Marketing

“Aliamos a media à criatividade porque o dinheiro, por si só, não garante resultados”

Em entrevista ao M&P, Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s Portugal, explica o que está a ser feito para rejuvenescer a marca e desvenda a estratégia de expansão, numa altura em que as vendas mundiais da cadeia de restauração rápida recuam 1,5%, mas sobem cerca de 17% em Portugal

Luis Batista Gonçalves
Marketing

“Aliamos a media à criatividade porque o dinheiro, por si só, não garante resultados”

Em entrevista ao M&P, Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s Portugal, explica o que está a ser feito para rejuvenescer a marca e desvenda a estratégia de expansão, numa altura em que as vendas mundiais da cadeia de restauração rápida recuam 1,5%, mas sobem cerca de 17% em Portugal

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Luis Batista Gonçalves
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Numa altura em que as vendas globais da McDonald’s registam a maior quebra em quatro anos, recuando cerca de 1,5%, em Portugal continuam a crescer em torno dos 17%. Em entrevista ao M&P, Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s Portugal, revela o que a empresa está a fazer para contrariar a tendência, quanto é que a marca investe anualmente para aumentar a faturação e como é que pretende reforçar a quota de mercado.

Na Europa, nos Estados Unidos e na China, as vendas da McDonald’s estão a cair. Portugal acompanha a tendência?
Não, a marca é muito forte cá. Felizmente, nos últimos anos, o negócio tem corrido bem em Portugal e 2024 não é exceção. Apesar de termos notado um contexto mais desafiante, com os consumidores a sentirem uma maior pressão nos rendimentos, vemos o trabalho que a marca tem feito a dar frutos. Através de soluções acessíveis e de inovação, continua a ter uma performance acima do mercado, em termos de visitas e de vendas.

O que é que se tem revelado mais eficaz na vossa estratégia?
Saímos da pandemia muito fortes enquanto marca, com máximos históricos ao nível da quota de mercado e da confiança na marca. Nos últimos dois anos, temos feito um trabalho de transformação criativa, procurando rejuvenescer a marca e voltar a torná-la mais relevante para gerações mais jovens. Essa estratégia permitiu-nos chegar ao início deste ano com uma marca muito saudável, muito forte, e, em cima disso, trabalhar em soluções de acessibilidade, mostrando que a McDonald’s é uma marca com preços acessíveis. Melhorámos a comunicação com a plataforma ‘Tu Mereces Mac’, apresentada em maio. Lançámos várias iniciativas, como a Europoupança Duo, que oferece pares de produtos a preços muito acessíveis. Tendo essas plataformas de valor a sustentar a ‘baseline’ do negócio, estamos a trabalhar muito a inovação. Fomos o primeiro país do mundo a lançar o Big Arch, o novo hambúrguer.

Em termos de estratégia promocional, qual é o foco para 2025?
Como as coisas estão a correr bem, não vamos inverter a estratégia, muito pelo contrário. Vamos continuar a trabalhar para ganhar mais relevância entre as gerações jovens, sem esquecer todos os outros públicos, como as famílias, porque a McDonald’s é uma marca para todos. Como conseguimos ser muito abrangentes em termos de relevância, vamos continuar a inovar no nosso portefólio, para alargar a variedade da oferta. Há novas tendências no mundo da alimentação e estamos muito atentos, procurando antecipá-las, disponibilizando uma oferta alargada para sermos relevantes para todos. Melhorar a experiência que proporcionamos aos nossos clientes é outro desafio.

Como é que pretendem fazê-lo?
Temos uma experiência cada vez mais omnicanal, que se acentuou depois da pandemia com o crescimento do ‘delivery’ e do ‘drive’. Como tal, é muito importante garantir que em todos os ‘touchpoints’ da marca conseguimos proporcionar a mesma experiência, dentro e fora dos restaurantes, garantindo a personalização dessa experiência. Somos uma marca que chega a milhões de clientes todos os meses e sabemos cada vez mais sobre eles, devido ao nosso programa de fidelização. Estamos a usar esses dados para lhes oferecer uma experiência cada vez mais personalizada e menos massificada.

Digital ‘always on’

O que é que os consumidores mais valorizam?
A entrega de valor é muito relevante. Os consumidores valorizam muito a nossa previsibilidade, sabem com o que podem contar na McDonald’s. Também valorizam muito as soluções de acessibilidade, não lhes chamaria promoções, que oferecemos de forma permanente, como a Europoupança, a McBox para as famílias e os cupões digitais do programa de fidelização. Sentimos que é muito importante democratizar estas plataformas.

Em termos de suportes e formatos de campanhas, o que é que valorizam mais?
Procuramos trabalhar nas várias vertentes. Para uma notoriedade de larga escala, privilegiamos a televisão e os ‘outdoors’, sobretudo em fases em que o rendimento disponível das famílias é menor. Investimos muito em digital, que nos permite ter uma presença ‘always on’. Procuramos também aumentar o número de visitas aos restaurantes, através do nosso programa de fidelização, oferecendo pontos que podem ser trocados por produtos. Trabalhamos numa perspetiva complementar para garantir uma presença ‘above the line’ constante.

Em Portugal, as vossas campanhas têm sido criadas pela TBWA/BBDO. Vão continuar a sê-lo?
É uma agência de alinhamento internacional. Estamos muito satisfeitos com a relação e com o ‘output’ que temos obtido do lado da agência. O processo de transformação criativa que referi antes também é reflexo do trabalho de equipa que tem sido desenvolvido.

A McDonald’s está a investir cerca de 100 milhões de dólares numa estratégia de marketing digital global. O que está previsto para Portugal?
Essa também é uma prioridade para nós. Temos um programa de fidelização que já abarca quase dois milhões de portugueses. Além de permitir a troca de pontos por produtos, a ‘app’ também é usada para divulgar as campanhas que temos, como é agora o caso da de Natal. Estamos a procurar evoluir de um conceito mais transacional para um de construção de uma relação com os consumidores. Antes, não sabíamos nada sobre eles. Hoje, como já sabemos algumas coisas, podemos tornar a relação mais personalizada, apostando num marketing mais relevante.

