Edição digital
PUB
Media

O novo palco da publicidade

A Disney+ é a mais recente plataforma de ‘streaming’ internacional a estrear um plano de subscrição com anúncios em Portugal. É também a primeira a estar integrada nos planos de meios dos anunciantes nacionais. Lá fora, a oferta e a procura deste meio são mais fortes

Daniel Monteiro Rahman
Media

O novo palco da publicidade

A Disney+ é a mais recente plataforma de ‘streaming’ internacional a estrear um plano de subscrição com anúncios em Portugal. É também a primeira a estar integrada nos planos de meios dos anunciantes nacionais. Lá fora, a oferta e a procura deste meio são mais fortes

Sobre o autor
Daniel Monteiro Rahman
Artigos relacionados
Heineken reforça ativações e publicidade para a Liga dos Campeões
Publicidade
Judas cria anúncio de natal da Fnac (com vídeo)
Publicidade
Manuel Luís Goucha aprova gama Deluxe em campanha do Lidl
Publicidade
We Are Social ganha redes sociais do Carlsberg Group
Marketing
OpenAI lança motor de pesquisa para competir com Google
Digital
Transformação digital de empresas de media tem programas de apoio
Media
Julgamento da Google gera debate sobre liberdade de empresas editoriais
Digital
Júlia Palha é o rosto da campanha institucional do Novo Banco (com vídeo)
Publicidade
DreamMedia promove maior outdoor no norte do país
Media
Glovo disponibiliza novas soluções de ‘retail media’ ‘in-store’ e ‘off-app’
Publicidade

Os serviços de ‘streaming’ tradicionais têm transformado a experiência de consumo de entretenimento e de publicidade. Plataformas como Netflix, Disney+, Prime Video, Max, SkyShowtime e AppleTV permitem uma flexibilidade de acesso a conteúdos audiovisuais, tornando as emissões programadas menos relevantes e criando um mercado avaliado em 670 mil milhões de dólares (€613 mil milhões), em valor acumulado, que chega a cerca de 1,8 mil milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar disto e do crescente investimento publicitário neste meio a nível internacional, o mercado nacional não acompanha a tendência ao mesmo ritmo. À exceção da SkyShowtime, a primeira plataforma de ‘streaming’ internacional a estrear anúncios em Portugal, em abril, e da Disney+, que lança a 17 de outubro um novo plano com publicidade, nenhum dos restantes principais serviços de ‘streaming’ internacionais em Portugal inclui publicidade. Questionadas sobre o tema, referem a ausência de planos, no curto prazo, para este tipo de oferta em Portugal.

A Disney+, disponível em Portugal desde setembro de 2020, acaba de estrear um novo plano de subscrição com anúncios em Portugal, no seguimento do lançamento desta modalidade em vários países europeus no ano passado. O plano ‘Standard com Anúncios’ tem um valor mensal de €5,99 e soma-se aos planos ‘Standard’ (€9,99) e ‘Premium’ (€13,99), que não têm publicidade a interromper as séries e os filmes. Esta é a primeira plataforma de ‘streaming’ tradicional estrangeira a ser integrada nos planos de meios dos anunciantes nacionais.

“Para além da variedade crescente de conteúdos, a disponibilização de um novo plano com anúncios, permite-nos potenciar o crescimento da Disney+, e revela-se uma oportunidade para consumidores e anunciantes”, refere Jorge Padinha, diretor de vendas de publicidade e media da The Walt Disney Company Portugal, em declarações ao M&P. “Os primeiros têm à sua disposição uma oferta reforçada com planos de subscrição a partir de um valor mais baixo, com mais opções e maior flexibilidade, que permitem escolher o tipo de consumo que melhor se adapta às necessidades de consumo”, explica Jorge Padinha.

Disney+ capitaliza estrutura local

Os anunciantes e parceiros da Disney+, por outro lado, “entendem a plataforma como uma oportunidade única para promoverem e divulgarem as suas mensagens, num novo suporte premium. A Disney+ surge assim, e já este mês, como a primeira plataforma de ‘streaming’ internacional em Portugal a disponibilizar uma oferta com publicidade a anunciantes. Neste lançamento, estamos a trabalhar com a maioria dos setores e marcas que já trabalham connosco, que são nossos clientes nos canais lineares”, revela o responsável.

A SkyShowtime, plataforma europeia que combina a programação dos serviços de ‘streaming’ Peacock e Paramount+ e os conteúdos da Sky Studios, disponível cá desde outubro de 2022, é a primeira a lançar um plano com anúncios em Portugal. No entanto, ainda não permite a integração de anúncios locais, não constando nos planos de meios dos anunciantes nacionais. O plano ‘Standard with Ads’, é lançado a nível nacional a 23 de abril de 2024 e tem um preço de cerca de €4,99 na maioria dos mercados. O serviço conta ainda com o plano ‘Standard Plus’ (€6,99), sem anúncios, que anteriormente era o único plano disponível.

A Disney+ espera ter uma receita publicitária de cerca de €835 mil milhões, em 2024, segundo os dados da Statista

Questionado sobre ausência de planos com publicidade na maioria das plataformas de ‘streaming’ no país, Frederico Correia, diretor-geral da Wavemaker Portugal, explica ao M&P que a razão se prende fundamentalmente com escala e volume. “Não se investe porque ainda não existem estruturas comerciais definidas na nossa geografia. Isso deve-se à questão da escala e dimensão do peso do negócio, que, cá, é menor face a alguns países a nível europeu, por exemplo”.

Frederico Correia antevê que com a solução disponibilizada pela Disney+, que beneficia da estrutura comercial já existente em Portugal há bastantes anos, “o mercado deverá seguramente começar a canalizar investimento para essa plataforma, mediante a sua performance. As restantes, não temos ainda visibilidade de quando ou se poderão vir a disponibilizar essas soluções no nosso mercado”.

Contudo, com o fim da publicidade na RTP1 e a tendência crescente de saturação publicitária nos canais generalistas, é expectável que estes investimentos sejam redirecionados para outros meios, possivelmente para plataformas de ‘streaming’ internacionais.

