António Cunha Vaz, presidente da CV&A
Robin dos “bites”
Artigo de opinião assinado por António Cunha Vaz, presidente da Cunha Vaz & Associados.
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Querem mesmo saber quem descobriu o segredo do licorne? Ou quem é a única pessoa que conhece a localização do Cálice Sagrado? Qual é a parte de trás do sol, aquela que está à sombra? Quais são e quais não, paixões e amizades à parte, os verdadeiros envolvidos nas diversas tramas que se passam mundo fora? Pensam, por acaso, que o genro de Trump preparou o plano de paz para a Palestina sem falar com a figura do momento? Têm ideia de qual a razão pela qual Putin demitiu Medvedev? Por que Bill Gates saiu da Microsoft e Jeff Bezos comprou a casa mais cara de sempre na Califórnia? Por que é que o Benfica e o Porto se queixam de que os árbitros favorecem sempre o outro? E quem deu às autoridades espanholas os dados sobre a Infanta e o seu marido “sem sorte”? Não falo de assuntos de Angola porque poucos houve que não acreditassem que tinha sido este Charles Bronson das internets que tivesse revelado os documentos ao consórcio de jornalistas do Luanda Leaks.
Não, não foi Ana Gomes. Ana Gomes tem alguma razão em outras algumas coisas que expõe. Mas não tem toda a razão, porque não sabe de nada em mais de metade das coisas de que fala. Fala porque lhe dizem. Mistura culpados com inocentes, porque para Ana Gomes e os seus assobiadores o que conta é a confusão e a suspeita. Isso é que dá audiência e prepara a candidatura à Presidência da República. Ana Gomes precisa de falar com mais gente, abrir horizontes. Se quer concorrer com o Homem que tudo sabe e que, segundo os seus advogados, só quer limpar o mundo, não deve ter apenas as fontes que tem. Era bom que não acabasse a sua presença televisiva. Faz falta, porque põe uns malandros em sentido e anima a malta. Porque o povo gosta de ouvir dizer mal dos supostos poderosos.
Nem foi um qualquer advogado de Ana Gomes, português ou de outra nacionalidade. Embora esse ou esses possam saber mais algumas coisas. Ou melhor, possam saber muito mais do que dizem a Ana Gomes. Melhor ainda, só possam dizer a Ana Gomes o que precisam que ela diga ao domingo, desde que isso não viole o segredo de justiça e outros dados que tenham de algum outro cliente com interesses na matéria.
O nosso sabichão é um homem probo. Discreto. Culto. Humilde. Puro. Só quer o bem do mundo. Claro que se a paz no mundo vier acompanhada de uns milhões sacados a uma qualquer empresa que possa ter prevaricado ou a um qualquer político menos prudente… Para quem, na cadeia, sem telefone, nem computador, consegue actuar nas redes sociais o epíteto de génio é curto.
Falo, claro, do homem do momento, do Robin dos “bites” ou dos “terabites”, o homem que denuncia os ricos e poderosos para ajudar ….quem? O homem que não é um assobiador, segundo um advogado francês, nem um pirata informático, mas, sim, um denunciante. Aliás, não é crime invadir computadores de terceiros. Nem, alegadamente, pedir dinheiro em troca de silêncio.
Já vi muitos meios de comunicação social passar para a opinião pública os benefícios dos Robins dos Bites deste género. Ainda não vi nenhum denunciar, com veemência as vigarices que estes chico-espertos podem fazer e o mal que isso faz à sociedade. É este género de gente que está por detrás de ataques terroristas, de pedofilias na internet e outras maleitas do mundo contemporâneo.
Defendo um jornalismo livre e responsável. Aliás, não há outro. O que não é responsável não é jornalismo. Os filtros devem existir. Isso ajuda a fortalecer a Democracia e a liberdade. E nunca se esqueçam: a descoberta de Bin Laden e o impeachment de Trump devem-se a Rui Pinto, que deve estar a colaborar com o FBI para esclarecer o caso JFK.
Artigo de opinião assinado por António Cunha Vaz, presidente da Cunha Vaz & Associados