing.

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Porto: O Destino Ideal para Nómadas em Busca de Imóveis Mobiliados a Custo Acessível

Para nómadas digitais e trabalhadores remotos, especialmente brasileiros, o Porto surge como uma das melhores opções na Europa. Combinando custo de vida acessível, infraestrutura de qualidade e uma atmosfera acolhedora, a cidade oferece o equilíbrio perfeito entre trabalho e lazer.

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Enquanto capitais como Lisboa, Berlim e Paris têm se tornado cada vez mais caras, o Porto mantém preços mais razoáveis em aluguéis, alimentação e transporte. Além disso, a facilidade linguística (já que falamos português!) e a receptividade aos brasileiros fazem da cidade um destino ainda mais atrativo.

A seguir, vamos explorar as vantagens de morar no Porto, onde procurar aluguer de imóveis mobiliados em Porto, bairros recomendados e dicas essenciais para brasileiros que desejam se estabelecer na cidade. 

Vantagens do Porto para nómadas digitais

O Porto oferece um excelente custo-benefício para quem busca qualidade de vida sem gastar fortunas. Em comparação com outras cidades europeias, os valores de aluguel, alimentação e transporte são significativamente mais baixos.

Enquanto um apartamento mobiliado no centro de Lisboa pode custar €1.200 ou mais, no Porto é possível encontrar opções por €600-€900 em bairros bem localizados. Um jantar em um restaurante médio custa entre €10-€15, e o passe mensal de transporte público sai por cerca de €40. Além disso, ingressos para museus e eventos culturais são mais acessíveis do que em outras capitais.

A infraestrutura para trabalho remoto é outro ponto forte da cidade. Espaços de coworking como o Selina Navis e o Porto i/o oferecem planos flexíveis para quem busca um ambiente profissional. Cafés como o Majestic Café e o C’alma Specialty Coffee são ótimos para trabalhar, com Wi-Fi de qualidade e atmosfera inspiradora. A maioria dos imóveis também conta com internet rápida de fibra óptica, essencial para quem depende de conexão estável.

A qualidade de vida no Porto é inegável. A cidade é considerada uma das mais seguras da Europa, permitindo que moradores e visitantes circulem tranquilamente a qualquer hora. A cultura e a gastronomia são destaques, desde os famosos vinhos do Douro até pratos típicos como o francesinho. Para quem gosta de natureza, as praias da Foz do Douro e de Matosinhos ficam a poucos minutos do centro, oferecendo um refúgio perfeito nos dias de descanso.

Outra vantagem é a crescente comunidade de expatriados e nómadas digitais. Grupos no Facebook, como Brasileiros no Porto, e eventos em coworkings facilitam a integração e a troca de experiências entre quem chega à cidade.

Onde procurar imóveis mobiliados no Porto?

Encontrar um bom imóvel mobiliado no Porto exige pesquisa e atenção. Se você busca praticidade e flexibilidade, a The Blueground é uma excelente opção, oferecendo apartamentos totalmente mobiliados e equipados para estadias de médio e longo prazo. Com um processo de reserva simplificado e propriedades em bairros bem localizados, a plataforma elimina a burocracia tradicional de aluguéis, sendo ideal para nômades digitais e profissionais remotos.

Além disso, pode ser uma ótima alternativa mesmo para quem procura estadias mais curtas, com a possibilidade de extensão conforme a necessidade. Seja por alguns meses ou um ano, os contratos são adaptáveis e os imóveis já vêm com tudo o que você precisa para morar e trabalhar com conforto.

Uma dica importante: independentemente da plataforma escolhida, sempre verifique as condições do contrato. Optar por períodos de 6 meses a 1 ano costuma trazer melhores condições financeiras do que aluguéis mensais. Antes de fechar qualquer negócio, solicite um tour virtual detalhado ou visite o imóvel pessoalmente para garantir que atende às suas expectativas. E atenção: desconfie de valores muito abaixo do mercado e evite pagamentos adiantados sem garantias contratuais.

Se preferir uma experiência sem complicações, a plataforma oferece segurança, qualidade e comodidade, permitindo que você se instale no Porto com tranquilidade e foque no que realmente importa: sua vida e trabalho na cidade.