Aposta em Joana Marques e Wandson

A estratégia promocional tem estado assente em figuras com forte presença no digital. Em 2025, vão mantê-la?
Não apostamos em figuras públicas como a Joana Marques ou o Wandson Lisboa apenas por uma questão de notoriedade. Fazemo-lo também pelo que podem acrescentar às campanhas que protagonizam. No caso da Joana Marques, o seu papel de ‘live coach’ era aquilo de que precisávamos para trabalhar o McCrispy. Também gostava de realçar a aposta em pessoas reais mais desconhecidas, que ganharam alguma projeção com as nossas campanhas, como é o caso da Mila Refacho, a jovem que teve o privilégio de filmar o meteorito, na campanha do Big Arch. Para a de Natal, fomos ter com dois dos nossos fãs nas redes sociais, que nos tinham pedido para protagonizar uma das nossas campanhas nas redes sociais. Demos-lhes essa oportunidade. Diria que há um equilíbrio para conseguirmos chegar a outros públicos, desenvolvendo campanhas mais autênticas e mais próximas.

Qual é o conceito da campanha de Natal deste ano?
A McDonald’s não é, por tradição, uma marca muito associada ao Natal, mas a verdade é que somos uma marca de bons momentos em família e entre amigos, o que corresponde muito aos valores do Natal. Estamos a procurar, de alguma maneira, começar a associar-nos mais a esta quadra, mas numa perspetiva que faça sentido para a marca, com um ‘twist’ de modernidade e de diversão. Esta campanha está centrada na ideia de celebrarmos o Natal, oferecendo aos nossos maiores fãs a possibilidade de ganharem, todos os dias, prémios diferentes no calendário do Advento, que disponibilizamos na nossa ‘app’.

“A afinidade com as gerações mais jovens e com as famílias já é elevada, mas ainda não atinge os níveis da notoriedade”, refere Sérgio Leal

As associações que têm feito à série de televisão ‘Morangos Com Açúcar’, como as que estão a promover agora, fazem parte da estratégia de rejuvenescimento da marca?
Sim, tem sido uma parceria de sucesso. É uma série que tem muito a ver connosco e que ajuda a rejuvenescer a marca. É uma série muito próxima dos jovens, mas chega a várias gerações. Neste tipo de parcerias, há uma linha muito ténue entre o artificial e o autêntico e a forma como os próprios atores abraçaram a McDonald’s, que é uma marca muito próxima deles, tornou as coisas muito naturais.

Segundo a Multidados, a McDonald’s é a marca de ‘fast food’ com maior notoriedade em Portugal, com 95,6%. Esperavam um número maior?
A McDonald’s é uma marca que está no ‘top of mind’ em todo o mundo. Embora seja uma insígnia global, cada país tem a capacidade de adaptar localmente a estratégia comunicacional. O nosso desafio para os próximos anos é aliar a notoriedade à proximidade, procurando construir uma afinidade ainda maior com as gerações mais jovens e com as famílias. A afinidade já é elevada, mas ainda não atinge os níveis da notoriedade.

O desafio Burger King

O segundo lugar é ocupado pela Pizza Hut com 92,9% e na terceira posição surge o vosso eterno rival, o Burger King, com 90%. O aumento desta rede de restaurantes em Portugal tem-vos obrigado a investir mais para fazer face à concorrência?
Esse crescimento tem influência na nossa estratégia. Termos um concorrente de peso como o Burger King obriga-nos a sermos ainda melhores, desafiando-nos e reinventando-nos todos os dias. Felizmente, em Portugal, uma das razões do nosso sucesso é a forma como temos conseguido continuar a crescer e a aumentar a quota de mercado, ultrapassando até os máximos históricos que atingimos durante a pandemia. Apesar de o Burger King ter o mesmo número de restaurantes que nós, o que há uns anos era impensável, continuamos a crescer. Estamos muito sólidos, o que significa que estamos a apostar na estratégia certa, em conjunto com os nossos franqueados, que também fazem um excelente trabalho de proteção da marca e de reforço da ligação com os clientes a nível local.

Qual é a quota de mercado da McDonald’s em Portugal?
Não posso revelar. Posso apenas dizer que é muito relevante. Somos líderes de mercado em Portugal. No negócio da ‘fast food’, somos a marca de referência.

Como tem sido a evolução do negócio?
Temos vindo a crescer, apesar dos impactos da inflação, das matérias-primas e do menor rendimento disponível dos consumidores. O mercado, neste momento, não está numa fase de expansão, ao contrário de outros períodos. Ganhar quota de mercado é a forma que temos de continuar a atingir os nossos objetivos, aumentando as visitas e as vendas. É o que tem acontecido.

São um dos principais anunciantes em Portugal. Vão reforçar o orçamento promocional em 2025?
Procuramos acompanhar o crescimento das vendas, na mesma proporção, com uma aposta forte em publicidade em media e digital, que é uma tendência em vários setores. Mas não avaliamos a aposta apenas em termos financeiros. A forma como temos evoluído ao nível da criatividade permite potenciar o investimento. A evolução que temos feito tem sido reconhecida pelo setor, nos Prémios Eficácia e nos da APPM, onde fomos eleitos a marca do ano. Gostamos de aliar a media à criatividade porque o dinheiro, por si só, não garante resultados. É preciso fazer o investimento certo, com as mensagens certas, para o conseguir.

Mas vão investir mais em marketing em 2025?
O valor de investimento está muito em linha com as vendas. Como crescemos cerca de 17% em 2023, terá muito a ver com esse tipo de percentagem. Não é exatamente igual, mas tem muito a ver com esse tipo de crescimento.

Em 2024, é superior ou inferior a esses 17%?
Está ligeiramente abaixo, mas o objetivo é procurar manter sempre estável o peso da aposta nos media, acompanhando a evolução das vendas.

E, em 2025, cresce?
Vamos procurar que acompanhe a evolução das vendas. Essa verba ainda não está completamente definida, mas a ideia é, sempre que se gera um determinado valor de vendas, reinvestir a mesma proporção em promoção.

