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“Não dependemos de ninguém, nem em Londres nem em Nova Iorque”

A Nossa cresce 25% em 2024 face ao ano anterior, tendo atingido uma faturação de €6,2 milhões, e está a preparar a abertura de uma estrutura comercial em Espanha, em 2025, revela Duarte Durão, cofundador e sócio-gerente da agência, em entrevista ao M&P

Daniel Monteiro Rahman
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“Não dependemos de ninguém, nem em Londres nem em Nova Iorque”

A Nossa cresce 25% em 2024 face ao ano anterior, tendo atingido uma faturação de €6,2 milhões, e está a preparar a abertura de uma estrutura comercial em Espanha, em 2025, revela Duarte Durão, cofundador e sócio-gerente da agência, em entrevista ao M&P

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Daniel Monteiro Rahman
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No rescaldo de a Nossa ter sido considerada a agência mais reputada entre as marcas de serviços profissionais de comunicação em Portugal e da conquista de dois lotes da conta de criatividade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Duarte Durão, cofundador e sócio-gerente da Nossa, fala sobre as razões que dão à agência a liderança no estudo da OnStrategy e as implicações que as novas contas trazem.

Em entrevista exclusiva ao M&P, o líder da agência independente nacional revela ainda que o volume de negócios da Nossa cresce 25% em 2024 face ao ano anterior, tendo atingido €6,2 milhões, um reflexo do foco na exigência criativa e na valorização das equipas.

Aborda a expansão para Espanha, que “tudo indica que se concretizará este ano”, e os desafios de gestão de uma agência independente face às multinacionais, “que operam com o conforto do alinhamento internacional”.

A Nossa é considerada a agência mais reputada em Portugal no estudo da OnStrategy. Em quais dos pilares é que a Nossa mais se destaca?

Diria que está muito relacionada com a consistência, o bom trabalho, os nossos clientes estarem satisfeitos e as pessoas que aqui trabalharam e trabalham sentirem que estão numa boa empresa, que tem ambição e um projeto sólido.

Mas em qual desses critérios têm melhores resultados?

A reputação é algo muito abrangente, é difícil isolar critérios uns dos outros. É o acumular de 16 anos de consistência nestes vários serviços, seja na forma como tratamos as pessoas, seja no resultado do nosso trabalho, que é aquilo que normalmente mais fala por nós, porque é isso que ajuda os negócios, as marcas e os nossos clientes a crescerem.

Qual é a estratégia seguida para liderar nesses aspetos?

É uma estratégia assente em dois eixos: a qualidade do trabalho e as relações com as pessoas. Somos obcecados, no bom sentido. Achamos sempre que é possível melhorar e estamos nesta constante procura para poder criar melhor.

Por outro lado, sabemos criar boas relações de confiança, que permitem ir mais além, o que está relacionado com a forma como lidamos com os colaboradores. Sempre procurámos criar e valorizar a equipa, com o foco na exigência criativa e garantindo bons resultados para os clientes.

Em 2023 participaram neste ‘ranking’, mas não lideraram nenhuma tabela. Em que aspetos trabalharam e que vos deram esta posição em 2024?

Não mudámos nada e o estudo apanha-nos de surpresa, não estávamos à espera deste reconhecimento e desta posição. Mantivemos a nossa coerência e consistência, melhorando alguns aspetos. O desafio da transformação digital que enfrentámos ditou, em parte, o nosso percurso.

De que forma?

Temos a noção, desde 2008, que queremos ser uma agência integrada, em que o digital faça parte do resultado do ‘output’ criativo, sem que exista o conceito de agência offline e online. Foram surgindo as redes sociais e os influenciadores, com o protagonismo que têm hoje e com outros meios a caírem.

O resultado é que temos estado em constante adaptação, tanto a nível de reformulação da equipa como de afinações do ‘output’. Não aconteceu nada de especial de um ano para o outro.

Ganhámos clientes de maior dimensão, como a EDP, que é o afirmar de uma grande marca que tem confiança num grande parceiro. O mesmo se passou com a Santa Casa, onde reafirmámos a nossa posição, e mais recentemente com a conquista da Allianz.

Jogar sem lugar garantido na equipa titular

Como é que uma agência independente e nacional vence às multinacionais neste estudo?

Querendo mais do que eles. Somos aquele jogador que nunca tem lugar garantido na equipa titular, por isso, somos mais comprometidos com os clientes e dependemos muito mais do nosso esforço e do sucesso. Esta analogia com o futebol é muito simples, porque o jogador que está muito à vontade na equipa titular tipicamente vai baixar o rendimento.

As multinacionais vivem um conforto que é terem o alinhamento internacional e as contas que chegam, sem que façam um grande esforço. No nosso caso, todos os clientes que conquistámos foi com o nosso esforço e trabalho e isso muda um pouco a mentalidade de quem aqui trabalha e também sente isso.

Como é que a vontade de querer mais impacta nos critérios do estudo?

Na confiança dos clientes, porque sabem que estamos sempre disponíveis. Na flexibilidade, que não é um critério, damos uma capacidade de resposta que os clientes reconhecem. Se for necessário, criamos uma nova área ou colocamos um designer do outro lado. Somos muito flexíveis e capazes de nos adaptar, não temos um processo único válido para todos os clientes. Com a Sommersby trabalhamos de uma forma, com a Abanca trabalhamos de outra.

A Nossa tem muito a ver com colaboração e com este ‘ir ao encontro do outro’, de modo a conseguir criar o melhor processo de trabalho possível, que seja vantajoso para o cliente. O nome da agência também é importante e acaba por estar dentro do critério de notoriedade.

Em que sentido?

Ao contrário de muitos outros, não temos o nosso nome na porta. Temos um conceito coletivo que tem a ver com cocriação, com o que criamos juntos, e a maioria das pessoas identifica-se com isso: o marketing é um esforço coletivo. A maioria do mercado sabe quem está por trás da Nossa e continuamos os mesmos desde o início, somos fundadores e continuamos à frente.

Como é que isso vos permite saírem à frente?

As multinacionais têm estado num grande processo de mudança, que é público, nomeadamente no que se refere a fusões e aquisições, e ao desaparecimento de algumas marcas emblemáticas e históricas. Faz-me confusão que a J. Walter Thompson, de um dia para o outro, seja substituída por uma VML, que nenhum de nós, pelo menos quem trabalha nisto há tantos anos quanto eu, reconhece credenciais.

No entanto, é o mundo a mudar e essas mudanças também nos ajudam. A Euro RSCG passa a Havas, no grupo Omnicom, a BBDO é a marca-chave, mas a TBWA\Chiat\Day, que era uma marca incrível, desaparece, bem como a DDB que também desaparece e fica dentro de uma bolha.

