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Hugo Veiga (ao centro) acompanhado por parte da equipa da agência

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“Existe uma atrofia criativa” no mercado português

A AKQA São Paulo, que tem Hugo Veiga como um dos fundadores e director criativo executivo, entrou para o restrito lote de agências a conquistar dois grandes prémios numa só edição do Cannes Lions. O criativo português explica os projectos e, a pedido do M&P, analisa o estado da criatividade nacional.

Pedro Durães

Hugo Veiga (ao centro) acompanhado por parte da equipa da agência

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“Existe uma atrofia criativa” no mercado português

A AKQA São Paulo, que tem Hugo Veiga como um dos fundadores e director criativo executivo, entrou para o restrito lote de agências a conquistar dois grandes prémios numa só edição do Cannes Lions. O criativo português explica os projectos e, a pedido do M&P, analisa o estado da criatividade nacional.

Pedro Durães
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Hugo Veiga (ao centro) acompanhado por parte da equipa da agência

A AKQA São Paulo, que tem Hugo Veiga como um dos fundadores e director criativo executivo, entrou para o restrito lote de agências a conquistar dois grandes prémios numa só edição do Cannes Lions. A última vez que uma agência brasileira alcançou o mesmo feito foi em 2013. Hugo Veiga lembra-se bem porque, tal como agora, o nome do criativo português estava na ficha técnica de um dos projectos distinguidos. E ambos os grandes prémios tinham criatividade portuguesa. João Coutinho, agora director criativo executivo da VMLY&R para a América do Norte, estava com Hugo Veiga na Ogilvy São Paulo e a agência recebeu a distinção máxima em Titanium e Promo & Activação com os projectos Retratos da Real Beleza para Dove e Fãs Imortais para Sport Club Recife. A pedido do M&P, o criativo português explica os projectos que lhe valeram este ano a distinção máxima em Cannes e analisa o estado da criatividade nacional.

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Meios & Publicidade (M&P): Como surgiu o projecto que venceu o grande prémio em Entertainment for Music e como foi o processo de criação?

BluesmanHugo Veiga (HV): O projeto do Bluesmen surgiu por intermédio de um dos directores de arte da AKQA, que é também fundador do maior festival de música 100% brasileira, o Coala. Ele conheceu o Baco e um work-in-progress do seu novo álbum, partilhou com a gente e, dado o poder das suas letras, decidimos ajudar a difundir a mensagem. O intuito do projecto foi usar semiótica (design e fotografia) para empoderar a comunidade negra no Brasil. Todas as peças foram pensadas junto com profissionais negras da AKQA e com o Baco. O filme teve muitas das suas cenas gravadas na Ocupação 9 de Julho, símbolo de resistência de emigrantes e refugiados negros no Brasil. A produção teve o cuidado de dar aulas de capacitação a alguns dos jovens.

M&P: E o projecto Air Max Graffiti Stores para a Nike?

HV: Para Nike, quisemos criar uma acção que, assim como Air Max, estivesse intimamente ligada à cultura de rua e à sua personalidade transgressora. Assim, Air Max Graffiti Stores hackeou dois contextos. Primeiro, o governador João Doria abriu guerra aos grafittis. Segundo, existe uma lei em São Paulo, a Lei da Cidade Limpa, que não permite media out-of-home de grandes dimensões. A forma como hackeamos o primeiro ponto foi actualizando os graffitis que sobreviveram. Os autores de cada obra iam lá e pintavam os novos modelos nos pés de graffitis existentes. Um novo modelo dos ténis foi lançado a cada semana. Os consumidores que desejassem comprar os produtos precisavam ir até os graffitis e, pela aplicação da marca no smartphone, desbloquear a compra no e-commerce da empresa usando a ferramenta de geolocalização.

20d1357157a34890b8077b73b6dd468eDepois de quatro semanas, saiu a notícia de que o Doria foi condenado por ter destruído centenas de graffitis. Aí, como tinhamos respaldo legal, falamos com quatro dos maiores grafiteiros de São Paulo e pedimos para eles trazerem personagens que tinham sido apagados pelo Doria. E aí, criamos um mural com seis personagens que tinham sido destruidos, usando seis novos modelos. Esse mural gigante de 40 metros fica entre o MASP (maior museu da América Latina) e o mirante 9 de Julho. Ou seja, a nossa media tornou-se uma herança cultural para São Paulo e símbolo da street art. Sobre a questão da Lei da Cidade Limpa, com esta ideia conseguimos driblar essa lei e ter out-of-home gigantes nas paredes da cidade. Como resultado, as visitas ao seu site cresceram 22% no mês da acção (em Fevereiro deste ano). As vendas, por sua vez, aumentaram 32% em comparação com o ano anterior no mesmo período.

M&P: Foi a primeira vez que a AKQA São Paulo coquistou grande prémio e logo em dose dupla. O que representa este duplo grande prémio para a agência?

HV: É uma felicidade enorme, mas estamos conscientes de que nada mudou de há duas semanas para esta. Existem valores e uma cultura que são o epicentro de tudo o que fazemos. E não vamos deixar-nos iludir com reconhecimentos da indústria. O nosso maior foco continua a ser produzir ideias de impacto, inovadoras e de alcance global. Esperamos que, com estes reconhecimentos, mais marcas nos venham procurar com esse mesmo nível de ambição criativa.