“Estas plataformas permitem que seja o utilizador a selecionar efetivamente o que mais lhe interessa ver e ouvir. É aqui que está o verdadeiro ponto de diferenciação. Com o rápido crescimento da literacia digital no país, estas plataformas vão-se tornando cada vez mais democráticas e, ainda que não tenhamos números oficiais fornecidos pelos próprios, sabemos pelos estudos locais, que a sua utilização cresce de forma sustentada ano após ano”, argumenta Frederico Correia.

Pioneiras nacionais nos anúncios em ‘streaming’

Entre as plataformas de ‘streaming’ nacionais, destacam-se a RTP Play (RTP), a Opto (Impresa) e o TVI Player (Media Capital). Os três serviços de ‘streaming’ contam com estratégias diferentes, mas todos com integração de publicidade. “No que diz respeito às plataformas de ‘streaming’ tradicionais locais, nomeadamente RTP Play, Opto e TVI Player, os investimentos acontecem e o mercado está a corresponder naturalmente à oferta existente”, salienta Frederico Correia.

Com cerca de 280 milhões de assinantes, a Netflix é a plataforma com mais quota de mercado a nível mundial

A RTP Play, lançada em 2011, tem uma estratégia de registo gratuito, recorrendo a diferentes tipos de formatos publicitários para gerar receita. Isabel Marques, diretora comercial de digital e rádio da RTP, revela, em declarações ao M&P, que “a RTP Play conta com formatos publicitários ‘pre-roll’, com diferentes durações que variam entre 30 segundos e seis segundos”.

A diretora comercial de digital e rádio da RTP acrescenta que a plataforma de ‘streaming’ da estação pública conta com uma ampla variedade de anunciantes. “A diversidade dos conteúdos presentes na plataforma e, consequentemente, a variedade de perfis dos utilizadores fazem com que a procura publicitária seja bastante flexível. Os principais anunciantes pertencem à indústria alimentar, ao setor automóvel e ao setor tecnológico”, refere Isabel Marques.

RTP Play abdica da subscrição. Opto faz mix

Em termos do peso da publicidade na RTP Play, Isabel Marques refere que “sendo a RTP um serviço público, há uma autolimitação nos formatos publicitários disponíveis na plataforma”, mas que, “apesar disso, a receita gerada pela publicidade na RTP Play representa mais de 60% da receita total das plataformas digitais da RTP”.

João Pedro Galveias, diretor de serviços digitais da RTP, por seu lado, refere que “não está prevista a possibilidade de implementar qualquer modelo de subscrição paga”, reforçando a aposta da RTP nas vendas publicitárias para sustentar a plataforma.

A Opto, por seu lado, introduzida em novembro de 2020, assegura-se numa estratégia de subscrições pagas e gratuitas, com o plano ‘Premium’ (€3,99 por mês), sem publicidade e com acesso a todos conteúdos da plataforma, e com o plano gratuito com anúncios, restringindo os conteúdos a uma parte do catálogo disponível, sem incluir séries exclusivas, nem antestreias de novas novelas.

No que diz respeito aos anúncios na Opto, Bruno Mateus Padinha, diretor digital da Impresa, refere que os formatos ‘pre-roll’ e ‘mid-roll’, “com uma pressão muito inferior às plataformas ‘web’, são os mais utilizados pelo serviço”, acrescentando que “a ‘connected TV’ cobra um custo por mil impressões (CPM) mais caro, justificado por só ter conteúdo profissionalmente produzido de elevada qualidade, sessões longas, que exigem qualidade de atenção, e por ter pouca publicidade, oferecendo taxas de conclusão próximas dos 100% para os seus anúncios”, refere.

A Amazon investiu €17,3 mil milhões na criação de conteúdos audiovisuais exclusivos para a Prime Video em 2023

O responsável da Impresa enfatiza que os anunciantes da plataforma são, na maioria, aqueles que pretendem atingir audiências até aos 35 anos. “A audiência da Opto, que se encontra maioritariamente na faixa etária até aos 35 anos, é um excelente complemento às audiências da SIC na televisão linear. Por isso, todas as marcas que anunciam em televisão procuram este formato de ‘connected TV’, tendo maior expressão aquelas que querem chegar ao público jovem adulto”, afirma.

Bruno Mateus Padinha salienta que, “como colocamos pouca pressão publicitária, comparada com as plataformas ‘web’, temos uma elevada procura, fazendo com que a faturação cresça ao ritmo do aumento da audiência. Este ano, estamos a crescer mais de 100%, face a 2023, e esperamos manter esse crescimento até ao final do ano e continuar a ganhar escala muito rapidamente”, avançando que a Opto conta com cerca 250 mil utilizadores, com a base de subscritores ‘Premium’ a corresponder a cerca de 12% dos utilizadores totais.

TVI Player: com e sem interrupções

Lançado em junho de 2015, o TVI Player caminha para o décimo aniversário e apresenta uma estratégia de subscrição semelhante à da RTP Play, sendo de acesso gratuito e suportada por publicidade.

Contudo, o serviço de ‘streaming’ da Media Capital apresenta um plano de subscrição sem publicidade, dedicado na maioria a utilizadores que se encontrem no estrangeiro. O ‘Internacional’ tem um custo mensal de €4,99, e dá acesso a todos os conteúdos de programas e canais, bem como exclusivos do TVI Player, fora de Portugal, excluindo conteúdos bloqueados por região.

Ricardo Tomé, diretor-geral da Media Capital Digital, destaca a variedade de formatos publicitários no TVI Player, que diferem consoante o dispositivo com o que o utilizador acede ao serviço. “Na versão ‘web’ e na aplicação móvel, os formatos de ‘display’ são os tradicionais. Em ‘connected TV’, temos apenas formatos de vídeo ‘pre-roll’ e ‘mid-roll’, até 30 segundos, sem possibilidade de ‘skip’. O TVI Player também pode alojar conteúdos patrocinados em vídeo, sejam produzidos pela Media Capital ou por uma marca, sempre curados pelos editores da equipa do TVI Player”, explica Ricardo Tomé.