Digitalização da experiência

A digitalização dos restaurantes, com menus digitais, quiosques interativos para os pedidos e a aplicação móvel, tem-se revelado uma estratégia eficaz?
Sim, com a vantagem que a digitalização da experiência nos permite ter muito mais informação sobre o cliente. Além de simplificar a experiência e de a tornar mais célere, tem um maior potencial de personalização no futuro. É esse o caminho que a marca está a trilhar, para já com bastante sucesso. O peso e a importância do negócio digital já são muito consideráveis.

A marca tem a ambição internacional de conseguir que 30% dos pedidos nos restaurantes sejam feitos através da ‘app’ a curto prazo. É um número demasiado ambicioso?
Em Portugal, já estamos próximos desse valor. Há restaurantes em que um pedido em cada quatro já é feito através da ‘app’. Temos de analisar o comportamento e os padrões dos consumidores para perceber o que falta para chegar aos outros 70%. Temos de criar modelos e ‘personas’ que nos permitam conhecer a nossa base de clientes e trabalhar para ela. Em Portugal, os 30% também são o objetivo, mas a médio prazo, dentro de dois ou três anos.

Além de comunicações direcionadas, a aplicação móvel permite criar experiências e ofertas exclusivas. Numa das coleções de copos que lançaram, havia um que só se conseguia através da ‘app’. Essa estratégia é para continuar?
Sim, a intenção é termos sempre um valor acrescentado para os nossos membros. Esse é um ótimo exemplo, porque essa campanha teve um grande sucesso e esse copo em particular, o ‘Rainbow Splash’, gerou uma grande procura. Tínhamos 36 mil e esgotaram em poucos dias. Aliás, o nome foi escolhido pelos membros do programa. Também aproveitamos para fazer alguns estudos, para percebermos que brindes é que os clientes fidelizados preferem. A ‘app’ é uma forma muito interessante de aumentar o envolvimento dos consumidores com a marca.

Como é que estão a usar a informação que recolhem com a ‘app’ para potenciar o negócio?
Uma em cada quatro visitas aos nossos restaurantes já é digitalizada. Este número acaba por ser permanente ao longo do ano. Procuramos integrar na ‘app’ as nossas campanhas principais. Temos também benefícios exclusivos para os membros do programa. Quando lançamos novos produtos, podem adquiri-los a preços mais acessíveis, através de cupões digitais. Agora, com a campanha do Natal, têm acesso a ‘merchandising’ exclusivo. Vamos alimentando esta relação e esta exclusividade ao longo do ano, muito à boleia das nossas iniciativas principais.

A ‘app’ vai ser um instrumento estratégico da vossa comunicação em 2025?
Sim, vamos manter ou até mesmo intensificar a sua utilização. Acelerar a digitalização do negócio e da marca é a nossa maior prioridade.

Sérgio Leal considera que “antes não sabíamos nada sobre os clientes. Hoje, como já sabemos algumas coisas, podemos tornar a relação mais personalizada”

Projeto com a Google

Em que fase é que está o projeto que a McDonald’s está a desenvolver com a Google, para integrar a inteligência artificial nos restaurantes?
Está a ser trabalhado ao mais alto nível, ainda numa fase exploratória. A ideia é usar a IA para facilitar o processo de interação com a marca, nos pedidos. Os clientes vão poder fazer pedidos por voz, enquanto estão a conduzir, para levantar no ‘drive-in’. A tecnologia está a ser testada e terá de ser avaliada. Fazemos sempre testes em mercados-piloto para melhorar as soluções que adotamos. Só depois de validadas é que são implementadas nos restaurantes.

Portugal é um desses mercados-piloto?
Não, ao contrário de outros projetos, como o Big Arch, não somos um mercado zero neste projeto. Penso que a maioria dos testes está a ser feita nos Estados Unidos. Mas haverá de chegar a Portugal dentro de alguns anos, não muitos.

Os Estados Unidos são o mercado onde a McDonald’s está a investir mais em experiências personalizadas. E Portugal?
O grande potencial do digital é que nos permite interagir de forma mais personalizada com os nossos clientes. A intenção é que, através da ‘app’, o quiosque do restaurante me reconheça e me faça sugestões. Através da análise dos meus padrões de consumo, pode sugerir-me fazer um pedido igual ao que fiz da última vez. As nossas equipas também podem usar a informação que é recolhida pela via digital para fazer recomendações. Já temos este projeto em andamento em Portugal.

Nos últimos meses, a marca foi associada a surtos de E. coli e a restos humanos encontrados nas cozinhas. Até que ponto é que estas notícias afetam o negócio?
Faço a análise no sentido contrário. Ao longo dos anos, temos feito um trabalho consistente, criando boas práticas de higiene e segurança alimentar, por exemplo. Isso faz com que, quando surgem essas notícias, que se espalham rapidamente num mundo globalizado, os impactos no negócio em Portugal sejam muito reduzidos. Muitas vezes, também há notícias sobre nós que não correspondem à realidade. Termos uma marca muito sólida, como é o caso em Portugal, protege-nos dessas notícias.

A imagem de Donald Trump a fritar batatas numa das vossas cozinhas tornou-se viral. Que impacto isto teve no negócio em Portugal e nos Estados Unidos?
A McDonald’s não tem qualquer partidarismo político ou religioso. É uma marca que está aberta a todos. Neste caso, houve uma combinação prévia com o franqueado dos Estados Unidos. Foi Trump como poderia ser Kamala Harris. A situação teve muito mais a ver com a política de transparência e de abertura de portas da marca. Acho que as pessoas conseguem perceber e distinguir isso.

Foi uma ação que afetasse negativamente a marca?
Foi importante para a marca em termos da promoção da política de transparência e de abertura de portas que temos. O trabalho que foi feito para o explicar nos Estados Unidos foi excelente.

“Estamos a procurar começar a associar-nos mais ao Natal, mas temos de o fazer numa perspetiva que faça sentido para a marca, com um ‘twist’ de modernidade e de diversão”, avança Sérgio Leal

Perder a marca Big Mac

A perda do uso exclusivo da marca Big Mac teve algum impacto no negócio ou na estratégia global da McDonald’s?
Não, porque é uma marca muito sólida, com muitos anos, que está muito acima desse tipo de proteções. O Big Mac, que é usado como índice de competitividade para comparar países, é um ícone que nos orgulha muito.