3 bairros recomendados para alugar no Porto 

O Bonfim é uma ótima opção para quem busca economia sem prescindir da localização. Com preços entre €400 e €600 por mês, o bairro oferece um ambiente autêntico, com mercados locais e boa conexão de metrô. A desvantagem é a distância um pouco maior do centro e a predominância de prédios antigos, que podem exigir adaptações.

Para quem deseja um equilíbrio entre custo e comodidade, a Cedofeita é uma excelente escolha. Com aluguéis na faixa de €700 a €900 mensais, o bairro combina vida cultural intensa, cafés charmosos e proximidade com o centro histórico. O lado negativo é o possível barulho à noite, devido à movimentação de bares e restaurantes.

Já a Foz do Douro é o destino perfeito para quem prioriza conforto e luxo. Com vistas deslumbrantes do mar e imóveis de alto padrão, os preços aqui variam de €1.000 a €1.500 ou mais. A tranquilidade e a beleza natural são os grandes atrativos, mas o valor elevado e o aumento de turistas no verão podem ser pontos a considerar.

Dicas para nómadas brasileiros no Porto

A documentação necessária para alugar um imóvel inclui o NIF (Número de Identificação Fiscal), obrigatório para qualquer transação, e um comprovante de renda, como contrato de trabalho ou extrato bancário. Muitos proprietários também pedem um fiador local, mas algumas imobiliárias aceitam seguros de caução como alternativa.

Para evitar golpes, é fundamental desconfiar de ofertas muito abaixo do mercado e nunca realizar pagamentos sem antes verificar a legitimidade do anúncio. Visitar o imóvel pessoalmente ou pedir referências de outros inquilinos pode ajudar a garantir uma escolha segura.

A adaptação cultural também requer atenção. O sotaque português pode ser um desafio inicial, mas a comunicação é facilitada pelo idioma comum. Os portugueses costumam ser mais formais no trato inicial, valorizando o uso de “Senhor” ou “Senhora”, mas a relação torna-se mais descontraída com o tempo.

Conclusão 

O Porto se consolida como um dos melhores destinos para nômades digitais brasileiros na Europa, oferecendo custo de vida acessível, infraestrutura completa e uma qualidade de vida difícil de superar. Com planejamento e pesquisa, é possível encontrar o imóvel ideal e aproveitar tudo o que a cidade tem a oferecer, desde sua rica cultura até suas deslumbrantes paisagens.

Se você está pensando em fazer as malas para o Porto, comece explorando as plataformas de aluguel e conectando-se com a comunidade local. A aventura de viver em uma das cidades mais encantadoras da Europa está apenas começando!

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Tecnológicas despediram 90 mil pessoas este ano. Intel lidera lista

As empresas norte-americanas lideram com 65.545 despedimentos, entre 1 de janeiro e 20 de maio. A Intel ocupa o primeiro lugar do ‘ranking’, seguida pela Panasonic e Microsoft.

As empresas tecnológicas, desde o início do ano, despediram 90.471 mil funcionários, de acordo com o relatório da RationalFX, plataforma que apresenta dados detalhados sobre as demissões no setor tecnológico, incluindo listas de empresas que realizaram demissões e o número de trabalhadores afetados.

“Entre 1 de janeiro e 20 de maio foram anunciados 90.471 despedimentos no setor, uma média de 646 perdas de emprego por dia. A este ritmo, o setor tecnológico deve perder mais 145.500 empregos até ao final do ano, colocando o total de despedimentos nos 235.871”, avança a RationalFX, citada pelo Jornal Económico.

As empresas norte-americanas lideram com 65.545 despedimentos. Segue-se o Japão com 10.100, a Suécia com 3.053, a Suíça com 3.050 e a Índia com 2.688.

A Intel ocupa o primeiro lugar do ‘ranking’ com 21.780 despedimentos, seguida pela Panasonic com 10 mil e a Microsoft com 8.840, avança o relatório. Na lista surge também a Meta com 3.720, a ST e a Northvolt com três mil, enquanto que a HP Enterprise atinge os 2.500. A fechar a tabela aparece a Onsemi com 2.400, a Amazon com 2.200 e a HP com dois mil.

