Vanessa Tierno (
Destaque M&P Exclusivo

Entre as oportunidades das plataformas e a gestão dos direitos

As plataformas de streaming estão a criar oportunidades para as produtoras nacionais que os canais lineares não permitiam até aqui, mas o caminho ainda agora começou Na mesma semana em […]

Rui Oliveira Marques
Vanessa Tierno (
Destaque M&P Exclusivo

Entre as oportunidades das plataformas e a gestão dos direitos

As plataformas de streaming estão a criar oportunidades para as produtoras nacionais que os canais lineares não permitiam até aqui, mas o caminho ainda agora começou Na mesma semana em […]

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Rui Oliveira Marques
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Vanessa Tierno (Opto), Bruno Santos (Coral Europa), José Amaral (SPi) e Ricardo Pereira (Globo, em videochamada)

As plataformas de streaming estão a criar oportunidades para as produtoras nacionais que os canais lineares não permitiam até aqui, mas o caminho ainda agora começou

Na mesma semana em que decorreu o 7º Encontro de Produtores Independentes de Televisão, a Netflix confirmou que tinham arrancado as gravações de Rabo de Peixe, a segunda série original da plataforma em Portugal, após Glória. Produzida pela Ukbar Filmes e realizada por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira, Rabo de Peixe consiste num thriller com toques de humor sarcástico, que conta a história de quatro amigos cuja vida muda para sempre com a chegada de uma tonelada de cocaína. O painel promovido pela APIT, que juntou responsáveis das produtoras Coral Europa e SPi e dos serviços de streaming Opto e Globoplay, evidenciou como estas plataformas vieram aumentar as potencialidades do setor e a exploração de novos formatos. “Dou os parabéns à SPi. Eu estava em pânico com Glória. Se não fosse bom, nunca mais nenhuma plataforma iria olhar para Portugal. Glória é uma grande história, excelentemente produzida”, elogiou Bruno Santos, a propósito da primeira série original da Netflix em Portugal, com assinatura da SPi. O diretor geral da Coral Europa ilustrou ainda a dinâmica que a Opto, lançada em outubro de 2020, veio trazer ao mercado nacional. “É maravilhoso termos uma plataforma de streaming em Portugal. É uma janela de mercado que não existia. Na Coral tivemos duas produções com a Opto que não teriam janela nem oportunidade de serem feitas. São projetos específicos que não teriam cabimento num generalista”, admitiu Bruno Santos.

Do lado da Opto, Vanessa Tierno assegura que a plataforma de streaming paga da Impresa está a “correr muito bem. É com grande orgulho que digo que já produzimos mais de 100 horas. Além dos conteúdos originais, temos tido a experiência de trazer os conteúdos dos canais lineares para a plataforma. Estreamos primeiro os episódios das novelas na Opto e todos os dias estão entre os mais vistos”, assegura a diretora de conteúdos da plataforma. Também a Globoplay, que entrou em Portugal em outubro do ano passado, “está a ir melhor do que esperávamos”, admite Ricardo Pereira. Para a plataforma brasileira, o grande mercado internacional é composto pelos emigrantes, nomeadamente os brasileiros que vivem nos EUA, Europa ou Japão. “Já o mercado da Globoplay em Portugal e em África, no próximo ano, é o dos que estão habituados a consumir o produto Globo”. É que, segundo o diretor da Globo Portugal, sete dos 10 programas mais vistos na Globoplay são novelas. Ricardo Pereira acredita que será inevitável que a Globoplay aposte num original com produção portuguesa, mas ainda “não há data”. “As plataformas são animais famintos de produção. A necessidade vai fazer com que mais cedo ou mais tarde produzamos algo em Portugal para a Globoplay. É só uma questão de tempo”. Ricardo Pereira estabeleceu ainda uma ponte para a plataforma da Impresa: “A Opto e Globoplay são as únicas plataformas de conteúdos ligados à televisão exclusivamente em língua portuguesa. É normal que a colaboração entre a Globo e a SIC só se reforce. Para as produtoras independentes é só uma questão de tempo. Quem sabe, no ano que vem, a gente fale disso”. Recorde-se que a série O Clube, da Santa Rita Filmes, foi criada para a Opto mas está também disponível na plataforma brasileira.

No entanto, José Amaral, diretor geral da SPi, considera que, apesar das novas oportunidades de produção de conteúdos, “há uma parafernália de direitos que não estão a ser devidamente explorados”. Dando como exemplo a plataforma de streaming da SIC, José Amaral referiu que a SPi tem “interesse em trabalhar com a Opto mas há aqui questões que, lá para fora, têm de ser afinadas. O que existe em Portugal para crescer são os direitos. Se partirmos o nosso ativo em partes, iremos agregar valor para que algo que vale 50 possa valer 500”, ilustrou. José Amaral apontou para outra produção desenvolvida para a Opto. “A série Vanda foi comprada pela Legendary Pictures, uma distribuidora norte-americana que entrou na origem do projeto. Havia a ideia de que o nosso conteúdo não viajava, o que não é verdade. Por exemplo, agora estamos a fazer uma coprodução com a Islândia”.

