Sanjo investe €150 mil por ano em promoção
Além do lançamento de novos modelos, a marca aposta em parcerias com a Burel Factory, a Wolf & Rita e a Surge Skateboarding Magazine. Marketing nas redes sociais é o foco da comunicação da Sanjo, abordada na O Que É Nacional, rubrica do M&P dedicada a marcas portuguesas
Luis Batista Gonçalves
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A Sanjo vive, aos 92 anos, uma nova fase de expansão. Em 2024, a marca de calçado nortenha, que agora também vende roupa e acessórios, faturou cerca de €2,5 milhões, mais €200 mil do que os €2,3 milhões registados em 2023, que representam um crescimento de 26% face a 2022.
Para além do lançamento de novos modelos, como os ténis FTC 86 (na foto), inspirados no ‘skateboarding’, que chegaram ao mercado em dezembro do ano passado, a Sanjo aposta numa comunicação promocional assente no digital, que lhe tem permitido conquistar novos consumidores.
“Recorremos essencialmente ao marketing de conteúdo, pela qualidade e pela consistência, porque sentimos que, pelo seu passado, a Sanjo já é uma autoridade no que respeita a contar histórias. A promoção nas redes sociais e através de email marketing não só nos ajuda a conquistar e fidelizar novos clientes como valoriza a marca de forma global”, explica ao M&P Vítor Costa, diretor criativo da Sanjo.
A estratégia de promoção da marca, que investe cerca de €150 mil por ano em marketing e comunicação para promover calçado, roupa e acessórios, é desenvolvida internamente pela empresa, com a Companhia das Soluções a assegurar a assessoria de imprensa e o Box32 Studio as ativações de marca.
O marketing de influência é outra das estratégias promocionais recorrentes, apesar de a Sanjo não ter embaixadores. “Valorizamos sobretudo a conexão real com a marca e tentamos que os seus valores estejam alinhados com os nossos ‘drivers’ e com as nossas histórias”, esclarece Vítor Costa.
Presente em 140 pontos de venda em Portugal e em 60 no estrangeiro, em sete países, a Sanjo exporta 12% do calçado que produz. Lá fora, a promoção da marca é exclusivamente digital, ainda que o principal canal de venda seja offline, tal como cá, o que tem levado a empresa a apostar no conceito ‘store-in-store’, com a criação de espaços próprios no interior de lojas multimarca, em parceria com agentes e distribuidores locais.
“A nossa estratégia passa pela elevação da marca na oferta e na qualidade dos produtos, incorporando-lhes elementos de design contemporâneo e uma estética ‘preppy’, com muitos detalhes e um apelo mais estético. Apesar dessa renovação, existe um profundo respeito pelas raízes da marca”, assegura Vítor Costa.
A origem do nome
Fundada em 1933, em São João da Madeira, a Sanjo começa a ser produzida pela Empresa Industrial de Chapelaria (EIC). Numa altura em que o uso de chapéus caía em desuso, a empresa recorre à borracha para criar as solas na origem das futuras sapatilhas. No momento de lhes dar nome, o empresário António José Oliveira Júnior homenageia a cidade que lhe deu berço e o clube local, a Associação Desportiva Sanjoanense (ADS).
Com o encerramento da EIC, em 1996, a marca é vendida em hasta pública, em 1997, regressando ao mercado apenas em 2010. Em 2019, é adquirida pelo M2Bewear, grupo empresarial de Braga, que transfere a produção para Felgueiras.
O modelo K100, a reinterpretação do modelo original lançado pela marca há cerca de 80 anos, é o mais vendido, apesar de o modelo de ténis de corrida Hyper Run, a lançar nos próximos meses, ser uma das apostas fortes para 2025. “Com elementos de design contemporâneo, são bastante distintos de todos os lançados até à data”, assegura Vítor Costa.
Para conquistar novos consumidores, a Sanjo tem também apostado em parcerias com empresas como a Burel Factory e a Wolf & Rita e em colaborações com entidades como a revista Surge Skateboarding Magazine, que resultaram no lançamento de novos modelos e produtos.
“A marca tem uma narrativa ‘cool’ que gera entusiasmo dentro e fora o país. O maior desafio para o negócio é manter a competitividade face à abrupta subida dos preços de produção que se tem vindo a registar em Portugal”, salienta, contudo, Vítor Costa.