Portugal só representa 10% da indústria de áudio em português
Brasil lidera com 84% e os restantes 6% englobam entidades que produzem e comercializam formatos de áudio em língua portuguesa, a partir de outros países europeus, Estados Unidos e Canadá, conclui o Audiobook Global Growth Report, que estima que a indústria áudio portuguesa gera cerca de €30 milhões por ano
Luis Batista Gonçalves
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Há 365 entidades a impulsionar o desenvolvimento da indústria de áudio em língua portuguesa, mas mais de 300 são brasileiras, avança o estudo Audiobook Global Growth Report, elaborado pela Dosdoce.com e divulgado em comunicado de imprensa. A plataforma, que analisa as tendências da economia digital, elaborou aquele que é apresentado como “o primeiro mapa da indústria de áudio em língua portuguesa” e estima que a indústria áudio em Portugal já gera perto de €30 milhões por ano.
O Brasil lidera, no entanto, o mercado, com 84% das entidades identificadas no estudo a terem origem brasileira. Portugal representa apenas 10% da indústria de áudio. Os restantes 6% englobam entidades que produzem e comercializam formatos de áudio em língua portuguesa, mas estão sediadas em outros países europeus, Estados Unidos e Canadá.
“As quase 400 entidades que representam esta indústria criaram, nos últimos anos, mais de 250.000 podcasts e cerca de dez mil audiolivros em português, entre outros formatos de áudio. Prevê-se que a indústria do entretenimento sonoro (podcasts, audiolivros, rádio e música em ‘streaming’) continue a crescer cerca de 10% em todo o mundo, até ao final desta década”, refere o estudo.
Enquanto que, no Brasil, existem mais de 300 entidades que investem em conteúdos e formatos de áudio, em Portugal há apenas 40. “Os meios de comunicação (56%) são o principal grupo que aposta no áudio, principalmente em podcasts, seguidos por editoras, como a Leya ou a Porto Editora, que representam 19% das entidades analisadas”, revela a análise.
Em terceiro lugar, surgem os estúdios de produção, que representam 14% do total de entidades que apostam nos formatos sonoros. “Em quarto lugar, 5,5% das entidades identificadas são plataformas de escuta de conteúdos de áudio que têm por base a palavra falada, incluindo podcasts, audiolivros, audioteatros e ‘bookcasts’, como a Bertrand ou a Kobo-Fnac”, aponta o estudo.
De acordo com o documento, embora as plataformas de ‘streaming’ representem apenas 3% do total da indústria de áudio, são as principais impulsionadoras do setor, dado que investem milhões de euros na produção de audiolivros, sendo responsáveis pela produção de quase dois terços dos títulos em língua portuguesa no mercado.
“As plataformas de ‘streaming’ têm sido as principais promotoras da indústria do áudio, investindo na produção de mais de 90% dos audiolivros para impulsionar os mercados de língua portuguesa”, afirma Javier Celaya, analista e fundador da Dosdoce.com, defendendo que “as editoras devem optar pelo formato áudio investindo na produção própria de audiolivros para beneficiarem do crescimento desta indústria”.