CV&A prepara reorganização e constitui nova sociedade: CV&A Europe Lda
A Cunha Vaz & Associados vai sofrer uma reorganização através da separação de uma das estruturas. Assim, a CV&A vai destacar parte do património para construir uma nova sociedade, a […]
Sónia Ramalho
Um terço dos portugueses está a gastar mais em compras online
José Guerreiro reforça departamento criativo da Lisbon Project
Perplexity já permite fazer compras
Cristina Ferreira trava execução de sentença de primeira instância da SIC
BA&N faz parceria com consultora SEC Newgate
António Zambujo é o embaixador dos vinhos da Vidigueira
ERA recorre ao humor para atrair gerações Y e Z (com vídeo)
“Cream é não provar” as novas Amarguinhas Creme
McDonald’s escolhe Wandson Lisboa para campanha de Natal (com vídeos)
Natal da Coca-Cola divide opiniões (com vídeos)
A Cunha Vaz & Associados vai sofrer uma reorganização através da separação de uma das estruturas. Assim, a CV&A vai destacar parte do património para construir uma nova sociedade, a CV&A Europe, Lda, com simultânea redução do seu capital social.
No documento a que o M&P teve acesso pode ler-se que, “a fim de otimizar as operações e atender às necessidades específicas de cada mercado, a CV&A decidiu avançar na separação do designado ‘Ramo de negócio Europa’. A equipa europeia parte do ramo de atividade a ser destacado”, sendo que a unidade a cindir “possui autonomia económica (opera como uma entidade económica separada com os seus próprios recursos, ativos, passivos e fluxos de receita), independência organizacional que lhe permite funcionar de forma independente, tem foco operacional separado e conta com uma força de trabalho dedicada e separada”.
A cisão representa “um passo estratégico à frente, permitindo que a CV&A otimize as suas operações e negócio no mercado africano, melhore o atendimento ao cliente por ter estruturas diferenciadas e capitalize as oportunidades de crescimento”.
Porquê esta cisão?
Um dos motivos apontados foram “as diferenciações de mercados entre os setores europeu e os demais”, bem como uma capacitação da equipa europeia “com uma estrutura societária autónoma”, sendo que a cisão “facilita a especialização, impulsionando a inovação, foco nos seus respetivos mercados e o melhor atendimento ao cliente nos seus vários aspetos de negócio”. Ao estabelecer entidades separadas, “os processos de tomada de decisão podem ser simplificados, permitindo respostas mais rápidas às demandas do mercado e uma alocação de recursos mais direcionada”, pode ler-se no documento.
Questionado sobre o projeto, António Cunha Vaz referiu em exclusivo ao M&P que “as empresas têm o seu tempo. O crescimento orgânico implica alinhamento com interesses dos clientes e regulação internacional. As plataformas de ESG, as legislações de transparência sobre Lobi e as regras sobre PEPs, entre outras, são mais detalhadas em certas geografias que noutras e não se pode constranger o desenvolvimento de uma área de uma empresa por força de normativas de aplicação geral, por vezes totalmente desadequadas da realidade do mercado. O objetivo foi dotar a CVA da possibilidade de crescer em cada mercado sem limitações de maior”.
Novas parcerias à vista?
O projeto de cisão refere ainda que “estando a reorganização inserida no âmbito da política de alargamento de parcerias que o grupo tem vindo a implementar nos últimos anos, incluindo a entrada de parceiros estratégicos/novos investidores para determinadas unidades de negócio, não se pode deixar de reconhecer que estando o ramo de atividade destacado no âmbito de uma Nova Sociedade, uma entidade terceira valorizará melhor esse negócio”.
Questionado sobre as novas parcerias, António Cunha Vaz não descarta a hipótese, afirmando que “o mercado é livre e o crescimento pode fazer-se organicamente, por aquisição ou junção de novos parceiros ao nosso negócio. O que o mercado ditar será feito”, defende. “Uma empresa que lidera em faturação, lucros, EBITDA, ratio de faturação por empregado, medidas sociais para trabalhadores, detém uma academia certificada pela DGERT tem de estar pronta para o futuro. Depois de África e América Latina, a Europa, o Médio Oriente e os mercados asiáticos podem ser uma oportunidade”.
De referir que o capital social da CV&A Europe vai ser detido pelos atuais acionistas da CV&A, sendo que “os ativos dos negócios, os passivos e as posições contratuais a serem transferidas para a nova sociedade compreendem uma unidade de negócio autónoma e independente da CV&A”. Após a cisão, o tipo societário da CV&A irá continuar a ser uma sociedade anónima, sendo que a CV&A Europe irá adotar o regime legal de Lda. (sociedade limitada por quotas).
António Cunha Vaz vai continuar a liderar as duas empresas. “A CVA quer continuar a liderar o mercado e tem pessoas preparadas para me suceder, se for caso disso. Mas, se tudo correr bem, ainda faltarão uns anos para passar a pasta”, assegura.
Quanto a novas contratações, “elas são permanentes. Desde logo porque temos, além do quadro, um grupo de consultores muito sénior, composto de juristas, economistas, engenheiros, etc, que nos assessoram em projetos específicos de grande dimensão. Em 2022 perdemos duas colaboradoras e admitimos cinco. Mas o objetivo não é tanto ter muitas pessoas quanto ter pessoas muito qualificadas”.
Em consequência do processo de cisão irá ocorrer uma transferência dos recursos humanos pela transmissão das posições contratuais nos contratos de trabalho, sem perda de direitos ou regalias, nem afetada a antiguidade.