M&P: A última vez que uma agência brasileira conseguiu dois grandes prémios numa só edição foi a Ogilvy, em 2013. Um deles foi para o trabalho Retratos da Beleza Real para a Dove e o outro também teve criatividade portuguesa, Fãs Imortais para o Sport Club Recife, assinado pelo João Coutinho. Quais são os segredos para chegar a leão?

HV: Creio que um grande prémio é o culminar de diversos factores e, claro, uma pitada de sorte. Os dois grandes prémios da Ogilvy em 2013 foram o coroar de um processo que se iniciou em 2009, com contratação de profissionais muito talentosos e uma busca por projectos de classe mundial. Ou seja, o ecossistema da agência em 2012/13 era muito criativo. A AKQA é um organismo completamente diferente do da Ogilvy dessa época, no entanto, desde que abrimos, possuímos uma obsessão semelhante por busca de ideias inovadoras. Creio que o segredo dos nossos leões é a nossa cultura. Um ambiente familiar que se pauta pelo respeito, pelo cuidado e pela paixão na busca de ideias de impacto social e no negócio. Uma parceria sincera e transparente com todos os nossos clientes. E a escolha de parceiros que abraçam as nossas ideias com paixão.

M&P: Olhando para os grandes prémios e ouros deste ano, há muitas causas sociais, questões ligadas à acessibilidade de pessoas com deficiência e soluções para saúde, questões raciais, desde o vosso Bluesman ao Dream Crazy da Nike. O que mais ficou na retina neste edição e que tendências identifica na publicidade actual?

HV: Como puderam ver, as ideias “purpose driven” são as mais premiadas. Controlo de armas, igualdade feminina, LGBT, aquecimento global, masculinidade tóxica, acessibilidade, racismo… Com a descrença nos políticos e o medo de ver o mundo caminhar para um lugar escuro, as marcas têm procurado moldar a conversa. É uma missão importante e relevante para as marcas pois estas são organizações com poder de impacto real na sociedade. Fico feliz por ver marcas transcenderem a publicidade para criar as suas próprias medias e novidades. Mas não podemos exagerar na componente de purpose e alienarmo-nos do negócio. Afinal, existimos para elevar a relevância da marca para os seus consumidores.

M&P: Depois de um ano de 2018 em que, pela primeira vez em 10 anos, não houve nenhum leão para Portugal, a prestação das agências portuguesas este ano foi ainda mais fraca: novamente nenhum leão e apenas um trabalho em shortlist. Como analisa este desempenho?

HV: Vou responder com base no que vou vendo partilhado nas redes sociais, por isso, se estiver a falar uma baboseira, atirem pedras. Não tenho dúvidas do talento de inúmeros profissionais do mercado, mas existe uma atrofia criativa. O mercado pautou como qualidade o que de melhor se faz por lá e, como prova Cannes, esse melhor está longe de ser bom. Vejo muita media tradicional a ser aplaudida, líderes que não se reinventam e clientes acomodados. O mercado precisa de um grande abanão, de uma business transformation. Como português, teria muito orgulho em ver mais agências portuguesas brilharem nos palcos mundiais.

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Mónica Brogueira assume liderança da Gato Preto

A nova diretora de operações é nomeada na sequência da saída de Carolina Afonso, CEO. “O meu compromisso é continuar a construir sobre este percurso de inovação e diferenciação no mercado”, declara Mónica Brogueira (na foto)

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Mónica Brogueira é a nova diretora de operações (‘Chief Operations Officer’) da Gato Preto, assumindo a liderança da marca com a saída de Carolina Afonso, CEO. Com cerca de 20 anos de experiência no retalho, a nova COO será responsável por garantir a continuidade estratégica e reforçar a posição da empresa no mercado.

“Assumo com grande responsabilidade e entusiasmo a liderança do Gato Preto. Agradeço profundamente à Carolina Afonso pelo trabalho notável e legado que deixa. O meu compromisso é continuar a construir sobre este percurso de inovação e diferenciação no mercado, mantendo sempre a nossa visão de estar mais próximos dos nossos clientes e de criar experiências que toquem o coração de todos”, declara Mónica Brogueira, citada em comunicado de imprensa.

Na Gato Preto desde 2011, onde passa pela posição de diretora da cadeia de fornecedores e logística,  Mónica Brogueira tem uma licenciatura em gestão de empresas e um MBA no ISEG. Ao longo da carreira, acumula experiência em posições de liderança no setor do retalho.

A marca de artigos para a casa destaca “a importância de Mónica Brogueira para a continuidade do processo de crescimento e inovação da marca, agradecendo profundamente a Carolina Afonso pelo seu contributo fundamental nesse percurso”. A Gato Preto considera ainda que a nova COO “está plenamente preparada para liderar a marca com uma visão diferenciadora e construtiva, mantendo o foco na inovação e no fortalecimento da ligação emocional com os clientes”.

