Publicidade :: Noticias

Os Donos Disto Tudo

Mudança de ano pede balanços e o M&P quis saber quem mandou na publicidade em 2018. Analisados os vencedores dos principais prémios nacionais e internacionais, mostramos quem são os Donos Disto Tudo no que toca a troféus nas áreas de criatividade, design, meios, eventos, comunicação e produção. Com o ano de 2019 a arrancar, ficam também os desejos e receios de quem quer, pode e manda nestes sectores.

Pedro Durães
Publicidade :: Noticias

Os Donos Disto Tudo

Mudança de ano pede balanços e o M&P quis saber quem mandou na publicidade em 2018. Analisados os vencedores dos principais prémios nacionais e internacionais, mostramos quem são os Donos Disto Tudo no que toca a troféus nas áreas de criatividade, design, meios, eventos, comunicação e produção. Com o ano de 2019 a arrancar, ficam também os desejos e receios de quem quer, pode e manda nestes sectores.

Pedro Durães
Sobre o autor
Pedro Durães
Artigos relacionados
Guilherme Coelho lidera nova área tecnológica da Havas
Marketing
Faturação da ByteDance sobe para €136,1 mil milhões
Digital
Sugestões para ler, ver e escutar da edição 977 do M&P
Media
Palhaçadas sérias
Publicidade
Havas inspira-se na força do vento para reposicionar EDP
Publicidade
L’Oréal Paris escolhe Philippine Leroy-Beaulieu
Marketing
Digidelta lança marca de filmes sustentáveis para impressões digitais
Comunicação
Marcas americanas adaptam estratégias em resposta às tarifas de Trump
Marketing
Flesh512 cria campanha digital para a Água Serra da Estrela
Publicidade
TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em março
Media

Mudança de ano pede balanços e o M&P quis saber quem mandou na publicidade em 2018. Analisados os vencedores dos principais prémios nacionais e internacionais, mostramos quem são os Donos Disto Tudo no que toca a troféus nas áreas de criatividade, design, meios, eventos, comunicação e produção. Com o ano de 2019 a arrancar, ficam também os desejos e receios de quem quer, pode e manda nestes sectores

 

PUB

Criatividade

Fuel
FuelO ano de 2018 foi movimentado para a Fuel, que viu sair três dos seus fundadores. Miguel Barros subiu à presidência da Havas Creative, sendo sucedido à frente da Fuel por João Ribeiro, enquanto a direcção criativa passa a estar nas mãos de Jorge Teixeira na sequência da saída da dupla Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga. Movimentações à parte, a mais nova das duas agências criativas do grupo voltou a ser considerada a mais eficaz no mercado português ao ser eleita Agência do Ano nos Prémios Eficácia. Título acompanhado do troféu principal no evento com o grande prémio para o projecto Jameson St. Patrick’s Bar.
“Somos obcecados com resultados e também nós louvamos a era das métricas”, admite João Ribeiro, embora o CEO da Fuel ressalve logo de seguida que “se é a razão que comanda todas as estratégias de comunicação, cabe ao coração acelerado, ao frio na barriga e ao nó no estômago fazerem a diferença, fazerem bonito, fazerem especial”. “Para 2019, desejamos que se recorra mais ao instinto e ao entusiasmo no momento da aprovação de ideias. Esperamos que os indicadores-chave de desempenho (KPI) sejam cada vez menos sinónimo de Kastrar Por Insegurança”, desafia.

Jack The Maker
JackTheMakerNo plano internacional, 2018 não foi muito significativo para as agências portuguesas. No principal festival de criatividade, Cannes Lions, não houve projectos nacionais entre os vencedores. Ainda assim, houve uma empresa portuguesa com contributo importante em três leões de uma agência internacional: dois leões de prata em Outdoor e um de bronze em Relações Públicas conquistados pelo projecto Segue a Bola, criado pela brasileira Lew Lara TBWA para a Nissan. A agência teve como parceira tecnológica a portuguesa Jack The Maker.
Olhando para o novo ano que agora começa, Tiago Alvorão, afirma que “2019 será mais um ano a fazer aquilo que consideramos ser a nova era da comunicação: Advertising Of Things”. “Um termo inspirado na ‘internet das coisas’, adequado às necessidades da comunicação, inovação e marketing”, explica o fundador da agência, antecipando que “será também ano de internacionalização com o reforço da equipa em São Paulo”. Desejos? “Mais parcerias que reforcem o nosso potencial de criatividade tecnológica, tal como aconteceu este ano com Fidelidade. Mais parcerias que permitam alargar as nossas áreas de actuação relacionadas com inovação, prototipagem, criação de produto ou invenções. Seja no interior de agências, de marcas, no interior do país, na câmara de uma cidade ou de um bairro – de preferência ali para os lados do Beato a fazer pontes entre empresas do Hub e da Factory, seja a fazer pontes com a comunidade local linkando o ecossistema. Portas abertas no LAB de São Paulo ou Lisboa para talento e para quem sonha com impossibilidades. E já agora, prémios!”.

Leo Burnett
Leo BurnettA agência do grupo Publicis esteve em destaque no festival do Clube de Criativos de Portugal (CCP), de onde saiu com o título de Agência do Ano.
“Há uma frase nas nossas redes sociais que nos define: Aqui vais perceber porque é que quem já trabalhou na Leo Burnett gostava de voltar a trabalhar. E porque os que trabalham, não querem sair’”. A frase é recordada por Steve Colmar, director criativo executivo da agência, a propósito do desejo que têm para 2019: “Gostávamos que este fosse um sentimento que se perpetuasse por outros cantos, que mais empresas considerassem a sua cultura como algo tão importante como o talento por trás do trabalho”. “Esta mesma cultura torna-se fundamental num sector que caminha para a integração de especialidades. É preciso ter uma cultura colaborativa, assente em critério e valor, com espaço para todas as partes. Se as agências e networks não conseguirem assegurar isto, o trabalho final será apenas uma soma das partes, quando na realidade deveria ser um espelho de todos os talentos envolvidos”, afirma.