Isso contribuiu para que algumas marcas perdessem notoriedade e nós, pela nossa consciência e pela nossa portugalidade, pudéssemos crescer.

O desafio da Santa Casa

A Nossa ganha o concurso de criatividade da Santa Casa e fica agora com dois lotes. Quais eram as marcas da Santa Casa que trabalhavam anteriormente?

Temos um lote que é o chamado lote institucional ou lote 3, no valor de €5,25 milhões, que voltámos a ganhar e vamos manter, relacionado com tudo o que é a obra social e a instituição Santa Casa no seu todo, ligado ao pilar da reabilitação, ou seja, à saúde num conceito mais abrangente, ao acolhimento, que é uma questão fundamental da obra social, à cultura, aos museus e à zoologia.

São aspetos menos visíveis, mas para os quais a Santa Casa existe. A Santa Casa é uma obra social e, na sua essência, tudo o que faz e tudo o que vai buscar ao jogo tem como objetivo continuar essa obra social e devolver à sociedade. A nível da marca Jogos Santa Casa – a parte institucional, ativação, patrocínios e apoio ao desporto – também já trabalhávamos e vamos continuar o trabalho que fazemos há quatro anos.

Quais são as marcas Santa Casa que vão trabalhar agora?

O lote novo é o lote 2, que conquistámos no concurso público, com um valor de €8,1 milhões, e abrange as marcas Placard, Totobola, Lotaria Clássica, Lotaria Popular e EuroDreams.

Apesar de a Nossa ter ficado classificada em primeiro lugar para trabalhar os três lotes, incluindo o lote 1, com as marcas Euromilhões, M1lhão, Totoloto, Raspadinha e Novo Jogo, no valor de €7,5 milhões, o concurso estipula que os dois lotes dos jogos não podem ficar atribuídos à mesma agência. Razão pela qual a Nossa fica a trabalhar os lotes 2 e 3, respetivamente. O lote 1 fica para a segunda classificada, a VML.

Esses valores que refere dos lotes são referentes a quê, faturação?

Estes valores são os tetos máximos de adjudicação para três anos, não são valores diretos de faturação.

Que implicações tem para a agência, a nível de recursos humanos e ferramentas de trabalho, acumularem os dois lotes da Santa Casa?

Vamos reforçar a equipa criativa, não precisamos de muito mais, mas o volume de campanhas aumenta. As equipas de estratégia e de serviço ao cliente estão muito bem adaptadas ao serviço, mas serão equipas diferentes nos dois lotes, o que nos dará também uma complementaridade.

Como é que lida com a situação de vir a perder a Santa Casa, depois de já ter investido em recursos?

Como fizemos até aqui. Nada cresce nem decresce eternamente e estamos preparados para os solavancos da vida. A covid foi um grande solavanco e dele também tirámos imensos benefícios. Aproximámo-nos coletivamente e de forma mais consciente daquilo que realmente nos move e motiva.

Nessa situação terá de haver um ajuste de pessoas, mas o nosso objetivo será sempre conseguir garantir outro cliente que possa sustentar a equipa, porque é isso que temos feito. O período da pandemia é um ótimo exemplo. Não desesperámos, pois achámos sempre que, apesar de termos perdido muito negócio, estávamos a fazer tudo o que estava ao nosso alcance.

Na pandemia houve despedimentos na Nossa?

Mantivemos a equipa toda, acreditando que iríamos ganhar alguma coisa e que tínhamos recursos para garantir os salários de todos, pelo menos até ao fim de 2020. Nessa altura, também esperávamos que o mundo mudasse e que a pandemia terminasse. Não estávamos à espera da segunda fase, mas ajustámo-nos e o que é facto é que ganhámos o primeiro concurso da Santa Casa durante a pandemia.

Quais são os desafios de trabalhar uma das maiores contas nacionais?

Reforçar a visibilidade do nosso trabalho. Porque quando criamos para o digital no contexto atual de meios, em que é tudo muito fragmentado, é mais difícil para uma agência mostrar o seu trabalho na rua. O trabalho está a acontecer em múltiplas plataformas e não é tão fácil como antigamente, em que toda a gente comentava uma campanha que viu na televisão.

Já não vivemos nem queremos voltar a essa realidade. No entanto, o facto de trabalharmos este lote do jogo, que tem marcas mais emblemáticas e que terá campanhas com mais impacto, dá também uma melhor mediatização e visibilidade ao nosso trabalho, o que motiva toda a gente.

Quem trabalha nesta área gosta de ver o trabalho na rua. Motiva-se a ir para o trabalho e ver uma rede de múpis com aquilo que criou, ouvir na rádio e ver as campanhas nas redes sociais.

Promover jogo consciente e impacto social

Que outros desafios vêm com esta conta?

Fortalecer as marcas e levar mais pessoas a jogar de forma consciente, fazendo crescer os jogos, aumentar a popularidade da lotaria e valorizar todo o legado de um jogo com 250 anos. O Placard enfrenta um grande desafio, pois tem uma concorrência de plataformas digitais muito forte.

É preciso conhecer a história, saber comunicar de forma diferente e explicar o que está por trás do jogo e os benefícios de jogar nos jogos da Santa Casa. É igualmente importante transmitir o impacto social que isso tem, pois há toda uma geração que se preocupa com isso e que poderão vir a ser futuros apostadores.

A estratégia, linha de comunicação e ‘branding’ das marcas da Santa Casa vão alterar-se?

O mais interessante é poder trabalhar os dois lotes e estabelecer ligações. Com isto, um ponto muito importante é demonstrar que quando as pessoas apostam nos jogos da Santa Casa estão a contribuir para boas causas. Esta mensagem não é clara.

Durante o processo do concurso realizámos um pequeno estudo do qual concluímos que a maioria das pessoas continua sem saber isso, apesar de a Santa Casa já ter feito várias vezes esta comunicação. Um dos exercícios da campanha era sobre como transmitir bem esta mensagem.

Acho que temos a solução e espero que a campanha seja lançada em breve. Em termos gerais, temos ideias, mas é cedo para adiantar mais pormenores, porque ainda não começámos a interagir diretamente com o cliente, para saber se vamos alterar o rumo ou não.

No entanto, vamos trabalhar com aquilo que nos é mais útil, a criatividade. Temos de compreender as motivações e os ‘insights’ dos jogadores, bem como o que os pode levar a apostar no Placard, por exemplo, em vez de todas as outras plataformas disponíveis.

Vão utilizar as propostas com que ganharam o concurso?

Temos um histórico engraçado de ganhar concursos com campanhas que depois são, de facto, veiculadas, como aconteceu com a EDP no ano passado, mas que já aconteceu também com a Sommersby.