Ainda a propósito dos direitos, Vanessa Tierno ressalvou: “Não sou a favor de que tudo fique do lado do canal. Tem de haver flexibilidade, mas quando temos uma obra por encomenda, obviamente queremos que o IP [intellectual property] fique do lado do operador. A ideia nasceu do nosso lado, mas os dois lados têm de estar a ganhar”. Ricardo Pereira relatou ainda, a propósito da questão dos direitos, que a Globo “está a passar por uma mudança enorme. Estamos a produzir 1100 horas de conteúdo e isto sem contar com as novelas e os programas de antena aberta. Hoje a Globo tem de produzir para a TV aberta, paga, streaming e cinema. Os advogados têm hoje mais trabalho na Globo do que os produtores”, ironizou.

Sobre o autorRui Oliveira Marques

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Futuro da Trust in News decide-se a 6 de maio

A assembleia de credores discute, nessa data, o plano de insolvência da TiN, que prevê um investimento máximo de €1,5 milhões, a venda de títulos e a criação de uma ‘task force’ para renegociar contratos e baixar custos

Os credores da Trust in News (TiN) pronunciam-se a 6 de maio sobre o plano de insolvência da empresa. O documento, apresentado por Luís Delgado, prevê um investimento faseado no montante máximo de €1,5 milhões, o encerramento da delegação no Porto, a redução de colaboradores, a criação de uma ‘task force’ para renegociar contratos e baixar custos operacionais e o pagamento faseado das dívidas à Autoridade Tributária e Segurança Social, em 150 prestações.

“Estamos a funcionar com as dificuldades normais de uma situação destas, enquanto aguardamos pela decisão dos credores. Temos conseguido resolver a maior parte dos problemas, apesar de termos questões pendentes”, explica ao M&P André Correia Pais, administrador de insolvência da empresa.

Ao contrário dos ordenados, que foram regularizados, há valores em dívida que ainda não foram liquidados. “Os salários estão em dia, falta apenas pagar aos trabalhadores o subsídio de alimentação referente ao mês de março. Estamos a falar de cerca de €15 mil, um valor que vamos conseguir pagar entre o final desta semana e o início da próxima”, revela André Correia Pais.

Por regularizar está também o pagamento de impostos. “Ainda não consegui pagar o mês de dezembro de 2024, que devia ter sido regularizado em janeiro. Essa situação já era conhecida antes da assembleia de credores de 29 de janeiro. O valor será regularizado em breve, até porque os impostos referentes a janeiro e fevereiro foram pagos e os de março podem ser liquidados até 20 de abril, que é a data limite”, esclarece o administrador de insolvência da TiN.

Fundada pelo empresário Luís Delgado em 2017, a TiN detém órgãos de comunicação social como a Visão, a Exame, a Caras, a TV Mais, a Telenovelas, a Activa, o Holofote e a Prima. Declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, a 4 de dezembro de 2024, na sequência da reprovação do PER [Processo Especial de Revitalização], que havia sido apresentado em maio, está dependente da assembleia de credores de 6 de maio.

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Comunicação

Companhia das Soluções reorganiza estrutura operacional

Luísa Marques (na foto, à esq.) acumula a comunicação digital e a gestão do marketing de influência, enquanto que Mariana Cottim (à dir.) assume as relações com os media e a coordenação das equipas de assessoria

A Companhia das Soluções acaba de reorganizar a estrutura operacional da agência de comunicação. Luísa Marques passa a acumular a comunicação digital com a gestão do marketing de influência, enquanto que Mariana Cottim assume as relações com os media e a coordenação das equipas de assessoria de imprensa.

“A experiência e visão da Mariana Cottim e da Luísa Marques, enquanto pilares da organização há vários anos, são fundamentais para liderar talentos, adaptar tendências e capacitar a equipa, garantindo um serviço de excelência e ampliando o impacto das nossas conquistas”, explica ao M&P Sónia Pereira, CEO da Companhia das Soluções.

Luísa Marques, que já geria o marketing de influência, vê no novo desafio a oportunidade de reforçar o posicionamento digital da agência. “Os canais digitais não são apenas ferramentas de divulgação, são plataformas para fortalecer a nossa marca pessoal e expandir o reconhecimento da Companhia das Soluções. Com uma abordagem estratégica e criativa, vamos dar mais visibilidade aos serviços que oferecemos e, ao mesmo tempo, destacar novas áreas de atuação, como a criação de conteúdos originais e relevantes”, explica Luísa Marques.

Para além de continuar a assegurar a relação com a imprensa, Mariana Cottim tem agora a missão de coordenar as equipas que prestam assessoria aos media e às marcas, numa altura em que a agência anuncia a conquista de novos clientes.

“O foco em media já me aproximava transversalmente da equipa, mas, ao integrar esta visão na estratégia da agência, é possível não só fortalecer o compromisso com as marcas, mas também orientar decisões, criando uma comunicação mais coesa e estratégica”, salienta Mariana Cottim.

