2025 será um ano em que os setores da tecnologia e dos media estarão prestes a dar um salto significativo, impulsionado pela adesão à inteligência artificial (IA) generativa, de acordo com o relatório ‘TMT Predictions 2025’ da Deloitte Global. Esse salto, no entanto, dependerá da superação de alguns obstáculos:
Consumidores reduzem gastos com subscrições de ‘streaming’
De acordo com a análise da Deloitte, apesar de as empresas de media e entretenimento presumirem que os consumidores subscrevem e mantêm várias assinaturas em simultâneo, os clientes estão, na verdade, a tentar reduzir os custos, agrupando as assinaturas favoritas e cancelando as que não utilizam.
O número de assinaturas por habitação não só não está a aumentar, como está a diminuir. As plataformas de ‘streaming’, por seu lado, estão a depender cada vez mais de pacotes de serviços agregados, para ajudar a colmatar o défice de crescimento e a integração e distribuição dos seus conteúdos, com recurso a terceiros.
Estúdios de cinema e televisão não estão a aderir à IA generativa
Embora a expetativa seja que os grandes estúdios de televisão e cinema estejam a utilizar a IA generativa para a produção de conteúdos, e alguns já o estão, existe um desfasamento entre essa expetativa e a realidade, segundo a Deloitte.
Tem havido muita cautela em relação aos desafios com a propriedade intelectual, inerente ao conteúdo generativo, mas as empresas estão interessadas em obter recursos tecnológicos que lhes permitam reduzir o tempo e os custos e expandir o seu alcance.
‘Deepfakes’ geram desconfiança em relação à IA
A propagação dos ‘deepfakes’ de IA generativa está a tornar mais difícil que os consumidores confiem nos seus próprios olhos e ouvidos. Esta questão deve ser resolvida através de medidas como a rotulagem de conteúdos de IA generativa, bem como a deteção fiável e precisa de imagens falsas em tempo real, avança a Deloitte.
Os conteúdos criados com IA generativa terão, inevitavelmente, um impacto negativo associado a este tipo de questões, até que sejam implementadas medidas para regular os conteúdos. O custo marginal de criação de ‘deepfakes’ convincentes está a diminuir, mas o custo de deteção deste tipo de conteúdos tem de diminuir a um ritmo equivalente para ultrapassar o problema, o que não está a acontecer.
O problema de sustentabilidade dos centros de dados de IA
A dependência energética dos centros de dados necessários para responder às exigências da IA não tem precedentes, devendo preferencialmente ter um baixo teor de carbono. Esta situação está a criar um desfasamento entre as necessidades e capacidades das redes elétricas e os objetivos de sustentabilidade das empresas. Segundo o relatório da Deloitte, já estão a ser tomadas medidas para resolver este problema, que se prevê que se mantenha em 2025 e provavelmente nos anos seguintes.
Custos estruturais e défice de rentabilização da IA generativa
Tal como previsto em 2o24, as empresas estão a gastar dezenas de milhares de milhões de dólares em processadores e outras centenas de milhares de milhões na construção de centros de dados de IA generativa, para a formação e inferência dos modelos de IA.
Apesar de algumas empresas de IA estarem a registar receitas incrementais, o investimento é, em média, cerca de dez vezes superior ao retorno. Aqueles que gastam mais podem argumentar que o risco de subinvestir em IA generativa é maior do que o risco de investir em demasia. No entanto, a diferença persiste e está a aumentar, de acordo com a Deloitte.