A assinatura da Sommersby, ‘É fruto da tua imaginação’, que data de 2013, foi ganha em concurso e foi a assinatura que apresentámos no primeiro dia, quando o Bruno Albuquerque, diretor de marketing do Superbock Group, nos desafiou para aquele concurso. Trabalhamos a marca desde então e é uma marca pela qual nutrimos carinho, porque crescemos com eles.

É o cliente que mais nos desafiou a sair da zona de conforto, porque queria uma gestão integrada e, na altura, não tínhamos experiência em redes sociais, por exemplo. Trabalhávamos conteúdos para as redes sociais, mas não queríamos assumir a gestão e a equipa do Superbock Group insistiu.

Também não tínhamos eventos, subcontratávamos, mas aceitámos o desafio, porque eles insistiam que os eventos e a ativação de marca eram muito importantes. Hoje, esta área de negócio que desenvolvemos chama-se Mossa e é uma empresa própria que não depende dos clientes da Nossa.

Quanto à Santa Casa, ainda não sei o que vai acontecer, mas sei que temos um histórico considerável de campanhas ganhas em concurso e que são implementadas. Com a EDP aconteceu com a campanha de energia solar. No concurso da Santa Casa, apresentámos muitas ideias boas e espero que muitas vejam a luz do dia, mas não depende só de nós. Não posso adiantar nada porque o contrato ainda não entrou em vigor.

A crescer 25% em 2024

Quanto cresceu e faturou a Nossa em 2024?

Em 2024, faturámos cerca de €6,2 milhões e crescemos na ordem dos 25% face a 2023.

Quais foram os clientes que mais contribuíram para esse crescimento e faturação?

A EDP, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Hey Doc.

De que formas contribuíram?

A Hey Doc [clínica dentária do Lusíadas Saúde], que foi um dos nossos maiores contribuintes, teve um impacto muito interessante, na medida em que nos permitiu fazer o que mais queremos fazer: gerir marcas 360º.

O nosso propósito é ser o parceiro preferencial de comunicação dos clientes. Isso exige que toquemos uma série de instrumentos, para depois podermos estar à frente da orquestra e tocar a melhor música possível em conjunto.

Em outubro de 2023, o Grupo Lusíadas comprou a Dr. Wells e lançou um concurso para o ‘rebranding’, que resultaria da fusão da Dr. Wells com a Lusíadas Dental, que era a marca existente. Ganhámos o concurso e o grupo lançou-nos o desafio. Eram 20 clínicas Dr. Wells e cerca de dez da Lusíadas Dental. Era necessário criar uma nova marca, que se pretendia que fosse independente do Grupo Lusíadas, por razões estratégicas, e nós tratámos de tudo.

O que é que trabalharam exatamente?

Criámos a marca, o próprio nome, refizemos as clínicas em termos de ‘branding’, fizemos a campanha de lançamento, o plano de meios, em parceria com a Nova Expressão e a Chlick [performance digital], que é outra agência dentro da Nossa, e organizámos o evento interno.

Atualmente, gerimos este conjunto de plataformas com toda a comunicação e ativações associadas. O cliente sabe que pode contar connosco em todas estas frentes e que estamos sempre a observar os resultados, o número de conversões e de pessoas que reagem a uma campanha de implantes, bem como o número de contactos no centro de atendimento, etc.

Quais foram os acontecimentos mais marcantes para a Nossa em 2024?

O lançamento da Hey Doc porque foi um processo difícil, não é fácil fazer um ‘rebranding’, juntar duas culturas empresariais muito diferentes. Eles também enfrentaram muitos desafios internos e estivemos sempre com eles, nos bons e nos maus momentos.

E outros clientes?

O trabalho para a EDP, em que ganhámos o cliente em 2023, mas o trabalho só começa a ser lançado em 2024. A campanha ‘Eu Escolho Painéis Solares’ foi importante porque encerra também toda uma narrativa de alinhamento com uma marca que escolhe a sustentabilidade e que publicamente diz ‘Escolhemos a Terra’.

No entanto, era importante ligar isso à narrativa comercial. Criámos uma forma muito simples, mas que tem estado a funcionar: ‘Se a EDP escolhe a Terra, eu escolho a EDP’. É uma coisa relativamente simples, mas que tem funcionado porque é bastante claro. É uma escolha que me beneficia [consumidor] e que está a ajudar o planeta.

A campanha da Sommersby também é um momento importante, porque quanto mais tempo uma agência trabalha com um cliente, maior é o desafio, pois já muitas coisas foram feitas e, por vezes, é difícil reinventarmo-nos e sermos capazes de olhar para aquilo outra vez. A campanha que fizemos este ano consiste em quebrar um pouco a sazonalidade da Sommersby, que é o verão, e em fazer um grito de verão com as pessoas nas esplanadas.

Foi um ano bom em prémios?

Não foi um ano muito famoso em termos de prémios, portanto, não é um ano que iremos recordar por isso.

O caminho da rentabilidade

Como é que conseguem ter rentabilidade, quando o caminho é cada vez mais as fusões e as estruturas maiores?

Com muito cuidado. Nunca damos um passo maior que a perna. Primeiro, crescemos, ganhamos o cliente e só depois é que mexemos na estrutura. Fomos dando pequenos passos que nos têm permitido não ter dívidas e sentir-nos completamente à vontade.

Face ao que o mercado está a pedir em termos de integração, temos de ser muito claros com os clientes: para podermos entregar, é preciso ter bons recursos. Para isso, precisamos de bons ‘fees’. Somos muito transparentes quanto ao que lhes pedimos e à forma como o nosso modelo de preços está desenhado.

É impossível ter boas ideias sem boas pessoas, talento e equipas. Por esse motivo, não discutimos preços e não somos uma agência de preço baixo, porque é muito importante garantir a viabilidade da Nossa e a qualidade de vida das pessoas que aqui trabalham.

Quais são as vantagens de serem uma agência nacional face às multinacionais?

Flexibilidade. A nossa capacidade de adaptação e de reação é muito maior, não dependemos de ninguém, nem em Londres nem em Nova Iorque. As decisões são tomadas com muito mais agilidade. Outra vantagem é a independência ou autonomia. Somos agnósticos em relação aos media, não temos nem preferência nem nenhum acordo.

Temos uma competitividade natural, que tanto o Nuno [Cardoso] como o Vasco [Teixeira-Pinto] – os sócios que estão comigo e que são fundamentais – partilham. Somos muito competitivos por natureza e transmitimos isso à equipa.

Temos vontade de fazer melhor e sabemos que queremos ir mais longe e fazer mais, mas essa vontade também nos motiva a mudar processos e a compreender o que podemos fazer de diferente. Somos inquietos por natureza.