A Max acumula 103,3 milhões de assinantes a nível mundial e garantiu os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

O diretor-geral da Media Capital Digital salienta que, “só em Portugal e em 2024, o TVI Player ultrapassa os 200 anunciantes”, acrescentando que “há um peso maior da distribuição, bens de consumo rápido, automóvel e produtos farmacêuticos”. Isto não exclui outros segmentos, uma vez que “todos os setores que investem em vídeo e televisão estão no TVI Player. Temos uma audiência de dois milhões de utilizadores por mês e recebemos campanhas publicitárias com objetivos muito distintos”, garante.

Frederico Correia, diretor-geral da Wavemaker Portugal, por seu lado, argumenta que “a razão pela qual faz sentido investir em comunicação neste tipo de plataformas, prende-se essencialmente com a necessidade de ir ao encontro dos conteúdos relevantes para as audiências que mais interessam às marcas”, recordando que “temos disponíveis, há já alguns anos, plataformas que nos permitem comunicar marcas, como são exemplos locais a RTP Play, o TVI Player ou a Opto, da Impresa”.

Números de audiências são relevantes? Depende

Quando questionado sobre se as audiências das plataformas de ‘streaming’ são pouco ou muito atrativas para as marcas, o diretor-geral da Wavemaker Portugal refere que “audiências são audiências”, uma vez que “dependendo do que queremos comunicar, poderão ser mais ou menos relevantes para uma determinada marca, produto ou serviço num determinado momento”.

Frederico Correia considera que, “a partir do momento em que sentimos a democratização das plataformas de ‘streaming’, percebemos que vai sendo cada vez mais complexo encontrar um perfil específico para os seus utilizadores. Nessa medida, o que temos de compreender são as volumetrias que se encontram disponíveis para comunicar em cada segmento e aqui necessitamos de informação, de detalhe e de abertura por parte dos proprietários das plataformas, por forma a que possamos assegurar relevância no momento de segmentar e entregar mensagens publicitárias”, argumenta o diretor-geral da Wavemaker, sustentando que “quanto melhores forem as segmentações disponibilizadas pelas plataformas, mais interessantes se irão tornar as suas audiências para as agências e para as marcas”.

Ciente de que o consumo de conteúdos neste tipo de plataformas está a crescer, Frederico Correia garante que “estamos naturalmente atentos à importância que elas desempenham, quer na construção de marca como na ignição de decisões de compra”. Mas, essencialmente, acredita que, neste momento, “são um complemento adicional de cobertura num plano de meios competente”.

Marcas querem comunicação holística

Maria Carvalho, diretora de media do Publicis Groupe, por seu lado, refere que “dentro do planeamento de meios audiovisual já são incluídas as soluções existentes no mercado, sendo que os consumidores consomem cada vez mais os conteúdos que querem, quando querem”, acrescentado que, “neste contexto de consumo audiovisual cada vez mais fragmentado, é crucial para as marcas terem uma comunicação mais holística, que lhes permita impactar o seu público-alvo de forma eficaz e criar envolvimento com o target”.

O catálogo da SkyShowtime conta com conteúdos da Nickelodeon, Sky, Universal, Paramount, Dreamworks, Peacock e Showtime

Maria Carvalho enfatiza ainda o facto de que as audiências que se encontram neste tipo de plataformas serem “claramente atrativas” para as marcas. “As plataformas de ‘streaming’ permitem utilizar dados de consumo e visionamento, o que nos permite uma maior capacidade de segmentação da audiência desejada. Estas audiências são também atrativas, pois, ao estarem a consumir um conteúdo que foi escolhido por si, estão mais predispostas e atentas, o que pode aumentar a eficácia da comunicação a que estão expostas”, argumenta a responsável.

Questionada sobre os objetivos de comunicação e/ou vendas que melhor se alcançam através dos serviços de ‘streaming’, Maria Carvalho explica que “a comunicação através das plataformas de ‘streaming’ permite trabalhar no ‘upper funnel’, ou seja, na notoriedade de marca, pois temos uma audiência mais atenta e um espaço menos saturado. Permite-nos também trabalhar nos objetivos de consideração e compra, através da possibilidade de segmentação da audiência e personalização dos conteúdos”.

Netflix em “ponto de inflexão”

A segmentação precisa da oferta publicitária, com base nos hábitos e comportamentos dos espetadores, tem sido muito atrativa para as marcas. A Netflix tenta expandir-se neste mercado, implementando um negócio programático mais robusto e desenvolvendo a sua própria plataforma publicitária, o que leva Amy Reinhard, presidente de publicidade da Netflix, citada na Ad Age, a considerar que o negócio está num “ponto de inflexão”.

A Netflix vai faturar mais de 150% em publicidade em vendas antecipadas, em comparação com o ano passado, com os contratos assinados para a temporada de 2024/25, nos Estados Unidos. Além de produções de sucesso como ‘Squid Game’, ‘Wednesday’ e ‘Bridgerton’, a plataforma de ‘streaming’ também viu eventos com transmissão em direto, como as lutas de ‘wrestling’ do WWE Raw e os jogos da National Football League (NFL), no dia de Natal, a despertarem o interesse dos anunciantes internacionais.

‘Bridgerton’ é a série mais vista de sempre numa só semana para a Netflix desde que a plataforma começou a apresentar números de visualizações

“Queremos ter a certeza de que temos uma vasta gama de programação que vai agradar a uma vasta gama de membros e, ao mesmo tempo, a ideia seria atrair uma gama mais vasta de anunciantes que estão a olhar para diferentes demografias ou a pensar em como atingir as pessoas de uma forma diferente”, explica Amy Reinhard.

A empresa estabeleceu acordos com as principais ‘holdings’ e agências independentes do setor, atraindo o investimento de marcas como LVMH, L’Oréal, Gucci, Amazon, Google, Booking.com, Pure Leaf, Hilton, Rakuten, AeroMexico, Kaiku Caffee Latte e Coty. A maior parte dos anúncios contratualizados pertencem são de setores como tecnologia, entretenimento, indústria automóvel, restauração rápida e produtos de grande consumo.

Prime Video é a mais lucrativa

A Prime Video é, no entanto, a plataforma de ‘streaming’ mais lucrativa em termos de publicidade a nível mundial, esperando faturar aproximadamente 1,3 mil milhões de dólares (€1,1 mil milhões) em receitas publicitárias em 2024, segundo noticia a Entrepreneur.