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Digital

Publicações de executivos no LinkedIn crescem 23%

Além do ‘engagement’ quatro vezes superior, os executivos fazem aumentar 39% o número de utilizadores. Jon Gray (na foto), presidente e COO da Blackstone, é um dos mais ativos e a tendência tem a ver com o desinteresse no X

As publicações de executivos séniores no LinkedIn cresceram 23% em 2024, face a 2023, revela a Ad Age. De acordo com um estudo da rede social profissional, divulgado pela publicação norte-americana, além de terem um ‘engagement’ quatro vezes superior, as publicações desses profissionais tendem a aumentar o número utilizadores em 39%.

Uma das razões apontadas para o crescimento de publicações de executivos séniores no LinkedIn prende-se com o desinteresse crescente no X. As polémicas que envolvem a rede social de Elon Musk têm levado muitos dirigentes a transferir para o LinkedIn as publicações que anteriormente faziam no antigo Twitter.

Um exemplo disso é Jon Gray, presidente e diretor de operações da empresa financeira Blackstone, que, à semelhança dos influenciadores digitais profissionais, partilha vídeos dos locais que visita, das corridas que faz, dos eventos familiares em que participa e até das intervenções públicas que vai tendo. Com 200 mil seguidores, integra o grupo de personalidades do LinkedIn Top Voice, que reúne especialistas, executivos, agentes de mudança e figuras públicas globais.

Partilha de vídeos curtos aumenta 34%

Segundo a Ad Age, ao manter um algoritmo que privilegia as conexões e que centra a atividade na divulgação de notícias, o LinkedIn, que é consultado diariamente por 134 milhões de utilizadores, posiciona-se como uma plataforma reputada e credível para marcas, líderes e criadores de conteúdo que precisam de um suporte fiável para construir uma presença digital que lhes traga vantagens competitivas.

A aposta do LinkedIn nos vídeos curtos foi reforçada em 2024, sendo este o formato que mais cresce na plataforma, registando uma progressão de 34% face a 2023. No último trimestre do ano, os utilizadores interagiram com 1,5 milhões de publicações, com os executivos séniores a tirarem partido dos vídeos curtos, das transmissões ao vivo, dos inquéritos e dos artigos que promovem marcas e ideias.

Apesar da ameaça de aplicações como a Bluesky, a RedNote e a Substack, que também têm vindo a abrir espaço para as partilhas sociais, a rede social profissional, que numa primeira fase estava mais direcionada para a divulgação e procura de oportunidades de trabalho, ganha espaço como local confiável para a transmissão de mensagens publicitárias e de discursos com propósitos comerciais.

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Anúncio falso da KFC criado com IA gera polémica nos EUA

Com cerca de 45 segundos de duração, o ‘spot’ tem um custo de produção de 400 dólares (€365) e contém dezenas de imagens fotorealistas, incluindo cenas de pessoas a comer frango frito e representações exatas da marca KFC

Um anúncio falso da KFC, gerado por inteligência artificial (IA) e publicado no LinkedIn, está a suscitar reações da comunidade criativa nas redes sociais, incluindo acusações de plágio e um novo debate sobre o papel da IA na criação de publicidade.
O anúncio, que tem um custo de produção de 400 dólares (€365), é criado por uma produtora para demonstrar os limites do que é possível quando se utiliza a IA para criar publicidade, noticia a Adage.

Com cerca de 45 segundos de duração, o anúncio intitulado ‘KFC AI Food + Beverage Tests – Pt. II – Ready 2 Roll’, contém dezenas de imagens fotorrealistas, incluindo cenas de pessoas a comer frango frito e representações exatas da marca KFC.
David Blagojevic, realizador e cofundador da empresa cinematográfica Davinci Productions, com sede na Sérvia, tem vindo a ganhar seguidores nas redes sociais por criar este tipo de projetos.

O projeto, descrito por David Blagojevic como um teste para explorar o potencial das ferramentas de IA, foi arrasado pelos especialistas em publicidade e marketing.

Uma das críticas mais contundentes foi a do realizador Joris Noordenbos, responsável por campanhas oficiais do KFC, que denuncia semelhanças com ‘spots’ publicitários que ele próprio terá filmado. “Foi como ver uma máquina Xerox com IA”, disse ao Ad Age. E para o provar, publica no Instagram um ‘reel’ dos dois anúncios lado a lado, e as imagens revelam-se praticamente idênticas.

No rescaldo dessa revelação, David Blagojevic reafirma tratar-se um projeto não comercial, que começa com uns rascunhos feitos à mão, com a única intenção de testar como IA pode replicar a estética e o estilo das campanhas do KFC.

 

O caso marca a mais recente polémica sobre o uso da IA na criação publicitária, na sequência de controvérsias em torno da Coca-Cola e da Under Armour. Enquanto alguns profissionais olham para a tecnologia como forma de impulsionar a criatividade e abrir novas possibilidades narrativas, há quem critique a falta de originalidade em trabalhos que apenas reproduzem o que já foi feito.