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The New York Times testa modelo de assinaturas combinadas

O objetivo é expandir a base de assinantes e aumentar as receitas do The New York Times, em associação com editoras e empresas de menor dimensão. Depois de uma experiência piloto na Europa, o modelo é agora replicado nos Estados Unidos

O The New York Times está a testar um modelo de assinaturas combinadas, para expandir a base de assinantes e aumentar as receitas. Em associação com editoras de menor dimensão e empresas de diferentes áreas, o jornal norte-americano está a vender pacotes de subscrição, que permitem a leitura de outras publicações e o acesso a códigos para ler artigos do próprio jornal.

“A expectativa é que os subscritores dos sites parceiros que criem uma conta no jornal para resgatar os códigos de acesso que são oferecidos explorem outros produtos de subscrição do The New York Times”, salienta o jornal digital Axios, que avança que o The New York Times conta atualmente com 11 milhões de assinantes no total, sendo 10,5 milhões apenas digitais. A ambição é atingir os 15 milhões de subscritores até 2027.

O modelo, que chega agora aos Estados Unidos, começa por ser experimentado na Europa, com jornais como o El País em Espanha, o Corriere della Sera em Itália e o Politiken na Dinamarca, que são parceiros de pacotes de subscrição internacionais do The New York Times.

A estratégia está numa fase inicial nos Estados Unidos, concentrando-se em negócios que oferecem acesso aos produtos de subscrição do The New York Times em áreas de ‘lifestyle’, como gastronomia, jogos e desporto, avança o Axios. Segundo o site noticioso, o jornal tentou negociar uma parceria estratégica com a The Ankler, ‘startup’ de notícias digitais que cobre Hollywood e a indústria do entretenimento.

O acordo daria aos subscritores da The Ankler, como benefício adicional, o acesso ao catálogo de jogos por subscrição que o The New York Times disponibiliza, sendo necessário o registo no site ou na aplicação móvel do jornal. Através desse procedimento, o título nova-iorquino ficaria com os dados dos subscritores da ‘startup’. Em discussão esteve também a possibilidade do The New York Times permitir o acesso dos leitores da The Ankler a alguns dos conteúdos jornalísticos que desenvolve na área do ‘lifestyle’.

A parceria acabaria por não avançar mas, de acordo com o Axios, a estratégia é para manter, até porque o jornal está em processo de recrutamento de um diretor de vendas, parcerias e subscrições empresariais, a quem pagará entre 175 mil dólares (cerca de €168,6 mil) e 195 mil dólares (cerca de €187,96 mil) ao ano, como anuncia no LinkedIn.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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Hugo Veiga vai liderar criatividade global da AKQA a partir de Portugal

“Portugal tem um dos fusos horários mais amigáveis ​​para um papel global como o meu, bem como um valioso ecossistema de inovação e arte para o qual o mundo ainda não acordou”, salienta Hugo Veiga (na foto)

Catarina Nunes

Hugo Veiga está de regresso a Portugal, de onde passará a liderar a criatividade global da AKQA, agência do grupo WPP, a partir de Lisboa. A notícia é avançada pelo redator, até agora na AKQA nos Estados Unidos como ‘Global Chief Creative Officer’, numa publicação no LinkedIn.

“Depois de 20 anos a viver no estrangeiro, estou de volta à minha terra natal: Portugal. Uma decisão familiar, mas também uma decisão profissional. Portugal tem um dos fusos horários mais amigáveis ​​para um papel global como o meu, bem como um valioso ecossistema de inovação e arte para o qual o mundo ainda não acordou. Mal posso esperar para me conectar mais com o seu potencial existente.
Estou grato à AKQA e à WPP por tornarem esta mudança possível e estou muito feliz por dizer ‘Tou de bolta, carago'”, escreve na publicação no LinkedIn, a 2 de fevereiro.

Hugo Veiga é natural do Porto e muda-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar na Escola Superior de Comunicação Social. Começa a carreira profissional como redator júnior na McCann Erickson Portugal, em 2001. Em entrevista à Notícias Magazine, em maio de 2020, assume que sempre teve o sonho de trabalhar fora de Portugal. Faz a primeira tentativa em Londres, aos 25 anos, mas a oportunidade acaba por não se concretizar. “Ainda não tinha portefólio suficiente”, recorda Hugo Veiga, citado na Notícias Magazine.

Acaba por sair de Portugal para o Brasil, em 2005, onde assume o cargo de redator júnior na Ogilvy São Paulo. No Brasil passa ainda por agências como Leo Burnett, McCann Erickson, Ogilvy e AKQA, agência da qual é cofundador, após ter sido reconhecido como o melhor redator do ano, em 2013, no Cannes Lions.

Desde então, lidera projetos criativos para marcas e artistas como Usher, Elton John e Lady Gaga. A AKQA São Paulo, por seu lado, é eleita como o Escritório Mais Feliz da WPP, em 2018, Agência do Ano da América Latina no Cannes Lions em 2019 e no One Show em 2020, conquistando também um Grand Clio, para cinco clientes diferentes em cinco anos consecutivos.