Partners
PartnersNum ano em que protagonizou um dos maiores negócios do mercado publicitário português nos últimos anos, ao ser adquirida pela network multinacional Denstu Aegis, a Partners foi uma das agências criativas mais dominantes nos palcos nacionais ao arrecadar três títulos de Agência do Ano e outros tantos grandes prémios. Foi para a agência o principal troféu dos Prémios Criatividade M&P, feito repetido mais duas vezes ao longo do ano no festival do CCP e nos Prémios Sapo graças à campanha Can’t Skip Portugal criada para o Turismo de Portugal. Com excepção do festival do CCP, foi eleita simultaneamente Agência do Ano nos restantes, títulos aos quais juntou o de Agência Criativa do Ano nos Prémios M&P.
“O desejo da Partners é que continue o processo de integração da criatividade e meios. As marcas pedem esta ligação, o sector precisa desta cooperação. Um processo criativo que integre estas duas realidades é a melhor forma de conhecer as pessoas, criar campanhas relevantes e fazer a diferença”, aponta João Ribeiro, director de estratégia da agência, referindo que “existem alguns movimentos tímidos mas faltam mais soluções que promovam este trabalho em equipa de forma sólida e estruturada”.
Por sua vez, Lourenço Thomaz, partner e director criativo, afirma que “o receio para 2019 é que, num clima de instabilidade, o medo limite a criatividade”. “Num ambiente de insegurança, é mais fácil perder a confiança para arriscar, do que fazer diferente. Existe o perigo de que os decisores das marcas se agarrarem à falsa segurança dos números e esqueçam a criatividade como vector fundamental da eficácia”, chama a atenção.

Design

Solid Dogma
SolidDogmaA agência criada por Pedro Pires e Alexandre Farto (Vhils) tem dominado os principais prémios na área do design. Com vários trabalhos em destaque, a Solid Dogma encerrou o ano de 2018 com três títulos de Agência de Design do Ano: primeiro nos Prémios Design M&P, seguindo-se o festival do Clube de Criativos de Portugal (CCP) e os Prémios M&P.
Motivos mais do que suficientes para que Pedro Pires resuma desta forma o seu desejo para este ano: “Na Solid Dogma esperamos 2019 como 2018. Um ano de enormes desafios e de grande crescimento. Um ano em que  fomos capazes de equilibrar de forma quase perfeita a aposta no trabalho mais autoral e o trabalho para as grandes marcas e sempre que possível juntar essas duas componentes de forma a criarmos projectos verdadeiramente diferenciados”. O profissional lembra que “vivemos num contexto europeu e mundial complexo, do Brexit às trade wars, da desinformação aos recentes avisos do FMI à navegação mundial”, chamando a atenção para o facto de que “alguns destes aspectos, assim como a progressiva digitalização da economia, estão já a ter impactos graves no retalho e na distribuição e consequentemente poderão ter também impactos no nosso mercado”. Ainda assim, aconselha, “esta não é uma altura para ficar parado à espera do que possa acontecer, e nessa medida acreditamos que a nossa aposta na capacidade de surpreender, de arriscar e de criar discursos afirmativos e concretos para as marcas continuará a ter espaço para se desenvolver”.

Y&R Branding
Y&R BrandingA unidade de design do grupo Young & Rubicam Brands conquistou, graças ao projecto de branding da Liga das Nações para a UEFA, o Grande Prémio nos Prémios Design M&P.
Contextualizando o desejo para o próximo ano, Pedro Gonzalez refere que, “quando bem feita, a criação de um sistema de identidade de uma empresa, produto ou serviço obriga ao desenvolvimento de uma verdadeira parceria entre a agência e o cliente. Sem isso, é impossível conhecer as marcas a fundo, conhecer a sua essência, a sua história, a sua cultura”. “Em concursos que envolvam criatividade, com prazos de entrega de poucas semanas e envolvendo várias agências, este trabalho é inglório para todas as partes. Para o cliente, que recebe uma solução que seguramente ficará aquém das suas expectativas e necessidades, e para a agência, que investe tempo e recursos numa solução trabalhada com informação insuficiente”, explica o managing director da agência. Nesse sentido para 2019 deseja que as marcas decidam “o parceiro criativo com quem trabalhar o seu sistema de identidade avaliando metodologia, portfólio, equipa, preço e tempo de execução proposto com base no briefing que elaboraram”. Em sentido contrário, numa espécie de anti-desejo, “dispensamos em 2019 outra tempestade perfeita para quem trabalha sistemas de identidade: uma nova crise, com o recuo de investimento e reflexo no lançamento de novas marcas, novos produtos e serviços”. “Branding e retracção económica não combinam”, resume Pedro Gonzalez.

Meios

Arena
Arena MediaO título de Agência de Meios do Ano nos Prémios Eficácia ficou nas mãos da agência do grupo Havas. Para 2019, o desejo de Rodrigo Albuquerque é que “seja um ano de grande sucesso para todas as agências de meios em Portugal”. “Desejo-o, em primeiro lugar, porque o merecem, por tudo o que têm feito nos últimos anos, contribuindo de forma relevante para a transformação do mercado publicitário em Portugal, através de fortes investimentos em research, em tecnologia e pessoas”, começa por explicar o director-executivo da Arena, acrescentando ainda o investimento “no desenvolvimento de novos processos, ferramentas e na geração de emprego, inclusivamente com a criação de novas profissões”. Por outro lado, esclarece, “uma boa performance por parte das agências de meios é sinónimo de sucesso para as marcas, anunciantes e, consequentemente, para a nossa indústria, tanto no curto prazo, como para a sua evolução”. Em sentido contrário, “em ano ímpar, sem competições internacionais de futebol e outros eventos equivalentes, o maior receio é que o ritmo de crescimento do mercado publicitário possa abrandar, depois de um bom ano de 2018”.

Wavemaker
WavemakerMEC e Maxus, agências de meios do GroupM, deram origem a uma nova estrutura na sequência de uma fusão anunciada ao mercado logo no primeiro mês de 2018. A nova Wavemaker chega ao final do seu primeiro ano com dois títulos de Agência de Meios do Ano, um nos Prémios M&P e outro nos Prémios Sapo.
Maria João Oliveira, managing director da agência, refere que “consultoria e apoio ao negócio dos clientes é cada vez mais o propósito da Wavemaker”. “Vai ser em 2019 e já é hoje. Trabalhamos todos os dias para sermos a agência mais distintiva e admirada nos três pilares básico da nossa oferta: media, content e tecnologia”, reforça, antecipando: “Em 2019 continuaremos a perseguir esta nossa ‘obsessão’” já que “mais do que um desejo, temos a firme convicção de que as agências de meios, em geral, são, cada vez mais, os principais ‘trusted advisors’ de todos os clientes/marcas que recorrem à comunicação persuasiva”. “2019 está aí à porta para cimentar e confirmar este posicionamento, da grande maiorias das boas agências de meios”, afirma, mostrando confiança no futuro: “Receios, não temos. Prudência, sim.”

