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Microagências de comunicação estão a mudar paradigma

Há cada vez mais marcas nacionais e internacionais a trocar agências de comunicação de média e grande dimensão por estruturas mais pequenas, que já representam 86% do mercado. São também responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregam 53% dos consultores. Ainda faturam menos de €2 milhões, mas o negócio não para de crescer

Luis Batista Gonçalves
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Microagências de comunicação estão a mudar paradigma

Há cada vez mais marcas nacionais e internacionais a trocar agências de comunicação de média e grande dimensão por estruturas mais pequenas, que já representam 86% do mercado. São também responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregam 53% dos consultores. Ainda faturam menos de €2 milhões, mas o negócio não para de crescer

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Carlota Morais Pires iniciou a carreira como jornalista. Em 2017, sai da Vogue Portugal para trabalhar numa agência de comunicação. É nessa altura que começa a equacionar a possibilidade de se lançar sozinha num setor, até aí, dominado por agências de média e grande dimensão.

“Ser freelancer foi um passo natural. Tinha aprendido na revista a ser exigente com o texto e com a imagem, a compreender a relevância dos temas e a fazer uma curadoria. Sabia também como é que a imprensa precisava de receber a informação e também já tinha alguns contactos interessantes”, explica a fundadora e diretora de comunicações da The Communication Studio, uma das pequenas agências de comunicação que, nos últimos anos, surgem no mercado, disponibilizando serviços mais personalizados.

Numa fase inicial, Carlota Morais Pires trabalha com marcas portuguesas, que a vão recomendando a outras. “De um momento para o outro, já fazia sentido criar uma empresa e uma identidade e ter uma estratégia e uma carteira de clientes mais sólida”, recorda a empresária, que criou a The Communication Studio, sozinha, em 2021.

A maioria das microagências que hoje opera no mercado arrancou com uma ou duas pessoas. Pedro Salazar, sócio-gerente da Pedro Salazar PR, foi um dos primeiros a antecipar a tendência. “Quando fundei a agência em 2010, após passar pelo jornalismo e por três agências de comunicação e relações públicas, duas delas líderes de mercado na época, pareceu-me que havia espaço e oportunidade para desenvolver um modelo de negócio mais próximo, exclusivo e focado nos clientes e no potencial mediático das suas histórias. O modelo de agência boutique era, na altura, uma novidade”, recorda o empreendedor.

Bang & Olufsen, Volvo, Breitling, Lego, Air France, Toys ‘R’ Us, KLM, Lazartigue, Jack & Jones e Logitech são apenas algumas das muitas marcas internacionais que, em Portugal, em vez de recrutarem uma grande agência, preferem entregar a comunicação a organizações com estruturas mais reduzidas. “A opção por uma empresa muito pequena garante um serviço quase exclusivo e quase totalmente dedicado”, reconhece Maria Domingas Carvalhosa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM).

“Parece-me difícil que, no geral, clientes muito grandes possam ter toda a sua comunicação assegurada apenas pelos recursos de uma empresa muito pequena. No entanto, isso tem de ser visto caso a caso, de acordo com as necessidades dos clientes”, opina a também diretora-geral da Wisdom, consultora especializada em comunicação e public affairs.

De acordo com um estudo realizado pela Informa DB para a APECOM em 2023, análise que tem por base dados financeiros referentes a 2021, em Portugal só 14% das agências de comunicação fatura entre €2 milhões e €10 milhões. As restantes 86% faturam menos de €2 milhões, apesar de serem responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregarem 53% dos consultores.

Empatia favorece escolha

Num país onde 55% do volume de negócios do setor está nas mãos de agências de média e grande dimensão, com mais meios e recursos, investir numa microagência de comunicação é uma decisão arriscada. Apesar de estarem cientes desse facto, os que o fazem nunca duvidaram da recetividade do mercado.

“Há uma enorme vantagem em trabalhar com as agências mais pequenas no que respeita o serviço ao cliente. Posso afirmá-lo por ter trabalhado vários anos numa das maiores agências de comunicação do país. Era normal termos muitos clientes e não conseguirmos dispensar tempo de qualidade para eles e para nós. Agora, procuramos dar a mesma atenção a todos os clientes, com uma oferta de serviços idêntica às das grandes agências”, assegura Beatriz Almeida, diretora da 17.Com, agência que funda, em 2016, após deixar a GCI, onde trabalhou durante 15 anos. Arranca sozinha com três clientes. Hoje, tem sete avençados permanentes e já emprega cinco pessoas.