Maior desafio? A integração da narrativa multimeios

Quais são os principais desafios do mercado publicitário nacional? A inteligência artificial (IA) entra na conversa?

A IA entra, mas não é o principal desafio. O principal desafio é de integração, porque os meios estão muito fragmentados e é muito fácil uma marca perder-se neste labirinto de opções e de meios e de dispersar a narrativa, sem conseguir contar uma história com princípio, meio e fim, com coerência.

A integração, neste sentido de poder ter alguém que está a controlar a narrativa e que está a comandar a história e que sabe ativar nos diferentes pontos, é fundamental e é o desafio que temos sentido e vivido, e onde queremos melhorar.

Em relação à IA, quais são os desafios?

Estamos todos a aprender à medida que avançamos. Temos vivido transformações constantes que aceleram todo o processo publicitário. Atualmente, só tenho de pensar numa imagem, desafio a IA a criá-la, melhoro-a ao infinito, escolho a temperatura da fotografia e a lente.

Posso definir tudo ao pormenor, as feições, se são asiáticas, europeias ou africanas, entre outros aspetos, e isso é mais um acelerador, mais uma ferramenta. O desafio passa por sabermos como tirar partido disso, como o incorporar e como formar as pessoas para saberem utilizá-la.

E além desse desafio?

A televisão, porque tem um papel muito importante em Portugal e representa uma parte significativa do orçamento publicitário das marcas de grande consumo. A própria televisão tem de se reinventar na forma como veicula a publicidade. O formato de intervalos de 15 minutos não é bom para quase ninguém.

Porquê?

Porque mistura muito, são muitos anúncios seguidos e também um pouco direcionados. A publicidade na televisão contínua a ser viável, mas tem de ser reinventada. O Playce, por exemplo, é uma boa resposta portuguesa, que já faz parte da nova forma de estar na televisão e no digital, que também tem a ver com a atenção.

A atenção também é um desafio?

Num mundo fragmentado de plataformas, em que as pessoas vivem com a sensação de falta de tempo e fazem ‘scroll’ cada vez mais, a capacidade de captar a atenção é um bem essencial do nosso trabalho e do meio publicitário em geral.

Por um lado, precisamos de chamar a atenção e de que as pessoas estejam num contexto ‘vulnerável’ para nos poderem dar essa atenção. Por outro lado, temos de ser entusiasmantes e saber contar a nossa história, o que é, por si só, um desafio.

Quais são as oportunidades?

Tirar partido de todas estas tecnologias e perceber o que nos vão permitir fazer. Temos muito mais informação e sabemos muito mais sobre as pessoas. Temos de aproveitar para criar conteúdos mais direcionados a comunidades e grupos de interesse, embora não tão abrangentes. Essa é uma grande oportunidade que estamos a viver.

Mossa e Chlick: as ‘irmãs’ da Nossa

Quais são as perspetivas de crescimento e próximos projetos da Nossa para 2025?

Projetamos continuar o nosso crescimento, não tanto em termos de novos negócios, mas de crescimento com os clientes atuais. Temos também a ambição de incorporar e integrar mais nos nossos projetos as outras empresas que criámos.

Quais são essas empresas?

São a Mossa e a Chlick. A Mossa nasce em 2018 focada em eventos e na ativação de marcas, e atualmente é uma empresa autónoma, com dimensão razoável. No Rock in Rio, por exemplo, ativou quatro marcas diferentes. Já trabalhamos com a Mossa e a Nossa em conjunto com algumas marcas, como a Sommersby e a Santa Casa, e é algo que queremos continuar a fazer.

A Chlick é liderada pelo Sérgio Lobo e está focada em performance e marketing digital. Tem muito a ver com a conversão. Vem complementar aquilo que já fazíamos.

Gerimos redes sociais para cerca de dez clientes, mas não fazíamos a gestão de meios, de ‘paid media’ e a gestão do funil de vendas e da conversão. A ideia nasceu em 2023, mas 2024 foi o primeiro ano de exercício. A empresa tem uma equipa de quatro pessoas e está a crescer e a melhorar.

A gestão da Mossa e da Chlick passa pelos sócios da Nossa?

As duas empresas trabalham sob o mesmo teto que a Nossa, mas com gestão autónoma e números de contribuinte distintos. No entanto, a gestão passa também pelos sócios da Nossa. No caso da Mossa, quem está a liderar é o Vasco Teixeira-Pinto [sócio e ‘digital partner’ da Nossa].

No caso da Chlick, existe um quarto sócio, o Sérgio Lobo, que lidera a empresa. Mas estamos cá para apoiar e temos serviços partilhados e integrados, tanto a nível financeiro como administrativo.

De que maneira integram a Mossa e a Chlick no trabalho para os clientes da Nossa?

Ambas as empresas têm particularidades e subespecializações diferentes e o que pretendemos é integrá-las, cada vez mais, com os clientes que já temos na Nossa. No entanto, no caso da Sommersby, eles têm a agência de meios e a Chlick não participa no processo, o que não constitui qualquer problema.

O que fazemos é integrar a maioria dos clientes com os quais trabalhamos, porque entendemos que há uma mais-valia, falamos todos a mesma língua, estamos motivados e orientados pelos mesmos princípios, o que facilita o trabalho.

Quais são os próximos passos da Nossa?

Este é um ano-chave, porque temos o Abanca, que está em plena fusão com o EuroBic, e que vai ter uma maior necessidade de comunicação e temos de trabalhar a forma como vamos comunicar a marca. Em 2025, a marca EuroBic Abanca é a que existe e só em 2026 é que a marca única Abanca será implementada.

É um ano muito importante para a Audi, que está a viver o desafio da transição total para a eletrificação e vai apresentar carros muito interessantes em 2025. Temos também algumas dúvidas no que se refere à grande distribuição.

Quais clientes?

Tínhamos a conta do Minipreço, que foi recentemente comprado pelo Auchan e, portanto, existe aí uma situação, que ainda não posso adiantar mais pormenores.

Internacionalização para Espanha em 2025

Estão a pensar expandir para fora de Portugal?

Sim, mas primeiro quero esclarecer que já exportamos. Já fazemos coisas para fora em muitos mercados, como Dinamarca, Suíça e Dubai, entre outros.

O que é que fizeram?

Desenvolvemos recentemente a página web e a plataforma digital de uma marca norte-americana, a Bloomwell. Não é muito conhecida, mas é importante para nós. A exportação não é um tema, porém, a ideia de entrar num mercado estrangeiro e estabelecer uma presença física já nos acompanha há três anos e está prestes a dar os primeiros passos, com um parceiro identificado. Curiosamente, o mercado que estamos a considerar é Espanha.

Quando é que vão avançar?