Eventos

Desafio Global
Desafio GlobalO título de Agência de Eventos do Ano nos Prémios M&P voltou este ano a ser conquistado pela agência liderada por Pedro Rodrigues.
“O desejo da Desafio Global, no sector dos eventos, é que os clientes sejam mais ambiciosos nos projectos com que nos desafiam. E quando falamos em ambição, não é a ambição reinante do clichê de fazer um evento em menos tempo, com menos dinheiro e com mais impacto. É a ambição de sonhar, ousar e arriscar em fazer coisas diferentes”, espera Pedro Rodrigues.
“Por outro lado não gostaríamos de assistir a um fenómeno, felizmente pontual, de colocarem os departamentos de compras a negociar e a adquirir serviços nas áreas dos eventos. Salvo honrosas excepções, falamos de processos aptos a comprar, e discutir, resmas de papel e derivados, mas sem competência nem sensibilidade para valorizar experiência na nossa área, e para distinguir fornecedores, equipamentos e soluções daquilo num evento”, alerta o responsável, antes de terminar com a expectativa de que 2019 “seja um ano fantástico para todo o mercado de comunicação e para todos os players que façam valorizar o seu sector e o seu próprio trabalho”.

Comunicação

Central de Informação
Central de InformaçãoO título de Agência do Ano nos Prémios Comunicação M&P foi este ano dividido entre duas agências, com a Central de Informação a partilhar a distinção com a SA365.
Rodrigo Viana de Freitas acredita que “2019 poderá vir a ser um grande ano” e “gostávamos que fosse um grande ano para todo o sector”, afirma. “Para isso, um dos desejos que temos é que mais agências nacionais assumam preponderância internacional, respondendo a concursos fora do país e criando consórcios com empresas de outras geografias, para que juntos possamos afirmar o talento e capacidade da comunicação portuguesa. É esse o nosso caminho e ficaremos todos a ganhar se for esse o caminho de mais empresas”, considera o director-geral da Central de Informação. Do outro lado, reconhece, “também temos algumas preocupações”. “Uma delas prende-se com a necessidade de a comunicação alargar competências e passar a ter capacidade de gerir projectos não apenas de assessoria de imprensa, mas de áreas digitais, de activação, de branded content”, refere, apontando um receio para este ano: “Tememos que muitas agências possam estar a ser ultrapassadas nos modelos e processos de trabalho, o que não valoriza o nosso sector.”

M Public Relations
M Public RelationsÀ consultora liderada por Daniel Vaz coube em 2018 o título de Agência de Comunicação do Ano nos Prémios M&P.
“O sector da comunicação continua em profunda mudança. Os media estão em transformação, os branded content vieram para ficar e a gestão de influenciadores vai manter-se como parte do dia-a-dia da comunicação, de forma mais intensa. Este cenário coloca enormes desafios às equipas que compõem as agências de comunicação, que vão ter de se superar, ser cada vez mais multidisciplinares, apresentando novas soluções que vão além da comunicação pura”, antecipa Daniel Vaz, director-geral da M Public Relations, chamando a atenção para o facto de que, “se vemos o mercado a crescer, com vista a poder absorver as novas oportunidades, temos de perceber que não nos podemos inebriar com este sucesso. Para a sustentabilidade do sector, é fundamental que a concorrência seja leal e que os clientes possam escolher livremente, num ambiente saudável”, deseja o responsável.
Do lado dos receios, Daniel Vaz considera que “os preços praticados continuam a ser a principal preocupação do sector”. “A existência de mais agentes de mercado tem vindo a pressionar os preços e isso poderá ter consequências no futuro. A qualidade também se paga e isso tem de ser uma bandeira não só de alguns, mas de todos, já que queremos fomentar o crescimento de agências, potenciar emprego e solidificar um mercado com boa reputação”, afirma.

SA365
SA365O título de Agência do Ano nos Prémios Comunicação M&P foi dividido em 2018 entre duas agências, com a SA365 a partilhar a distinção com a Central de Informação.
“A adopção rápida de novas tecnologias pelos consumidores altera a forma como se relacionam com as marcas. Neste sentido, o nosso maior desejo é que as marcas abracem esta mudança de paradigma e o desafio de desenvolver estratégias que permitam construir uma narrativa ainda mais assertiva e envolvente, ao longo de 2019”, salienta Margarida Pinto, head of operations da agência, frisando que “ser data-driven permite muito mais do que obter conhecimento sobre o comportamento das pessoas, diz-nos para onde a criatividade e os negócios devem ir, com maior impacto positivo na sociedade”.
Em sentido oposto, Margarida Pinto refere que  “o maior receio é que as marcas fiquem presas a um modelo padrão de agência que parece não corresponder inteiramente aos desafios actuais de comunicação”. “Temos vindo a observar que este modelo separa, cada vez mais, criatividade e compra de meios, estratégias que se precisam de cruzar constantemente para tomadas de decisão eficazes”, explica, manifestando acreditar “que uma forma de evitar esta situação é aproximarmos equipas multidisciplinares de criação, meios e tecnologia para darmos uma resposta inovadora e focada em resultados”. “A agilidade é determinante”, aponta.

Produção

Garage
GarageA produtora fundada por Miguel Varela está de regresso a esta lista depois de ter voltado a conquistar este ano o título de Produtora do Ano nos Prémios M&P.
De forma directa, o desejo de Miguel Varela é “que a qualidade impere, que continue a destacar-se, e que façamos parte dela”, ao passo que “o receio é que este parâmetro seja posto em causa”.

Índigo
ÍndigoUma vez mais, a Índigo subiu ao palco dos Prémios M&P para receber o título de Produtora de Som do Ano.
Manuel Faria, em antecipação do que espera para 2019, sublinha a vontade de ter “uma Índigo cada vez mais virada para a inovação e para a intervenção em todos os lugares onde as marcas produzem som”. “Ajudar as marcas a encontrar a sua própria sonoridade, baseada na sua identidade, nos seus valores e personalidade”, explica, reforçando que “não são só os anúncios, são as lojas, call centers, eventos, todos os pontos de contacto entre a marca e o consumidor”, uma “área que está a crescer em todo o mundo”. Por outro lado, refere, “queremos continuar a ser pioneiros em experiências. Desde o som 3D para auscultadores às instalações em multicanal, passando por altifalantes de ultra-sons, abre-se hoje um grande leque de oportunidades para experiências marcantes. A actividade habitual continua, claro, com total entusiasmo, mas é preciso andar para a frente”, aconselha.