Inicialmente, a intenção de Beatriz Almeida ao investir numa estrutura pequena era ter mais tempo para dedicar aos filhos pequenos. Mas há quem se aventure neste negócio pela vontade de explorar outras áreas. “O meu intuito não era propriamente criar uma agência, queria abraçar outro tipo de projetos, nomeadamente na área da comunicação e produção de espetáculos, algo que não tinha a possibilidade de fazer na agência onde então trabalhava. A partir daí, fui desenvolvendo o conceito da Suit PR, o de termos tudo à medida de cada cliente como se fossemos alfaiates de comunicação. Sejam marcas grandes ou pequenas, temos esta liberdade de poder apresentar propostas à medida das necessidades, objetivos e orçamentos de cada cliente”, ressalva Paula Carvalho, fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

Abre a empresa, sozinha, em 2013 com três clientes. Hoje, tem 18 e está a recrutar o sexto colaborador. “Acima de tudo, penso que as grandes marcas internacionais investem em agências mais pequenas por uma questão de empatia. Por detrás das insígnias estão pessoas e essas pessoas querem encontrar alguém que compreenda a sua marca e que a comunique com paixão e propósito. Há empresas que preferem a estrutura de uma grande agência, mas outras preferem o conforto que as mais pequenas proporcionam”, assegura a empreendedora.

A cobrança de valores inferiores é, muitas vezes, apontada como uma das causas que tem favorecido o crescimento das microagências. Uma opinião que não é unânime. “Os haters dirão que é uma questão de preço. Acho que já não o é e até me questiono se algum dia o foi”, confidencia Maria Saldanha Daun, fundadora da agência com o mesmo nome, que continua a ter a dona como única colaboradora desde que é criada, em 2015.

“O rácio custo do serviço versus o retorno do investimento é relevante. Porém, especialmente em clientes com grande notoriedade, tanto nacionais como internacionais, os motivos para esta escolha vão desde a perceção entre resultados prometidos e obtidos e a flexibilidade e capacidade de resposta da agência às necessidades do cliente, até à proximidade entre o consultor e o cliente”, considera Pedro Salazar.

O fator humano é crucial. Nisso estão todos de acordo. “A agência, por muito próxima que seja, é sempre uma organização constituída por diferentes pessoas. O cliente confia na identidade de renome, mas nem sempre sabe ao certo com quem vai trabalhar no dia a dia e não escolhe os interlocutores. Com um freelancer ou com as agências pequenas, escolhe uma determinada pessoa, com uma determinada experiência e um determinado perfil. A somar a tudo isto, há também uma disponibilidade diferente e uma relação muito mais próxima. Na grande maioria dos meus clientes, sou parte integrante da estrutura de marketing ou da direção, participando em todas as decisões desde a ideia até à concretização. Isto requer tempo e disponibilidade, que eu atribuo a cada cliente de acordo com as necessidades e não com uma bolsa de horas contratualizada”, revela Maria Saldanha Daun. “Tenho clientes em Espanha há mais de dois anos que nunca vi pessoalmente, mas que considero amigos”, revela ainda.

Decisores procuram identificação

Ter uma boa rede de contactos é sempre imprescindível para o sucesso do negócio, mas na fase de arranque é crucial. Liana Pinto, cofundadora e diretora de comunicação da You Only Live Once, mais conhecida no mercado pela sigla YOLO, sempre o soube.

“Sou de instinto e de impulso, acreditei que conseguia criar a minha própria agência de comunicação e, em 2019, avancei, seguindo o exemplo de outras ex-colegas. Tinha os contactos, a experiência e a vontade e acreditava, como ainda hoje acredito, que há espaço para todos. As marcas não se esgotam e, como tal, a comunicação também não. O que muda é a forma de a fazer”, garante a ex-diretora de contas da GCI.

“Nesta atividade, é preciso ser um bom relações públicas, porque as marcas seguem as pessoas. Se eu saio de uma agência e crio uma, mesmo que pequena, a probabilidade do cliente ir comigo é muito elevada, visto que, na maioria das vezes, eu era o único interlocutor”, refere Liana Pinto.

A ex-colega Paula Carvalho é exemplo disso. Quando decidiu sair da GCI, a Lego, um dos seus primeiros clientes, acompanhou-a, até hoje. “Não sei se o aparecimento destas microagências é uma tendência, acho que tal sucede porque acaba por haver uma maior identificação dos decisores das marcas com a nossa visão da comunicação”, afirma a fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

“Temos os mesmos picos de trabalho que as grandes agências, depende dos clientes, da época do ano e da agenda mediática. Temos a vantagem de poder escolher os projetos em que acreditamos e que realmente nos apaixonam. A principal desvantagem, que diria que com o tempo está a desvanecer, é a importância que as marcas atribuem às estruturas das grandes agências. Talvez por isso é que se nota uma maior flutuação de marcas grandes a transitar para agências mais pequenas”, afirma ainda Paula Carvalho. “Com tantas pequenas agências a dar provas de qualidade nos tempos que correm, o mercado começa a reconhecê-las e a dar-lhes espaço”, sublinha a empresária.