No currículo, Hugo Veiga conta com cerca de 60 Leões do Festival Internacional de Criatividade de Cannes, entre os quais se destacam 25 Ouros e quatro Grandes Prémios, com as campanhas ‘Dove Real Beauty Sketches’, ‘Nike Air Max Graffiti Stores’, ‘Bluesman’ e ‘Nike Never Done Evolving feat Serena’.  Individualmente, é eleito o Melhor Diretor de Criação do Brasil em 2019, pelo PropMark, uma das principais publicações do setor no Brasil, participa em duas palestras TEDx e preside o júri da categoria Mobile no Cannes Lions 2022.

Em paralelo com a publicidade, tem um percurso como guionista e ator em programas de comédia na televisão portuguesa, voz de desenhos animados e vocalista da banda de rock Moda Foca. Em 2020, lança ‘Terra da Faina’, álbum musical de estreia sob o alter ego Gohu, cujo primeiro single a MTV Portugal apelida de ‘O Hino da Quarentena’.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Volvo premiada como marca comprometida com as mulheres (com vídeos)

O Sandy Myhre Award reconhece o empenho da Volvo Cars na promoção da igualdade de género no local de trabalho, no design de produtos e nas campanhas publicitárias (na foto)

A Volvo Cars é a vencedora do Sandy Myhre Award, prémio da Women’s Worldwide Car of the Year (WWCOTY) que reconhece os fabricantes de automóveis comprometidos com as mulheres em áreas como a inclusão no local de trabalho, o design de produtos e as campanhas publicitárias.

Nesta matéria são exemplos o recente anúncio de lançamento do novo Volvo EX90 e a campanha ‘One of a Million’, com histórias reais sobre sobreviventes a colisões automóveis, em que as mulheres são protagonistas. A distinção salienta o compromisso da marca sueca com a diversidade, equidade e inclusão (DEI), que contrasta com a tendência crescente de empresas que estão a reduzir os investimentos nesta área.

O Sandy Myhre Award, que leva o nome da jornalista neozelandesa fundadora do WWCOTY, é “um reflexo do impacto das nossas iniciativas para criar uma indústria automóvel mais inclusiva e equitativa”, refere a Volvo Cars em comunicado de imprensa.

O júri, composta por 82 jornalistas mulheres de 55 países, destaca o compromisso histórico da Volvo Cars com as mulheres, salientando a integração feminina no mercado de trabalho, as iniciativas pioneiras em segurança – como o uso de manequins grávidas em testes, desde 1995 – e a parceria com a organização Girls Who Code em 2023, que visa reduzir a disparidade de género na área da tecnologia.

Os esforços da Volvo Cars na promoção da igualdade e inclusão, com enfoque no esforço contínuo para assegurar igualdade nos salários e oportunidades profissionais, bem como as medidas de apoio a mulheres na conciliação da carreira com a família, reforçando o seu papel ativo na sociedade, são outros dos aspetos, a par com a identificação das necessidades e preferências das mulheres enquanto condutoras, desenvolvendo veículos que se adaptem a todos os géneros.

Sobre o autorMeios & Publicidade

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Receitas e lucros da Apple aumentam. Vendas do iPhone continuam a descer

Tim Cook, CEO da Apple anuncia que “este é o melhor trimestre de sempre da Apple”, mas a queda contínua das vendas na Grande China e do iPhone levantam dúvidas sobre a capacidade da empresa em manter o atual ritmo de crescimento

Entre outubro e dezembro de 2024, primeiro trimestre do ano fiscal de 2025 da Apple, as receitas totais de faturação da empresa tecnológica aumentam 4% face ao período homólogo, atingindo 124,3 mil milhões de dólares (€114,6 mil milhões). Os lucros ascendem a 36,33 mil milhões de dólares (€33,5 mil milhões), o que representa um crescimento de 7%.

“Hoje, a Apple está a anunciar o nosso melhor trimestre de sempre, com receitas de 124,3 mil milhões de dólares, mais 4% do que há um ano”, enfatiza no comunicado de apresentação de resultados Tim Cook, CEO da Apple, acrescentando que “estamos entusiasmados por termos apresentado aos nossos clientes a melhor seleção de produtos e serviços de sempre durante a época festiva”. A Apple tem, no entanto, dois problemas: a queda das vendas na Grande China e do iPhone, que historicamente tem sido o principal motor da empresa.

As vendas do iPhone totalizam 69,1 mil milhões de dólares (63,72 mil milhões de euros) nos últimos três meses de 2024, o que corresponde a um recuo de 0,8%, o que significa que as vendas do iPhone 16, equipado com recursos de inteligência artificial, não teve impacto junto dos consumidores. Tim Cook justifica a queda das vendas do iPhone com o facto de a Apple Intelligence não estar disponível em todos os mercados e de a empresa registar vendas significativas onde o Apple Intelligence está disponível e resultados mais fracos onde não está, incluindo na China.