A integração da Prime Video com o ecossistema de comércio eletrónico da Amazon dá aos anunciantes uma ferramenta eficaz para combinar anúncios em vídeo com a venda de produtos. A capacidade exclusiva da plataforma de combinar anúncios com vendas diretas de comércio eletrónico também a tornou uma opção atrativa para os anunciantes que procuram um retorno de investimento mensurável.

‘Fallout’, um dos maiores sucessos da Prime Video, alcançou mais de 100 milhões de espetadores na plataforma de ‘streaming’ da Amazon

À semelhança da aposta da Netflix no desporto, também a Prime Video tem estabelecido acordos de transmissão desportiva, incluindo a temporada da Nascar Cup Series de 2025, um jogo dos ‘playoffs’ da NFL na próxima época e os jogos da NBA e da WNBA, por 11 anos, a partir da temporada 2025/26. Uma aposta para dar às marcas razões para anunciarem na Amazon, mesmo que não vendam produtos na plataforma de comércio eletrónico.

A Disney+, por seu lado, espera ter uma receita publicitária de cerca de 912 milhões de dólares (€835 mil milhões), em 2024, segundo os dados da Statista. Crucial para a estratégia da The Walt Disney Company é a continuação do aumento das subscrições da Disney+, que no segundo trimestre de 2024 ascendem a 153,6 milhões assinantes em todo o mundo.

A empresa planeia gastar, pelo menos, cinco mil milhões de dólares (€4,5 mil milhões) no Reino Unido e na Europa continental nos próximos cinco anos para produzir filmes e programas de televisão que vão estar presentes na Disney+, segundo revela Jan Koeppen, presidente da The Walt Disney Company na Europa, Médio Oriente e África, em entrevista ao Financial Times.

O filme ‘Deadpool & Wolverine’, produzido nos estúdios Pinewood, no Reino Unido, atraiu quase 900 milhões de dólares (€824 milhões) em receitas de bilheteira, antes do seu terceiro fim de semana, alcançando a maior receita de bilheteira de sempre para um filme de classificação +18. Atualmente, contabiliza um total de €1,3 mil milhões de arrecadados em bilheteira. ‘Divertida-Mente 2’, por seu lado, tornou-se o filme de animação com a maior receita de bilheteira de todos os tempos e o maior sucesso do ano para a empresa, totalizando mais de €1,6 mil milhões em receitas mundiais.

‘Deadpool & Wolverine’ estreou com um recorde de €407 milhões em receitas de bilheteira a nível mundial, o que representa a sexta maior estreia de sempre de um filme

A Disney+ é o terceiro maior serviço de ‘streaming’ por subscrição nos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Alemanha, Espanha e França, segundo a Kantar. A plataforma, que integra a oferta conjunta do serviço de ‘streaming’ Hulu e os conteúdos desportivos da ESPN+ também tem introduzido experiências de anúncios personalizados, melhorando o envolvimento e as taxas de conversão para os anunciantes.

A Max alcança um crescimento de quase 100% nas receitas de publicidade no segundo trimestre do ano, arrecadando 240 milhões de dólares (€219 milhões), e estima ver a receita publicitária chegar perto dos mil milhões de dólares (€916 milhões) em 2024, de acordo com os resultados do segundo trimestre fiscal de 2024 da Warner Bros. Discovery.

A empresa, que em agosto revela que o antigo HBO Max já acumula 103,3 milhões de assinantes a nível mundial, atribui este sucesso ao aumento das subscrições mais baratas com publicidade e ao consumo de séries de sucesso, como ‘The Last of Us’ e ‘House of the Dragon’, que ajudam os anunciantes a chegar a milhões de espetadores.

‘House of the Dragon’ foi alvo da maior campanha de marketing de sempre da HBO, tendo sido avaliada em mais de €90 milhões de investimento publicitário

Este crescimento é ainda mais impulsionado pela tendência da aposta nos eventos desportivos, tendo a Max garantido os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, e pela expansão do alcance internacional, sobretudo após o lançamento da plataforma em vários países europeus e latino-americanos.

Embora não haja dados divulgados, prevê-se que a SkyShowtime, ‘casa’ de séries como ‘Tulsa King’, ‘Yellowstone’, ‘Poker Face’ ou ‘The Curse’, obtenha receitas consideráveis com anúncios em 2024, sobretudo após o lançamento do novo pacote de publicidade, em abril. Espera-se que a introdução do plano já anunciado em cerca de 20 mercados europeus, incluindo Portugal, Espanha e países nórdicos, aumente as receitas da SkyShowtime face aos €133 milhões registados em 2023.

‘Tulsa King’ marca o regresso de Sylvester Stallone à televisão, com a estreia da segunda temporada da série a atrair 5,4 milhões de espetadores nos primeiros sete dias de exibição

Esta plataforma tem ainda uma parceria com a Paramount, para gerir as vendas de anúncios em todos os mercados, o que lhe permite tirar partido das relações existentes com os principais anunciantes e da tecnologia da empresa, para um posicionamento eficiente de anúncios.

Os pacotes que os anunciantes compram, em diferentes formatos e com vários serviços associados, dificultam comparações diretas. Mas de acordo com responsáveis de plataformas concorrentes e profissionais de marketing, citados numa notícia no Financial Times, a Amazon pratica preços mais baixos do que a Netflix, ainda que mais elevados do que a Disney+, por exemplo.

À medida que estas plataformas continuam a otimizar as tecnologias de segmentação de anúncios, espera-se ver um crescimento ainda maior nas receitas de anúncios nos próximos anos. Os serviços de ‘streaming’ estão a explorar formatos de anúncios mais inovadores, incluindo anúncios interativos e inserção de produtos no conteúdo, que podem tornar-se novos fluxos de receitas.

Por sua vez, é provável que as marcas continuem a investir mais dinheiro em publicidade nestas plataformas, uma vez que oferecem formas cada vez mais sofisticadas de atingir audiências específicas em todo o mundo.

Prime Video ameaça Netflix em Portugal
–––

Segundo o ranking do guia de ‘streaming’ internacional JustWatch, a que o M&P teve acesso, a Netflix continua a ser a plataforma de ‘streaming’ com maior quota de mercado em Portugal, no terceiro trimestre do ano, à semelhança dos dois trimestres anteriores, mas a Prime Video está a aproximar-se.