Marcas valorizam proximidade e personalização

Nas últimas semanas, a Toys ‘R’ Us trocou a ADBD Communicare, uma agência no mercado há 24 anos, pela 17.Com, a microagência fundada por Beatriz Almeida em 2016. “Fizemo-lo pela relação de proximidade, e até de uma certa intimidade, que se criou e que me permite sentir que conhecem realmente a minha empresa e que estamos a trabalhar verdadeiramente em equipa. Há uma maior rapidez de resposta com modelos e soluções que estão bem enquadrados nos nossos objetivos e com melhores níveis de eficácia”, assegura Susana Setúbal, diretora de marketing da Toys ‘R’ Us Portugal.

As marcas que têm trocado agências de comunicação maiores por microagências justificam a decisão com a maior proximidade e personalização que conseguem ter. “Procurávamos uma pessoa polivalente, capaz de se adaptar às nossas necessidades a cada momento, que tivesse flexibilidade e espírito de serviço ao cliente e que nos garantisse um acompanhamento personalizado e de confiança. Encontrámo-la na Pedro Salazar PR, que é a nossa agência em Portugal desde 2017”, explica ao M&P fonte da Air France-KLM.

A TK Elevators, antiga Thyssenkrupp, é outra das marcas a aperceber-se do potencial das microagências. “Houve uma ligação imediata com a YOLO. Procurávamos um parceiro que pudesse ser a extensão do nosso departamento interno, porém sem uma grande estrutura associada e sem que isso comprometesse a qualidade do trabalho. Confiámos na nossa intuição e estamos muito satisfeitos com a escolha que fizemos, há já quase cinco anos”, assume Helena Calado, diretora de comunicação, de marketing e de ambiente, social e governança corporativa da TK Elevators Portugal.

A transportadora norte-americana UPS também prefere a Suit PR a uma agência maior. “Escolhemo-la pela sua ligação à rede de meios e jornalistas portugueses e comprovada criatividade”, explica Natacha Montenegro, diretora de comunicações sénior da empresa na Europa, Médio Oriente, África e Índia.

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Substack quer ser plataforma de financiamento de criadores de conteúdos

A plataforma de ‘newsletters’ independentes (na foto) tem procurado influenciadores, criadores de conteúdos e ‘podcasters’ para aderirem aos seus serviços, com base em subscrições. A ideia é perder a dependência do formato de texto, no qual o Substack é criado e que é cada vez mais difícil de monetizar

O Substack está a tentar mudar de rumo. A plataforma de ‘newsletters’ independentes, lançada em 2017, está a posicionar-se como uma plataforma central, para pagar a criadores de todo o tipo, sem estar ligada ao ciclo das notícias. A ideia é perder a dependência do formato de texto, no qual é criado e que é cada vez mais difícil de monetizar, noticia o Semafor, site cofundado em 2022 por Ben Smith, ex-editor-chefe do BuzzFeed News e colunista de media do The New York Times, e Justin B. Smith, ex-CEO do Bloomberg Media Group.

Em 2023, o Substack soma mais de um milhão de subscritores pagos. A empresa revela ao Semafor que a cobertura em direto de grandes eventos noticiosos, como a saída de Joe Biden da corrida à candidatura presidencial e os respetivos debates presidenciais, aumentou em milhões as receitas de subscrição dos seus editores. A empresa, no entanto, ainda não é lucrativa e escusa-se a declarar quanto aumentou de receitas, desde os 9 milhões de dólares (€8,2 milhões) registados em 2022.

Para evitar fracassar na mesma medida que concorrentes como o Medium, o Substack está a tentar tornar-se menos numa plataforma de jornalismo e mais num sistema de mecenato para criadores de conteúdos, com base em subscrições. Nos últimos meses, a empresa tem procurado influenciadores, criadores de conteúdos e ‘podcasters’ para convencê-los a aderir à plataforma. A empresa pretende ser o principal veículo de apoio financeiro aos criadores de conteúdos, independentemente do meio.

Este reposicionamento coloca o Substack em concorrência mais direta com serviços como o Patreon, site norte-americano de financiamento coletivo que, em grande parte, ainda se apresenta mais como uma forma de apoiar financeiramente artistas e músicos do que como a base de um sistema de subscrições.  A estratégia do Substack é ficar com uma percentagem de 10% dos pagamentos, uma taxa mais elevada do que os 8% do Patreon. Mas também permitir que os ‘Substackers’ fiquem com as suas listas de emails, oferecendo flexibilidade aos criadores de conteúdos que queiram oferecer subscrições pagas, sem ficarem presos a uma plataforma específica.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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49% da geração Z prefere comprar produtos de marcas que patrocinam eventos de música ao vivo

“Para os anunciantes, isto representa uma oportunidade única de chegar a audiências altamente empenhadas nestes momentos da vida que, de outra forma, seriam inalcançáveis”, argumenta Adrian Bingham, diretor de vendas na Austrália e Nova Zelândia do Spotify, plataforma que fez o estudo ‘Culture Next’

Para as marcas que se esforçam por estabelecer a relevância entre os consumidores da geração Z, a música, os concertos e, em particular, os festivais de música podem atuar como um canal essencial, de acordo com a última edição do ‘Culture Next’. Este relatório do Spotify Advertising, que analisa a forma como a geração Z interage com a plataforma de música, revela que 49% dos consumidores desta geração têm mais probabilidades de comprar algo de uma marca que patrocina eventos de música ao vivo.