Ministério dos Filmes
Ministério dos FilmesO prémio de Produtora de Imagem do Ano atribuído pelo festival do Clube de Criativos de Portugal foi entregue em 2018 à produtora liderada por Alberto Rodrigues.
Nas palavras do fundador, foi “um bom ano, com trabalho com relevância na rua para os anunciantes e agências, foi muito divertido e saímos com o sentimento de que fomos sérios”. “Em 2019 fazemos 20 anos, passa a correr, mas sentimo-nos com força para mais 20, principalmente porque, fazendo uma retrospectiva, fomos muito solicitados para lançar novos desafios ao mercado, crescemos muito com isso, mas o mercado, sobretudo o da produção, cresceu muito com a exigência da Ministério e as competências dos nossos realizadores e equipe em geral”, considera Alberto Rodrigues, deixando para o próximo ano “votos de saúde, criatividade, competência, responsabilidade, trabalho, espírito de autocrítica, muita vontade de estar sempre a inovar e ser relevante com o trabalho que nos confiam”. “O único receio prende-se com a criatividade e com o facto de algumas pessoas não perceberem que somos e temos gente em Portugal muito capaz”, afirma, deixando o apelo “para que nos desafiem com o difícil” já que, assegura, “em produção isso não existe”.

Núcleo
NucleoA produtora criada por Alberto Vieira e Fred Pinto Ferreira foi distinguida no seu primeiro ano de actividade com o título de Produtora de Som do Ano no festival do Clube de Criativos de Portugal.
Os dois responsáveis consideram, sem surpresa, que “2018 foi um ano muito positivo para o Núcleo”. “Foi o ano zero da nossa empresa mas foi a consolidação de vários anos de trabalho. O Núcleo rebentou e fomos felizes ao constatar que todo o trabalho e esforço que tínhamos vindo a desenvolver deu frutos e foi bem recebido pelo mercado”, afirmam, lembrando que fizeram “parte de projectos que nos fizeram crescer enquanto empresa e profissionais”. Para 2019, referem, “preferimos não ter receios e sermos positivos. Do lado do Núcleo, queremos continuar a crescer e primar sempre pela qualidade rodeados dos nossos parceiros, músicos e amigos que elevam o nosso trabalho diariamente. Do lado do mercado queremos continuar a ajudar as marcas a serem elas próprias e a crescerem também, que através do som possam descobrir caminhos únicos para se destacarem sem perder o que as torna especiais.”

Sobre o autorPedro Durães

Pedro Durães

Mais artigos
Artigos relacionados
Guilherme Coelho lidera nova área tecnológica da Havas
Marketing
Faturação da ByteDance sobe para €136,1 mil milhões
Digital
Sugestões para ler, ver e escutar da edição 977 do M&P
Media
Palhaçadas sérias
Publicidade
Havas inspira-se na força do vento para reposicionar EDP
Publicidade
L’Oréal Paris escolhe Philippine Leroy-Beaulieu
Marketing
Digidelta lança marca de filmes sustentáveis para impressões digitais
Comunicação
Marcas americanas adaptam estratégias em resposta às tarifas de Trump
Marketing
Flesh512 cria campanha digital para a Água Serra da Estrela
Publicidade
TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em março
Media
Publicidade

Palhaçadas sérias

‘Clowns’ da BBH, para a Audi, é a campanha que Joana Antunes, redatora da Fuel, gostava de ter feito. ‘Estrelas Perfeitas’ da Dentsu Creative Portugal, para a Associação Salvador, é a que mais gostou de fazer, revela na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?

Vencedora de uma Prata no Young Lions Portugal 2023, Joana Antunes, redatora da Fuel, não tem na escrita a maior das paixões. Do que gosta mesmo é de pegar num ‘briefing’ e explorar as potencialidades do projeto que tem em mãos, procurando desafiar-se até ao limite, sem receio de pensar em grande.

É por isso que elege ‘Clowns’, que só descobriu recentemente, como a campanha que gostaria de ter feito. A simplicidade da ideia é o que mais a cativa, revela na rubrica do M&P Como É Que Não Me Lembrei Disto, dedicada à criatividade.

‘Estrelas Perfeitas’, a campanha que mais gostou de fazer, foi desenvolvida durante o período em que trabalhou na Dentsu Creative Portugal, entre julho de 2022 e outubro de 2023, antes de sair para a Alfred e depois para a Judas. Está na Fuel desde junho de 2024.

Qual é a campanha publicitária que gostaria de ter feito?

São várias as campanhas que gostaria de ter feito, especialmente as da Apple e do Burger King, que são sempre incríveis. No entanto, recentemente, deparei-me com uma campanha da Audi, de 2017, chamada ‘Clowns’, que me fez querer vê-la e revê-la vezes sem conta.

Quais são as razões dessa escolha?

Gosto sempre de fazer um exercício quando vejo uma boa campanha, que é imaginar qual seria o ‘briefing’. Neste caso, o ‘briefing’ deve ter sido daqueles que tinha tudo para ser aborrecido. Algo na linha de “precisamos de criar uma campanha que fale dos novos atributos de segurança dos nossos carros”.

A equipa que o recebeu deve ter conseguido dar-lhe a volta, desenvolvendo uma ideia muito simples, com base num ‘insight’ verdadeiro, o que é incrível. É algo que eu gostaria de ter conseguido fazer, caso tivesse recebido esse ‘briefing’.

O que é que lhe chama mais a atenção na campanha?

A simplicidade é o que me fascina nesta campanha. O filme passa uma mensagem forte. Consegue ter humor e emocionar em simultâneo. Porque há, de facto, muitos ‘palhaços’ na estrada, que são um perigo para todos nós. Este seria, talvez, o caminho mais óbvio, fazer uma campanha emocional e pesada.

Joana Antunes, redatora da Fuel

É só a simplicidade que a cativa?

Para mim, a inteligência da ideia é o uso da metáfora, ao trazerem os palhaços para o filme, o que torna a ideia mais leve, cativante e com algum humor. O facto de não serem necessárias falas para explicar a mensagem é outro dos pontos que adoro nesta campanha.

A assinatura no final do filme, ‘Audi Technology. Clown Proof’, é suficiente e resume a ideia de forma muito clara. Por fim, a escolha da música [‘Send In The Clowns’ de Faultline feat. Lisa Hannigan], é a cereja no topo do bolo.

É uma música que nos transporta para algo triste, mas que acaba por trazer algum sarcasmo para a campanha, reforçando a ideia de que podem mandar vir os palhaços porque a Audi está preparada para nos proteger deles.

Esta campanha inspirou-a a nível criativo?

Comunicar para marcas de carros nunca foi uma ambição e sempre achei que, criativamente, era algo um pouco limitado. No entanto, esta campanha fez-me ver este segmento de outra forma. Veio, inclusive, relembrar-me de que não existem maus ‘briefings’.

Se existir um cliente aberto a novas abordagens, conseguimos fazer coisas diferentes, que toquem as pessoas e que passem uma mensagem clara e impactante. Esta campanha inspirou-me a olhar para os ‘briefings’ que parecem aborrecidos com um novo olhar.