A Netflix tem 23% de quota nos serviços de subscrição de ‘streaming’, menos 1% do que no trimestre anterior, e, em segundo lugar, surge a Prime Video, com 22%. No terceiro lugar mantém-se a Disney+, com 18%, tal como nos dois trimestres anteriores, enquanto na quarta posição está a Max, com 13% do mercado.

A posição seguinte no ranking é ocupada pela SkyShowtime, em quinto lugar com 8%, mais 1% em comparação com o trimestre anterior. A Apple TV+ ocupa o sexto lugar no ranking, mantendo os 7% de quota de mercado que apresentou nos trimestres anteriores.

 

Mercado internacional atrai anunciantes
–––

No mercado das plataformas de ‘streaming’ a nível mundial, segundo o relatório ‘Global Entertainment & Media Outlook 2024-2028’ da PwC, “a publicidade vai representar quase 28% dos lucros totais dos serviços de ‘streaming’, até 2028”.

Isto representa um aumento em relação aos 20% das receitas de publicidade em ‘streaming’ registados em 2023 e a multinacional de consultoria e auditoria empresarial e financeira estima que as subscrições globais de serviços de ‘streaming’ aumentem para 2,1 mil milhões até 2028, face aos 1,6 mil milhões registados em 2023, uma taxa de crescimento anual composta de 5,0%.

Prevê-se, no entanto, que a receita média global por assinaturas de plataformas de ‘streaming’ aumente apenas de 65,21 dólares (€59,75) em 2023 para 67,66 dólares (€61,99), em 2028. De acordo com o relatório da PwC, “esta falta de crescimento das receitas deve-se ao facto de os consumidores estarem a ficar sobrecarregados” com o número de opções de serviços de ‘streaming’.

O relatório da consultora salienta que “as empresas estão a responder, oferecendo preços de subscrição mais reduzidos, como contrapartida pela apresentação de anúncios”.

A Netflix regista um crescimento de 34% nas assinaturas de planos com publicidade a nível mundial, de acordo com dados da Pymnts, empresa de estudos de mercado. Com cerca de 280 milhões de assinantes, é a plataforma com mais quota de mercado a nível mundial, esperando faturar cerca de mil milhões de dólares (€916 milhões) em receitas publicitárias, em 2024.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
Artigos relacionados
Heineken reforça ativações e publicidade para a Liga dos Campeões
Publicidade
Judas cria anúncio de natal da Fnac (com vídeo)
Publicidade
Manuel Luís Goucha aprova gama Deluxe em campanha do Lidl
Publicidade
We Are Social ganha redes sociais do Carlsberg Group
Marketing
OpenAI lança motor de pesquisa para competir com Google
Digital
Transformação digital de empresas de media tem programas de apoio
Media
Julgamento da Google gera debate sobre liberdade de empresas editoriais
Digital
Júlia Palha é o rosto da campanha institucional do Novo Banco (com vídeo)
Publicidade
DreamMedia promove maior outdoor no norte do país
Media
Glovo disponibiliza novas soluções de ‘retail media’ ‘in-store’ e ‘off-app’
Publicidade
PUB
Publicidade

Heineken reforça ativações e publicidade para a Liga dos Campeões

A campanha, em colaboração com a Sport TV, Dazn e Record, abrange ativações nos dias de jogos nos estádios de Alvalade e da Luz. A criatividade é da Leo Burnett e o planeamento de meios da Dentsu

A Heineken está a reforçar a parceria com a Liga dos Campeões da UEFA em Portugal, através de uma campanha integrada que abrange ativações em estádios, campanhas digitais e colaborações com plataformas desportivas como a Sport TV, Dazn e o Record.

A campanha, que decorre até dezembro, tem a criatividade da Leo Burnett e o planeamento de meios da Dentsu, e vai acumular um conjunto de ações multicanal destinadas a criar momentos de consumo memoráveis durante os jogos da competição.

No que diz respeito às iniciativas multicanal para envolver os adeptos durante os jogos, a marca destaca as experiências ao vivo nos estádios, com ativações exclusivas nos dias de jogo, nas imediações do Estádio José Alvalade e do Estádio da Luz, com oferta de prémios em colaboração com um dos embaixadores digitais da Heineken. A SamyRoad é a agência de marketing de influência da campanha.

A Sport TV terá conteúdos exclusivos com a rubrica ‘Rumo a…’, onde serão apresentadas reportagens especiais sem faltar as interações com os adeptos, num total de 14 jogos da UCL, tanto em Portugal como no estrangeiro, de modo a reforçar a ligação emocional dos fãs à marca e ao desporto.

A campanha tem também múpis estáticos e digitais em Lisboa, iniciativa que já arrancou com mensagens como “Canais fechados? Os bares estão abertos”, disponibilizando, através de um QR Code, uma lista de bares onde os consumidores podem assistir aos jogos.

Nos múpis digitais, são exibidos conteúdos dinâmicos, dando a conhecer os resultados dos jogos que estão a decorrer, além de filmes promocionais da marca.

Nesta nova edição da Liga dos Campeões, à qual a marca atribui o estatuto de “a maior plataforma de ativação global da marca no desporto”, o propósito da Heineken mantém-se alicerçado em duas frentes, de acordo com a nota de imprensa, “ser o patrocinador não desportivo mais inclusivo no futebol e tornar-se a cerveja de eleição para a prova”, através das cervejas Heineken Original e Heineken 0.0% (sem álcool).

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Judas cria anúncio de natal da Fnac (com vídeo)

Com direção criativa executiva de Vasco Thomaz e supervisão criativa de Ruben de Barros, o filme produzido por Pedro de Oliveira, da Blanche Films, está disponível nas plataformas digitais da Fnac e, a partir de dezembro, em televisão

A Fnac está a lançar a campanha de natal com criatividade da Judas. Com o ‘spot’ ‘Recomeço’, a Fnac pretende salientar que há paixões que são adiadas ao longo da vida, mas que é sempre tempo para descobrir um novo sonho.

O filme, produzido por Pedro de Oliveira da Blanche Films, conta a história de uma professora que está prestes a reformar-se. No último dia de aulas, os alunos escrevem cartas com mensagens inspiradoras e de agradecimento pelo trabalho e dedicação da professora.

