O que André Félix aprendeu nos CES Innovation Awards
André Félix foi jurado no CES Innovation Awards, em Las Vegas, considerado um dos principais fóruns tecnológicos do mundo. O director criativo executivo da J. Walter Thompson Lisboa foi o […]

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André Félix (JWT)
André Félix foi jurado no CES Innovation Awards, em Las Vegas, considerado um dos principais fóruns tecnológicos do mundo. O director criativo executivo da J. Walter Thompson Lisboa foi o primeiro publicitário a ser jurado nesta competição, tendo avaliado a categoria Tech For A Better World. Nesta categoria, 29 produtos receberam o reconhecimento Honoree for Tech For A Better World.
O publicitário destaca cinco produtos que avaliou no CES Innovation Awards: a app-Elles, uma pulseira bluetooth ligada a uma aplicação para mulheres vítimas de violência em que as utilizadoras podem alertar três contactos de confiança; Genny, um bebedouro que transforma ar em água; EyeQue VisionCheck, um dispositivo automatizado para fazer o teste de miopia, hipermetropia e astigmatismo; Oticon Kaizn, um assistente pessoal de inteligência artificial para aparelhos auditivos; e Slighter, um isqueiro inteligente que ajuda a monitorizar os hábitos dos fumadores.
M&P: Como é ser jurado de um festival fora do mercado publicitário?
André Felix (AF): Os jurados do CES Innovation Awards são especialistas altamente respeitados nas suas áreas, incluindo designers, tecnologia, engenheiros e membros da imprensa. Foi uma grande honra e ao mesmo tempo surpresa ter recebido esse convite. Nos últimos quatro anos tive o privilégio de julgar 21 festivais de criatividade ao redor do mundo mas pela primeira vez estive num festival que não está ligado à indústria da publicidade.
M&P: A CES costuma ser um palco de tendências, inovação e tecnologia. Como é que surgiu a sua ligação ao evento?
AF: O CES Innovation Awards é o local de encontro do mundo para todos os que prosperam no negócio de tecnologias de consumo. Serve como campo de testes para inovadores e tecnologias inovadoras por 50 anos – o estágio global em que as inovações de última geração são introduzidas no mercado. Recebi o convite para ser jurado, porque um projecto pessoal que desenvolvi ao lado dos incríveis Eduardo Marques e Bruno Regalo, conquistou muita visibilidade e relevância no mercado internacional ligado ao segmento de tecnologia. O projecto Bolt Cart conquistou diversos prémios, dentre eles o principal prémio de tecnologia e inovação da Ásia e isso chamou a atenção. A minha ligação com a CES acontece desde 2015, mas por ser mentor da ArtCenter College em Pasadena, na Califórnia, no curso de design e tecnologia, certamente credenciou-me para essa nomeação como jurado da CES.
https://www.youtube.com/watch?v=gI8BR9_sQ1E
M&P: Que tendências é que lhe chamaram a atenção?
AF: Várias. Começo pelos produtos com o dispositivo Lab-on-a-chip (LOC). Esse dispositivo tem o tamanho de um telemóvel e permite que médicos, enfermeiras ou mesmo aos próprios pacientes, possa extrair uma amostra de líquido corporal (como urina, saliva ou uma simples gota de sangue) e realizar dezenas, se não centenas, de diagnósticos em questão de minutos. O Lab-on-a-chip elimina a necessidade de equipamentos caros e pessoal altamente treinado recursos que não estão disponíveis em muitas áreas onde a epidemia de VIH é mais grave. Depois, a produção de energia eléctrica a partir de algas geneticamente modificadas, 30 vezes mais eficientes do que os biocombustíveis convencionais. Destaco também os automóveis inteligentes, que não precisam de condutor e que vão revolucionar o sistema de transporte público em pouco tempo. Por último porém não menos importante, a quantidade de produtos e serviços integrados com biohacking e neurohacking.
M&P: Por que é que o CES deve estar no radar dos publicitários?
AF: Na última edição da CES na categoria que julguei o grande vencedor foi o Nissan LEAF. O Nissan LEAF é muito mais do que um veículo eléctrico. Ele é o veículo tecnologicamente mais avançado do mundo e hoje podemos ver esse produto em qualquer concessionária de automóveis. Isso é incrível. Existem muitos produtos incríveis, mas três áreas chamaram-me a atenção devido ao número de soluções. São elas: sustentabilidade, health e mobilidade. Esse evento é importante para os publicitários porque de lá vão sair tudo que nós vamos propagar e eu também acredito que podemos contribuir com os clientes para o lançamento de novos produtos e serviços, por isso é sempre bom está a frente do nosso tempo.
M&P: Como funciona o processo de votação? É muito diferente dos festivais de criatividade?
AF: A minha categoria é Tech For A Better World e tem a missão de avaliar produtos que compartilham um objectivo ou uma capacidade comum de impactar o mundo de maneira positiva. Os produtos podem ser de qualquer tipo desde que tenha impacto social e/ou global positivo. Cada categoria de produto tem uma equipa avaliadora composta por um designer, um engenheiro e um membro da imprensa especializada. A equipa fornece um valor numérico para cada um dos critérios. Se o produto com classificação mais alta numa categoria não ultrapassar a pontuação mínima, não há Prémio Melhor da Inovação para essa categoria. Uma curiosidade interessante é que o evento não divulga a lista de jurados antecipadamente, justamente para não acontecer o famoso lóbi.
Três áreas chamaram-me a atenção devido ao número de soluções. São elas: sustentabilidade, health e mobilidade.