Tudo indica que será este ano, ainda não temos a certeza, mas esperamos que sim.

Quem é o parceiro?

Não posso dizer quem é, porque ainda não está escrito na pedra, mas é um parceiro que já tem operações em Espanha.

Atua no mercado criativo?

Não, é de outra área. O sócio entra essencialmente como um facilitador e um investidor.

Em que é que consiste a parceria?

A intenção é ter uma estrutura comercial e uma marca registada em Espanha, com um número de contribuinte. O nome também ainda não está definido. Será a Nossa em parceria com o sócio e a ideia é que o ‘hub’ criativo seja em Lisboa e, a partir daqui, fornecer serviços para lá.

Consideramos esta visão exequível, porque Lisboa é hoje vista de forma muito positiva, como um centro de excelência em muitas áreas. É uma cidade criativa e temos a ambição de ter aqui a estrutura principal e ter em Espanha uma função mais comercial.

Temos de contratar criativos espanhóis, mas também precisamos de ter aqui uma estrutura que possa dar uma resposta mais eficaz a partir de Portugal.

Vão funcionar como agência criativa e trabalhar marcas e campanhas em Espanha?

Sim, a ideia é conquistar clientes e anunciantes locais em Espanha, bem como aqueles que já trabalham connosco aqui e que manifestem interesse em trabalhar connosco também lá. Isso é do nosso interesse, mas ainda é muito cedo para dizer se vai acontecer ou não. A ideia é ter uma agência a concorrer no mercado espanhol, mas não posso entrar em mais detalhes por agora, porque ainda não está nada definido.

Entrevista com coordenação e edição de Catarina Nunes

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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O que pode ler na edição 979 do M&P

No Lado B, última página do jornal, a rubrica Fatal, Banal, Genial destaca a campanha da Droga5 de São Paulo para o Cif no Brasil, que ‘lava a boca’ de apresentadores de podcasts que recorrem a palavrões, durante a condução dos programas

Na edição 979 do M&P, o destaque vai para um artigo que questiona se a publicidade minimalista veio para ficar, tendo em conta as várias campanhas lançadas recentemente que seguem esta linha, como a ‘Iconic Needs No Explanation’, da McDonald’s.

Com a atenção do consumidor a durar menos do que um scroll, a publicidade minimalista fala para os consumidores que procuram transparência, autenticidade e humildade. A tendência é um movimento de regresso à simplicidade.

A McDonald’s está também em destaque nos Prémios Marketing M&P’24, ao vencer o prémio Marketeer do Ano (Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s) e o Grande Prémio, com a campanha ‘Tu Mereces Mac’, criada pela BBDO, que é eleita Agência Criativa do Ano.

Na cerimónia de entrega de prémios, a 16 de abril no Montes Claros – Lisbon Secret Spot, no Monsanto, em Lisboa, a OMD sobe ao palco como Agência de Meios do Ano. Além destes prémios foram atribuídos outros 38 troféus (12 Ouros, 14 Pratas e 12 Bronzes).

No ranking mensal da Snack Content Portugal, elaborado em exclusivo para o M&P, Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram. Pedro Timóteo ocupa a segunda posição, com cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder da tabela.

Apesar de a imprensa estar em queda, está na calha o relançamento de algumas publicações extintas no passado, como o jornal 24 Horas e a versão em papel da revista Fora de Série, por exemplo), enquanto alguns grupos de media fazem parcerias entre eles, como o Público com a TSF.

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Francisco Faria, criador de conteúdos digitais e fundador das marcas portuguesas Hurricane e Blue Avenue, conta as razões que o levam a mudar-se de Lisboa para Madrid.

Miguel Valente, diretor criativo da Winicio, explica na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?’ as razões da escolha da ‘Whatever’s Confortable”, da Wieden + Kennedy para a marca de bebidas Southern Confort, como a campanha que gostaria de ter feito. A ‘4 Anos de Isolamento’, para a Associação Salvador, é a que mais gostou de fazer.

Na opinião, João Paulo Luz, diretor comercial de TV e digital da Impresa, escreve que se pensarmos nos efeitos que a guerra das tarifas vai provocar nos investimentos publicitários, teremos a certeza de que a primeira reação será a de levantarmos muros.

Hélder Pombinho, diretor criativo de design de marca da VML Branding, desmonta os mitos sobre os quais fomos alicerçando as convicções sobre o insucesso nacional, para questionar as razões de não haver marcas portuguesas globais.

Questionando se os videojogos com o intuito de violar mulheres são aceitáveis, Paula Cosme Pinto, comunicadora para a igualdade de género e temas sociais, escreve sobre o No Mercy, que apesar das críticas e denúncias permanece à venda em Portugal, com uma avaliação “muito positiva” dos utilizadores.

No Lado B, última página do jornal, a rubrica Fatal, Banal, Genial destaca a campanha da Droga5 de São Paulo, em conjunto com a Initiative, para o Cif no Brasil, que ‘lava a boca’ de apresentadores de podcasts que recorrem a palavrões, durante a condução dos programas.

Cada vez que dizem uma asneira, o tradicional ‘bip’ do som de censura é substituído pelo som ‘Ciiiffff’, enquanto a boca do apresentador é coberta por um logotipo digital do Cif.

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Neste espaço ganha vida a Academia iServices, uma estrutura dedicada à especialização técnica em reparação e recondicionamento de equipamentos eletrónicos.

Com um design contemporâneo, funcional e acolhedor, a nova sede traduz a identidade da marca num ambiente pensado ao detalhe para promover a ergonomia, o bem-estar e a eficiência no local de trabalho. O layout integra zonas distintas como salas de reuniões, áreas de trabalho amplas, lounge e copa – criando um espaço versátil, adaptado às necessidades atuais e futuras da equipa.

Bruno Borges, Diretor-Geral da iServices, afirma que “com mais de 15 anos de experiência no setor da reparação de tecnologia, a iServices acumulou um know-how técnico único no mercado. A criação da nossa Academia é o reflexo deste percurso: um espaço dedicado à partilha de conhecimento, à formação especializada e à elevação dos nossos padrões de qualidade. Queremos que cada colaborador que passe por aqui se torne não só mais qualificado, mas também mais confiante e preparado para enfrentar os desafios tecnológicos do presente e do futuro.”

Também em expansão internacional, a iServices inaugurou recentemente uma nova sede regional em Bruxelas, criada à imagem da sede de Lisboa. Neste novo espaço, em regime de open space, é promovida a colaboração, a proximidade entre equipas e uma comunicação mais fluida — pilares da cultura organizacional da marca. Com copa, sala de reuniões e zona de convívio, esta sede alia modernidade e funcionalidade, com uma decoração leve e contemporânea.