Isso explica o que leva alguns criativos a atrasar a introdução de ferramentas de IA em tarefas relacionadas com a produção, com receio de que essa automatização possa eventualmente substituir os humanos. Já os proponentes da tecnologia preferem olhar para a eficiência e crescente capacidade de produção criativa da IA.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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A jornalista foi moderadora na conferência Infrastructure Investor Network America Forum, em dezembro de 2024
Media

“Há uma maior necessidade de medir as palavras e de agir de forma controlada”

Muda-se para Nova Iorque em 2019, para fazer um mestrado em jornalismo. Atualmente, Catarina Lamelas Moura (na foto) escreve sobre investimentos em infraestruturas numa publicação para investidores e profissionais do setor

Catarina Nunes

As empresas de media em Nova Iorque recompensam bem, mas também exigem mais, revela Catarina Lamelas Moura, repórter sénior da Infrastructure Investor Deals, que considera que “em Portugal há um à vontade maior no relacionamento com colegas e mesmo com chefias”.

A publicação online onde trabalha inclui uma revista em papel e integra o grupo PEI, que além de deter vários títulos especializados e bases de dados na área de investimentos em infraestruturas, organiza anualmente a conferência de referência no setor, a Infrastructure Investor Global Summit, em Berlim, entre outros eventos.

Um deles é o Infrastructure Investor Network America Forum, em Nova Iorque, que na última edição, em dezembro de 2024, conta com Catarina Lamelas Moura como moderadora de dois painéis.

Atualmente, escreve sobre investimentos e transações individuais em infraestrutura a nível global, mas começa por estagiar na secção de crime do New York Daily News, em 2020, que funciona como “uma formação sobre Nova Iorque, que me abre os olhos para a escala real desta cidade”, recorda a jornalista que inicia o percurso profissional em Lisboa, como estagiária na revista Fora de Série, suplemento que na época integra o extinto Diário Económico.
Na rubrica de Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, partilha a experiência do ‘sonho americano’.

Catarina Lamelas Moura vive em Nova Iorque desde 2019 e o maior obstáculo tem sido manter o visto

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou qual é a circunstância que determina a saída?

Tenho desde sempre o sonho de viver em Nova Iorque e já tinha vivido nos Estados Unidos, quando no 12º ano faço um programa de intercâmbio numa escola em Lakeland, na Flórida.

Depois de terminar a faculdade em Portugal decido que, em vez de seguir para um mestrado, iria trabalhar durante uns anos para ganhar experiência e voltar depois para os Estados Unidos, para fazer o tal mestrado, mas desta vez em Nova Iorque.

Os anos vão passando e, na verdade, estava bastante feliz e confortável com a vida em Lisboa, mas em 2019 decido finalmente lançar-me para fora.

Qual é o percurso que faz?

Mudo-me para Nova Iorque em agosto de 2019 e inicio o mestrado em jornalismo na New York University, em setembro de 2019. No verão de 2020, entre o segundo e o último semestre, faço um estágio no jornal New York Daily News e convidam-me a ficar mais uns meses até ao final de 2020, que é quando terminava curso.

No início de 2021 começo a trabalhar na Patch, uma publicação de jornalismo local. Em 2022, mudo de área jornalística e passo a escrever sobre criptomoedas para a startup The Block. Escrevo também sobre crédito privado para a Reorg, agora denominada Octus, entre 2023 e 2024.

No final do ano passado começo a trabalhar para a Infrastructure Investor, publicação dedicada a investimentos em infraestruturas.

Onde é que trabalhava e em quê, antes de mudar de país?

Trabalhava no jornal Público, na Ímpar, durante cerca de dois anos e meio, entre 2017 e 2019, e continuo a considerar o Público uma espécie de ‘casa’ no jornalismo. Antes disso passo quase um ano na revista Sábado, em 2016, depois de um estágio na Fora de Série – que na altura é um suplemento do Diário Económico – a seguir à conclusão da licenciatura em jornalismo, na Escola Superior de Comunicação Social, em 2014.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar como jornalista em Lisboa e em Nova Iorque?

Em geral, a maior diferença é a competitividade. As empresas recompensam bem, mas também exigem mais. Isso obriga a estar em constante evolução. As próprias empresas têm de se manter competitivas e, se for necessário, um dia duplicam a equipa e seis meses depois fazem cortes. Isto não é visto de forma tão dramática, até porque o mercado de trabalho é muito mais forte e dinâmico.

Qual é o projeto mais recente que tem entre mãos e no que consiste?

Até ao ano passado estava na área de crédito privado, quando mudo para outra publicação de imprensa especializada, onde escrevo sobre investimentos na área de infraestrutura. A publicação é a Infrastructure Investor, que faz parte do PEI Group, grupo de media especializado em publicações para profissionais, que fornecem inteligência de negócios, através de notícias e análises para o setor financeiro. O grupo PEI tem várias publicações e organiza também eventos e conferências, como a Infrastructure Investor Network Global Summit, que é considerada a conferência do setor.