Segundo o The Guardian, os acionistas da Apple têm manifestado preocupações com a diminuição das vendas na China, onde a empresa regista uma quebra de 11,1% nas receitas, que atingem os 18,5 mil milhões de dólares (17,06 mil milhões de euros), à medida que os concorrentes chineses consolidam as suas posições. O investimento em IA, nomeadamente no Apple Intelligence, é visto como um possível impulsionador para a recuperação, apesar de ainda incluir muitas falhas e de progredir mais lentamente do que o dos concorrentes diretos. No entanto, as dificuldades enfrentadas pela Apple levantam dúvidas sobre a sua capacidade de manter o atual ritmo de crescimento.

Tim Cook mantém-se confiante e durante uma audiconferência sobre os resultados do trimestre, assegura aos analistas que “a adoção da tecnologia de IA será inevitável” e que, “à medida que mais utilizadores a experimentarem, vai se tornar um elemento essencial na experiência do ecossistema Apple”.

Liderança e crescimento nas Américas

Nos restantes mercados, a Apple revela uma tendência de aumento na maioria das geografias, incluindo as Américas, que lideram as vendas com 52,65 mil milhões de dólares (48,61 mil milhões de euros), o que corresponde a um crescimento de 4,4%. A Europa regista um aumento de 11,4%, atingindo 33,86 mil milhões de dólares (31,25 mil milhões de euros), com o Japão e a região Ásia-Pacífico a subirem 15,7% e 1,3%, respetivamente.

O segmento de serviços da Apple, que inclui a App Store, a Apple Music, a Apple TV+, entre outros, tem uma receita recorde de 26,34 mil milhões de dólares (€24,32 mil milhões), o que corresponde a um crescimento de 14%. A Apple atribui esta evolução ao fortalecimento da App Store, da Apple Music e do AppleCare, que refletem o peso crescente das operações de serviços no modelo de negócio da empresa sediada em Cupertino, na Califórnia.

Ao contrário do iPhone, os computadores Mac e o iPad registam um desempenho positivo. A linha Mac cresce 15%, atingindo 8,99 mil milhões de dólares (€8,29 mil milhões), enquanto os tablets da marca aumentam 15,2% e geram receitas na ordem dos 8,08 mil milhões de dólares (€7,46 mil milhões). A Apple atribui o aumento das vendas do iPad às novas versões Pro e Air, lançadas no final de 2024.

A divisão de ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui Apple Watch, HomePod e AirPods, regista uma ligeira queda de 1,7%, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões), com a Apple a reforçar a aposta na integração destes dispositivos no ecossistema de saúde e bem-estar.

A divisão de dispositivos ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui o Apple Watch, o HomePod e os AirPods, entre outros, tem, por sua vez, uma queda de 1,7% nas receitas de faturação, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões). A redução nas vendas deste segmento está relacionada com o facto de os consumidores terem um maior incentivo para tirar o máximo partido possível dos seus dispositivos e com a satutação do mercado. Concorrentes como a Samsung e marcas chinesas têm lançado alternativas a preços mais acessíveis, o que pode estar a influenciar negativamente as vendas da Apple neste setor.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Amazon lança ferramenta de IA que otimiza difusão de campanhas em vídeo

A ferramenta Brand+ identifica os clientes com maior probabilidade de conversão em plataformas de ‘streaming’ e na ‘connected TV’. A solução facilita o trabalho dos anunciantes, mas retira algum controlo das mãos das agências

A Amazon tem uma nova ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) na plataforma Amazon DSP, que permite aos anunciantes direcionar campanhas de notoriedade da marca para os consumidores, com base em dados normalmente aplicados ao marketing de desempenho, noticia a Ad Age.

A nova ferramenta Brand+ permite identificar os consumidores que, segundo as previsões, estarão interessados em adquirir um produto ou serviço de uma marca nos próximos três meses.

Os profissionais de marketing podem utilizar o Brand+ para transmitir campanhas em plataformas de ‘streaming’, como a Prime Video e a Twitch, bem como em editoras como a BuzzFeed, a Fox Corp. e a Dotdash Meredith, por exemplo. Além das plataformas próprias, a Amazon também disponibiliza a ferramenta no mercado de ‘connected TV’, através dos dispositivos Fire TV e da loja Amazon Channels, que oferecem acesso a milhões de lares além da Prime Video e da Twitch.

A Amazon e os seus concorrentes estão a desenvolver cada vez mais soluções de publicidade com base em IA, que eliminam parte do trabalho de gestão de campanhas para marcas e agências. As ferramentas de anúncios com IA, como a Performance Max da Google, a Advantage+ da Meta e a Smart+ da TikTok, identificam os clientes com maior probabilidade de conversão, o que significa que esses utilizadores estão preparados para agir com base nos anúncios. Porém, esta solução facilita o trabalho dos anunciantes, mas retira algum controlo das mãos das agências.

A Amazon DSP, que concorre diretamente com o Display and Video 360 da Google e o The Trade Desk, permite agora aos anunciantes apresentar anúncios em vídeo em fluxo contínuo ao público mais adequado. “Os modelos de aprendizagem automática otimizam continuamente a campanha através da análise de novos ‘insights’ e de informações sobre o envolvimento, ajudando a chegar mais cedo a clientes com elevado potencial”, revela Kelly MacLean, vice-presidente da Amazon DSP, citada na Ad Age.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Meta aumenta faturação em 22% para €157,8 mil milhões em 2024

A faturação do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp sobe 22% em 2024. Para o trimestre em curso, a Meta antecipa receitas entre 39,5 mil milhões de dólares e 41,8 mil milhões de dólares, abaixo dos 47,3 mil milhões de dólares registados no último trimestre de 2024

As receitas totais de faturação da Meta aumentam 22% no ano fiscal de 2024, para 164,5 mil milhões de dólares (€157,8 mil milhões), em comparação com 2023, em que a empresa fatura 134,9 mil milhões de dólares (€129,3 mil milhões).