 

 

 

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A verdade da mentira

‘The First Speech’ (na foto), da Innocean Berlin para os Repórteres Sem Fronteira, é a campanha que o brasileiro Rodrigo Cardoso, diretor criativo da McCann Lisboa, gostaria de ter feito, ao passo que ‘O Que Travou Chuck Norris’, da Artplan para a TIM Brasil, é a que mais se orgulha de ter cocriado

As contradições entre o que os líderes Vladimir Putin (Rússia), Recep Tayyip Erdogan (Turquia) e Nicolás Maduro (Venezuela) afirmam nos discursos, e as decisões políticas que depois tomam, são exploradas nos três filmes de ‘The First Speech’, campanha que a Innocean Berlin concebeu para a filial alemã dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e que Rodrigo Cardoso, diretor criativo da McCann Lisboa, gostaria de ter feito, como revela em Como É Que Não Me Lembrei Disto?, rubrica do M&P.

A campanha de que mais se orgulha tem como protagonista o ator norte-americano Chuck Norris, que cedeu o rancho onde reside, no Texas, para a gravação de um anúncio da operadora de telecomunicações italiana TIM, no Brasil, idealizado pela Artplan.

Qual é a campanha publicitária que gostaria de ter feito?

Todos os anos surgem novas ideias e aparecem campanhas que gostava de ter feito. Uma das últimas que me despertou a atenção ao ponto de a incluir nesta lista é ‘The First Speech’, uma campanha para a Reporter Ohne Grenzena, a delegação alemã dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Quais são as razões dessa escolha?

Acima de tudo, porque tem subjacente uma ideia extremamente verdadeira. Só por isso já me conquista. Especificando mais um pouco, gosto da forma como a campanha cria um confronto entre o discurso político e a realidade. A campanha expõe a mentira e a falsidade que existem por detrás de uma coisa que, à primeira vista, até parece honesta e bem-intencionada.

Os filmes publicitários de ‘The First Speech’ retratam o quotidiano de cidadãos de diferentes extratos sociais

O que lhe chama mais a atenção na campanha?

É uma daquelas campanhas que tem todos os elementos no sítio certo. Isso é o que mais me desperta a atenção. Os discursos são reais e vemos pessoas em situações do quotidiano a ouvir os políticos retratados. Como não sabem que aquelas supostas verdades que lhes estão a ser apresentadas são, no fundo, mentiras, mostram-se impreparadas para questionar o que lhes está a ser dito. Toda a relação entre as imagens e o texto é construída para reforçar a intenção da campanha.

Essa campanha inspira-o a nível criativo?

Recorrer a um conceito verdadeiro para dar um novo sentido ao que está a ser mostrado e, dessa forma, subverter as expetativas das pessoas é uma maneira inteligente de fazer publicidade. E isso inspira-me.

Rodrigo Cardoso, diretor criativo da McCann Lisboa, escolhe a campanha ‘The First Speech’

Qual é a campanha que fez que mais o concretizou profissionalmente?

Um dos trabalhos que mais me realizou foi uma campanha publicitária criada para a operadora de telecomunicações italiana TIM, no Brasil, com o ator Chuck Norris. Uma campanha integrada que foi muito bem-sucedida, num momento em que essa realidade ainda não era comum. Além de prémios, gerou resultados muito além das expetativas do cliente.

Como é que chega a essa ideia e avança para a execução?

A TIM tinha uma forte presença no Brasil e queria lançar um serviço de internet rápida com impacto em diversos meios. Há 11 anos, as campanhas de 360º já eram uma ambição dos clientes, mas viam-se pouquíssimas. Precisávamos, por isso, de uma ideia que resultasse em televisão, mas que também tivesse força no digital. Foi assim que nasceu a ideia de criar uma campanha com o Chuck Norris.

Porquê o Chuck Norris?

Na altura, os ‘Chuck Norris facts’ eram um fenómeno da internet. Faziam parte da cultura popular. Para os que não sabem ou não se recordam, os ‘Chuck Norris facts’ eram afirmações absurdas, que apresentavam o ator de forma sarcástica e exagerada, como uma pessoa invencível, como um super-herói capaz de feitos incríveis. Tínhamos, de um lado, um ator muito famoso e, do outro, um tipo de humor que funcionava muito bem no universo digital.

O ator norte-americano Chuck Norris recebeu a equipa de filmagens da Tycoon Estúdios no rancho onde reside

Como é que materializaram a ideia?

O que fizemos foi pegar na marca e compará-la diretamente com o Chuck Norris. O tom irónico da campanha foi um sucesso.

As campanhas estão mais ou menos criativas do que anteriormente?

