É tempo de fazer zoom às equipas em destaque num ano para manter à distância
Chegada a altura de fazer balanços de um ano que não deixará saudades, o M&P mantém, ainda que com restrições, a tradição de dar palco às equipas. É tempo de fazer zoom, literalmente em vários casos, aos rostos por trás das agências e produtoras que mais se destacaram nas principais entregas de prémios nacionais nas áreas de criatividade, design, meios e produção.
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Ainda que 2020 tenha sido um ano pouco dado a celebrações, o melhor trabalho criativo continuou a merecer distinção. Mais do que nunca, destacar a força humana por trás dos trabalhos é, num ano de resiliência como o que agora acaba, imprescindível. Chegada a altura de fazer balanços de um ano que não deixará saudades, o M&P mantém, ainda que com restrições, a tradição de dar palco às equipas.
É tempo de fazer zoom, literalmente em vários casos, aos rostos por trás das agências e produtoras que mais se destacaram nas principais entregas de prémios nacionais nas áreas de criatividade, design, meios e produção. Já de olhos postos em 2021, quisemos saber como as agências se estão a preparar e partilhamos os desejos e expectativas de cada equipa para próximo ano
Criatividade
O Escritório
Grande Prémio nos Prémios de Marketing M&P e Agência do Ano nos Prémios Eficácia. É este o balanço de 2020 para a agência fundada por Nuno Jerónimo e Tiago Canas Mendes.
“Depois de um ano em que andámos todos aos papéis, sabemos mais do que nunca qual é o nosso: o de ajudar os nossos clientes a terem um ano muito melhor do que o que passou”, apontam os sócios-fundadores da agência. Isto porque, afirmam, “sabemos que não teríamos sido a agência criativa do ano nos Prémios Eficácia sem os resultados que conseguimos nas campanhas do Lidl, da Super Bock e do Abanca”. “É essa a vida de uma agência de publicidade. Se o próximo ano não for bom para os nossos clientes, não vai ser bom para nós”, rematam, identificando as prioridades para 2021: “Há que manter a exigência naquele que promete ser um dos anos mais exigentes das nossas vidas. Manter a capacidade de ouvir os nossos clientes, de perceber o que procuram e manter a coragem de desafiá-los a fazer o que precisam, mesmo que nem sempre seja o que nos pedem. Manter a capacidade de reter e de atrair talento com a tanta ou mais ambição de fazer bem e diferente. E claro, manter a paixão e o gozo que temos em fazer o que fazemos.”
Partners
Os títulos de Agência do Ano nos Prémios Marketing M&P, Prémios Criatividade M&P e no festival do Clube de Criativos, todos eles conquistados igualmente no ano anterior, confirmaram a Partners como uma das agências criativas mais destacadas nos palcos nacionais em 2020.
“Quando se chega ao final do ano mais difícil das nossas vidas profissionais como uma das agências mais premiadas em Portugal, percebemos que é nestes momentos que temos de ser capazes de analisar o que fizemos. Porque são estes os momentos de vida, vividos intensamente no presente, que nos devem ensinar a viver melhor o futuro. E acredito que todas as empresas tenham apreendido muito com esta mudança brusca de vida com que fomos confrontados de um dia para o outro”, afirma Tomás Froes. Olhando para trás, o sócio-fundador recorda que “a rápida adaptação ao ‘novo normal’ passou por muitas e tantas fases, decisões, dúvidas, avanços, recuos… medos”. “Mostrou-me que as decisões tomadas com o coração suplantaram aquelas que tivemos de tomar de forma mais racional. O coração foi uma espécie de ‘pulsar’ criativo que nos fez olhar para a vida, e para as pequenas coisas da vida, de uma perspectiva diferente e sobretudo muito mais humana”, conta, apontando “valores humanos que vieram para cima das mesas de trabalho, em casa de cada um, e que ajudaram a puxar pelas nossas mentes emocionais e criativas”. “E, afinal, apenas fizemos o que temos obrigação de fazer como publicitários. ‘A publicidade tem de fazer a caixa registadora tilintar’, uma frase de um conhecido publicitário que muito respeito e que muito me inspirou, tem hoje um significado demasiado frio, racional, pequeno, porque as marcas com verdadeiro propósito mostram-nos que, afinal, a publicidade tem é de fazer o coração tilintar… brilhar, emocionar, amar, chorar, rir”, acredita Tomás Froes. “Em 2020 aprendi que os prémios que ganhámos foram feitos com o coração”, conclui em jeito de balanço, alinhando a bússola para o próximo ano: “Acredito que em 2021 o nosso coração terá de ‘tilintar’ mais vezes…sem medo.”