Com estas duas novas sedes regionais — no Porto e em Bruxelas — a iServices continua a consolidar o seu posicionamento como líder na reparação e recondicionamento de equipamentos eletrónicos. Referir que o headquarters em Lisboa será mantido.

Fundada em 2011, a iServices é líder de mercado na reparação de smartphones, tablets, computadores e na venda de recondicionados com 3 anos de garantia. A marca distingue-se pelo foco no cliente, pela inovação dos seus serviços e por uma visão clara de economia circular, prolongando a vida útil dos equipamentos e contribuindo para um consumo tecnológico mais responsável e sustentável. Atualmente, conta com mais de 100 lojas em Portugal, Espanha, França e Bélgica.

 

 

Sobre a iServices:

A iServices nasceu em 2011, conta atualmente com mais de 450 colaboradores e está presente com mais de 100 lojas em Portugal Continental, Açores, Madeira, Espanha, Ilhas Canárias, França e Bélgica.

A iServices contabiliza mais de trinta mil reparações por mês em equipamentos multimarca (Apple, Samsung, Huawei, Xiaomi, entre outras) sendo ainda o representante oficial, em Portugal, da marca de drones líder do mercado global, a DJI. Antes de qualquer reparação, a iServices realiza sempre um diagnóstico gratuito e sem compromisso. Este serviço de reparação é complementado por uma vasta oferta de acessórios e gadgets de marca própria – a iS. A iServices trabalha com técnicos especializados presentes em todas as lojas e efetua as suas reparações em cerca de 20 minutos. Recebeu em 2019 a distinção como ‘empresa gazela’, em 2025 é considerada “Marca Recomendada”, “Prémio 5 Estrelas” e “Escolha do Consumidor” pelo terceiro ano consecutivo. A marca renova ainda, em 2025, o selo Escolha Sustentável e o prémio “A Melhor Loja”.

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Tarifas de Trump obrigam Temu e Shein a cortar no investimento publicitário

As medidas têm impacto nos consumidores norte-americanos e são um golpe para as empresas tecnológicas como a Meta ou o YouTube, que vão ser afetadas pela quebra na publicidade

A Temu e a Shein, dois dos maiores anunciantes nas redes sociais dos Estados Unidos, estão a reduzir o investimento publicitário devido às tarifas impostas por Donald Trump e planeiam aumentar os preços dos produtos já na próxima semana, noticia o Financial Times.

O envio de produtos fabricados na China a preços baixos para os consumidores norte-americanos tem os dias contados. Uma ordem executiva da Administração Trump ameaça este modelo de negócio. A partir de 2 de maio, as mercadorias com valor inferior a 800 dólares (€700) enviadas da China e de Hong Kong para os Estados Unidos deixam de estar isentas de tarifas.

O fim da isenção de tarifas tem efeitos diretos nos custos de produção e ambas as empresas já começaram a cortar nos anúncios digitais.

A despesa publicitária média diária da Temu em plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, X e YouTube caiu, em média, 31% nas duas semanas entre 31 de Março e 13 de Abril, em comparação com os 30 dias anteriores, de acordo com estimativas da empresa de estudos de mercado Sensor Tower.

Já a despesa publicitária média diária da Shein no Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e Pinterest caiu, em média, 19% no mesmo período, acrescenta a empresa.

As medidas têm impacto nos consumidores norte-americanos e são um golpe duro para empresas tecnológicas como o Facebook da Meta e o YouTube, que vendem espaços publicitários aos vendedores chineses para que possam chegar ao público ocidental.

As receitas da Meta provenientes da China, por exemplo, ascendem a 18,4 mil milhões de dólares (€16,2 mil milhões) em 2024, o que representa cerca de 10% das receitas totais da empresa, no valor de 165 mil milhões de dólares (€145,3 mil milhões), de acordo com os resultados financeiros da tecnológica.

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M&P 979: Publicidade minimalista + ‘Gamer’ Dio Rods vence no Instagram + Opinião de João Paulo Luz, Paula Cosme Pinto e Hélder Pombinho

No Lado B, última página do jornal, a rubrica Fatal, Banal, Genial destaca a campanha da Droga5 de São Paulo para o Cif no Brasil, que ‘lava a boca’ de apresentadores de podcasts que recorrem a palavrões, durante a condução dos programas

Na edição 979 do M&P, o destaque vai para um artigo que questiona se a publicidade minimalista veio para ficar, tendo em conta as várias campanhas lançadas recentemente que seguem esta linha, como a ‘Iconic Needs No Explanation’, da McDonald’s.

Com a atenção do consumidor a durar menos do que um scroll, a publicidade minimalista fala para os consumidores que procuram transparência, autenticidade e humildade. A tendência é um movimento de regresso à simplicidade.

A McDonald’s está também em destaque nos Prémios Marketing M&P’24, ao vencer o prémio Marketeer do Ano (Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s) e o Grande Prémio, com a campanha ‘Tu Mereces Mac’, criada pela BBDO, que é eleita Agência Criativa do Ano.

Na cerimónia de entrega de prémios, a 16 de abril no Montes Claros – Lisbon Secret Spot, no Monsanto, em Lisboa, a OMD sobe ao palco como Agência de Meios do Ano. Além destes prémios foram atribuídos outros 38 troféus (12 Ouros, 14 Pratas e 12 Bronzes).

No ranking mensal da Snack Content Portugal, elaborado em exclusivo para o M&P, Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram. Pedro Timóteo ocupa a segunda posição, com cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder da tabela.

Apesar de a imprensa estar em queda, está na calha o relançamento de algumas publicações extintas no passado, como o jornal 24 Horas e a versão em papel da revista Fora de Série, por exemplo), enquanto alguns grupos de media fazem parcerias entre eles, como o Público com a TSF.

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Francisco Faria, criador de conteúdos digitais e fundador das marcas portuguesas Hurricane e Blue Avenue, conta as razões que o levam a mudar-se de Lisboa para Madrid.

Miguel Valente, diretor criativo da Winicio, explica na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?’ as razões da escolha da ‘Whatever’s Confortable”, da Wieden + Kennedy para a marca de bebidas Southern Confort, como a campanha que gostaria de ter feito. A ‘4 Anos de Isolamento’, para a Associação Salvador, é a que mais gostou de fazer.

Na opinião, João Paulo Luz, diretor comercial de TV e digital da Impresa, escreve que se pensarmos nos efeitos que a guerra das tarifas vai provocar nos investimentos publicitários, teremos a certeza de que a primeira reação será a de levantarmos muros.

Hélder Pombinho, diretor criativo de design de marca da VML Branding, desmonta os mitos sobre os quais fomos alicerçando as convicções sobre o insucesso nacional, para questionar as razões de não haver marcas portuguesas globais.