“Não se trata apenas de presença, trata-se de melhorar a experiência de uma forma que seja autêntica”, argumenta Grace Kao, diretora global de marketing comercial do Spotify, citada na Campaign. “Vimos que as marcas que colocam a música no centro da sua estratégia de marca criam ligações mais fortes e significativas com os consumidores”, acrescenta. De acordo com a análise, 74% dos inquiridos da geração Z assistiram a um concerto ou a um espetáculo de música ao vivo no último ano, enquanto cerca de metade afirma ter participado numa festa de apresentação presencial de um novo álbum ou canção.

O relatório que tem por base dados exclusivos do Spotify e inquéritos a 7700 participantes da geração Z e ‘millenials’ em 16 países, revela ainda que 77% dos inquiridos da geração Z “se sentem mais em sintonia” com marcas que criam listas de reprodução de música ligadas a “estados de espírito e momentos específicos”. 72% dos entrevistados da geração Z também consideram que confiam os seus dados pessoais ao Spotify, mais do que a outras aplicações.

Da mesma forma que as listas de reprodução, as preferências de marca da geração Z podem transformar-se em opções a serem tomadas ao longo das suas vidas. Segundo avança o relatório, 43% da geração Z garante que teria mais probabilidades de se envolver com uma marca no futuro se esta criasse listas de reprodução personalizadas para celebrar os marcos da vida.

“O Spotify é considerado o principal ‘must-have’ para o consumidor comum”, de acordo com uma pesquisa da Hub Entertainment. “Para os anunciantes, isto representa uma oportunidade única de chegar a audiências altamente empenhadas nestes momentos da vida que, de outra forma, seriam inalcançáveis”, argumenta Adrian Bingham, diretor de vendas do Spotify na Austrália e Nova Zelândia, citado no Mumbrella.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Worten Transforma incentiva reciclagem com nova campanha da Fuel

Com criatividade da Fuel, direção criativa de João Madeira da Silva, realização de António Amaral, produção da Major West e consultoria da Pro(u)d, a campanha (na foto) está presente em televisão, rádio, publicidade exterior, ponto de venda e redes sociais

O Worten Transforma, programa de responsabilidade social e ambiental da Worten, associa-se ao Tumo Portugal, centro de tecnologias criativas, gratuito para jovens dos 12 aos 18 anos, na nova campanha da marca, ‘Transforma Tudo em Tumo’. A campanha, idealizada pela Fuel, tem como protagonistas Ricardo Araújo Pereira e Inês Aires Pereira, que incentivam à reciclagem de equipamentos elétricos e eletrónicos avariados ou obsoletos, para apoiar a formação de jovens do Tumo.

“Para a Worten é essencial devolver e colaborar com a comunidade, e é através do Worten Transforma que temos ajudado centenas de instituições. Este ano, a Worten quis dar um novo caminho ao Worten Transforma, associando-se aos jovens e à educação. Trata-se de valores muito importantes para a Worten e vemos no Tumo um projeto educativo que nos diz muito, ao juntar tecnologia e criatividade para o empoderamento de uma nova geração. É um projeto revolucionário e inovador, que muito nos orgulhamos de apoiar”, salienta Miguel Mota Freitas, CEO da Worten Portugal, citado em comunicado de imprensa.

Com criatividade da Fuel, direção criativa de João Madeira da Silva, realização de António Amaral, produção da Major West e consultoria da Pro(u)d, a campanha está presente em televisão, rádio, publicidade exterior, ponto de venda e redes sociais, a partir de 14 de outubro. Na campanha, os eletrodomésticos, pequenos ou grandes e que já não têm utilização em casa, transformam-se em alunos do Tumo em várias áreas de ensino, neste caso cinema e fotografia.

A entrega na Worten de um eletrodoméstico antigo, estragado ou obsoleto para ser reciclado, com a ajuda da ERP Portugal (Entidade Gestora de Resíduos), passa a representar não só uma ajuda ao ambiente, mas também contribui para este projeto de educação. O incentivo à reciclagem de equipamentos eletrónicos e o apoio a uma nova geração é a mensagem que a campanha do Worten Transforma pretende transmitir.

Para incentivar a entrega de eletrodomésticos avariados ou obsoletos e a sua substituição por equipamentos com certificação energética, entre 15 e 24 de outubro, na compra de um grande eletrodoméstico (classe energética A, B ou C) ou de uma máquina de café automática, os clientes recebem 15% de desconto extra, ao entregarem na Worten o seu equipamento antigo.