O lançamento do Big Arch foi associado à tentativa de criar uma nova marca e de um novo hambúrguer, que substituísse o Big Mac. É essa a estratégia?
Não, uma coisa não tem a ver com a outra. O Big Arch nasce de um ‘insight’ completamente diferente, que é a procura de um hambúrguer mais saciante, com o sabor icónico da McDonald’s. O Big Arch é distinto do Big Mac. Os primeiros resultados mostram que ocupa um espaço no nosso portefólio muito complementar ao do Big Mac. Tem sido um grande sucesso em Portugal, que foi o primeiro país do mundo a lançá-lo, o que também nos enche de orgulho. Mostra a confiança que as equipas de McDonald’s a nível global têm no mercado português e nas equipas portuguesas.

Promoveram-no com uma campanha nacional que podia vir a ser exibida em outros países. Houve algum a replicá-la?
A campanha foi muito associada à passagem do meteorito em Portugal. Associámos o Big Arch a algo que não acontece todos os dias, a algo a que ninguém fica indiferente. A campanha foi relevante porque foi muito próxima dos portugueses. Foi muito importante para gerar curiosidade e experimentação. Mas a ideia é evoluir para campanhas globais ou locais, focadas no que são os atributos do produto e não na ideia do meteorito.

Portugal é um dos países onde a McDonald’s testa muitos produtos. As sopas têm corrido bem, mas as bifanas e as tostas mistas não duraram muito. O que falhou?
Não falhou nada. A McDonald’s tem a capacidade de se adaptar às gastronomias locais, o que também nos distingue da concorrência. É também a isso que se deve parte do nosso sucesso em Portugal e no mundo. As sopas vão fazer 20 anos para o ano. Somos praticamente o único país do mundo que as tem. A McBifana e a McTosta também foram projetos espetaculares. Como há muitos pedidos nas redes sociais, de vez em quando recuperamo-las. Não está fora de hipótese voltarem como edições limitadas. A tosta mista acaba por existir nos nossos pequenos-almoços. Procuramos ter sempre um equilíbrio entre o portefólio americano, que é importante para nos diferenciar, e um portefólio mais familiar, mais próximo dos portugueses, para sentirem que a marca também é um bocadinho nossa.

Estão com uma promoção que oferece dois produtos icónicos da marca por €2. Tendo em conta que a margem de lucro será mínima, o que é que pretendem com esta ação?
O Europoupança Duo é um dos lançamentos deste ano. É muito importante num período difícil para os portugueses com menos rendimento disponível, porque permite-lhes continuar a comer fora de casa. As pessoas, depois, acabam por lhes juntar outros produtos ou adicionam-nos aos menus. Pela flexibilidade e pela versatilidade, acaba por ser muito usado fora dos períodos de refeições.

Esta estratégia está a ser adotada internacionalmente para contrariar a quebra de vendas?
Em todos os países, a McDonald’s procura estar na linha da frente, procurando disponibilizar as soluções de que os clientes precisam. Em Portugal, esta é uma delas. Nos casos de outros países, pode haver outras áreas ou outras ofertas que sejam prioritárias. Disponibilizar as soluções acessíveis de que as pessoas precisam é a preocupação geral em todos os países. Depois, a forma como é implementada ou as táticas concretas que são usadas variam em função do que é mais relevante para cada país. Em Portugal, a Europoupança já é uma marca muito forte.

“Ainda temos margem para crescer em Portugal”, garante Sérgio Leal

Retrocesso na rapidez

A McDonald’s era conhecida pela rapidez no serviço, mas nos últimos anos tornou-se mais lenta. É um retrocesso?
O serviço continua rápido. No dia em que não formos rápidos nem acessíveis, deixamos de ser a McDonald’s. A rapidez continua a ser uma prioridade. Em termos operacionais, medimos todas as componentes do serviço, no ‘drive-in’, no ‘delivery’ e no balcão do restaurante, e a evolução é positiva. Mas, no nosso mercado, há uma grande concentração nalgumas horas do dia. Entre as 13h e as 14h e entre as 19h e as 21h, é maior do que noutros países. As equipas estão preparadas para responder a esse pico. Temos vindo a melhorar nesses horários, com os investimentos que temos feito. Nos últimos anos, o crescimento do negócio de ‘delivery’ e do negócio digital acabou por tornar a operação mais complexa. Estamos a lidar com uma maior exigência, mas temos vindo a melhorar experiência de consumo.

O consumo de ‘delivery’ representa quanto do serviço total?
Já é uma percentagem significativa, de duplo dígito. Já é relevante. Foi lançado pouco antes da pandemia. Não temos nenhuma bola de cristal, mas tivemos essa felicidade. Foi um serviço crucial para fazer face à pandemia e, desde então, tem continuado a crescer. Pela conveniência e pela comodidade, é muito valorizado pelos portugueses, sobretudo pelas gerações mais jovens e pelas famílias.

A McDonald’s Portugal está a recrutar 900 vagas para funções de gestão e atendimento ao cliente. Com que intuito?
Ao mesmo tempo que avançamos na digitalização do negócio e da marca, estamos a fazer uma evolução, procurando ter nos restaurantes a quantidade necessária de pessoas que garantam a tal experiência rápida e eficiente. Mas também procuramos perfis de pessoas que melhorem a interação com o cliente e que antecipem a resolução de problemas. Temos um foco muito grande na experiência do cliente e no serviço de atendimento e de apoio. A estratégia é continuarmos a ser a marca favorita para atrair visitas. As coisas têm corrido bastante bem, mas não somos complacentes e continuamos a investir para sermos cada vez mais fortes e diferenciadores face à concorrência.