Qual é a campanha que fez que mais a concretizou profissionalmente?

Ainda tenho de pedalar muito nesta área para poder responder a esta pergunta. No entanto, com a experiência que tenho, posso dizer que o projeto que me fez sentir mais realizada foi a campanha ‘Estrelas Perfeitas’, para a Associação Salvador.

Primeiro, porque criámos um produto de raiz, o que por si só já é algo que me dá orgulho. Depois, ver o impacto do projeto e pôr as pessoas a contribuir e a falar sobre uma causa importante, é gratificante.

Sabemos que, só com a publicidade, não conseguimos mudar o mundo, mas se podermos contribuir para que seja um sítio melhor, torna-se mais fácil criá-la todos os dias.

Como é que chega a essa ideia?

O desafio que a Associação Salvador nos lançou consistia em criar um amuleto, um objeto, para assinalar o Natal e reforçar a importância da acessibilidade.

Ao fim de várias ideias chumbadas, lembrámo-nos de um momento, de uma tradição, que é comum em todas as casas, pôr a estrela no topo da árvore. É um momento que vemos como algo normal, mas que para muitas pessoas não é possível.

E assim nasceu a ideia de criarmos árvores de Natal inclusivas, construindo estrelas que podiam ser colocadas em qualquer parte da árvore.

Como é que avançou para a execução?

Para que a inclusão estivesse presente no nosso próprio produto, decidimos criar estrelas assimétricas e imperfeitas, simbolizando as fragilidades que todos temos. A nossa ideia era, também, que este objeto fosse bonito e apelativo, para que as pessoas o quisessem comprar para decorar as suas árvores.

Por isso, decidimos fazer uma parceria com a Burel, que facultou o excedente de produto e produziu as estrelas, tornando também a ideia sustentável.

 

As campanhas atualmente estão mais ou menos criativas do que antigamente?

Acho que os tempos mudam e devemos adaptar-nos. Presumo que, antigamente, as marcas investissem e arriscassem mais na comunicação. No entanto, acho que, hoje em dia, o ruído é tanto e está em tantos meios ao mesmo tempo que se torna essencial fazer uma comunicação mais de entretenimento e menos de ‘hard selling’.

O que faz quando não tem ideias?

Era incrível existir uma fórmula que resultasse sempre, mas no meu caso ainda não a descobri, nem depois de ler o guia prático de criatividade do John Cleese.

Quando não tenho ideias, passo primeiro pela clássica fase de síndrome de impostor, onde tudo é motivo de questionamento. Depois, vou dormir sobre o assunto, literalmente, o que resulta muito bem.

Noutras alturas, arregaço as mangas, abro um documento de Word em branco e começo a desenvolver uma pesquisa e a escrever ‘insights’ soltos.

Ficha técnica

Campanha ‘Clowns’
Cliente Audi
Agência Bartle Bogle Hegarty (BBH)
Diretor criativo Ian Heartfield
Diretor de arte Mikael Alcock
Diretor de estratégia Damien Le Castrec
Redator Doug Fridlund
Produtora Rattling Stick
Produtora executiva Katie Keith
Produtores David Lynch, Tim Nunn e Sally Humphries
Realizador Ringan Ledwidge
Diretor de fotografia Adam Arkapaw
Edição Rich Orrick/Work Editorial
Pós-produção The Mill Sonoplastia String and Tins
Diretora musical Ayla Owen
País Reino Unido
Ano 2017

Ficha técnica

Campanha ‘Estrelas Perfeitas’
Cliente Associação Salvador
Agência Dentsu Creative Portugal
Diretor criativo Ivo Purvis
Diretora de arte Madalena Montellano
Redatores Joana Antunes e Nuno Leal
Realizadora Maria Mena
Vídeografia Luís Pinto Magalhães
Fotografia Fernando Sousa
Entrevistas Nuno Mata, Diana Niepse e Hugo Maia
País Portugal
Ano 2023

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Marketing

Marcas americanas adaptam estratégias em resposta às tarifas de Trump

Para marcas que produzem na China e no Vietname, como a Nike, a situação é preocupante. As que fabricam nos EUA estão numa boa posição, mas têm de ser cautelosas com o marketing ‘Made in the USA’

À medida que as marcas nos Estados Unidos se confrontam com um cenário marcado por tarifas comerciais alargadas e aumentos de preços nas importações, os anunciantes estão a adaptar as estratégias para enfrentarem um novo período de incerteza que os especialistas preveem que possa resultar numa crise mundial, noticia a Ad Age.

As marcas estão cautelosas em relação ao impacto das tarifas nos preços e na procura por parte dos consumidores. O mais recente plano de tarifas imposto por Donald Trump inclui uma taxa de 10% sobre todas as importações, bem como tarifas recíprocas sobre os países que impõem tarifas às importações dos Estados Unidos. O presidente norte-americano promete taxar os “piores infratores”, nomeadamente a União Europeia, a China e o Vietname.

A situação é preocupante para marcas como a Nike, que tem grande parte da produção centrada em fábricas na China e no Vietname, ou para a Bogg Bags, obrigada a procurar alternativas à produção na China. De acordo com dados da Bloomberg Intelligence, marcas como a Gap, a Victoria’s Secret e a Ralph Lauren também vão ser afetadas pelas pressões resultantes da instalação de fábricas no Vietname.

As marcas que fabricam a maior parte dos produtos nos Estados Unidos, por seu lado, estão numa boa posição. Segundo avança o The Wall Street Journal, é provável que uma vaga de anunciantes promova campanhas focadas no termo ‘Made in the U.S.A.’. A tendência já começa a surgir, com marcas como a New Balance e a Ford, entre outras, a divulgarem publicidade centrada na produção nacional.

‘Made in the U.S.A.’ pode trazer problemas

Embora estejam numa boa posição comercial face às tarifas, devido ao fabrico nacional, as marcas norte-americanas devem escolher cuidadosamente as expressões que utilizam, visto que as normas da Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos exigem que os produtos comercializados com a etiqueta ‘Made in the USA’ sejam, de facto, “totalmente ou quase totalmente” fabricados no país.

A fabricante de automóveis Stellantis foi das primeiras empresas a ver nas tarifas uma oportunidade de negócio, apostando na divulgação de anúncios patrióticos para a Jeep, a Ram e a Dodge. Entretanto, a empresa já foi obrigada a alterar a mensagem, em resposta a um inquérito de uma organização de regulação publicitária que alega que a Stellantis estaria a promover publicidade enganosa, sendo que algumas das peças utilizadas nos veículos das marcas são importadas e que os carros não são, de facto, fabricados nos Estados Unidos, mas sim montados no país.