Faço parte da Infrastructure Investor, que é online e tem uma revista em papel e uma base de dados, mas mais especificamente integro a equipa da Infrastructure Investor Deals, que é uma nova publicação focada em investimentos e transações individuais em infraestruturas a nível global, lançada no final de janeiro.

A participação na cerimónia de abertura da New York Stock Exchange é um dos momentos que destaca

O valor da herança cultural portuguesa

Quais são as mais-valias e os obstáculos que o ser portuguesa tem no seu trabalho nos Estados Unidos?

Tenho um orgulho enorme (quase vaidade) em ser portuguesa e isso dá-me confiança em tudo o que faço. Levo comigo uma herança cultural que se manifesta em todas as minhas relações profissionais e pessoais. Sinto que é importante sobretudo numa cidade como Nova Iorque, onde a diversidade, não só cultural mas também na forma de pensar, tem tanto destaque.

O maior obstáculo tem sido manter o visto. Tem sido uma luta constante e qualquer pessoa que esteja nos Estados Unidos com um visto compreende este sentimento.

Até ao ano passado mantive-me com um visto de estudante com autorização de trabalho. É uma grande vitória ter conseguido passar para um visto mais permanente, que me dá mais estabilidade. É a superação de uma candidatura bastante exigente, que acabo por conseguir recorrendo à contratação de advogados.

Quais são as particularidades do jornalismo nos EUA ou em Nova Iorque, em termos de desafios e oportunidades em relação ao mercado português?

O mercado é muito maior e, mesmo dentro da área do jornalismo, existem muitas oportunidades, seja em publicações de media tradicional, startups ou títulos de imprensa especializada. Tendo trabalhado nestes três tipos de publicações desde que me mudei para Nova Iorque, sinto que há várias opções.

Em Portugal na área de jornalismo, infelizmente, as escolhas são muito mais limitadas.

Qual é o momento que o mercado norte-americano atravessa em termos de consumo de media, jornalismo e publicações para profissionais?

Na área de mercados privados, que é onde estou desde 2023, há uma procura enorme e empresas de media competitivas, porque a informação que publicam, incluindo ‘furos’ e informação privilegiada, é extremamente valiosa para investidores e outros profissionais.

Conhecer NY através do jornalismo de crime

Qual é a experiência profissional mais marcante, negativa e positiva, que teve nos EUA ou em Nova Iorque?

Durante o mestrado faço um estágio no New York Daily News, que é prolongado por mais uns meses, onde escrevo principalmente sobre crime e sou enviada todos os dias para diferentes cantos da cidade para entrevistar pessoas.
Representa não só um enorme desafio, mas também uma forma de ficar a conhecer a cidade mais profundamente, de conversar com pessoas e conhecer diferentes bairros. É quase uma formação sobre Nova Iorque, que me abre os olhos para a escala real desta cidade.

O mais negativo, ou mais difícil, tem sido a pressão de trabalhar num mercado tão competitivo, mas não me lembro de um episódio concreto.

Há algum momento profissional que destaque?

No The Block, a escrever sobre bolsa, sou convidada para a cerimónia de abertura da New York Stock Exchange, por uma empresa sobre a qual tinha escrito. Mas hoje em dia acompanho exclusivamente os mercados privados.

Em termos profissionais, do que é que tem mais saudades em relação a Portugal?

Em Portugal há um à vontade maior no relacionamento com colegas e mesmo com chefias. Aqui há uma maior necessidade de medir as minhas palavras e de agir de forma controlada em qualquer situação laboral.

Pensa regressar a Portugal e porquê?

Para já, não tenho planos para regressar. Mas também não tenho planos para ficar para sempre. Às vezes esqueço-me disso, mas na verdade antes de me mudar para Nova Iorque não imaginava que iria ficar cá a trabalhar depois de terminar o mestrado. Não sabia sequer que seria possível, sobretudo enquanto jornalista, sem ser a trabalhar para uma empresa multinacional.

Hoje tenho um sentimento de saudades de casa quando não estou em Lisboa, mas também quando não estou em Nova Iorque.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Marketing

67% dos ‘marketers’ estão a rever estratégias nas redes sociais

Menor eficácia das campanhas, devido às mudanças constantes de algoritmos, subida dos preços da publicidade e dificuldades de segmentação com o aumento das restrições de privacidade são alguns dos problemas

A maioria dos ‘marketers’ (67%) está a rever as estratégias para as redes sociais. De acordo com o estudo ‘The Pulse of Performance Advertising: Diminishing Returns’, realizado pela Qualtrics, em parceria com a Taboola, 69% dos profissionais estão a testar novos formatos para fazer face à diminuição de interações com as publicações, às mudanças de algoritmos e ao aumento dos preços das campanhas em redes sociais como o Instagram, o TikTok, o Facebook e o X.

“Promover marcas, empresas, produtos e serviços nestas plataformas é cada vez mais desafiante. À medida que os orçamentos para campanhas digitais aumentam, 75% dos anunciantes afirmam que o acréscimo de gastos não se traduz em melhores resultados”, refere o estudo, elaborado a partir de um inquérito a 307 ‘marketers’.