No próximo ano, quanto é que a McDonald’s vai investir em Portugal para melhorar o negócio?
Abrimos, em média, dez restaurantes por ano, o que corresponde a um investimento anual aproximado de cerca de €40 milhões. É um valor muito importante para nós, mas também para o próprio país. É um contributo económico que acreditamos que faz a diferença. Temos mais de dez mil colaboradores em Portugal, metade deles com idades entre os 16 e os 24 anos. Além do papel de empregador, desenvolvemos o mercado de trabalho através das ‘soft skills’ que proporcionamos às gerações mais jovens. Também compramos, a fornecedores locais, cerca de 40% das nossas matérias-primas. Alguns até já fornecem restaurantes de outros países. Há várias facetas da marca, algumas delas menos conhecidas, que acabam por ser muito importantes pelo contributo que dão ao país.

Contributo dos franqueados

Nos Estados Unidos, os franqueados estão a contribuir com uma percentagem extra de 1,2% das vendas digitais, para criar um fundo de 2,5 milhões de dólares para financiar a estratégia de marketing da marca. Em Portugal, isso pode vir a acontecer?
O nosso marketing é apoiado pelos franqueados. Uma parte das vendas é canalizada para as várias vertentes da promoção, incluindo a digital. Vamos continuar a trabalhar com eles nesse sentido. Neste momento, a marca tem 47 franqueados, que são empresários das comunidades locais, o que é algo que também nos distingue. Esta realidade aproxima muito a marca das pessoas. Trabalhamos muito em parceria. Tudo o que fazemos é alinhado com eles. Nestes contextos mais desafiantes, isso é fundamental. A marca também é muito forte em Portugal devido à qualidade dos nossos franqueados.

Em Portugal, também existe uma contribuição direta para um fundo?
O orçamento de marketing resulta de uma percentagem das vendas dos franqueados. Por isso, é que os planos de marketing e as iniciativas que lançamos são partilhados com eles. Isso faz com que se envolvam muito na promoção e na execução das campanhas. Os franqueados são uma extensão absolutamente decisiva da estratégia promocional. A marca também é deles.

A percentagem da contribuição dos franqueados portugueses é de quanto?
São dados que não posso revelar. Variam de país para país e estão definidos nos contratos de franchising.

Mas está acima ou abaixo de 1,2%?
No caso de Portugal, está acima desse valor, mas não estou muito seguro que esse 1,2% se destine concretamente a esse fundo de promoção que referiu. Nos Estados Unidos, há iniciativas específicas. Pode ser o caso.

A ambição internacional da marca é chegar ao fim de 2027 com 50 mil restaurantes em todo o mundo, mais 8 mil do que no início deste ano. Em Portugal, quantos é que podem abrir em 2025?
Em média, abrimos cerca de dez restaurantes por ano. Num ano ou noutro, pode ser um bocadinho mais ou menos. Mas essa é a média a que vemos o mercado a crescer nos próximos anos. Continuamos a ser um país onde há espaço para crescer. Em termos do número de restaurantes por mil habitantes, ainda temos margem para chegar a mais portugueses.

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Audiências do ‘Jornal da Noite’ crescem 11% com intervalos curtos

“Os anúncios são vistos por um milhão de pessoas nesses dias. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar”, afirma ao M&P João Paulo Luz, diretor comercial de televisão e digital da Impresa

Os intervalos curtos na SIC alavancam as audiências do ‘Jornal da Noite’ (na foto) em 11%, com os anúncios a serem vistos por mais de 250 mil espectadores, em média. Introduzida a 16 de fevereiro, a medida teve um impacto emocional 23% acima do conteúdo informativo, segundo dados da Mediaprobe. Três meses depois, os números confirmam a eficácia da estratégia.

“Nos dias de intervalos curtos, o ‘Jornal da Noite’ faz uma audiência média 11% acima da dos dias em que não temos ‘breaks’ curtos, com as visualizações da publicidade a subirem 25%”, explica ao M&P João Paulo Luz, diretor comercial de televisão e digital da Impresa.

A redução do número de anúncios nos intervalos publicitários do ‘Jornal da Noite’, segundo a Impresa, gera maior exclusividade, maior impacto emocional, maiores taxas de recordação e maiores taxas de custo por mil impressões (CPM).

“Tínhamos os spots nos ‘breaks’ longos a chegarem, em média, a 700 mil e 800 mil pessoas. Agora, nos dias de intervalos curtos, os anúncios são vistos por um milhão. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar”, afirma João Paulo Luz que, no evento ‘Connecting Talks: A Nova Televisão’, promovido pelo Publicis Groupe, a 7 de maio, em Lisboa, desafiou os restantes canais de televisão a adotarem o modelo.

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Ana Guiomar promove Quatru em campanha da Tux&Gill

Com planeamento de meios da PHD, a campanha inclui televisão, digital e exterior, com o filme publicitário de ‘3 em 1 é Quatru’ a mostrar a atriz a explicar a uma amiga as vantagens do portal imobiliário do banco

A atriz e apresentadora Ana Guiomar (na foto) é a protagonista da nova campanha do Quatru, serviço digital do BPI. Com criatividade da Tux&Gill e planeamento de meios da PHD, está a ser divulgada em televisão, digital e exterior, com o filme publicitário de ‘3 em 1 é Quatru’ a mostrar a atriz a explicar a uma amiga as vantagens do portal imobiliário do banco.

“O Quatru nasceu com a ambição de ser o parceiro de confiança dos portugueses em todas as etapas da sua jornada habitacional”, explica Teresa Sousa, diretora de inovação do BPI, salientando que “a energia positiva e a autenticidade da Ana Guiomar alinham-se com a mensagem do Quatru, de que encontrar casa certa deve ser um processo simples e entusiasmante, em qualquer fase da vida”.

Para além de procurar imóveis, a plataforma digital permite simular propostas de crédito à habitação e pedir propostas de financiamento. “Num tom descontraído, Ana Guiomar partilha com uma amiga como foi fácil encontrar e financiar uma nova casa com a ajuda do Quatru, com pequenas e divertidas alusões a novos capítulos na sua vida”, revela o BPI em comunicado de imprensa.