Reprise
A unidade digital do grupo IPG Mediabrands foi distinguida com o título de Agência Criativa do Ano nos Prémios Sapo.
“Sendo a Reprise uma agência de performance digital por excelência, é com enorme orgulho que recebemos esta distinção, pois a mesma reflecte as mais valias de uma abordagem integrada no ecossistema digital, factor que nos diferencia e que nos permite aportar valor constantemente aos nossos clientes”, salienta André Louraço, client & business director da agência. De olhos postos em 2021, antecipa, “a ambição é continuar a acelerar o flow do processo de decisão dos prospects dos nossos clientes, tornando-os cada vez mais relevantes, através do trabalho simultâneo dos nossos três pilares de actuação: experiência, conteúdos & atenção directa/media.”
The Walt Disney Company
Num feito inédito, a equipa criativa in-house da The Walt Disney Company arrebatou em 2020 três Grandes Prémios graças à campanha Estreia-te da Fox. O projecto, que resulta de um trabalho conjunto das equipas de marketing e creative da The Walt Disney Company, lideradas por Catarina Barradas e Hellington Vieira, respectivamente, conquistou a distinção máxima nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções, no festival do Clube de Criativos e nos Prémios Eficácia. Olhando para 2021, o desejo da equipa é simples: “Queremos de 2021 nos traga boas notícias.”
Design
Solid Dogma
A agência criada por Pedro Pires e Alexandre Farto, mais conhecido do grande público pelo nome artístico Vhils, foi eleita Agência do Ano na categoria de Design no festival do Clube de Criativo.
“O nosso desejo para 2021 é que todos os sectores mais afectados por esta anormal interrupção das nossas vidas, cultura, turismo, restauração, possam rapidamente recuperar e contagiar o país”, partilha Pedro Pires, lembrando que “essa recuperação estará directamente ligada à do clima económico do país e, particularmente, do nosso sector”. “Do nosso lado ambicionamos continuar a conseguir criar e produzir trabalho ‘premiável’ mas, acima de tudo, relevante e pertinente para os nosso clientes e para o seus públicos”, acrescenta, ressalvando que, mais do que isso, “no próximo ano o importante é manter a resiliência e recuperar o entusiasmo”.
Unlock Brands
A agência fundada por Miguel Viana esteve em destaque nos Prémios Design M&P ao somar as conquistas do Grande Prémio e do título de Agência do Ano.
“Em 2021 a Unlock Brands entra no seu quinto ano. Temos uma equipa fantástica. Um portfólio que nos orgulha. Têm sido anos de crescimento em volume de negócio, diferentes geografias e diferentes sectores de actividade. Em plena crise covid, a Elisabete Ferreira assumiu a posição de digital transformation & growth, aumentando a capacidade de entendimento e criação de valor perante os desafios de negócio dos nossos clientes. No ano mais difícil de sempre, fomos considerados agência de design do ano pelo M&P. Estamos gratos”, resume Miguel Viana. Feito o balanço de 2020, o fundador da agência adianta o que esperar do próximo ano: “Consolidaremos a presença da Unlock num dos principais mercados internacionais. Em Portugal acreditamos que o investimento europeu será uma oportunidade única para as empresas repensarem os seus portfólios de produtos e serviços e, mais do que nunca, valorizarem a marca enquanto activo estratégico de transformação e crescimento.”
Meios
Havas Media
A agência do grupo Havas arrancou o ano de 2020 a ser distinguida como Agência do Ano nos Prémios de Marketing M&P’19 e encerrou repetindo o mesmo título nos Prémios Eficácia.
Antecipando já o próximo ano, Rita Amzalak não tem dúvidas de que a agência está preparada. “Todos os anos vamos ficando mais e melhor preparados para as mudanças. Temos um grande suporte que vem de uma dimensão estratégica bem definida do grupo Havas. E temos, por outro lado, uma grande confiança no talento das equipas e também uma grande confiança dos nossos parceiros. Foi assim que este ano nos tornou mais fortes e que conseguimos superar os exigentes desafios continuando a ter o reconhecimento do mercado”, sublinha a directora executiva da Havas Media. “E é assim que estamos preparados para 2021, continuando a desenvolver capacidades e competências específicas”, afirma, deixando uma perspectiva optimista para o próximo ano: “Neste caminho de colaboração e aprendizagem organizacionais, acreditamos que a Havas Media tem muito boas expectativas de crescimento e de partilha no novo ano.”