Na opinião de 66% dos profissionais do marketing, a redução de interações dos consumidores nas redes sociais prende-se com a saturação das audiências, com 58% dos inquiridos a apontar o cansaço que os utilizadores sentem das plataformas.

Entre as causas apontadas para a menor eficácia das campanhas estão também as mudanças regulares de algoritmos e a subida dos preços dos espaços publicitários nas redes sociais, apontados por 47%, sendo que 36% dos inquiridos também mencionam as dificuldades de segmentação que as restrições de privacidade têm vindo a causar.

“Os profissionais de marketing de desempenho estão a rever as estratégias, indo além das redes sociais, com mais de 50% dos ‘marketers’ a expandir-se para canais adicionais. Muitos também procuram soluções através da diversificação e da experimentação, com 67% a redefinir as estratégias de segmentação de audiências”, salienta o estudo, que revela que 55% estão a virar-se para novas plataformas sociais.

“Embora as redes sociais continuem a absorver uma parte significativa dos orçamentos de publicidade das marcas, a sua eficácia começa a apresentar sinais de desgaste. Num contexto que exige uma grande agilidade, a diversificação para outros canais pode ajudar a reduzir a dependência de um único canal e gerar novas oportunidades de crescimento”, recomenda o estudo.

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Digital

Spotify disponibiliza inventário de anúncios programáticos à Google

Além de disponibilizar o inventário programático do Spotify Ads Manager à Display & Video 360 e à Magnite, o Spotify está a lançar ferramentas de IA para os anunciantes criarem anúncios em áudio

O Spotify está a expandir a oferta de publicidade programática, ao disponibilizar a compra de anúncios através da Google Display & Video 360 e da Magnite, que têm agora acesso ao Spotify Ads Manager. A iniciativa representa mais um passo para a plataforma de ‘streaming’ de música automatizar as vendas de anúncios e explorar o crescente interesse das marcas em formatos de áudio, noticia a Ad Age.

O Spotify também está a lançar um conjunto de ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, que os anunciantes podem utilizar para criar anúncios em áudio. Estas ferramentas são semelhantes às que outras plataformas, como a Meta, a Google e a Amazon, desenvolvem para escrever textos e gerar imagens. No entanto, a IA do Spotify centra-se na escrita de guiões e locuções para anúncios de áudio.

A empresa tem vindo a desenvolver as capacidades de publicidade programática, sobretudo desde que, em 2024, altera a designação da sua plataforma de anúncios para Spotify Ads Manager. Na sequência do ‘rebranding’, o Spotify lançou, em outubro, um mercado de compra de inventário publicitário através de licitações em tempo real, que é inaugurado com a The Trade Desk como ‘demand-side partner’ (DSP).

A Display & Video 360 da Google e a Magnite têm agora acesso ao inventário programático do Spotify através do Spotify Ads Manager. O Spotify também avança que a plataforma programática da Yahoo, a Adform, vai aderir à sua plataforma de anúncios nos próximos meses.

O áudio programático é um setor em crescimento na publicidade digital e prevê-se que gere 2,26 mil milhões de dólares (€2 milhões) nos Estados Unidos em 2025, segundo a eMarketer. Este valor representa um aumento de 18% face a 2024, correspondendo a 30% do valor total do mercado de anúncios de áudio digital no país.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Marketing

Licor Beirão lidera ranking de bebidas nacionais com mais interações no TikTok

Água das Pedras, Frize, Sumol e Mimosa completam o top 5 do ranking da Snack Content Portugal, que tem em conta os comentários, gostos e partilhas de publicações no TikTok

Catarina Nunes

Licor Beirão é a bebida nacional com mais ‘engagement’ no TikTok, com uma média de 1.826 interações por vídeo publicado. Água das Pedras, Frize, Sumol e Mimosa completam o top 5 do ranking da Snack Content Portugal, que tem em conta os comentários, gostos e partilhas de publicações portuguesas de bebidas.

Elaborada em exclusivo para o M&P, a análise é feita através do programa de dados Tubular, incluindo apenas o TikTok, entre 1 de janeiro e 10 de março. Neste período temporal, o Licor Beirão é a única bebida alcoólica a figurar no ranking das cinco marcas portuguesas de bebidas com mais interações no TikTok. Inês Ramada Curto, sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal, considera que “este ranking demonstra que no marketing digital não se trata apenas de publicar com frequência, mas é essencial criar uma conexão real com os seguidores”.

Com 1.826 interações por publicação e 7041 seguidores, “a presença do Licor Beirão no TikTok destaca-se pela mistura entre o clássico e o contemporâneo, com um toque de irreverência, sendo um meme a publicação que tem o maior destaque, com 5.974 interações”, revela Inês Ramada Curto, acrescentando que “a marca tem-se reinventado, mantendo-se fiel às suas raízes, enquanto cria campanhas que atingem as novas gerações”.