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TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em setembro

O duplo confronto da seleção nacional, a contar para a Liga das Nações, na RTP1, lidera o top de programas mais vistos no mês, de acordo com os dados MediaMonitor da Marktest. Na primeira posição da tabela dos programas com mais menções nas redes sociais encontra-se o ‘Secret Story/Casa dos Segredos’, da TVI

Em setembro, o duplo confronto da seleção nacional, a contar para a Liga das Nações, lidera o top de programas mais vistos no mês. A primeira posição é ocupada pelo Portugal X Escócia, transmitido na RTP1 a 8 de setembro, com uma audiência média de 2.168.300 espectadores, de acordo com os dados MediaMonitor da Marktest.

Segue-se o Portugal X Croácia, também com transmissão na RTP1, a 5 de setembro, com uma audiência média de 1.971.300 espectadores. Na terceira posição fica a estreia do ‘reality show’ da TVI “Secret Story/Casa dos Segredos”, a 15 de setembro. A estreia deste programa é seguida por uma média de 1.220.700 espectadores.

Tantos nos programas gravados e visionados no próprio dia, como nas gravações em ‘timeshift’ de sete dias, a liderança no mês passado é ocupada pelo magazine de Ricardo Araújo Pereira da SIC ‘Isto é Gozar com Quem Trabalha’, transmitido a 8 de setembro.

Na primeira posição da tabela dos programas com mais menções nas redes sociais encontra-se o ‘reality show’ ‘Secret Story/Casa dos Segredos’, da TVI. No ranking dominado pela TVI, o programa das manhãs ‘Dois às 10’ mantém-se no segundo lugar da tabela e em terceiro fica o ‘reality show’ ‘Dilema’, que terminou em setembro.

O programa ‘Somos Portugal’ está no quarto lugar da tabela dos mais mencionados nas redes sociais em setembro, em parte devido ao anúncio do fim do programa, seguido da série ‘Morangos Com Açúcar’. Os programas ‘Goucha’ e “Passadeira Vermelha” encontram-se respectivamente na sexta e sétima posição. a finalizar este top 10 estão as novelas ‘Senhora do Mar’ e ‘Cacau’, e o programa ‘Júlia’.

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O problema das marcas que deixam de marcar

A Tupperware (na foto) e a Kispo são dois dos exemplos de insígnias que ganharam notoriedade por denominarem categorias de produtos, mas em que a perda de relevância as leva à falência. Google, ChatGPT e Uber são as mais recentes marcas-categoria

A Tupperware é o mais recente exemplo de uma marca que designa uma categoria de produto que não resiste à evolução dos tempos, tendo decretado falência, a 18 de setembro, nos Estados Unidos. “Não fosse o consumidor tão inerte e muitas outras já teriam desaparecido”, sustenta em declarações ao M&P, Nicolas Grassi, estratega de marcas.

A Google, o ChatGPT e a Uber, por seu lado, estão num sentido evolutivo inverso, sendo as palavras usadas quando os consumidores se referem às categorias de serviços que representam.

Os maus resultados da Tupperware levaram a empresa a pedir a proteção da marca, o que deixa, nesta fase, o futuro em aberto, incluindo o da fábrica que a Tupperware abriu em Portugal, em Constância, em 1980. Essa medida não garante, no entanto, a continuação da insígnia, tal como a aquisição da Kispo à Fabinter pela Lousafil não assegurou a sobrevivência da marca de blusões portuguesa, em 1995.

A Tupperware e a Kispo são apenas dois dos muitos exemplos de marcas que tiveram relevância ao ponto de denominarem categorias de produtos que não resistiram ao passar dos anos (ver texto Gigantes também caem), ao contrário das que se souberam adaptar e até reinventar para não perderem relevância (ver caixa As que resistem. Melhor ou pior).

Ainda que nem todas tenham conseguido dar nome a produtos, algumas, como a Nokia, a Kodak ou a Blockbuster, foram referência nos seus segmentos.

Apesar de ter procurado modernizar a imagem e inovado na oferta, a Tupperware não conseguiu conquistar as novas gerações de consumidores

O futuro da Tupperware que agora se decide nos tribunais não será aquele que o engenheiro químico Earl Tupper terá projetado quando, em 1946, numa altura em que os frigoríficos se começam a democratizar nos Estados Unidos, cria uma marca de recipientes alimentares em polietileno com fechos herméticos. Apesar de inovadoras, as caixas não saem, no entanto, das prateleiras das lojas, o que leva o empreendedor a questionar as razões do fracasso.

Na análise que faz para determinar as causas, apercebe-se que só há uma dupla a conseguir escoar os taparueres que produz, composta por Garry Macdonald e Brownie Wise, vendedores da Stanhome, empresa impulsionadora das técnicas de venda a domicílio.

Apercebendo-se do êxito da tática, Earl Tupper contrata Brownie Wise e, a partir de 1951, deixa de vender os taparueres em espaços comerciais. Passa a recorrer a embaixadoras da marca, para organizarem as sessões de demonstração que dão origem às popularmente conhecidas reuniões da Tupperware, alavancando o negócio.