De regresso a casa, para se sentir mais acompanhada, recupera a caixa com as mensagens dos alunos e começa a lê-las em voz alta para que fiquem registadas num antigo gravador. Ao descobrir isto, a filha decide oferecer-lhe um microfone de podcast como presente de Natal.

Dividida em duas fases, a campanha está disponível nas plataformas digitais da marca e, a partir de dezembro, também será transmitida em televisão. Vasco Thomaz, diretor criativo executivo, Ruben de Barros, supervisor criativo, e Maria Branco, redatora, são os criativos responsáveis pela campanha.

David Rafachinho é responsável pela direção de arte e Patrícia Cordeiro pelo design. A produção, por seu lado, está a cargo de Filipa Lacerda, chefe de produção, Ana Cristina Santos, coordenadora de produção, e Pedro Varela, diretor de fotografia.

“O Natal é uma época de nostalgia, de cuidar, de criar momentos. Com esta campanha, pretendemos relembrar todos os portugueses que é possível reinventarmos as nossas paixões acompanhadas dos melhores presentes”, afirma Inês Condeço, diretora de marketing e comunicação da Fnac, citada em comunicado de imprensa, acrescentando que “com este vídeo, o nosso intuito foi passar esta mensagem, de que vamos sempre a tempo de encontrar um novo começo, uma nova paixão ou um novo sonho”.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Manuel Luís Goucha aprova gama Deluxe em campanha do Lidl

O selo de aprovação de Manuel Luís Goucha (na foto) estará presente nas páginas dos produtos Deluxe nos folhetos do Lidl, numa campanha com planeamento de meios da Havas Media que inclui também publicidade exterior e o Facebook e Instagram do apresentador

Manuel Luís Goucha junta-se ao Lidl Portugal na nova campanha que celebra a época natalícia, aprovando a qualidade de uma seleção de produtos premium da gama Deluxe do Lidl. O selo de aprovação de Manuel Luís Goucha estará presente nas redes sociais do apresentador, publicidade exterior e nas páginas Deluxe dos folhetos do Lidl.

“A paixão pela cozinha, combinada com o requinte que o define, fazem de Manuel Luís Goucha o embaixador perfeito para esta gama”, refere o comunicado de imprensa.

Com criatividade desenvolvida internamente e planeamento da Havas Media, a campanha está presente em publicidade exterior, nas páginas Deluxe dos folhetos do Lidl Portugal e nas redes sociais Facebook e Instagram do apresentador, onde os seguidores vão poder acompanhar sugestões de produtos da Deluxe e receitas natalícias confecionadas pelo apresentador, desde entradas a sobremesas.

A partir de 17 de novembro, os portugueses vão poder acompanhar uma rubrica de receitas no novo programa ‘Funtástico’ da TVI, apresentado por Manuel Luís Goucha. Esta rubrica irá contar com uma seleção de produtos Deluxe.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

We Are Social ganha redes sociais do Carlsberg Group

“Ficámos impressionados com a combinação da reputação criativa e o alcance global, bem como com a capacidade da agência de incorporar novas tecnologias na nossa abordagem para as redes sociais”, refere Henna Mertsola, diretora global de marketing e media digitais da empresa

O Carlsberg Group vai entregar a gestão das redes sociais, que em Portugal são trabalhadas pela agência criativa Judas, à filial britânica da agência We Are Social. A agência que venceu o ‘pitch’ internacional passa a ser responsável pela estratégia de ‘social media’ das marcas Carlsberg, San Miguel, Kronenbourg 1664, Holsten, Tuborg, Somersby e Tetley.

Além de campanhas e conteúdos globais, também estão previstas comunicações locais, nos mercados onde as bebidas do grupo são comercializadas. “Estamos entusiasmados por trabalhar com uma empresa tão progressista como o Carlsberg Group, com marcas que desejam genuinamente apresentar um trabalho de vanguarda”, refere Lisa Austin, gestora de clientes da filial britânica da We Are Social.

A We Are Social vai também colaborar com o Carlsberg Group na definição da nova estratégia digital para as diferentes marcas, através da iProspect, agência global de media do grupo dinamarquês. A produção de campanhas e de conteúdos vai ser desenvolvida através da We Are Social Studios, produtora que integra a agência.

“Ficámos impressionados com a combinação da reputação criativa e o alcance global, bem como com a capacidade da agência londrina de incorporar novas tecnologias na nossa abordagem para as redes sociais”, explica Henna Mertsola, diretora global de marketing e media digitais da empresa, citada em comunicado de imprensa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Digital

OpenAI lança motor de pesquisa para competir com Google

Para alimentar os resultados, o ChatGPT Search tem como base outros motores de pesquisa, como o Bing da Microsoft, que é um dos maiores investidores da OpenAI. Destaca-se por conseguir fornecer informações em tempo real, à semelhança de um motor de pesquisa

A OpenAI, empresa que detém o ChatGPT, está a lançar agora o ChatGPT Search, que estava em testes desde o verão, entrando num mercado que há décadas é dominado pela Google, noticia a Fortune. Esta versão do ‘chatbot’ de inteligência artificial (IA) permite aos utilizadores obter as informações mais recentes disponíveis na internet.

Grande parte dos resultados das pesquisas são semelhantes aos que se encontram numa pesquisa normal feita no Google. Mas o ChatGPT Search tem a capacidade de fornecer informações em tempo real, tal como faz um motor de pesquisa, para informações que os utilizadores querem saber de imediato e que podem mudar a qualquer momento, como é o caso dos resultados desportivos, por exemplo.

A ferramenta recolhe e resume as informações e cita as respetivas fontes. Para se preparar para o lançamento, a OpenAI estabeleceu acordos com empresas de comunicação social, como The Atlantic, The Wall Street Journal, Vox, entre outras, para permitir que os conteúdos sejam incluídos nos resultados de pesquisa.

O ChatGPT Search tem como base outros motores de pesquisa para alimentar os seus resultados. Um deles é o Bing, o motor de busca da Microsoft, que é um dos maiores investidores da OpenAI. No entanto, a OpenAI não é a única empresa a tentar fazer concorrência à Google com um motor de pesquisa alimentado por IA.