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Netflix lança anúncios compráveis baseados em IA. Max regressa a HBO Max

Anúncios em pausa compráveis e a inserção dinâmica de ‘product placement’ são algumas das novidades da Netflix, revela Amy Reinhard (na foto), diretora de publicidade da Netflix. A Warner Bros. Discovery anuncia plataforma de anúncios Neo

Amy Reinhard, diretora de publicidade da Netflix, revela uma série de novos formatos publicitários baseados em inteligência artificial (IA), incluindo anúncios compráveis que correspondem à programação que o espectador está a ver.

As funcionalidades serão lançadas no final de 2025, estando a implementação total prevista para 2026. Entretanto, a Warner Bros. Discovery anuncia o regresso à denominação HBO Max e o lançamento de uma nova plataforma de anúncios.

No evento de apresentação do inventário publicitário de 2025, no Perelman Performing Arts Center, em Nova Iorque, a Netflix anuncia um plano de ação para os profissionais de marketing, incluindo anúncios compráveis que surgem durante a programação ou nos momentos de pausa, bem como a inserção dinâmica de ‘product placement’ com base em IA, adaptando-se ao conteúdo que o utilizador está a ver.

A diretora de publicidade da Netflix anuncia o reforço da oferta de dados aos anunciantes, através de novas parcerias com a Experian e a Acxiom, que vão permitir utilizar os dados de audiências, anteriormente destinados à recomendação de conteúdos, para a segmentação de anúncios.

Estas inovações serão exclusivas para os assinantes do plano com suporte para anúncios, que, segundo Amy Reinhard, é o plano que mais cresce e já representa metade dos novos registos na plataforma, alcançando mais de 94 milhões de utilizadores mensais.

Warner Bros. Discovery reposiciona Max e lança plataforma de anúncios

A apresentação da Netflix contrasta com a apresentação da Warner Bros. Discovery, na qual a empresa anuncia que a sua plataforma de streaming Max voltará a chamar-se HBO Max. A decisão representa uma aposta na televisão tradicional por parte da HBO Max.

A empresa prevê ultrapassar os 150 milhões de subscritores até ao final de 2026, à medida que continua a expandir o HBO Max a nível mundial. “Vamos deixar que as outras empresas continuem a preencher as necessidades mais básicas com volume”, argumenta JB Perrette, CEO e presidente de streaming da Warner Bros. Discovery, acrescentando que “não estamos a tentar ser tudo para todos, mas sim algo distinto para adultos e famílias”.

A Warner Bros. Discovery anuncia também o lançamento da Neo, uma plataforma de anúncios, que será lançada ainda este ano. A Neo permitirá aos anunciantes um maior controlo sobre os investimentos no inventário linear e digital da Warner Bros. Discovery, bem como uma maior transparência relativamente aos programas em que os anúncios são apresentados.

Desenvolvida em parceria com as empresas de publicidade programática FreeWheel e Magnite, a plataforma permite aos anunciantes controlar o orçamento, o ritmo e os objetivos de otimização. Também vai permitir a introdução de dados próprios para uma melhor segmentação e relatórios em tempo real com base nos dados de audiência da Warner Bros. Discovery.

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Bro Cinema é a Produtora do Ano para o júri do The One Show

Mário Patrocínio, fundador da produtora audiovisual, recebeu o prémio em Nova Iorque, numa gala onde o projeto ‘Magnetic Stories’ da Siemens Healthineers, onde a Bro Cinema trabalhou, ganhou 19 troféus

A Bro Cinema, produtora audiovisual fundada por Mário Patrocínio (na foto) em 2012, é a Produtora do Ano para o júri do concurso internacional de criatividade The One Show 2025.

Na cerimónia de anuncio dos vencedores, que decorreu em Nova Iorque a 16 de maio, a Bro Cinema viu também o projeto ‘Magnetic Stories’ da Siemens Healthineers, desenvolvido em colaboração com a agência Area 23, ganhar 19 troféus.

“Este prémio marca um ano de extraordinário crescimento internacional da Bro Cinema, quer em termos de produção no meio publicitário, com vários prémios nos Cannes Lions e nos Clios; no setor do cinema, com o filme português mais visto de 2025, ‘On Falling’, que estreou recentemente e que coproduzi, bem como em produção de televisão com a série ‘FBI: International’ da CBS, com capítulos filmados em Portugal”, agradeceu Mário Patrocínio ao receber o prémio.

A Bro Cinema, que em fevereiro reforçou o leque de realizadores com a contratação de Vera Braga, está a crescer internacionalmente.

“Este prémio, que reforça o nosso plano de cooperação e colaboração criativa internacional com várias das maiores agências mundiais, revela também a capacidade portuguesa de criar condições únicas e multidisciplinares que trazem o melhor de vários universos criativos do panorama audiovisual a Portugal”, salienta a produtora em comunicado de imprensa.

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Sara Sampaio volta a dar a cara pela Calzedonia

Depois de ter protagonizado a campanha de primavera/verão 2012 da marca italiana, a modelo e atriz, de 33 anos, dá a conhecer a nova linha de praia, inspirada na estética mediterrânica

Sara Sampaio (na foto) regressa à Calzedonia 13 anos após a primeira colaboração. Depois de ter sido a imagem da campanha de primavera/verão 2012 da marca italiana, repetindo o feito em 2013, 2014 e 2015, a modelo e atriz, de 33 anos, dá a conhecer a nova linha de praia, inspirada na estética mediterrânica.

Além de Sara Sampaio, a nova campanha da Calzedonia conta com a participação de Laetitia Casta, atriz e modelo francesa, de 46 anos, que é também a cara da coleção de primavera/verão 2025 da Balmain. As duas modelos foram fotografadas e filmadas num cenário mediterrânico, em biquíni e fato de banho.

“Este verão chega com modelos inovadores e cortes modernos que refletem as últimas tendências de moda, adaptando-se a todos os estilos, desde o minimalista ao sofisticado, passando pelo glamour dos brilhos, a que nunca ninguém resiste”, explica a Calzedonia em comunicado de imprensa.

A marca integra o Oniverse, grupo de moda italiano que detém as marcas Intimissimi, Tezenis e Falconeri. Em 2024, a empresa, que nos Estados Unidos escolheu a modelo Kendall Jenner para promover os lançamentos da marca, reportou um crescimento global de 13,5% nas vendas, face ao ano anterior, tendo atingido uma faturação de €3,5 mil milhões.