“A Stellantis tem todo o direito de se vangloriar das fábricas de montagem das marcas que detém nos Estados Unidos, que criam empregos e fortalecem a economia americana, mas não pode induzir os consumidores em erro sobre a verdadeira dimensão da produção nacional”, escreve a Truth in Advertising, organização sem fins lucrativos que regula a publicidade enganosa, numa carta dirigida a Olivier François, diretor de marketing global da Stellantis, e a Giorgio Fossati, conselheiro geral da fabricante de automóveis.

Na sequência desta queixa, a Stellantis remove os anúncios do YouTube e termina prematuramente as campanhas televisivas para fazer alterações à linguagem utilizada nos anúncios. Este é mais um caso que retrata o impacto direto da instabilidade promovida pela Administração Trump.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
Publicidade

Meo apresenta novo posicionamento com campanha da Dentsu

Pela primeira vez, Carolina Deslandes lança através de um anúncio uma música original, que é a banda sonora da nova linha de comunicação da operadora. Kelly Bailey (na foto), voz da marca, surge pela primeira vez num anúncio da Meo

A Meo está a apresentar o novo posicionamento com a campanha ‘Liga-te Melhor’ (na foto), concebida pela Dentsu. Com direção criativa executiva de Ivo Purvis, redação de Cristina Amorim e direção de arte de Orlando Gonçalves, o filme publicitário é desenvolvido pela Garage Films, com produção executiva de Miguel Varela e realização de João Nuno Pinto.

Reforçando a assinatura ‘Meo. Humaniza-te’, a nova estratégia comunicacional da marca coloca a humanização da tecnologia no centro da atuação da operadora, tendo por base a ideia de que o mundo precisa de melhores ligações – mais seguras, flexíveis e responsáveis – mas, acima de tudo, que aproximem e emocionem, os consumidores, com a tecnologia a ser um meio para as potenciar e não para as substituir.

“Com este novo posicionamento, reafirmamos o nosso compromisso em colocar a tecnologia ao serviço das relações humanas. Queremos inspirar os portugueses a refletirem sobre a qualidade das suas interações diárias, reforçando que, por mais inovadora que seja a nossa tecnologia, o nosso foco sempre foi, e continuará a ser, colocá-la ao serviço das pessoas”, explica Luiza Galindo, diretora de marca e comunicação da Meo, citada em comunicado de imprensa.

A banda sonora do anúncio é composta por ‘O Teu Toque’, canção original de Carolina Deslandes, que a embaixadora da marca desde há cinco anos lança através de um anúncio, pela primeira vez. Com esta música a sonorizar também a nova linha de comunicação da operadora, o ‘spot’ conta com a participação de Kelly Bailey, que é a voz da marca e surge pela primeira vez num anúncio da Meo.

Divulgada em televisão, rádio, redes de publicidade exterior, imprensa, digital e pontos de venda da Meo, a partir de 11 de abril, a campanha tem planeamento de meios da OMD e pretende chegar aos consumidores de todo o país.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Media

The Washington Post pondera micropagamentos para recuperar rentabilidade

Os micropagamentos são uma das várias estratégias que o jornal está a testar para recuperar a rentabilidade sob o controlo de Jeff Bezos

O The Washington Post está a ponderar a utilização de micropagamentos para expandir o acesso ao catálogo de notícias, segundo revela à Axios Matt Murray, editor executivo do jornal, no palco da conferência anual da Society for Advancing Business Editing and Writing.

A ideia de introduzir micropagamentos no jornalismo não é nova, mas os limites mínimos dos cartões de crédito e os sistemas financeiros mais antigos tornam os micropagamentos mais difíceis de facilitar nos Estados Unidos do que noutros mercados, como a China.

Matt Murray adianta que o jornal tem tido sucesso com as experiências iniciais de pagamentos flexíveis, que permitem aos leitores subscrever e aceder aos conteúdos a um preço reduzido. De acordo com o editor executivo do The Washington Post, o jornal tem experimentado um pagamento flexível que permite aos utilizadores aceder ao conteúdo por um período de sete dias, garantindo assim um rendimento estável em momentos noticiosos importantes, como as eleições.

À semelhança dos micropagamentos, que ainda não foram implementados, os pagamentos flexíveis são uma das várias estratégias que o jornal está a testar para recuperar a rentabilidade. O The Washington Post também introduziu um serviço de assinatura para profissionais, o WP Intelligence, e está a investir mais em eventos ao vivo.

O jornal tem passado por alguma instabilidade, com a saída de vários elementos da redação e com a reação negativa da redação às mudanças na secção de opinião, decididas pelo proprietário Jeff Bezos. Matt Murray defendeu Jeff Bezos e o CEO do jornal, Will Lewis, na conferência, afirmando que as mudanças nas redações podem ser desagradáveis, mas são necessárias.

Questionado pela Axios sobre se Jeff Bezos está empenhado em continuar a ser proprietário e a fazer crescer o The Washington Post, o editor executivo respondeu que “sim e sim, em todas as conversas que tive com o Jeff, ele reafirmou o seu compromisso com o jornalismo”.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Media

Futuro da Trust in News decide-se a 6 de maio

A assembleia de credores discute, nessa data, o plano de insolvência da TiN, que prevê um investimento máximo de €1,5 milhões, a venda de títulos e a criação de uma ‘task force’ para renegociar contratos e baixar custos

Os credores da Trust in News (TiN) pronunciam-se a 6 de maio sobre o plano de insolvência da empresa. O documento, apresentado por Luís Delgado, prevê um investimento faseado no montante máximo de €1,5 milhões, o encerramento da delegação no Porto, a redução de colaboradores, a criação de uma ‘task force’ para renegociar contratos e baixar custos operacionais e o pagamento faseado das dívidas à Autoridade Tributária e Segurança Social, em 150 prestações.

“Estamos a funcionar com as dificuldades normais de uma situação destas, enquanto aguardamos pela decisão dos credores. Temos conseguido resolver a maior parte dos problemas, apesar de termos questões pendentes”, explica ao M&P André Correia Pais, administrador de insolvência da empresa.

Ao contrário dos ordenados, que foram regularizados, há valores em dívida que ainda não foram liquidados. “Os salários estão em dia, falta apenas pagar aos trabalhadores o subsídio de alimentação referente ao mês de março. Estamos a falar de cerca de €15 mil, um valor que vamos conseguir pagar entre o final desta semana e o início da próxima”, revela André Correia Pais.