No último trimestre de 2024, a Meta relata também um aumento de 21% nas receitas de faturação para 48,3 mil milhões de dólares (€ 46,3 mil milhões), face ao mesmo período em 2023, em que regista 40,1 mil milhões de dólares (€38,4 mil milhões).

As receitas de faturação publicitária da empresa liderada por Mark Zuckerberg aumentam 21,7% em 2024 para 160,6 mil milhões de dólares (€153,8 mil milhões), em comparação com os 131,9 mil milhões de dólares (€126,4 mil milhões) auferidos em 2023.

No último trimestre de 2024, as receitas publicitárias da Meta sobem 20,8% para 46,7 mil milhões de dólares (€44,8 mil milhões) no terceiro trimestre do ano, face aos 38,7 mil milhões de dólares (€37 mil milhões) registados no período homólogo.

A Família de Apps da empresa – que inclui as redes sociais Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp – fatura 162,3 mil milhões de dólares (€155,6 mil milhões), em 2024, mais 22% do que os 133 mil milhões de dólares (€127,4 mil milhões) registados em 2023.

No quarto trimestre de 2024, a Meta fatura 47,3 mil milhões de dólares (€45,3 mil milhões) no mesmo segmento, o que representa um aumento de 21,1% face aos 39 mil milhões de dólares (€37,4 mil milhões) reportados em 2023.

As redes sociais da Meta têm um lucro de 87,1 mil milhões de dólares (€83,5 mil milhões) em 2024, face aos 62,8 mil milhões de dólares (€60,2 mil milhões) reportados no ano anterior, o que representa um crescimento de 38,5%. No último trimestre de 2024, as redes sociais da Meta obtêm um lucro de 28,3 mil milhões de dólares (€27,1 mil milhões) no mesmo segmento, um aumento de 34,7% em comparação com os 21 mil milhões de dólares (€20,1 mil milhões) relatados no mesmo período de 2023.

A faturação do segmento de Reality Labs – que inclui o ‘hardware’, ‘software’ e conteúdos de consumo relacionados com a inteligência artificial (IA), realidade virtual, aumentada e mista – passa para 2,1 mil milhões de dólares (€2 mil milhões), em 2024, face a 1,8 mil milhões de dólares (€1,8 mil milhões), em 2023. No quarto trimestre de 2024, a faturação do mesmo segmento sobe para 1,083 mil milhões de dólares (€1,038 mil milhões), de 1,071 mil milhões de dólares (€1,026 mil milhões).

Em termos de resultados líquidos, o segmento Reality Labs aumenta o prejuízo em 2024 para 17,7 mil milhões de dólares (€16,9 mil milhões), no terceiro trimestre, face aos 16,1 mil milhões de dólares (€15,4 mil milhões) registados em 2023. No último trimestre de 2024, a história repete-se e a Meta eleva o prejuízo para 4,9 mil milhões de dólares (€4,7 mil milhões), em comparação com os 4,6 mil milhões de dólares (€4,4 mil milhões) indicados no período homólogo.

Apesar dos prejuízos que a realidade virtual e aumentada, bem como a IA, estão a causar à empresa, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reforça o interesse em investir fortemente nesses segmentos, mesmo sem ter o apoio de alguns investidores, devido aos custos de investimento e os prejuízos gerados. O CEO da Meta prevê, contudo, um “ano importante” em que o MetaAI se vai tornar “o modelo mais utilizado no setor”.

“Espero que este seja o ano em que um assistente de IA altamente inteligente e personalizado chegue a mais de mil milhões de pessoas”, revela Mark Zuckerberg numa conferência com investidores. “E espero que o Meta AI seja esse assistente de IA líder”, acrescenta. Para o trimestre em curso, a Meta antecipa receitas entre 39,5 mil milhões de dólares (€37,8 mil milhões) e 41,8 mil milhões de dólares (€40 mil milhões).

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We Are Social antecipa regresso às origens na comunicação das marcas nas redes sociais

Em 2025, a comunicação vai ser mais espontânea, provocadora e despreocupada, com 59% dos ‘marketers’ a assumirem mais riscos e 96% deles a alcançarem resultados. “Associem-se a influenciadores que não tenham medo de viver experiências autênticas e não sejam púdicos nas imagens que apresentam”, recomenda a We Are Social

A agência criativa We Are Social, focada em redes sociais e marketing de influência, antecipa o regresso às origens na comunicação das marcas, com as mensagens publicitárias a recuperarem espontaneidade, provocação e leveza, nas experiências online e nas redes sociais, que se têm vindo a perder com a ditadura do politicamente correto.