A possibilidade de chegarem ao fim do mês com um rendimento extra atrai milhões de mulheres em todo o mundo. De início, a Tupperware acompanha a evolução do mercado, lançando recipientes que podem ir ao forno e/ou ao micro-ondas e até utensílios e acessórios.

A partir do início da década de 2000, com o fim das patentes que detinha, a marca começa a ser copiada e a ter dificuldade em fazer face à concorrência. Além dos preços mais acessíveis dos competidores, vê também os hábitos de consumo mudarem, com um número crescente de consumidores a reduzir o número de refeições que faz em casa. A contestação pública à utilização do plástico também afeta o negócio.

Entre 2017 e 2022, a faturação global sofre uma quebra de 42%, com as dívidas da empresa a atingirem os €632,3 milhões em 2023. “Nos últimos anos, a nossa posição financeira da foi severamente impactada pelo ambiente macroeconómico desafiante”, afirma ao M&P Laurie Ann Goldman, presidente e CEO da Tupperware.

“Depois de explorarmos inúmeras opções estratégicas, determinámos que este é o melhor caminho a seguir, enquanto procuramos alternativas estratégicas para apoiar a nossa transformação numa empresa focada no digital e liderada pela tecnologia, melhor posicionada para servir os nossos ‘stakeholders’. Pretendemos continuar a fornecer produtos premiados e inovadores, online e através dos nossos consultores e parceiros de retalho”, refere a responsável.

Causas de fracassos e sucessos

Ao longo das últimas décadas, foram muitas as insígnias que se tornaram icónicas, por terem sido as primeiras numa determinada categoria de produto que passou a ser conhecida pelo nome da marca. Muitas delas acabariam, no entanto, por desaparecer.

É o caso da Kispo, criada pelo empresário suíço Hans Isler, em 1969, em Lousada, onde mandou construir a fábrica de confeções Fabinter. Na década de 1980, chegou a empregar um milhar de pessoas nas três unidades fabris que abriu, com nove sócios.

A concorrência de outras marcas acabaria, contudo, por afetar o negócio, com a falência a ser decretada após um processo de recuperação falhado, em 1991. Em 2001, a empresa têxtil Lousafil, que adquiriu a Kispo em 1995, anunciou o relançamento da marca, num investimento de €2,2 milhões, que também fracassou.

A Omo continua a inovar nas fórmulas dos detergentes para acompanhar a evolução das tendências de consumo

Em polos opostos estão marcas como a Gilette, a Jeep, a Pyrex, a Lambretta, a Lycra, a Cotonetes, a Omo, a Jacuzzi, a Jet Sky, a Velcro, a Chiclets, a Rimmel e a Post-It, que também deram origem a denominações de categorias de produtos que, com maior ou menor sucesso comercial, continuam a fazer parte do quotidiano de milhões de consumidores.

“Há dois níveis de razões para este fenómeno de sobrevivência ou de desaparecimento das marcas. A própria natureza do negócio e a forma como está estruturado e toda a cadeia de distribuição, comercialização e distribuição, bem como a capacidade do produto ou serviço se adaptarem e modernizarem, num esforço de acompanhamento da evolução do consumo e dos desafios que o próprio mercado impõe”, explica João Pereira Alexandre, fundador e CEO da Corkbrand, especialista em ‘branding’.

A Gilette diversificou o negócio, aliando o fabrico de máquinas de barbear elétricas à produção de giletes com mais lâminas

Para além da própria gestão do negócio, um dos aspetos mais críticos é o grau de perceção dos consumidores, que não oferecem garantias de lealdade às empresas. “O segredo está sempre no produto ou no serviço, na dimensão daquilo que uma marca oferece e no que ela representa”, assegura Nicolas Grassi, estratega de marcas independente.

Na opinião do especialista em ‘branding’, publicidade e ativações de marca, a utilidade é uma das variáveis que os fabricantes e os promotores tendem a menosprezar nas estratégias que desenvolvem. “Quem trabalha em marketing, acha que a dimensão da representação é sempre a mais importante, esquecendo-se que os consumidores estão dispostos a pagar por algo que lhes dê, de facto, valor”, defende.

A Jeep acompanhou a evolução da indústria automóvel desenvolvendo modelos mais avançados

Nicolas Grassi considera que, quanto maior e melhor a perceção de valor, melhor será a imagem que têm das marcas. “O problema da Tupperware, de uma Polaroid ou até de uma Nokia é que esse valor está dependente da perceção do consumidor, do contexto do mercado e da concorrência. Como o valor do que ofereciam caiu drasticamente, o valor que representavam também”, refere.

O especialista subscreve a tese do empresário norte-americano Bill Gates, cofundador da Microsoft, que defende que “o segredo do sucesso é considerarmo-nos obsoletos antes que outros o façam”. “Há que desconfiar sempre do sucesso alcançado. Esse desconforto faz-nos estar atentos e torna-nos ágeis e criativos. Faz-nos equacionar, antecipar, evoluir e inovar”, afirma Nicolas Grassi.