Questionando se os videojogos com o intuito de violar mulheres são aceitáveis, Paula Cosme Pinto, comunicadora para a igualdade de género e temas sociais, escreve sobre o No Mercy, que apesar das críticas e denúncias permanece à venda em Portugal, com uma avaliação “muito positiva” dos utilizadores.

No Lado B, última página do jornal, a rubrica Fatal, Banal, Genial destaca a campanha da Droga5 de São Paulo, em conjunto com a Initiative, para o Cif no Brasil, que ‘lava a boca’ de apresentadores de podcasts que recorrem a palavrões, durante a condução dos programas.

Cada vez que dizem uma asneira, o tradicional ‘bip’ do som de censura é substituído pelo som ‘Ciiiffff’, enquanto a boca do apresentador é coberta por um logotipo digital do Cif.

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Zendaya vive aventura intergaláctica em campanha da On

A atriz norte-americana (na foto) protagoniza ‘Zone Dreamers’, o filme publicitário que divulga a coleção ‘Movement Lifestyle’ da marca de roupa desportiva suíça, realizado por Nadia Lee Cohen

A atriz Zendaya é a protagoniza da campanha ‘Zone Dreamers’ para a marca de roupa desportiva suíça On. Realizado pela artista visual Nadia Lee Cohen, o filme publicitário, que promove a coleção ‘Movement Lifestyle’, mostra a atriz e cantora norte-americana no papel de uma extraterrestre a viver uma aventura intergaláctica, enquanto dá a conhecer Cloudzone, o novo modelo de ténis unissexo.

“Adorei colaborar com a On no desenvolvimento de uma campanha tão criativa e inesperada, que promove a coragem, a amizade e a confiança que nos permite sair da nossa zona de conforto para experimentar algo novo”, explica Zendaya, citada em comunicado de imprensa.

O anúncio, cocriado pela artista, recupera o estilo retro da ficção científica da década de 70, adaptando-o aos conceitos estéticos atuais. O figurino futurista usado por Zendaya, criado pelo ‘designer’ Law Roach, tem despertado interesse mas não está à venda.

Num mercado cada vez mais competitivo, a marca aposta em narrativas criativas e visuais impactantes para se destacar. “Trabalhar com a Zendaya, em parceria com Nadia Lee Cohen e Law Roach, permitiu-nos ir além dos limites do ‘storytelling’ criativo. Em ‘Zone Dreamers’, construímos um mundo surreal, ainda que profundamente humano, onde cada movimento se torna numa metáfora para a confiança, a conexão e as possibilidades criativas”, refere Alex Griffin, diretor de marketing da On, citado no documento.

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HoneyGuide comunica rebranding do hotel Forte de Gaia

Assessoria de imprensa, comunicação e marketing de influência são os serviços a prestar ao hotel em Vila Nova de Gaia (na foto), anteriormente designado The Lodge e agora integrado no grupo Marriott International

Catarina Nunes

A HoneyGuide é a agência responsável pela comunicação, assessoria de imprensa e marketing de influência do hotel Forte de Gaia – Autograph Collection, em Vila Nova de Gaia, anteriormente designado The Lodge, marcando a nova etapa sob propriedade da Azora Capital e integrado na Autograph Collection, do grupo Marriott International.

Com design de interiores de Nini Andrade e Silva e inspirado na tradição vinícola, o hotel é o primeiro Autograph Collection no Porto e o terceiro no pais, onde o grupo hoteleiro já tem o The Ivens, em Lisboa, e o Domes Lake, no Algarve.

“Acreditamos numa estratégia de relações públicas 360°, ou seja, além da assessoria tradicional trabalhamos também o marketing de influência, seja de forma mais orgânica ou com criação de conteúdos pagos, que ajudam a reforçar a mensagem que queremos passar em cada momento. Acreditamos muito em parcerias e por isso também fazemos a ponte com outras marcas, para criar projetos com mais impacto real”, explica Mónica Pimentel, cofundadora da agência de comunicação HoneyGuide, em declarações ao M&P.

Localizado em Gaia, entre as caves de vinho do Porto e o rio Douro, o Forte de Gaia está a investir numa estratégia de refinamento operacional e de formação com os padrões do Marriott, para captar clientes de mercados de alto valor, como os Estados Unidos, Reino Unido, França e Espanha. O crescimento passará por uma aposta no segmento MICE (turismo de negócios e conferências) e em experiências vínicas e culturais imersivas, em conjunto com parceiros da região. A intenção é diferenciar a proposta também para os clientes que viajam em lazer e procuram experiências de luxo.

“Os objetivos do Forte de Gaia com esta parceira são a amplificação da sua mensagem e proposta de valor. O Forte de Gaia é um projeto muito especial que, mais do que apenas um local bonito para dormir e com uma localização privilegiada, posiciona-se como um local de experiência da cultura do Porto, da tradição vinícola e da história da região. O objetivo é que os hóspedes possam desfrutar de experiências como provas vínicas, visitas às caves do vinho do Porto, experiências gastronómicas e culturais, entre outras. Vamos ajudar a construir parceiras, pensar em momentos especiais com lideres de opinião e ações, que depois possam ser estendidas também ao cliente final”, refere Mónica Pimentel.

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Turismo de Portugal atrai festivaleiros com campanha da Dentsu

“A campanha ‘Portugal Music Festivals Headliners’ (na foto) faz parte da estratégia global de promoção do país como um destino vibrante e e culturalmente diverso”, esclarece Carlos Abade, Presidente do Turismo de Portugal

A Dentsu Creative Iberia assina ‘Portugal Music Festivals Headliners’, a campanha multimeios internacional que o Turismo de Portugal lança para atrair festivaleiros ao país. Com direção criativa de Gil Correia, direção criativa executiva de Ivo Purvis e redação de João Moura e Susana Vaz, que também assume a direção estratégica, a campanha tem design digital de Marta Ribeiro e produção de Neuza Rebelo e Filipa Lima Félix.

Os anúncios posicionam o país como um destino de eleição para os amantes de música. Com um conceito visual e narrativo inspirado na linguagem dos festivais, a campanha aponta a natureza, o oceano, o sol, o património, a cultura, a gastronomia, o bem-estar e a diversidade como os cabeças de cartaz do país, numa alusão à linguagem festivaleira.

“A campanha ‘Portugal Music Festivals Headliners’ faz parte da estratégia global de promoção de Portugal como um destino vibrante, sustentável e culturalmente diverso e vem reforçar o programa ‘Portugal Events’, destinado a estimular a realização de eventos em todo o território, enriquecendo a oferta turística nacional, dinamizando as economias locais e tornando o destino mais competitivo internacionalmente”, refere Carlos Abade, Presidente do Turismo de Portugal, citado em comunicado de imprensa.