 

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Positive Digital promove a comunicação online responsável e inclusiva

Associação sem fins lucrativos desenvolve ações de comunicação digital com o objetivo de consciencializar para a acessibilidade e inclusão digital, o cyberbullying e os discursos de ódio online

A associação Positive Digital quer contribuir para um ambiente digital mais empático, acessível e inclusivo, através de estratégias de comunicação digital.

Para isso, o projeto social conta com uma equipa voluntária, constituída por profissionais da área da comunicação, estudantes, influenciadores de redes sociais e até ativistas, que promovem a adoção de boas práticas no ambiente digital através da ações de comunicação.

O projeto arranca com quatro canais de comunicação – um website com blogue integrado, uma página de Instagram, Facebook e TikTok, nos quais são partilhados vários conteúdos informativos relacionados com as áreas de intervenção da organização. Conta ainda com a parceria da companhia de teatro Gato Escaldado e da Kabrio Agency.

“O ambiente digital tóxico e inseguro, assim como a inclusão digital, foram, desde o início, uma preocupação comum a toda a equipa do projeto. A nossa ambição é contribuir com estratégias e iniciativas de comunicação que motivem a mudança de comportamento e percepções, gerando, assim, um impacto social positivo”, refere Andreia Amaro, fundadora do projeto e presidente da associação.

Numa fase inicial, foram desenvolvidos conteúdos para as redes sociais que promovem a reflexão e cultivam boas práticas no ambiente digital, mas o objetivo da associação é atrair o apoio e investimento de parceiros que partilhem os valores da Positive Digital, de forma a crescerem. “Qualquer entidade ou empresa pode desafiar-nos a desenvolver uma estratégia de comunicação criativa que contribua
para a missão de promover um ambiente digital positivo”, conclui Andreia Amaro.

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Incerteza persiste para as marcas com novas tarifas de Trump

“A questão é saber o que significa ter uma organização otimizada para o marketing de desempenho quando não há produtos nas prateleiras”, diz Patti Williams, professora de marketing da Universidade da Pensilvânia,

Embora as marcas estejam a tentar navegar pela incerteza contínua da guerra comercial incitada por Donald Trump, o anúncio de uma redução das tarifas chinesas cria um novo cenário para os anunciantes, noticia a Ad Age. No âmbito de um novo entendimento de 90 dias, enquanto os dois países negoceiam um acordo, as tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos chineses serão reduzidas de 145% para 30%.

A notícia surge após retalhistas chineses, como a Shein e a Temu, terem aumentado os preços e reduzido o investimento publicitário, e marcas como a Adidas também terem alertado para a iminência de aumentos de custos. Embora a taxa mais reduzida possa proporcionar algum alívio, especialistas contactados pela Ad Age consideram que a incerteza vai persistir para as marcas, que se debatem com cortes orçamentais enquanto preparam as estratégias de marketing.

Entre receios crescentes de verem as prateleiras vazias à medida que as importações nos Estados Unidos diminuem, os consumidores também hesitam sobre quando devem comprar. De acordo com a consultora de análise do consumidor CivicScience, apenas 20% dos consumidores afirmam que não pretendem reduzir as compras este mês, o que representa uma descida em relação aos 28% registados em março.

“O consumidor está a lidar com uma enorme incerteza – não tenho a certeza de que as alterações sobre as tarifas tenham mudado muito a situação dos consumidores”, argumenta John Dick, CEO e fundador da CivicScience, citado na Ad Age , acrescentando que “independentemente do que acontecer com os altos e baixos das tarifas, há razões para considerar que a relação com o consumidor poderá ser mais difícil”.

Outra área de preocupação para as marcas continua a ser o inventário, à medida que surgem problemas na cadeia de abastecimento. Os especialistas afirmam que os profissionais de marketing podem precisar de reorientar as estratégias, apostando na construção da marca a longo prazo em vez do marketing de desempenho, que apenas impulsiona as vendas a curto prazo. Isto porque as marcas não vão querer direcionar os clientes para as prateleiras vazias das lojas.

“A verdadeira questão é saber o que significa ter uma organização otimizada para o marketing de desempenho quando não há produtos nas prateleiras. Como podem os marketers atribuir recursos e construir ações de marketing que apoiem uma marca a longo prazo, em vez de impulsionarem as vendas a curto prazo neste cenário?”, questiona Patti Williams, professora de marketing da Universidade da Pensilvânia, salientando que o que as marcas precisam é de pensar no planeamento orçamental à medida que os objetivos mudam.

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Asics aposta em ‘dogfluencers’

Depois de recrutar Felix (na foto), um cão de raça samoieda, como embaixador, a empresa desafia os donos de outros cães a apresentarem uma candidatura para darem a cara pela marca desportiva

Felix, um cão de raça samoieda com 1,2 milhões de seguidores no Instagram e 918,7 mil no TikTok, é o novo embaixador global da Asics.
O animal, pertencente aos autores do perfil de viagens The Travel Tellers, um casal alemão que não vai além dos 182 mil seguidores no Instagram, protagoniza a nova campanha da marca desportiva, criada pela Golin London.

“Enquanto outras marcas desportivas preferem recorrer a atletas de elite conhecidos e sugerir que a atividade física deve ser levada a sério, nós quisemos contar uma história inesperada sobre o desporto, com foco nas sensações, na diversão e no quotidiano. Adoramos a ideia de que os cães são os influenciadores de exercício menos conhecidos do mundo, apesar de levarem regularmente milhões de humanos a passear”, justifica Alex Wood, diretor criativo da Golin London, citado em comunicado de imprensa.

Divulgado em media digitais e redes sociais, o filme publicitário é realizado por Peter Franklyn Banks, produzido pela Kode, com a Publicis Media a assinar o planeamento de meios. Para amplificar a campanha, a Asics desafia os donos de outros cães a apresentarem uma candidatura para darem a cara pela marca desportiva, criando uma rede de ‘dogfluencers’.