Por regularizar está também o pagamento de impostos. “Ainda não consegui pagar o mês de dezembro de 2024, que devia ter sido regularizado em janeiro. Essa situação já era conhecida antes da assembleia de credores de 29 de janeiro. O valor será regularizado em breve, até porque os impostos referentes a janeiro e fevereiro foram pagos e os de março podem ser liquidados até 20 de abril, que é a data limite”, esclarece o administrador de insolvência da TiN.

Fundada pelo empresário Luís Delgado em 2017, a TiN detém órgãos de comunicação social como a Visão, a Exame, a Caras, a TV Mais, a Telenovelas, a Activa, o Holofote e a Prima. Declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, a 4 de dezembro de 2024, na sequência da reprovação do PER [Processo Especial de Revitalização], que havia sido apresentado em maio, está dependente da assembleia de credores de 6 de maio.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Comunicação

Companhia das Soluções reorganiza estrutura operacional

Luísa Marques (na foto, à esq.) acumula a comunicação digital e a gestão do marketing de influência, enquanto que Mariana Cottim (à dir.) assume as relações com os media e a coordenação das equipas de assessoria

A Companhia das Soluções acaba de reorganizar a estrutura operacional da agência de comunicação. Luísa Marques passa a acumular a comunicação digital com a gestão do marketing de influência, enquanto que Mariana Cottim assume as relações com os media e a coordenação das equipas de assessoria de imprensa.

“A experiência e visão da Mariana Cottim e da Luísa Marques, enquanto pilares da organização há vários anos, são fundamentais para liderar talentos, adaptar tendências e capacitar a equipa, garantindo um serviço de excelência e ampliando o impacto das nossas conquistas”, explica ao M&P Sónia Pereira, CEO da Companhia das Soluções.

Luísa Marques, que já geria o marketing de influência, vê no novo desafio a oportunidade de reforçar o posicionamento digital da agência. “Os canais digitais não são apenas ferramentas de divulgação, são plataformas para fortalecer a nossa marca pessoal e expandir o reconhecimento da Companhia das Soluções. Com uma abordagem estratégica e criativa, vamos dar mais visibilidade aos serviços que oferecemos e, ao mesmo tempo, destacar novas áreas de atuação, como a criação de conteúdos originais e relevantes”, explica Luísa Marques.

Para além de continuar a assegurar a relação com a imprensa, Mariana Cottim tem agora a missão de coordenar as equipas que prestam assessoria aos media e às marcas, numa altura em que a agência anuncia a conquista de novos clientes.

“O foco em media já me aproximava transversalmente da equipa, mas, ao integrar esta visão na estratégia da agência, é possível não só fortalecer o compromisso com as marcas, mas também orientar decisões, criando uma comunicação mais coesa e estratégica”, salienta Mariana Cottim.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Digital

Meta cria novo modelo de recomendação de anúncios baseado em IA

O Generative Ads Recommendation Modeler garante um aumento de 5% nas conversões de anúncios nas aplicações da Meta, segundo Matt Steiner, vice-presidente de inteligência artificial da tecnológica

A Meta anuncia um avanço na forma como recomenda anúncios aos utilizadores com a criação do Generative Ads Recommendation Modeler (GEM), um novo modelo de inteligência artificial (IA) que possibilita uma segmentação de anúncios mais eficaz, noticia a Ad Age.

Segundo Matt Steiner, vice-presidente de inteligência artificial da Meta, este novo modelo representa um passo decisivo na formação de modelos de IA para a recomendação de anúncios.

“Somos agora duas vezes mais eficientes a melhorar o desempenho quando fornecemos dados a um sistema de treino de modelos”, revela Matt Steiner, acrescentando que com este novo modelo, as aplicações da Meta verificaram um aumento de 5% nas conversões de anúncios.

A Meta também está a alargar as medidas de segurança para os adolescentes no Instagram, ao impedir os menores de 16 anos de utilizar a funcionalidade Live, a menos que tenham autorização dos pais. Adicionalmente, os jovens vão ter de obter autorização dos pais para desativar uma funcionalidade que desfoca as imagens com suspeitas de nudez nas mensagens diretas.

Estas atualizações vão estar disponíveis “nos próximos meses”, segundo avança a Meta, em comunicado de imprensa. A empresa acrescenta que existem pelo menos 54 milhões de utilizadores adolescentes no Instagram e que mais de 90% dos jovens entre os 13 e os 15 anos mantêm as definições de privacidade predefinidas.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
FOTO DR
Marketing

47% das marcas com vendas omnicanal não fazem campanhas de conversão

Worten, Ikea e Decathlon são as empresas que lideram em Portugal as vendas em múltiplos canais, mas a personalização e a experiência de cliente são oportunidades que não têm sido aproveitadas

Só 53% das marcas com estratégias de venda omnicanal é que fazem campanhas de conversão com recurso a ‘lead ads’ e ‘product ads’ em Portugal, embora 82% invistam regularmente em campanhas digitais para aumentarem a notoriedade, avança a primeira edição do Omnichannel Index Portugal 2025, da Impact Commerce, consultora de comércio eletrónico escandinava.

“As marcas de retalho omnicanal têm uma forte presença digital, mas falta-lhes estratégia”, refere o relatório, que revela que 75% utilizam anúncios de ‘display’ e que 90% das empresas publicam regularmente nas redes sociais, ainda que só 57% estejam ativas em plataformas emergentes, como o TikTok.

José Balça, sócio e diretor executivo da Impact Commerce em Portugal, evidencia que os consumidores se mostram dispostos a gastar 2,2 vezes mais numa empresa que aposta em vários pontos de venda do que aquelas que se apresentam num único canal.

“Portugal está numa fase de grande transformação, as empresas estão em fases diferentes, mas têm apresentado um forte desempenho em áreas que se mostram importantes para os consumidores, como a entrega no próprio dia, opções de pagamento ou a privacidade dos dados”, explica José Balça, citado em comunicado de imprensa.

A consultora prevê que o negócio omnicanal venha a gerar um volume de negócios de €5 mil milhões este ano e que continue a crescer até aos €7 mil milhões até 2029. O estudo, que identifica a Worten, a Ikea e a Decathlon como as três empresas que lideram o retalho omnicanal em Portugal, aponta todavia falhas na velocidade e na acessibilidade digital, com 39% das empresas a possuírem plataformas lentas.

“Só 61% é que carregam o ‘site mobile’ em menos de 2,5 segundos, um fator crítico para a retenção de utilizadores, sendo que apenas 8% atingem um ‘accessibility score’ de 90/100, revelando lacunas na experiência digital inclusiva”, adverte a Impact Commerce.

Segundo a consultora, só 16% das empresas é que registaram um crescimento nas pesquisas das marcas superiores a 10% nos últimos 12 meses, com 61% das empresas a aumentarem o tráfego orgânico em, pelo menos, 10% no último ano.