O perigo do excesso de confiança

O excesso de confiança de empresas como a Nokia, que desvalorizou os ecrãs táteis e as aplicações móveis, não difere muito do dos criadores da Segway. A marca da Deka Research & Development, que deu origem a uma nova categoria de produtos, a dos diciclos, nunca teve o êxito esperado, mas a empresa também não procurou baixar os preços para atrair mais utilizadores, até porque nunca chegou a ter concorrência efetiva.

O erro, muito comum, tem levado ao fim de inúmeras marcas, um pouco por todo o mundo. Para Nicolas Grassi, uma insígnia só consegue sobreviver se conseguir conjugar três pilares de uma forma integrada e continuada. Além de novas possibilidades de uso e perceção de valor, tem de conseguir representar o melhor posicionamento na mente do consumidor.

“Esse é o atalho mais valioso na tomada de posição”, considera o especialista, apontando ainda a necessidade de identificação real com a audiência que as empresas procuram conquistar como fator crítico para as estratégias que implementam.

“A conjugação destes três pilares é o que torna uma marca numa grande marca. O Instagram é um bom exemplo de uma insígnia que conseguiu renovar-se e manter a sua capacidade de identificação e de representação junto da sua audiência. Poderia ter facilmente perdido o seu estatuto com o tsunami que tem sido o TikTok”, afirma.

A marca registada pela Johnson & Johnson em 1920 surge hoje em todas as embalagens de cotonetes

A marca registada pela Johnson & Johnson em 1920 surge hoje em todas as embalagens de cotonetesJoão Pereira Alexandre também alerta para o imperativo de analisar as necessidades dos consumidores. “Não pode faltar a capacidade de interpretar o mercado e de evoluir para responder à procura, assumindo as novas exigências do consumo como um desafio”, defende o especialista, dando como exemplo os novos paradigmas dos potenciais clientes das empresas.

No caso da Tupperware, a empresa também foi vítima da reação global ao plástico. “As crescentes preocupações éticas e ambientais são, entre outras variáveis, consideradas na decisão de compra”, sublinha o responsável.

Novas categorias de produtos que são marcas

À medida que o tempo vai passando, há marcas que, pelo pioneirismo, acabam por dar nome a novas categorias de produtos. Da mesma forma que muitos dizem que vão ao Google quando consultam um motor de busca, também são aos milhões os que, em todo o mundo, utilizam a marca Uber quando se referem a serviços de transportes de passageiros conduzidos por motoristas privados.

O ChatGPT, lançado pela OpenAI em 2022, tornou-se sinónimo de ferramenta de inteligência artificial e, nalguns países, as garrafas térmicas da Stanley, muito em voga, já começam a ser designadas pelo nome da marca, fruto do novo posicionamento e da nova imagem que a insígnia, criada em 1913, tem vindo a adotar.

A evolução global implica, todavia, novos desafios. “As marcas devem evoluir na forma como se apresentam ao mercado, tanto do ponto de vista da sua identidade visual, como do investimento em relações públicas e comunicação nos principais meios onde as insígnias do mesmo segmento investem”, recomenda João Pereira Alexandre.

ChatGPT e Google são duas das marcas internacionais que dão nome a novas categorias de produtos e serviços

 

As que resistem. Melhor ou pior

Gilette, Jeep, Pyrex, Lambretta, Lycra, Cottonettes, Omo, Jacuzzi, Jet Ski, Velcro, Chiclets, Rimmel e Post-It fazem parte do leque de marcas que deram origem a categorias de produtos que continuam a fazer parte dos hábitos de consumo dos portugueses.

Além de se modernizarem e de, na maioria dos casos, terem conseguido a surpreender o mercado com novos lançamentos, também apostam numa comunicação moderna, procurando tirar partido das redes sociais e dos novos canais para continuar a impactar.

É o caso da Jeep, que tem investido na produção de novos modelos, como o Wrangler Rubicon, o Avenger ou o Renegade, agora numa versão elétrica, para conquistar novos condutores. A Lambretta tem seguido o mesmo caminho, com a G350 Special e a X300.

Em outros segmentos, a Gilette tem apresentado máquinas de barbear elétricas e, nas giletes manuais, evoluiu das lâminas de dois gumes para modelos com cinco lâminas, mais finas e afiadas, incorporando-lhes faixas lubrificantes para proteger a pele durante o barbear.

A Sonasol é outro exemplo de uma marca que tem sabido reinventar-se. O novo Sonasol Multiusos, indicado para a limpeza de 25 superfícies, chegou ao mercado nos últimos dias de setembro, numa altura em que, para conquistar os consumidores com preocupações ecológicas, a insígnia da Henkel comercializa os produtos em embalagens fabricadas com plástico 100% reciclado.

 

Gigantes também caem

Foram marcas que, pelas características inovadoras dos produtos e dos serviços que desenvolveram, lideraram a preferência dos consumidores, ainda que não tenham chegado a denominar categorias de produtos. À medida que os anos foram passando, acabaram, no entanto, por perder relevância.