O estudo da Snack Content Portugal atribui os resultados do Licor Beirão à capacidade de criação de conteúdos com grande frequência e um tom bem-humorado, envolvendo frequentemente influenciadores populares e lançando desafios criativos. “A marca sabe como se posicionar de uma maneira orgânica e percebe bem as tendências e linguagem desta plataforma”, remata Inês Ramada Curto.

Água das Pedras aposta nas tendências do TikTok
A Água das Pedras ocupa a segunda posição com uma média de 1.352 interações por vídeo e 14,9 mil seguidores. “Esta marca respeita bem a linha editorial de comunicação que criou e consegue com mestria adaptar-se aos formatos e linguagem típicos do TikTok. Em vez de se concentrar apenas em promoções, cria vídeos que transmitem sensações de frescura, naturalidade e bem-estar”, observa Inês Ramada Curto.

A Água das Pedras aposta nas tendências da plataforma e utiliza Pilar Lourenço, locutora da rádio Mega Hits

O estudo destaca que, no TikTok, a Água das Pedras tem uma abordagem calma e centrada em mensagens de bem-estar e estilo de vida saudável, em linha com o perfil da marca, que em Portugal é uma das mais tradicionais no segmento de água mineral naturalmente gaseificada, reconhecida pela pureza e qualidade.

Em termos de posicionamento no TikTok, a codiretora executiva da Snack Content Portugal salienta que “a Água das Pedras tem apostado muito bem nas tendências da plataforma e utiliza a presença da locutora da rádio Mega Hits, Pilar Lourenço, para dar mais personalidade aos conteúdos”.

A codiretora executiva da Snack Content considera, aliás, que o TikTok é a plataforma que não só revoluciona a forma como os conteúdos digitais são consumidos, mas também é “um dos maiores veículos de marketing e comunicação para marcas, que querem criar uma comunidade forte e ativa, de forma autêntica, original e imediata”.

A frequência e consistência da Frize
Também no segmento de águas com gás – mas com menos 11,5 mil seguidores no TikTok do que a Água das Pedras -, a Frize figura na terceira posição da tabela, com 1.196 interações por vídeo e um total de 26,4 mil seguidores.

Um resultado que a análise da Snack Content Portugal justifica com a frequência e consistência das publicações da Frize, com vídeos dinâmicos e vibrantes, que conversam diretamente com um público jovem. “A marca tem feito uma boa declinação de campanhas de desafios virais e colaborado com uma equipa de criadores de conteúdos, de forma a criar mais empatia e interações com as comunidades que esses mesmos criadores já trazem”, explica Inês Ramada Curto.

O estudo enquadra o território da Frize: uma bebida refrescante com gás e sabores frutados, que em Portugal é sinónimo de frescura e diversão. “Com uma gama de sabores que agradam a variados gostos, a marca posiciona-se utilizando muitos conteúdos lúdicos e brinca com a origem do produto, como as cascas de limão e as groselhas ‘perdidas’ que dão origem à bebida”, destaca a responsável da Snack Content Portugal.

A Frize conversa diretamente com o público jovem, com frequência de publicações

Sumol triunfa com a autenticidade
A prova de que o número de seguidores não é garantia de envolvimento com a comunidade é o resultado da Sumol. Com o maior número de seguidores (152,1 mil) entre as marcas no top 5 do ranking de bebidas nacionais, a Sumol está em quarto lugar com um ‘engagement’ médio de 875, entre gostos, comentários e partilhas, por publicação.

“Apesar de não alcançar o mesmo número de interações por ‘post’ que as marcas do topo da tabela, a Sumol tem sido bem-sucedida ao investir em conteúdos autênticos, que se conectam com o público através de experiências e momentos”, diz Inês Ramada Curto.

A codiretora executiva da Snack Content Portugal considera que a abordagem jovem e irreverente, seguida na linha editorial da marca, tem atraído uma audiência fiel e participativa. “Embora a frequência de publicações seja menor do que a das marcas acima, mantém-se ainda assim relevante, devido à consistência das interações”, revela.

O estudo salienta que a Sumol é um dos refrigerantes mais populares em Portugal e tem sido eficaz em posicionar-se como uma bebida descontraída e vibrante, frequentemente associada a momentos de lazer e convívio social.

Inês Ramada Curto alerta que “não é só preciso ter habilidade para promover os produtos ou serviços da marca, mas também entender o comportamento dos utilizadores da plataforma e oferecer conteúdos que se alinham com os seus interesses e valores”.

Presença sólida da Mimosa não é suficiente
A fechar o ranking e com o menor número de seguidores no TikTok (4.466), entre as marcas no top 5 da bebidas nacionais, a Mimosa soma uma média de 512 interações por vídeo.

“Embora a Mimosa tenha uma presença sólida, não chega aos níveis das outras marcas e isso pode ser atribuído à estratégia de publicações ainda muito publicitárias, pecando por publicar vídeos que não geram temas de conversas e têm poucas interações”, conclui Inês Ramada Curto.

