Futuro da TiN adiado por mais dez dias
A Autoridade Tributária, a Segurança Social e um grupo de 20 trabalhadores pedem para votar plano de insolvência da Trust in News por escrito. Impostos e salários estão em atraso

Luis Batista Gonçalves
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O futuro da Trust in News (TiN) foi adiado por mais dez dias. Um grupo de credores, que inclui a Autoridade Tributária e Aduaneira, a Segurança Social e um grupo de 20 trabalhadores, pediu para votar o plano de insolvência do grupo de media por escrito, na reunião de 6 de maio, no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra.
“Alguns dos credores que estiveram presentes na reunião registaram o seu sentido de voto. Aos outros, foi-lhe concedida essa prerrogativa, que está prevista na nossa legislação”, revela ao M&P André Correia Pais, administrador de insolvência da empresa, que detém órgãos de comunicação social como a Visão, a Exame, a Caras, a TV Mais, a Telenovelas, a Activa, o Holofote e a Prima.
A assembleia de credores discutiu o plano de insolvência da TiN, que prevê um investimento máximo de €1,5 milhões, a venda de títulos e a criação de uma ‘task force’ para renegociar contratos e baixar custos. O documento, apresentado por Luís Delgado, contempla ainda o encerramento da delegação no Porto, a redução de colaboradores e o pagamento faseado das dívidas à Autoridade Tributária e Segurança Social, em 150 prestações.
O encontro acontece numa altura em que o grupo continua com impostos e salários em atraso. “Tenho tentado fazer os possíveis, mas não é fácil. A incapacidade de acedermos a crédito torna a gestão da TiN complexa de gerir. À exceção do mês de dezembro de 2024, temos todos os impostos em dia, à data de hoje, mas os salários de abril ainda não foram integralmente pagos”, esclarece André Correia Pais, que conta regularizar a situação “nos próximos dias”.
Entre 12 e 15 de abril, a sede da TiN, no Taguspark, em Oeiras, esteve sem água e eletricidade por falta de pagamento. Embora a verba em dívida não tenha sido regularizada, a administração do espaço chegou a acordo com a TiN, com o grupo a comprometer-se a abandonar as instalações até ao fim de junho.
“Temos tido as dificuldades inerentes à atividade em si e à própria situação de insolvência, mas temos feito o que é possível ao longo dos últimos cinco meses, desde que assumi o cargo de administrador de insolvência desta empresa”, assegura André Correia Pais.