‘The hidden flag’ foi a campanha que mais inspirou Ruben Barros da Judas
A simplicidade, a coragem e a ironia da campanha ‘The hidden flag’ da FELGBT foram os aspetos que mais seduziram Ruben Rarros. O diretor criativo da agência Judas explica porquê. […]
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Há que saber influenciar…
A simplicidade, a coragem e a ironia da campanha ‘The hidden flag’ da FELGBT foram os aspetos que mais seduziram Ruben Rarros. O diretor criativo da agência Judas explica porquê.
Qual é a campanha que gostarias de ter feito?
Quem me conhece sabe que sou um autêntico adnerd. Gosto de ver, ler e debruçar-me sobre anúncios diariamente. Ainda assim, existe um anúncio que desde o primeiro dia que vi até aos dias de hoje me deixa cheio de inveja: a campanha ‘Hidden flag’ do jornal El Diario e a organização FELGTB no mundial de futebol da Russia. É daquelas ideias que qualquer criativo gostava de ter feito. Não foi à toa que voltou do festival de Cannes com um Ouro em Outdoor, uma Prata em Brand Experience e 6 shortlists em muitas outras categorias.
O que te chamou à atenção nesta campanha?
A simplicidade, a coragem e, acima de tudo, a ironia com que é feita. Num momento onde um país inteiro vivia o futebol de forma cega, este projeto teve a inteligência necessária para se aproveitar desse cegueira para abrir os olhos para algo muito mais grandioso. Sem parecer forçado, gratuito e vazio. Estamos numa altura onde muitas marcas se querem posicionar sobre variados temas e ter uma opinião vincada sobre tudo. Infelizmente, muitas acabam por deturpar o seu ADN, o seu posicionamento e valores para procurarem esse clout. Aqui não foi o caso.
Ficha Técnica
Campanha: The Hidden Flag
Cliente: FELGTB
Agência: LOLA MullenLowe
Diretores criativos: Chacho Puebla, Fabio Brigido e Tomás Ostiglia
Copywriter: Jose Sancho
Diretor de arte: Pedro Sattin
Fotografia: Javier Tles
Diretor: Michelle Cassis
Ruben Barros
Esta campanha deu-te ideias para outros trabalhos?
Acho que todos os projetos que vou vendo acabam por me trazer inspiração e algum tipo de learning. Este em específico ajudou-me a perceber que não podemos falar sobre algo só por falar. Se vamos tomar uma posição, devemos fazê-lo com respeito pela causa e acima de tudo pela marca que estamos a trabalhar. Nem todas as marcas e todos os projetos conseguem ser ativistas. E ainda bem, porque isso abre espaço para projetos como este que realmente fazem as coisas da maneira certa.
Qual é a campanha que mais te orgulhas de ter feito?
Enquanto criativo existem projetos que nos vão marcando por diferentes razões. Seja porque foram o primeiro que passou na televisão ou o primeiro que os nossos pais viram e comentaram connosco. Felizmente, tenho tido a sorte de viver essas pequenas doses de orgulho com bastantes projetos. Mas estaria a mentir senão desse destaque a dois que me são muito queridos. O projeto ‘Filled by Palsy’ que fiz na Havas Lisboa que me deu o meu primeiro leão em Cannes, uma Prata em Creative Strategy e ao projeto ‘The closer’ que fiz na Publicis Milão, que ganhou 1 leão de Ouro, 4 de Prata e 3 de Bronze. Marcaram a minha carreira. Um deles fez-me ser contratado para aquela que era na altura a terceira melhor agência do Festival de Cannes e o outro deu-me reconhecimento nessa mesma agência e fez-me regressar ao meu país para trabalhar numa das agências mais sexys do mercado, a Judas.