A Perplexity, ‘startup’ apoiada por Jeff Bezos, apresenta-se como um motor de pesquisa com IA. A Google também utiliza o Gemini para resumir o conteúdo que aparece nas hiperligações que lista como resultados de pesquisa.

A Alphabet, a empresa-mãe da Google, não divulga os números exatos das suas pesquisas, que deverão situar-se na ordem dos milhares de milhões por mês. Mesmo sem os números específicos, estes são significativamente mais elevados do que a quantidade de utilizadores que o ChatGPT e o Perplexity têm.

Em agosto, a OpenAI afirmou que o ChatGPT tinha 200 milhões de utilizadores semanais, cerca de 800 milhões por mês. Enquanto o Perplexity tinha 10 milhões de utilizadores ativos mensais em fevereiro, de acordo com o The New York Times.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Media

Transformação digital de empresas de media tem programas de apoio

Dinamizadas pelo Aveiro Media Competence Center (AMCC), as duas formações digitais são certificadas pela Google News Initiative (GNI), conduzidas em português e exclusivas para profissionais dos media. As inscrições estão abertas e são feitas online

O Aveiro Media Competence Center (AMCC) está, em parceria com a Google News Initiative (GNI), a promover dois programas de formação empresarial que pretendem acelerar a transformação digital das pequenas e médias empresas de media.

Dirigido a órgãos de comunicação social, jornalistas e outros profissionais do setor, o programa ‘Desenvolvimento da Audiência’ quer aumentar a presença digital dos produtores de notícias, permitindo-lhes melhorar as receitas através do aumento das audiências.

As quatro sessões da formação digital ensinam “técnicas para aumentar audiências através dos motores de busca, para melhorar a captação de público multicanal e para aprender sobre as melhores práticas na elaboração e lançamento de ‘newsletters’, através de ferramentas, tais como o Google Analytics 4 (GA4), o News Consumer Insights, o Search Console, o YouTube e ferramentas de inteligência artificial (IA) específicas para a indústria dos media”, explica a o site da AMCC.

O programa ‘Receita de Leitores’, dirigido a órgãos de comunicação e jornalistas, dá a conhecer as melhores práticas para acelerar competências digitais e para lidar com as alterações que ocorrem na indústria dos media.

“As três sessões visam explorar formas de aumentar a sua receita publicitária e públicos-alvo através das ferramentas Reader Revenue Manager e Privacy Sandbox 3PCD. Será também introduzido a novas ferramentas e ao Google Ad Manager”, informa a AMCC.

As formações digitais desenvolvidas no âmbito dos dois programas são certificadas pela GNI e conduzidas em português. As inscrições estão abertas e podem ser feitas online, na secção de formações do site da AMCC.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Digital

Julgamento da Google gera debate sobre liberdade de empresas editoriais

Em causa está a capacidade para participar em mercados de publicidade digital robustos, sem as ferramentas da Google. O Departamento de Justiça sugere o desmembramento do negócio de tecnologia de anúncios da Google. Ambas as partes apresentam os argumentos finais a 25 de novembro

A Google está a tentar fazer valer o argumento de que a plataforma Google Ad Manager é aberta, de forma que as empresas editoriais possam associar-se a fornecedores de tecnologia de publicidade externos à Google, na venda de espaços publicitários online, noticia a Ad Age.

A empresa liderada por Sundar Pichai apresentou a 5 de novembro novos documentos para fundamentar esta argumentação, no âmbito do julgamento sobre tecnologia publicitária, que foi ouvido em setembro no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Leste da Virgínia, presidido pela juíza Leonie Brinkema.

Se a tecnologia publicitária da Google for, de facto, tão aberta como a empresa afirma, a juíza poderá determinar que o caso não se trata de um monopólio. Concorrentes do mercado da tecnologia publicitária defendem, porém, que ainda não é claro que os editores possam participar razoavelmente em mercados de publicidade digital robustos, sem as ferramentas da Google.

No documento apresentado pela empresa, que tem mais de 600 páginas, a Google continua a argumentar que os editores que utilizam o Google Ad Manager para controlar o seu inventário de anúncios online são livres de utilizar outras tecnologias de anúncios para preencher os espaços publicitários. A Google enfatiza ainda que os editores podem utilizar tecnologia publicitária externa para receber a procura de publicidade da Google. Isto significa que, alegadamente, os editores não são obrigados a utilizar o Google Ad Manager para beneficiarem da fonte lucrativa de publicidade da Google.

Um dos principais argumentos apresentados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos é o facto de os editores serem obrigados a utilizar o Google Ad Manager, que, alegadamente, representa quase 90% do mercado de fornecimento de ferramentas de publicidade a páginas web. O Departamento de Justiça sustenta que o poder da Google no domínio das vendas, através da relação do Google Ad Manager com os editores, e o seu peso no mercado dos anúncios, através da procura de publicidade do Google Ads, fazem da Google uma empresa monopolista.

O resultado do processo poderá determinar o futuro do negócio de tecnologia publicitária da Google, um setor que o gigante das pesquisas ajudou a desenvolver desde que comprou a DoubleClick por 3,1 mil milhões de dólares (€2,8 mil milhões), em 2008. O Departamento de Justiça sugere o desmembramento do negócio de tecnologia de anúncios da Google, mas ambas as partes vão apresentar pessoalmente os argumentos finais, a 25 de novembro, para o julgamento ser concluído.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Publicidade

Júlia Palha é o rosto da campanha institucional do Novo Banco (com vídeo)

Com criatividade da BBDO e estratégia de meios da Hearts & Science, a campanha multimeios associa a simplicidade e a digitalização à vivência do dia a dia da atriz Júlia Palha (na foto), com o objetivo de rejuvenescer a marca

O Novo Banco escolhe a atriz Júlia Palha para protagonizar a nova campanha institucional, com o objetivo de rejuvenescer a marca, virando-se mais para o público dos jovens em início de vida ativa. “É a primeira vez que o Novo Banco aposta numa figura pública para protagonizar uma campanha, assumindo também aqui este novo ciclo da comunicação da marca”, refere o banco em comunicado de imprensa.