 

Os três filmes publicitários, lançados a 16 de abril, têm captação de som e imagem de Francisco Froes, Tomás Paiva Raposos, Pedro Leite e Moritz Kerschbaumer, edição de imagem de Tomás Sousa, animação gráfica de Homem Bala e música original dos Salva Studios.

Reino Unido, Espanha, Alemanha e Países Baixos são os países que exibem a campanha, que também inclui ativações em ‘connected TV’ e em plataformas de música como o Spotify, através da ‘playlist’ ‘VisitPortugal’.

“A campanha convida a descobrir um país onde a música e os festivais são valorizados pelos ativos turísticos do destino e que proporcionam experiências únicas e irrepetíveis. O poder envolvente do oceano é materializado em ‘Waves of Solitude’, a energia vibrante das pessoas encontra-se em ‘The Future Rainbows’, a autenticidade da nossa cultura manifesta-se em ‘The Art Attacks’ e a alma da nossa gastronomia serve-se em ‘Full Table Nation’. Estes são apenas alguns dos exemplos do nosso novo cartaz turístico”, esclarece o documento.

Nas redes sociais, a campanha é amplificada através de relatos na primeira pessoa. “Serão utilizados testemunhos de músicos e artistas que vivem em Portugal para reforçar e amplificar as histórias sobre o cartaz de experiências turísticas que temos para oferecer”, informa ainda o Turismo de Portugal.

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Dior anuncia Ashley Park como nova embaixadora

Reconhecida pelo seu papel na série da Netflix, ‘Emily in Paris’, a atriz (na foto, com Lily Collins) tem um vasto trabalho no teatro, música e cinema e é considerada uma ícone de beleza e moda

A atriz Ashley Park, mais reconhecida pelo seu papel na série da Netflix, ‘Emily in Paris’, onde interpreta Mindy Chen, uma aspirante a cantora que deixa para trás uma vida de luxo na China para tentar a sorte na capital francesa, assume a posição de embaixadora da Dior para moda e beleza.

A nova embaixadora junta-se ao restrito grupo de celebridades que representam a marca, incluindo Charlize Theron, Natalie Portman, Anya Taylor-Joy, Robert Pattinson e Jenna Ortega, entre outros nomes influentes do entretenimento.

Durante a estreia da quarta temporada de ‘Emily in Paris’, Ashley Park deu nas vistas com um vestido preto bordado da coleção pré-outono 2024 da Dior. Mais recentemente, esteve presente no desfile de prêt-à-porter primavera 2025 da marca, consolidando a sua ligação com a ‘maison’ francesa.

Foi na Broadway, a interpretar a personagem Gretchen Wieners no musical ‘Mean Girls’, que Ashley fez a sua estreia. O papel de valeu-lhe uma nomeação de melhor atriz secundária dos prémios Tony, os principais galardões do teatro nos Estados Unidos.

A atriz também se destacou como a primeira norte-americana de origem asiática a ser nomeada para o prémio de melhor atriz secundária na comédia ‘Emily in Paris’ nos Critics’ Choice Awards.

 

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OpenAI cria rede social para competir com o X

Com um mural de publicações semelhante aos das restantes redes sociais, a plataforma digital, ainda sem nome, funciona em articulação com o ChatGPT, avança a publicação especializada The Verge

A empresa tecnológica norte-americana OpenAI, criadora do ‘chatbot’ de inteligência artificial (IA) ChatGPT, está a desenvolver uma rede social para competir com o X, propriedade da X Corp, empresa de Elon Musk. Segundo a The Verge, o protótipo da nova plataforma digital já se encontra em fase de testes, nos Estados Unidos.

Ainda sem denominação, a rede social tem um mural de publicações semelhante aos do Instagram, do TikTok, do Facebook e do X, além de uma funcionalidade que permite uma integração com o ChatGPT, para o desenvolvimento de publicações. Ainda não é sabido se a OpenAI vai lançar a nova rede social de forma autónoma ou se irá reforçar a oferta de funcionalidades do ChatGPT.

A notícia do desenvolvimento da rede social intensifica as relações entre a OpenAI e Elon Musk, numa altura em que o X reforça a colaboração com a xAI. Esta empresa de IA está a recorrer ao antigo Twitter para treinar o Grok, um dos concorrentes do ChatGPT. A criação da nova rede social é vista com expetativa pela Meta, que detém o Instagram e o Facebook, revela a publicação.

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Publicidade digital deve ser relevante, não intrusiva e acrescentar valor

Uma investigação do IAB Europe revela que a média dos consumidores europeus usufrui de cerca de €212 por mês em serviços digitais gratuitos, incluindo motores de pesquisa, ’email’ e plataformas de notícias em função da concessão de dados

Para 80% dos consumidores europeus a publicidade online é útil mas os anúncios deviam ser mais relevantes, de acordo com uma nova análise do Interactive Advertising Bureau Europe (IAB), conduzido pela Kantar Media. O estudo avalia a forma como os consumidores europeus encaram a publicidade online, a privacidade dos dados e a partilha de informações que suporta os serviços digitais gratuitos.

Segundo a análise, quando os consumidores se deparam com um anúncio que lhes é útil, mais de 70% descrevem-no como uma experiência positiva e mais de metade admite que ver menos anúncios personalizados é mais tolerável do que ver muitos anúncios irrelevantes. No entanto, quando a publicidade personalizada falha – por exemplo, ao mostrar anúncios de produtos que um consumidor já comprou – isso converte-se rapidamente numa fonte de frustração.

A investigação revela ainda que a média dos consumidores europeus usufrui de cerca de €212 por mês em serviços digitais gratuitos, incluindo motores de pesquisa, correio eletrónico e plataformas de notícias, em função da concessão de dados. Embora a privacidade dos dados seja uma preocupação fundamental, 60% dos consumidores acreditam que o modelo de ‘pagar ou consentir’ é razoável quando reconhecem a troca de valores envolvida.

 

 

“O estudo revela frustração com a experiência diária de tentar exercer a escolha, preocupação sobre se as regras estão a ser efetivamente aplicadas e um desfasamento entre a preferência dos consumidores por anúncios relevantes e a capacidade de se lembrarem dos anúncios que realmente são relevantes. Por conseguinte, é evidente que existem alguns objetivos importantes para o setor e para as entidades reguladoras”, enfatiza Townsend Feehan, CEO do IAB Europe, em comunicado de imprensa.

O estudo tem por base um inquérito a cerca de 10 mil consumidores com idade igual ou superior a 16 anos em 12 mercados europeus (Alemanha, França, Itália, Espanha, Polónia, Suécia, Países Baixos, Chéquia, Bélgica, Dinamarca, República da Irlanda e Noruega).

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