De acordo com o estudo ‘Think Forward 2025–The Liveable Web’, que identifica cinco tendências que estão a marcar a forma como as marcas comunicam, assiste-se a um ‘renascimento primordial’, uma das novas correntes identificadas. “Em 2024, houve um ressurgimento da espontaneidade, da provocação, do hedonismo e do recurso a expressões não filtradas, reivindicando o valor da liberdade”, refere o documento.

Redes sociais e internet de baixo risco é outra das tendências a marcar a comunicação das marcas em 2025. “Os espaços online estão a voltar a ser lugares de escapismo e descontração. Uma nova internet, mais descontraída, está a emergir, nostálgica pela sua era dourada, no início da década de 2000”, aponta o estudo, dando como exemplo o interesse em figuras animadas como as personagens do jogo Pokémon TCG Pocket e o revivalismo em torno dos Ursinhos Carinhosos.

A We Are Social elenca ainda o consumismo intencional como outra das realidades, que vão obrigar as marcas a rever a forma como comunicam. “As pessoas, especialmente as gerações mais jovens, estão mais conscientes da sustentabilidade quando fazem compras. Preferem bens práticos e duráveis ​​e são mais criteriosos na forma como gastam o seu dinheiro”, refere a análise.

A influenciadora digital Andreea Tolomeiu, conhecida como L’Influencer_onesta, personifica essa tendência. A italiana ganha popularidade com as avaliações imparciais de produtos de beleza que faz nas redes sociais, comprando artigos de forma independente e recusando colaborações com marcas.

A quarta corrente identificada prende-se com a criação e a recriação de mitos modernos. “A cultura pop é cada vez mais filtrada pelas lentes de criadores, que a moldam e reinterpretam com o seu conteúdo. O resultado é uma internet repleta de referências ocultas, que as pessoas gostam de descobrir, criando uma experiência de entretenimento mais profunda e envolvente”, refere o estudo.

Um dos exemplos que a We Are Social aponta para esta tendência é o lançamento da coleção de moda outono/inverno 2024/24 da Peachy Den, que recorre a uma colaboração com a influenciadora digital Olivia Neill e o realizador Jake Erland, para recriar uma cena icónica do filme ‘O Diabo Veste Prada’.

A We Are Social prevê também o crescimento daquilo que apelida de ‘novas intimidades’. “Os consumidores procuram um sentido de pertença mais forte dentro das comunidades e dos grupos de fãs, motivados pelo desejo de se sentirem parte de algo maior. Este sentido de comunidade também se estende offline”, assegura a análise da agência.

O estudo da equipa Cultural Insights da We Are Social utiliza análises qualitativas e culturais, com pesquisa documental validada por especialistas próprios em quatro continentes, apoiada por uma pesquisa com 500 ‘marketers’ nos Estados Unidos e no Reino Unido. Com base nesta informação, a We Are Social faz uma análise temática para identificar as cinco tendências emergentes, que estão a moldar o futuro das redes sociais.

O estudo revela ainda que os profissionais de marketing que têm seguido as novas correntes estão a atingir as metas traçadas, com 59% dos ‘marketers’ a revelarem que assumem mais riscos e 96% a afirmarem que essa estratégia lhes tem permitido alcançar resultados.

“Não tenham medo de arriscar. A aposta em emoções mais cruas permitir-vos-á destacarem-se face aos vossos concorrentes. Associem-se a influenciadores que não tenham medo de viver experiências autênticas e não sejam púdicos nas imagens que apresentam”, recomenda a We Are Social nas conclusões do estudo.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Futuro da Trust in News em suspenso até 20 de março

Credores aprovam manutenção da atividade da empresa até à apresentação do novo plano de insolvência de Luís Delgado. “O documento vai ser melhorado, com contributos dos credores, dos trabalhadores e do administrador de insolvência”, avança ao M&P fonte próxima do ex-administrador

O futuro da Trust in News (TiN) vai continuar em suspenso por mais um mês e meio. “Cumprindo-se os prazos e os procedimentos legais, a votação da nova versão do plano de insolvência que o tribunal aceitou que fosse apresentada [pelo ex-administrador do grupo de media, Luís Delgado] nunca poderá ocorrer antes de 20 de março, podendo inclusivamente ocorrer depois”, explica ao M&P André Correia Pais, o administrador de insolvência da empresa.

Na reunião de 29 de janeiro, a assembleia de credores aprovou a manutenção da atividade da TiN até à apresentação do plano de insolvência de Luís Delgado. A liquidação foi suspensa por 30 dias com os votos da Autoridade Tributária e a Segurança Social, os dois maiores credores da empresa.

O antigo administrador, que é o único acionista da TiN, tem agora 30 dias para entregar ao Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra, uma nova versão do documento que dê garantias da viabilização da empresa, a braços com um passivo que ronda os €33 milhões.

“O documento vai agora ser melhorado por uma equipa, com contributos dos credores, dos trabalhadores e do administrador de insolvência, no prazo de 15 a 20 dias. Não serão necessários os 30 dias”, avança ao M&P fonte próxima do ex-administrador da TiN, que assumiu em tribunal que conta ter o plano de viabilização da empresa concluído no prazo de duas a três semanas.