Depois de ter assumido a música como novo território de comunicação, a marca Novo Banco consolida agora a entrada num novo ciclo. Com o mote ‘A minha vida é novelas, mas não gosto de novelas na minha vida’ e com a assinatura ‘Por isso, sou Novo Banco’, a campanha mostra como a vida financeira de Júlia Palha é simples, por recorrer ao Novo Banco.

“A estratégia criativa e de media vai ao encontro das caraterísticas do target, criando uma narrativa que viverá em televisão, cinema, rádio, imprensa, múpis digitais, balcões do Novo Banco e em conteúdos breves nas redes sociais”, refere o comunicado de imprensa.

A campanha, que conta com a criatividade da BBDO e a estratégia de meios da Hearts & Science, associa a simplicidade e a digitalização à vivência do dia a dia de Júlia Palha, querendo evidenciar que o Novo Banco é um banco de relação, próximo e com uma rede física moderna.

“O argumento assenta na simplicidade e facilidade de ter o banco nas suas mãos, através da App do Novo Banco e ao mesmo tempo, saber que nas decisões mais importantes, terá ao seu lado alguém com quem pode contar. Um guião que foi natural e rápido para a atriz decorar e interpretar”, explica o banco em comunicado.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

DreamMedia promove maior outdoor no norte do país

“Ninguém em Portugal terá mais faces de múpis a partir de 2025 do que a DreamMedia. São mais de 15 mil faces apenas de múpis em papel, num ecossistema que terá mais de 20 mil faces multiformato”, afirma Ricardo Bastos, CEO da DreamMedia, em declarações exclusivas ao M&P

A DreamMedia apresentou o Oporto Gate, promovido como o maior ‘outdoor’ digital no norte do país, localizado na entrada norte do Porto. O novo suporte está associado à gama Collection, rede ‘premium’ da DreamMedia, que agrega também o Lisbon Gate.

“Sabemos que a entrada norte do Porto, principalmente a A3, é um dos grandes polos de movimento pendular e de entrada e saída da cidade do Porto, um local onde o licenciamento de publicidade é muitíssimo restrito porque já é uma área inserida no município do Porto. Surgiu esta oportunidade, numa localização soberba, numa zona não só de tráfego diário muito forte nas horas de ponta mas, no ‘prime time’, é uma zona de trânsito parado, e entendemos que este local tinha todo o enquadramento para servir uma posição da gama Collection”, revela Ricardo Bastos, em declarações exclusivas ao M&P.

A apresentação da DreamMedia na Estufa Fria, a 5 de novembro, abrange também a rede Move, que é agora oficializada com a concessão de publicidade em cerca de 1600 autocarros da Carris Metropolitana, com cerca de cinco mil faces, à qual a empresa atribui o estatuto de “a maior frota de autocarros do país para comunicação publicitária na Área Metropolitana de Lisboa”.

“Acabámos de introduzir hoje a família dos transportes, a rede Move, que é a nossa sexta família, através da exploração de autocarros”, afirma Ricardo Bastos, acrescentando que “ninguém em Portugal terá mais faces de múpis a partir de 2025 do que a DreamMedia. São mais de 15 mil faces apenas de múpis em papel, encontradas num ecossistema global que terá mais de 20 mil faces multiformato, com outros meios”.

Após ter lançado em janeiro de 2024 a DreamMedia Ads, plataforma programática de compra de espaços publicitários, a empresa liderada por Ricardo Bastos integra agora a DreamMedia Ads nas principais plataformas programáticas (SSP e DSP) do mundo. Sendo agora possível comprar os produtos da rede digital DreamMedia por via da Google, Yahoo, The Trade Desk, entre outras, que neste momento já possuem o inventário da DreamMedia.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Publicidade

Glovo disponibiliza novas soluções de ‘retail media’ ‘in-store’ e ‘off-app’

“Marcas como a Glovo, que são ferramentas integrantes do ecossistema enquanto aplicações transacionais, têm de adaptar a oferta de acordo com as necessidades das marcas e as tendências do mercado”, afirma Bruno Firmo (na foto), líder da equipa de ‘brands ads’ da empresa

A Glovo está a reforçar a oferta de ferramentas publicitárias de ‘retail media’, através de duas novas soluções, a Glovo Connect e o Post Order Screen.

A Glovo Connect é uma solução de compra programática, segmentada para impactar utilizadores qualificados em inventário fora da sua aplicação. O Post Order Screen, também disponível para marcas não-endémicas, oferece a possibilidade de efetuar ligações para websites externos à aplicação.

“O ‘retail media’ cresce de forma vertiginosa e marcas como a Glovo, que são ferramentas integrantes do ecossistema de ‘retail media’ enquanto aplicações transacionais, têm de adaptar a sua oferta de acordo com as necessidades das marcas e as tendências do mercado”, afirma Bruno Firmo, líder da equipa de ‘brands ads’ da Glovo, citado em comunicado de imprensa.

As novas soluções reforçam a oferta de ‘retail media’ ‘in-app’ da Glovo para marcas endémicas, que inclui ‘banners’ e soluções de ‘boosted search’ e ‘cart-upsell’, geridas por uma equipa dedicada. A intenção é potenciar o negócio de marcas, restaurantes e parceiros, aproximando-os ainda mais dos utilizadores.

Com mais de três milhões de descargas da aplicação móvel em Portugal, a Globo possibilita, através da Glovo Connect, que as empresas impactem segmentos altamente qualificados, através de compra programática. “Podem fazê-lo utilizando a riqueza dos seus dados primários, tais como dados de compras prévias por produto ou categoria, valor de cestos médios ou pesquisas na plataforma”, refere o documento.

As audiências estão disponíveis para compra através da Google DV360, da The Trade Desk e da Adsmovil, com as marcas a terem a possibilidade de, nos formatos ‘display’ e vídeo, maximizarem o seu impacto em momentos de notoriedade e/ou de otimização das conversões na plataforma.

“Além das já conhecidas soluções de ‘in-store media’, quisemos aumentar a nossa oferta com soluções ‘off-app’, dando a possibilidade às marcas de impactarem audiências segmentadas e altamente qualificadas em contextos fora da aplicação da Glovo. Isto dá-lhes a oportunidade de comunicarem, de forma assertiva e efetiva, com aqueles que realmente são os seus públicos-alvo”, refere o responsável.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.