Segundo análise da Snack Content, esta marca de produtos lácteos tem investido, de forma crescente, em campanhas voltadas para o público que procura qualidade e tradição. Mas também tenta inovar ao adotar abordagens mais modernas nas redes sociais, especialmente no TikTok, que tem uma linguagem muito específica e um público que sabe bem o que quer ver e seguir.

“O TikTok exige das marcas mais do que apenas bons produtos e boas imagens, como qualquer campanha publicitária em televisão. A plataforma exige criatividade, autenticidade e uma comunicação constante de conversa com a comunidade”, argumenta a codiretora executiva da Snack Content Portugal.

Inês Ramada Curto sustenta ainda que “as pessoas querem seguir bons conteúdos, independentemente de serem de marcas ou de pessoas. As marcas que perceberem isso terão melhores hipóteses de se destacar, aumentar a comunidade e ganhar a liderança”.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Como as tarifas de Trump estão a impactar gastos em media e ‘upfronts’ de TV

“Alguns planeadores de meios vão agir rapidamente nos ‘upfronts’, porque as estações televisivas vão começar a oferecer descontos logo de início”, declara Dave Morgan, CEO da plataforma de publicidade televisiva Simulmedia

Os planeadores de meios descrevem um clima de incerteza e cautela face ao plano de tarifas apresentado por Donald Trump a 2 de abril, noticia a Ad Age. “A notícia dada pelo presidente vai mudar a conversa para pior no que diz respeito ao setor da publicidade e planeamento”, assegura um planeador de meios, citado na Ad Age.

Embora o impacto imediato das tarifas ainda esteja a ser avaliado, os planeadores de meios encontram-se a preparar a temporada de ‘upfronts’, um momento crucial do ano, durante a qual os anunciantes estabelecem compromissos e contratos de longo prazo com os vendedores de espaço publicitário.

Estes eventos servem para as estações televisivas e empresas de media promoverem e apresentarem o portefólio de anúncios para o ano, incluindo os mais procurados, como por exemplo, os intervalos do Super Bowl, que a NBCUniversal já está a vender por 7 milhões de dólares (€6,3 milhões) à unidade, de acordo com a Ad Age.

Outro planeador de meios contactado pela Ad Age revela que tem recebido chamadas constantes de vendedores de inventário publicitário a perguntar sobre o estado dos orçamentos e compromissos dos clientes, mas que não tem recebido respostas dos anunciantes para poder planear os próximos passos.

“Os ‘upfronts’ são jogadas a longo prazo — qualquer incerteza obriga os profissionais de marketing a recuar nos compromissos, o que é mau para as empresas que estão a tentar vender o seu inventário”, argumenta um planeador de meios citado pela Ad Age. Isto pode fazer com que os profissionais de marketing suspendam os investimentos em canais de construção de marca, como a televisão, e se concentrem em canais de desempenho cujos acordos costumam ser de curto prazo.

“Alguns vão agir rapidamente nos ‘upfronts’ porque as estações televisivas podem estar tão preocupadas que vão oferecer descontos logo de início”, declara Dave Morgan, CEO da plataforma de publicidade televisiva Simulmedia.

Além dos descontos, Dave Morgan acredita que os preços dos anúncios televisivos vão descer em geral, sendo que os consumidores, sentindo-se pressionados a consumir menos, vão preferir ficar em casa a ver televisão em vez de sair e gastar dinheiro.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Francisca Ponce da Silva e Sousa reforça realizadores da Hand

“Com entusiasmo, abracei esta nova parceria, acreditando que me permitirá dar asas à imaginação e contribuir de forma criativa para a indústria do meu país”, refere a realizadora (na foto) que aposta no mercado publicitário

Francisca Ponce da Silva e Sousa reforça a equipa de realizadores da Hand, agência criativa e produtora audiovisual. Licenciada em arte e multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, inicia a carreira como operadora de câmara e editora em projetos independentes, evoluindo depois para a realização e edição de videoclipes para plataformas de música e bandas independentes.

“A Hand tem sido uma grande impulsionadora do meu trabalho, confiando na minha visão e identidade enquanto realizadora. Tem sido uma verdadeira ‘mão’ no mercado publicitário. Com entusiasmo, abracei esta nova parceria, acreditando que me permitirá dar asas à imaginação e contribuir de forma criativa para a indústria do meu país”, explica a nova realizadora da Hand.

Francisca Ponce da Silva e Sousa ganha visibilidade na realização de curtas-metragens experimentais e filmes de moda, trabalhando também como assistente de realização com cineastas nacionais e internacionais. Recentemente, aposta na realização comercial, primeiro em Portugal e depois no México, onde continua a explorar novas formas de contar histórias.

“Pela sua energia, pelo seu lado artístico, esteta e sensorial, pelas formas de texturas disruptivas que utiliza, pelos experimentalismos que faz e pelo modo como encara a sonorização, a Francisca Ponce da Silva e Sousa é a ‘mão’ certa para complementar a nossa oferta de realizadores”, afirma ao M&P Gonçalo Morais Leitão, fundador da Hand.

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