“Ninguém nos motiva mais a fazer exercício do que os nossos amigos caninos. Todos os dias, em todo o mundo, os cães motivam-nos a atar os atacadores, a sair de casa e a mexer-nos. A nossa missão é incentivar o maior número possível de pessoas a sentir o poder inspirador da prática de atividade física”, justifica Gary Raucher, diretor global de marketing da Asics, citado no documento.

A campanha tem por base um estudo encomendado pela marca ao King’s College London. Segundo os dados, 69% dos britânicos que têm cães só praticam uma atividade física quando os passeiam, com 84% a sentirem-se de melhor humor depois de levarem os animais à rua e 79% a apresentarem menores níveis de stress.

“A nossa investigação mostra que as pessoas com cães têm mais probabilidade de praticar atividade física recomendada pelos especialistas desportivos e apresentam níveis de boa disposição superiores”, salienta Brendon Stubbs, investigador do King’s College London especializado em exercício físico e saúde mental, citado no comunicado.

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85% dos anúncios digitais não captam a atenção mais de 2,5 segundos

A maior parte dos anúncios online é ignorada. No entanto, uma exposição de 1,5 segundos é suficiente para os consumidores se recordarem dos ‘spots’ publicitários, desde que sejam criativos e impactantes, refere o estudo da VCCP Media e da Amplified

Se não forem criativos, inovadores e impactantes, os anúncios digitais tendem a ser ignorados pelos consumidores, que aceleram o scroll. De acordo com o estudo ‘Hacking the Attention Economy’, desenvolvido pela VCCP Media em colaboração com a Amplified, 85% dos anúncios digitais são vistos, em média, durante menos de 2,5 segundos. Ou seja, a maior parte dos anúncios online é ignorada rapidamente.

No entanto, segundo a análise, uma exposição de 1,5 segundos é suficiente para os consumidores se recordarem dos anúncios, das marcas e/ou dos produtos. “Num cenário mediático fragmentado, 1,5 segundos de atenção ativa podem revelar-se mais poderosos do que 15 segundos de exposição passiva”, refere o estudo.

De acordo com as contas da VCCP Media e da Amplified, por cada libra (€1,19) investida em publicidade, cerca de 60 pences (€0,71) acabam por ser desperdiçados. O que faz com que, anualmente, 66 mil milhões de libras (€78,4 mil milhões) do investimento publicitário em media digitais e redes sociais não tenha qualquer retorno.

“Os profissionais de marketing estão focados na eficiência dos media, mas estamos a assistir a milhares de milhões em ineficiência criativa sem controlo. Este relatório prova que a criatividade e a eficácia dos media são dois lados da mesma moeda, e que a atenção é o fator que os liga”, sublinha James Shoreland, CEO da VCCP Media.

A Amplified avaliou 20 mil reações a 72 anúncios digitais, analisando métricas de visualização, atenção ativa, resposta emocional, predisposição mental e impacto imediato dos spots. “Este estudo é o primeiro a provar que apenas 1,5 segundos de atenção genuína são suficientes para gerar resultados. Não se trata de fazer mais, trata-se de fazer melhor”, esclarece Karen Nelson-Field, fundadora da empresa.

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Audiências semanais: SIC e TVI empatam

O consumo global de televisão sofre uma quebra ligeira. A SIC e a TVI descem, embora a diferentes níveis, e registam ambas um ‘share’ semanal de 14,1%

Maria Barbosa

O consumo global de televisão está praticamente estável, com uma quebra muito ligeira esta semana, de apenas um minuto por dia, ficando pelas cinco horas e 17 minutos diários por indivíduo.

Esta semana SIC e TVI registam o mesmo valor de ‘share’ semanal; já nas variações do ‘share’ por canal, a RTP1 e a televisão por cabo são os canais que apresentam crescimento do seu ‘share’, ao contrário de SIC, TVI e ‘outros’, que descem.

Assim, a RTP1 reforça e atinge os 10,9% de ‘share’ semanal, a SIC e a TVI descem, embora a diferentes níveis, e registam ambas um ‘share’ semanal de 14,1%. A oferta por cabo reforça quota semanal e atinge os 42,0% de ‘share’, ao contrário do ‘outros’ (que inclui o visionamento em ‘time shift’, streaming e vídeo/jogos), que desce, tem agora 17,8% de quota de audiência.

No top 10 dos canais mais vistos da cabo, a primeira metade da tabela não sofre qualquer alteração face à semana passada, é ocupada por CMTV, CNN Portugal, SIC Notícias, Globo e STAR Channel. Nas posições restantes estão News Now, Hollywood, SIC Mulher e TVI Reality, que está esta semana de regresso ao top 10. A fechar a tabela dos mais vistos da semana está o STAR Life.

Mais uma vez esta semana, é o programa de humor ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha: Especial Outra Vez Eleições’, de Ricardo Araújo Pereira, na SIC, que lidera a tabela da programação semanal.

Na posição seguinte destaca-se a presença de um programa desportivo da CMTV que acompanhou os dois jogos decisivos da última jornada do campeonato, ‘Duelo Final/Sporting X V. Guimarães e Sp. Braga X Benfica’. Seguem-se o ‘Jornal da Noite’ da SIC, o reality show da TV ‘Big Brother – Especial’ e ainda o ‘Festival Eurovisão da Canção 2025/Final’, na RTP1.

Nos programas mais vistos da televisão por cabo, o pódio da semana é composto pelos desportivos da CMTV que acompanharam os jogos decisivos do final do campeonato, com ‘Duelo Final/Sporting X V. Guimarães e Sp. Braga X Benfica’ na liderança (mais uma vez com uma audiência superior a 1 milhão de indivíduos), seguido por ‘Golos: Segunda Parte/Sporting X V. Guimarães e Sp. Braga X Benfica’ e por ‘Golos: Primeira Parte/Sporting X V. Guimarães e Sp. Braga X Benfica’.

Nas posições seguintes estão o ‘Grande Jornal – Noite’ e ainda ‘Doa a Quem Doer/Especial – Vida e Luxos de Uma Euromilionária’, ambos da CMTV.

by Data Insights, Havas Media Network

Sobre o autorMaria Barbosa

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