Como a PSP se tornou num case study da comunicação digital
“Desconstruímos, através do humor e de uma comunicação light, aquela imagem do polícia austero, demasiado sério e sisudo”. A afirmação, ao contrário do que se possa pensar, é dita por […]

Pedro Durães
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“Desconstruímos, através do humor e de uma comunicação light, aquela imagem do polícia austero, demasiado sério e sisudo”. A afirmação, ao contrário do que se possa pensar, é dita por um polícia. O intendente Hugo Palma é o responsável pelo Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP, entidade pública com a página de Facebook com mais seguidores em Portugal, e esteve na conferência Comunicação e Debate organizada pelo M&P, esta terça-feira, para explicar a missão da equipa que lidera. Ouvimo-lo falar da sua equipa como “os meus criativos” e isso, numa instituição séria como esta, é demonstrativo do ambiente que explica o sucesso da comunicação da PSP. “A direcção nacional da Polícia de Segurança Pública está alinhada connosco e dá-nos o espaço que permite este ambiente criativo”, afirma Hugo Palma, sublinhando, no entanto, que esta “é uma relação difícil porque não deixamos de ser uma instituição policial e não nos podemos desligar da nossa imagem de seriedade, imparcialidade, isenção”. “O meu papel às vezes passa por refrear os meus criativos”, admite o intendente, que garante que a equipa passa “muito tempo a ponderar se colocamos determinados posts, às vezes mais do que o tempo que demoramos a trabalhá-los”.
É o caso de um post colocado na sequência do episódio do microfone da CMTV atirado para um lago por Cristiano Ronaldo. “Em rigor é um crime, mas vimos que as vítimas adoptaram desde cedo uma postura leve e nós seguimos em tom de brincadeira. O post teve um alcance de mais de um milhão de pessoas, correu bem mas gastámos mais tempo a pensar se púnhamos o post do que a criá-lo”, conta.
A equipa do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP conta com 10 elementos, três deles dedicados exclusivamente às redes sociais (a PSP está no Facebook e Twitter e pondera entrar também no Instagram), sendo a maioria desses elementos polícias com formações em áreas como a comunicação ou marketing. “São pessoas muito diferentes entre si, com gostos e experiências diferentes. Isso permite-nos nas reuniões criativas ter inputs muito díspares e heterogéneos”, refere Hugo Palma.
Uma das missões, trabalhada através dos posts diários com fotos de agentes a dizer “Bom dia” ou com posts aproveitando momentos como a estreia da nova temporada de Guerra dos Tronos ou a chegada dos Pokémons a Portugal, é a construção de uma imagem associada ao policiamento de proximidade, algo que começou a ser feito desde a década de 90 com a iniciativa Escola Segura. Para isso, explica Hugo Palma, a presença da PSP nas redes sociais tinha de ir além da transmissão de informação. “Era essencial garantir a existência de criação de valor para a marca PSP”. Isso, diz, passa por “sermos orgânicos, sermos reais, mostrar o que sentimos, que somos pais, irmãos, filhos de alguém, humanizar uma instituição com uma imagem mais monolítica e mostrar que é uma instituição feita de pessoas”.
Artigo desenvolvido na próxima edição em papel do M&P