Initiative
O título de Agência de Meios do Ano nos Prémios Sapo ficou nas mãos da agência do grupo IPG Mediabrands.
“Se há palavra que me vem à memória quando penso em 2020, essa palavra é ‘resiliência’”, aponta Rui Freire, managing director da Initiative, descrevendo aquele que “está a ser, talvez, o ano mais desafiante das nossas vidas, quer a nível pessoal quer profissional”. “Mas o que não nos mata torna-nos mais fortes e arrisco-me a dizer que este ano, apesar de tudo, teve o seu lado positivo, não propriamente pelo que estamos a viver, mas pela aprendizagem e forma como nos preparou para encarar 2021”, afirma o responsável, citando Winston Churchill, quando disse que “sucesso não é o final, fracasso não é fatal: é a coragem para continuar que conta.” Olhando para o ano que se avizinha, Rui Freire assegura que a Initiative conta agora com “uma equipa que está mais unida do que nunca, melhor preparada, mais ágil, com ainda maior adaptabilidade e a aguardar com enorme paixão que o novo ano inicie, para assim ajudarmos os nossos clientes na retoma e crescimento dos seus negócios”.
Produção
78
A produtora, que tem como sócios João Marques e Nuno Alberto, esteve em destaque na edição deste ano dos Prémios de Criatividade M&P ao conquistar o Grande Prémio.
“Este foi um ano diferente, não só pelo contexto da pandemia mas por ter sido o ano de arranque a fundo da 78 e, inesperadamente, o ano acabou por ser bem melhor do que projectamos no início de 2020”, admite João Marques. Olhando para o próximo ano, o fundador da 78 antecipa que “naturalmente vai haver um desinvestimento das marcas em 2021”, mas afirma manter a esperança de que “continuem a criar conteúdos interessantes e criativos, sem medo de arriscar na criatividade e sem formatar a comunicação em tabelas dos focus groups, que muitas vezes são demasiado hard selling para o público actual”. “Sentimos que o público está mais aberto a ideias diferentes e emoções, a pandemia de alguma forma ligou mais as pessoas, houve um desaceleramento e tornaram-se mais atentas e com mais tempo de absorver a comunicação”, analisa João Marques, deixando um aviso à navegação: “Notamos que as pessoas querem mais histórias, mais conteúdo, a fórmula do post do influencer que diz que usa muito este ou aquele produto já não é credível e facilmente cai no esquecimento.” Por isso, remata, “que venha um 2021 cheio de bons projectos”.
Krypton
O título de Produtora de Imagem do Ano atribuído pelo festival do Clube de Criativos de Portugal voltou a ser entregue este ano à produtora que tem como sócios João Vilela, Ricardo Estevão, Augusto Fraga e Fred Oliveira.
A par destes nomes, a produtora representa realizadores como Alexandre Farto, Fernando Mamede, Gonçalo, Norton, Pedro Amorim, Pedro Pinto e Rogério Boldt.
Núcleo/Dizplay
Após ter conquistado no último ano o título de Produtora de Som do Ano no festival do Clube de Criativos de Portugal, a Núcleo, criada por Alberto Vieira e Fred Pinto, passou a apresentar-se ao lado Dizplay. Em parceria, as duas produtoras repetiram a distinção na edição deste ano.
Fazendo o balanço de 2020, os responsáveis consideram que “foi sem dúvida um ano diferente”. “Foi um ano com muitos desafios, com adaptações constantes, mas, acima de tudo, de desafios criativos que nos foram sendo lançados. Não podemos esquecer o dia 13 de Março, em que saímos para um confinamento, não sem preparar tudo para que os clientes pudessem acompanhar as sessões remotamente como se estivessem em estúdio”, recordam, exemplificando que foram preparados os “locutores para puderem gravar a partir de casa com qualidade e em Abril estávamos a gravar um tema com mais de 20 participantes, cada um na sua localização, e com a voz da Mariza para a NOS”. “E a meio deste ano celebrámos um ano desta parceria Núcleo/Dizplay”, destacam, deixando um desejo para 2021: “Queremos continuar a ser desafiados, a desafiarmo-nos a nós mesmos, a continuar com a mesma energia do primeiro dia, com ou sem pandemia.”