Só 10% das empresas incentivam a fidelização

Para a Impact Commerce, a personalização e a experiência de cliente são “oportunidades que não têm sido aproveitadas” em Portugal, porque 98% das empresas que operam no mercado nacional cumprem as regras de consentimento de ‘cookies’, através da exibição de ‘banners’ explicativos, mas apenas 10% incentivam ativamente a adesão a programas de fidelização através do site.

“Apenas 20% das marcas mostram recomendações personalizadas na ‘homepage’, sendo que só 49% promovem o ‘upselling’ e o ‘cross-selling’ na página do produto”, refere a análise, que revela que 98% das empresas asseguram a entrega no próprio dia em grandes cidades e que 88% disponibilizam um serviço de ‘click & collect’, mas só 24% garantem recolha em menos de quatro horas”.

Em Portugal, ainda de acordo com a análise, 86% das lojas permitem que os funcionários façam uma encomenda online para envio ao cliente, “mas apenas 2% aceitam pagamentos móveis sem terem de se deslocar à caixa”.

O índice da Impact Commerce analisa 70 pontos de contacto em 50 empresas, é elaborado em parceria com a Adyen, a Algolia, o Shopify e o Storyblok, de forma a abordar a realidade comercial omicanal nos Países Baixos, na Bélgica, na Finlândia e em Portugal, uma estreia em 2025.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Digital

Publicações de executivos no LinkedIn crescem 23%

Além do ‘engagement’ quatro vezes superior, os executivos fazem aumentar 39% o número de utilizadores. Jon Gray (na foto), presidente e COO da Blackstone, é um dos mais ativos e a tendência tem a ver com o desinteresse no X

As publicações de executivos séniores no LinkedIn cresceram 23% em 2024, face a 2023, revela a Ad Age. De acordo com um estudo da rede social profissional, divulgado pela publicação norte-americana, além de terem um ‘engagement’ quatro vezes superior, as publicações desses profissionais tendem a aumentar o número utilizadores em 39%.

Uma das razões apontadas para o crescimento de publicações de executivos séniores no LinkedIn prende-se com o desinteresse crescente no X. As polémicas que envolvem a rede social de Elon Musk têm levado muitos dirigentes a transferir para o LinkedIn as publicações que anteriormente faziam no antigo Twitter.

Um exemplo disso é Jon Gray, presidente e diretor de operações da empresa financeira Blackstone, que, à semelhança dos influenciadores digitais profissionais, partilha vídeos dos locais que visita, das corridas que faz, dos eventos familiares em que participa e até das intervenções públicas que vai tendo. Com 200 mil seguidores, integra o grupo de personalidades do LinkedIn Top Voice, que reúne especialistas, executivos, agentes de mudança e figuras públicas globais.

Partilha de vídeos curtos aumenta 34%

Segundo a Ad Age, ao manter um algoritmo que privilegia as conexões e que centra a atividade na divulgação de notícias, o LinkedIn, que é consultado diariamente por 134 milhões de utilizadores, posiciona-se como uma plataforma reputada e credível para marcas, líderes e criadores de conteúdo que precisam de um suporte fiável para construir uma presença digital que lhes traga vantagens competitivas.

A aposta do LinkedIn nos vídeos curtos foi reforçada em 2024, sendo este o formato que mais cresce na plataforma, registando uma progressão de 34% face a 2023. No último trimestre do ano, os utilizadores interagiram com 1,5 milhões de publicações, com os executivos séniores a tirarem partido dos vídeos curtos, das transmissões ao vivo, dos inquéritos e dos artigos que promovem marcas e ideias.

Apesar da ameaça de aplicações como a Bluesky, a RedNote e a Substack, que também têm vindo a abrir espaço para as partilhas sociais, a rede social profissional, que numa primeira fase estava mais direcionada para a divulgação e procura de oportunidades de trabalho, ganha espaço como local confiável para a transmissão de mensagens publicitárias e de discursos com propósitos comerciais.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Publicidade

Anúncio falso da KFC criado com IA gera polémica nos EUA

Com cerca de 45 segundos de duração, o spot tem um custo de produção de 400 dólares (€365) e contém dezenas de imagens fotorealistas, incluindo cenas de pessoas a comer frango frito e representações exatas da marca KFC

Um anúncio falso da KFC, gerado por inteligência artificial (IA) e publicado no LinkedIn, está a suscitar reações da comunidade criativa nas redes sociais, incluindo acusações de plágio e um novo debate sobre o papel da IA na criação de publicidade. O anúncio, que tem um custo de produção de 400 dólares (€365), é criado por uma produtora para demonstrar os limites do que é possível quando se utiliza a IA para criar publicidade, noticia a Adage.

Com cerca de 45 segundos de duração, o anúncio intitulado ‘KFC AI Food + Beverage Tests – Pt. II – Ready 2 Roll’, contém dezenas de imagens fotorrealistas, incluindo cenas de pessoas a comer frango frito e representações exatas da marca KFC.
David Blagojevic, realizador e cofundador da empresa cinematográfica Davinci Productions, com sede na Sérvia, tem vindo a ganhar seguidores nas redes sociais por criar este tipo de projetos.

O projeto, descrito por David Blagojevic como um teste para explorar o potencial das ferramentas de IA, foi arrasado pelos especialistas em publicidade e marketing.

Uma das críticas mais contundentes foi a do realizador Joris Noordenbos, responsável por campanhas oficiais do KFC, que denuncia semelhanças com spots publicitários que ele próprio terá filmado. “Foi como ver uma máquina Xerox com IA”, disse ao Ad Age. E para o provar, publica no Instagram um ‘reel’ dos dois anúncios lado a lado, e as imagens revelam-se praticamente idênticas.

No rescaldo dessa revelação, David Blagojevic reafirma tratar-se um projeto não comercial, que começa com uns rascunhos feitos à mão, com a única intenção de testar como IA pode replicar a estética e o estilo das campanhas do KFC.

 

O caso marca a mais recente polémica sobre o uso da IA na criação publicitária, na sequência de controvérsias em torno da Coca-Cola e da Under Armour. Enquanto alguns profissionais olham para a tecnologia como forma de impulsionar a criatividade e abrir novas possibilidades narrativas, há quem critique a falta de originalidade em trabalhos que apenas reproduzem o que já foi feito.

Isso explica o que leva alguns criativos a atrasar a introdução de ferramentas de IA em tarefas relacionadas com a produção, com receio de que essa automatização possa eventualmente substituir os humanos. Já os proponentes da tecnologia preferem olhar para a eficiência e crescente capacidade de produção criativa da IA.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2025 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.