Compra de livros aumenta na Grande Lisboa. Porto regista a maior quebra
A maioria dos portugueses adquiriu livros no último ano. De acordo com o estudo “Mercado do livro e hábitos de compra em Portugal”, nos últimos 12 meses, foram 62% os […]
Luis Batista Gonçalves
Governo acaba com publicidade na RTP em 2027
Mosca Publicidade assina campanha contra trabalho infantil (com vídeo)
Uniões de ocasião
Hyundai patrocina modalidades de pavilhão do FC Porto
Audiências semanais: TVI mantém liderança, mas canais em aberto caem
Prémios M&P Comunicação estão de volta para a 11ª edição
Desinteresse dos utilizadores de redes sociais está a afetar marketing de influência
Folhetos anunciam mais promoções, mas descontos são menores
Alunos de marketing digital da TechOf traçam estratégia digital da HortasLX
Criativos a ver cavalos (e também surfistas desdentados)
A maioria dos portugueses adquiriu livros no último ano. De acordo com o estudo “Mercado do livro e hábitos de compra em Portugal”, nos últimos 12 meses, foram 62% os que o fizeram. Desses, 70% revelaram que compraram o mesmo número de obras literárias ou até mais do que no ano anterior.
O inquérito, realizado pela GfK a um painel constituído por 1.001 consumidores, entre os dias 18 de julho e 10 de agosto, apurou também que os jovens entre os 15 e os 34 anos continuam a ter o hábito de comprar livros. Este foi mesmo o segmento que mais os adquiriu no último ano, com 28% a confirmar a aquisição de novos títulos. Ainda assim, nas diferentes regiões de Portugal, os hábitos de leitura diferem. E muito.
Na Área Metropolitana de Lisboa, a compra de livros cresceu, mas no resto do país diminuiu. “As maiores quebras no último ano registaram-se no Porto”, avança a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Na segunda maior cidade de Portugal, o mercado livreiro recuou 14% face ao ano anterior. No litoral e no interior do país, a quebra ronda os 10%. As classes sociais mais baixas (C e D) foram as que menos obras compraram. Foram vendidas menos 26%.
Uma tendência que Pedro Sobral, presidente da instituição, gostaria de ver contrariada. “Não podemos ficar satisfeitos quando assistimos a uma subida do índice de compra de livros, mas apenas na Grande Lisboa. O aumento da leitura deve ser transversal a todo o país, independentemente da classe económica ou da região. Por isso, democratizar o acesso ao livro deve ser um imperativo nacional”, defende o dirigente.
Romance continua a ser o género literário preferido
Em comparação com o período anterior à pandemia viral de covid-19, 68% dos compradores adquiriu o mesmo número ou até mais livros do que em 2022. Nas camadas mais jovens, a compra de livros subiu 44%. Por critério geográfico, o Porto sofreu uma quebra de vendas de 11%, enquanto Lisboa cresceu 5% e o sul do país subiu 12%. O romance continua a ser o género literário preferido. Foi a escolha de 69% dos compradores.
O romance histórico, referido por 52%, ocupa o segundo lugar. Em terceiro lugar, figuram os livros infantojuvenis, que continuam a representar 50% das compras efetuadas. De acordo com o novo estudo da GfK, 82% dos inquiridos que comprou obras literárias fê-lo para consumo próprio. Na faixa etária dos 55 aos 74 anos, essa percentagem sobe para os 87%. 53% adquiriu títulos para oferecer.
O livro em papel continua a ser o mais privilegiado, representando 99% das obras transacionadas. As lojas físicas atraem 88% dos compradores, mas o digital também tem vindo a ganhar terreno no formato e no canal de compra. 8% dos leitores já adquire livros eletrónicos e 39% já tem o hábito de os comprar online. “Num país com os índices de leitura mais baixos da Europa, estes números trazem-nos esperança no futuro”, refere Pedro Sobral.
Hoje e amanhã, a primeira edição do Book 2.0 debate o futuro dos livros e da leitura no Picadeiro Real do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa. Promovido pela APEL, o evento reúne alguns dos grandes escritores e pensadores da atualidade. Impulsionar políticas públicas e fortalecer o ecossistema do setor livreiro, as editoras e a educação no país é a ambição deste estudo inédito sobre a literacia em Portugal, ponto de partida para uma nova reflexão.