A publicidade mudou muito, mas não acho que seja menos criativa nos tempos que correm. A verdade é que, atualmente, podemos ser ainda mais criativos. Continuamos a ter filmes, anúncios e media tradicionais, mas também temos um mundo de novas oportunidades. Há conceitos tecnológicos que são ótimos exemplos de criatividade publicitária. Existem ideias que nem sequer têm um formato específico e que são bons conceitos publicitários.

Pode dar alguns exemplos?

A app Samsung Impulse, desenvolvida para o Samsung Watch e premiada em Cannes o ano passado. Através do ritmo das vibrações, ajuda pessoas que gaguejam a falar melhor. Basta escreverem o que querem dizer e a app define o ritmo da fala.

Outro exemplo que não tem um formato específico e é um grande trabalho publicitário, chama-se ‘The Bread Exam’, da McCann Health, que também ganhou um Grande Prémio em Cannes. Essa campanha, feita para o Líbano, ensinava as mulheres a fazer o autoexame da mama para detetar sinais precoces de cancro.

As imagens mostravam os gestos a serem feitos em massa de pão, porque, num país com leis muito rígidas, onde mostrar o corpo feminino é um crime grave, essa foi a maneira que os criativos encontraram para poderem transmitir a mensagem.

Rodrigo Cardoso recorreu ao fenómeno da internet para cocriar a campanha ‘O Que Travou Chuck Norris’

É a favor de campanhas desenvolvidas integralmente com recurso a inteligência artificial (IA)?

Sou a favor de qualquer ferramenta que nos ajude a fazer um bom trabalho. E aqui é que está o ponto. A IA é uma ferramenta. A utilização que fazemos dela é muito mais relevante do que a ferramenta em si. Quem trabalha com criatividade sabe que o que faz a diferença não é a máquina, é a pessoa que está por trás dela. Sempre foi assim com os computadores, está a acontecer agora com a IA e vai ser sempre assim com qualquer nova tecnologia que apareça.

Não teme que a criatividade artificial se sobreponha à humana?

É claro que há muita coisa que ainda vai mudar com a IA e as mudanças, por norma, assustam. Mas o importante é abraçá-las e saber aproveitar o lado bom que trazem. É isso que procuro fazer. E também é fundamental regulamentar o uso das novas tecnologias, para proteger as pessoas e o mercado.

O que faz quando não tem ideias?

Não ter ideias gera tensão, e a tensão é a maior inimiga da criatividade. Pelo menos para mim. É por isso que, quando as ideias não aparecem, agarro-me ao humor, às piadas e à descontração. Nessa altura, faz bem deixar o ‘briefing’ de lado durante um breve período, para voltar a olhar para ele, depois, já com a cabeça mais leve. Para mim, criar tem de ser uma atividade lúdica. Tem de ser uma coisa divertida, acima de tudo. Escolhi esta profissão porque é divertido criar.

Ficha técnica

Campanha ‘The First Speech’
Cliente
Reporter Ohne Grenzena
Agência Innocean Berlin
Diretor criativo Gabriel Mattar
Diretor criativo executivo Ricardo Wolff
Produtores executivos Moritz Merkel, Florian Hülbig e Uta Wittchen
Redação Juan Andrés Kebork
Produtoras Stink Films, Yatta Films, Studio Metro e Studio Funk
Diretor de produção Fabian Barz
Realizador Giordano Maestrelli
Diretor de fotografia Konrad Losch
Diretor de arte Leon Celay
Edição Simon Klinkertz
Pós-produção Jan Scholz
Designers gráficos de animação Carlos Suárez e Alexander Aleksidze
Graduação de cor Joseph Bicknell
Sonoplastia Satelite e Studio Funk
País Alemanha
Ano 2024

Ficha técnica

Campanha ‘O Que Travou Chuck Norris’
Cliente TIM Brasil
Agência Artplan
Diretores criativos Alessandra Sadock e Gustavo Tirre
Diretor criativo executivo Ricardinho Weitsman
Criativos Alessandra Sadock, Ricardinho Weitsman, Rodrigo Cardoso, Sergio Carvalho, João Santos e Bruno Foscaldo
Produtora Tycoon Estúdios
Realizador Kiko Lomba
Diretor de fotografia Flavio Zangrandi
Diretor de arte Charles Infante
Edição Victor van Ralse
Computação gráfica Blend
Graduação de cor Pedro Conforti
Sonoplastia Sonido
País Brasil
Ano 2014

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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