A aprovação do plano de insolvência do grupo de media, que detém um portefólio de 17 títulos que inclui Visão, Exame, Caras, TV Mais, Telenovelas, Activa, Holofote e Prima, não agrada à maioria os trabalhadores. Preferiam a venda das revistas a investidores que mantivessem as equipas, como voltaram a defender no plenário que realizaram após a audiência em tribunal, que se prolongou por quatro horas.

“Não é concebível que se aprovem coisas com base em promessas”, lamenta Rui da Rocha Ferreira, representante dos trabalhadores, citado na Lusa, relembrando, durante a assembleia de credores, que “66 trabalhadores pediram a liquidação da empresa” porque “não têm confiança na administração”. “Este não era o desfecho esperado mas vamos continuar a lutar pela venda dos títulos, como temos defendido desde o início”, refere ao M&P a comissão de trabalhadores.

Na assembleia de credores, os CTT e a Vodafone opuseram-se à liquidação imediata da massa insolvente da empresa. O Novo Banco, à semelhança da maioria dos trabalhadores, opõe-se à continuidade do grupo de media, apurou o M&P. A responsabilidade da gestão da empresa até à votação do novo plano de Luís Delgado também está a gerar discórdia.

“A assembleia de credores não aprovou a entrega à gerência anterior e também não aceitou as condições do administrador de insolvência, que, para continuar em funções para além dessa data, exige o pagamento de €8.000 mensais e a escusa de responsabilidade. Perante este cenário, o tribunal determinou que ele ficasse à frente do processo por mais cinco dias”, revela fonte próxima do ex-administrador.

A continuidade de André Correia Pais está, assim, em aberto. “Coloquei as minhas condições para aceitar administrar a insolvente, mas essa opção também foi votada contra. Criou-se ali um impasse e um vazio legal. Ao fim de cinco dias, os credores que não votaram na altura e pediram um prazo para votar posteriormente podem alterar essa decisão. Se as minhas condições não forem aprovadas, saio dentro de cinco dias e terão que encontrar alguém”, esclarece o administrador de insolvência.

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93% dos portugueses valorizam o jornalismo como arma contra a desinformação

O LinkedIn é a plataforma digital de maior confiança para os portugueses (14%), superando meios tradicionais como a imprensa, mas que em conjunto com a televisão e a rádio são preferidos por 21% dos portugueses

93% dos portugueses consideram o jornalismo tradicional fundamental para combater a desinformação, segundo o 3.º Relatório Global de Consumo 2024 da agência de comunicação Marco, realizado em parceria com a plataforma tecnológica Cint. O relatório analisa os comportamentos de consumo de informação e destaca a importância de fontes credíveis num contexto de proliferação de notícias falsas.

Em Portugal, 83% dos inquiridos declaram confiar mais em informações transmitidas por jornalistas do que em conteúdos partilhados por influenciadores digitais. Este dado reflete uma clara preferência por conteúdos objetivos e factuais, num momento em que a imparcialidade assume um papel determinante nas escolhas de consumo. Os portugueses revelam ainda uma desconfiança relativamente às sugestões dos influenciadores, muitas vezes vistas como mais comerciais ou menos neutras.

“É extremamente positivo ver que uma grande maioria dos portugueses reconhece a importância do jornalismo na promoção da informação fidedigna. Num momento em que a desinformação é uma preocupação crescente, o papel dos jornalistas como fontes de informação credíveis torna-se mais vital do que nunca. O jornalismo de qualidade tem o poder de informar, educar e, acima de tudo, proteger a sociedade da proliferação de ‘fake news'”, salienta Diana Castilho, diretora da Marco em Portugal, em comunicado de imprensa.

A análise, que tem por base uma amostra de 7300 pessoas de 11 países, revela também que o LinkedIn é a plataforma digital de maior confiança para os portugueses. Segundo o relatório, 14% dos inquiridos consideram o LinkedIn credível ou muito credível, superando os meios tradicionais como a imprensa, a televisão e a rádio, cada um com 7%. Apesar disso, quando avaliados em conjunto, os meios tradicionais mantêm a vantagem, alcançando 21% das preferências dos portugueses.

O foco profissional do LinkedIn explica a posição de destaque. Ao contrário de redes sociais como o Instagram ou o TikTok, onde o conteúdo tende a ser mais influenciado por tendências ou marketing de influenciadores, o LinkedIn aposta em conteúdos direcionados e fundamentados. Para os portugueses, esta abordagem torna a plataforma uma fonte de notícias, artigos e discussões profissionais de confiança.

Apesar da confiança no jornalismo e no LinkedIn, os influenciadores digitais continuam a ter impacto no comportamento de compra. Cerca de 39% dos portugueses admitem ter adquirido um produto ou serviço recomendado por um influenciador. Este fenómeno é mais notório entre os mais jovens, que estão habituados ao consumo em plataformas digitais.

Os resultados do relatório, realizado entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, reforçam a valorização do jornalismo a nível nacional e a crescente importância das plataformas digitais profissionais, sublinhando a procura de credibilidade e objetividade na informação consumida.

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