Media Capital abre a porta à CNN. TVI24 dá lugar à CNN Portugal
A criação da CNN Portugal é um dos objectivos de um acordo de licenciamento estabelecido entre a Media Capital e a cadeia de televisão norte-americana. “A TVI24 vai evoluir para CNN” confirma ao M&P fonte oficial do grupo.
Pedro Durães
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A criação da CNN Portugal é um dos objectivos de um acordo de licenciamento estabelecido entre a Media Capital e a cadeia de televisão norte-americana. “O canal será programado e operado pela Media Capital sob licença da CNN, a qual também fornecerá formação, consultoria e acesso a conteúdo de todo o portfólio da CNN”, adianta a dona da TVI em comunicado, onde sublinha que o memorando de entendimento alcançado com a cadeia de televisão norte-americana representará “um novo capítulo na história da televisão em Portugal, uma vez que se trata de uma parceria com uma das mais inovadoras, influentes e prestigiadas cadeias de televisão a nível mundial.
Na sequência desta parceria, confirma ao M&P fonte oficial da Media Capital, “a TVI24 vai evoluir para CNN”. O canal de informação da TVI dará assim lugar à CNN Portugal, projecto através do qual “o grupo Media Capital vai capitalizar o seu passado recente e reafirmar-se como um competidor-chave no mercado português de notícias”, afirma fonte do grupo, salientando que, através desta parceria com a cadeia de televisão norte-americana, irá “apresentar um novo modelo de media e uma nova opção de jornalismo”. “A CNN Portugal vai compartilhar a mesma marca da rede nos Estados Unidos, pioneira na transmissão de notícias 24 horas por dia, mas funcionará com licença própria e operacionalizada em Portugal”, esclarece a mesma fonte.
“Trabalhamos a nossa informação com a missão clara de levar ao público, aos anunciantes e ao mercado publicitário conteúdos noticiosos com qualidade, imparcialidade e pluralidade. Este é um caminho que tem sido trilhado há bastante tempo. Em Setembro, tomou posse a nova direcção de informação cujo objectivo foi posicionar o jornalismo da TVI”, justifica fonte oficial da Media Capital, indicando que essa trabalho passou recentemente pela “reestruturação programática da TVI24”. “Todas estas operações permitiram chegar onde estamos agora: a um acordo de licenciamento com a marca mais prestigiante do jornalismo internacional”, conclui o grupo dono da TVI.
“A CNN é uma referência global de topo na informação rigorosa, livre e independente. O grupo Media Capital partilha estes valores e considera da maior relevância para o futuro do audiovisual português este acordo e o sucesso desta parceria”, acrescenta o grupo no comunicado enviado à CMVM, onde remete mais pormenores sobre a criação da CNN Portugal para uma fase posterior à “discussão com as autoridades reguladoras e o cumprimento das actividades”, altura em que a Media Capital “fornecerá todas as actualizações e informações sobre este projecto que prestigia Portugal e a língua portuguesa”.
A CNN Portugal será a segunda experiência da estação norte-americana na produção de um canal de informação em língua portuguesa depois de ter arrancado com a emissão, em Março de 2019, da CNN Brasil. Com uma equipa de cerca de 400 profissionais, a operação local da CNN no Brasil resultou também, recorde-se, de um acordo de licenciamento alcançado por um novo grupo de media brasileiro fundado pelo jornalista Douglas Tavolaro, até então vice-presidente de jornalismo na Record TV e também conhecido por ser o biógrafo de Edir Macedo, e pelo empresário Rubens Menin, presidente da construtora MRV Engenharia e do Banco Inter.
A criação da CNN Brasil abrangeu, além do canal de televisão, o desenvolvimento de uma presença multiplataforma através de meios digitais. Apesar de incluir também o acesso a conteúdos da CNN International, o lançamento do canal não levou a reajustes na oferta disponível no mercado brasileiro, tendo a cadeia norte-americana mantido a emissão da CNN International e da CNN en Español.
No caso da operação no Brasil, a chegada da CNN levou ao desenvolvimento de infra-estruturas de produção e à criação de delegações nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, dando origem à contratação de cerca de 400 profissionais, a par de uma rede de correspondentes internacionais.