Algumas tornaram-se obsoletas por falta de visão e de inovação tecnológica e/ou de adaptação ao mercado, enquanto que outras viram a concorrência surpreender os consumidores com lançamentos que se revelaram mais atrativos.

À semelhança da Kodak, da Blockbuster, da Tower Records e da HMV, que falharam na transição para o digital, também a IBM, o MySpace, a Motorola, a Compaq e a TiVo não sobreviveram aos avanços tecnológicos, apesar das tentativas que fizeram para manterem a relevância.

“Há marcas que têm o seu momento e que o perdem, tal como os artistas. Muitas das grandes quedas são impulsionadas por mudanças de paradigmas tecnológicos, pela banalização do produto ou do mercado ou por mudanças de crenças e valores na sociedade”, explica Nicolas Grassi, estratega de marcas, dando como exemplo a revista Playboy, que deixou de ser impressa em 2020, estando apenas disponível online. “Foi arrasada pelo ‘shift’ tecnológico, pela ‘commodity’ da nudez e pela mudança de paradigmas sociais”, refere.

O facilitismo e o excesso de confiança são apontados como outras das causas para o fracasso. “Provavelmente, quem as geria agarrou-se demasiado ao conforto e, com o que está a suceder atualmente, há grandes marcas que devem estar muito nervosas”, afirma o especialista.

Na opinião de João Pereira Alexandre, muitas empresas falham no desafio de se reconverterem para se adaptarem à mudança, por menosprezarem a evolução do mercado e das necessidades dos consumidores. “Confiam no património que construíram em torno das suas marcas durante anos e hipotecam o futuro”, critica.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Digital

WPP faz parceria com Roblox para chegar à geração Z

Embora o WPP realce a presença da geração Z na plataforma, o verdadeiro valor da parceria com a Roblox pode residir no potencial para apelar a um grupo demográfico ainda mais jovem, de acordo com Jim Lecinski, professor de marketing na Kellogg School of Management da Northwestern University

O WPP está a anunciar uma nova parceria com a Roblox, plataforma de jogos online que nos últimos anos se tornou um destino relevante para as marcas, que procuram ligar-se a um público mais jovem. Através da parceria, a Roblox vai ajudar o WPP a desenvolver novas estratégias para alavancar a plataforma como um canal criativo, incluindo parcerias com os criadores da Roblox.

O WPP e o seu braço de investimento em media, o GroupM, vão juntar-se ao Programa de Parceiros Roblox, tal como a Dentsu, que foi nomeada como uma dos membros iniciais do programa, quando este foi lançado em 2023. Ambas as empresas também vão organizar, em conjunto, uma série de ‘sprint days’, nos quais os criadores da Roblox, os estrategas das agências do WPP e os estúdios de desenvolvimento se reúnem para desenvolver, em colaboração, novas ativações na plataforma.

O acordo inclui um programa de formação concebido para ajudar os profissionais de marketing a navegar no ambiente virtual único da Roblox.”O curso de formação com vários módulos será desenvolvido para agências criativas e de comunicação, sendo os membros da equipa WPP os primeiros a obter a certificação na plataforma Roblox”, adianta o grupo WPP em comunicado de imprensa.

Fundada em 2006, a Roblox tem crescido para se tornar uma das plataformas de jogos online mais populares do mundo. Atualmente acolhe cerca de 79,5 milhões de utilizadores ativos diariamente, de acordo com dados da empresa relativos ao segundo trimestre de 2024, que afirmam ainda que a geração Z é a comunidade de utilizadores com maior crescimento. A empresa apresenta-se como um canal envolvente e autêntico, face às redes sociais, e como um ‘hub’ digital no qual a geração Z pode realizar experiências com ‘personas’ virtuais.

Embora o WPP esteja a realçar a presença da geração Z na plataforma, o verdadeiro valor da parceria com a Roblox pode residir no potencial para apelar a um grupo demográfico ainda mais jovem, de acordo com Jim Lecinski, professor de marketing na Kellogg School of Management da Northwestern University, citado no The Drum.

“Esta parceria entre o WPP e a Roblox é uma forma importante de as marcas aprenderem mais sobre a geração Alfa e começarem a elaborar os futuros produtos, serviços e estratégias de marketing para a atrair, o que em breve se vai tornar um imperativo para todas as marcas, na mesma medida em que se concentraram em atrair a geração Z nos últimos anos”, argumenta Jim Lecinski. Atualmente, quase metade da base de utilizadores do Roblox tem menos de 13 anos, de acordo com os dados da empresa.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Toyota põe à prova mitos do Paraguai em campanha da Oniria TBWA (com vídeo)

As figuras dos mitos populares do Paraguai, el Pombero, Mbói Tu’i, Luisón e Jasy Jatere (na foto, da esq. para a dir.) põem à prova a qualidade, durabilidade e fiabilidade de três modelos da Toyota, em territórios como montanhas, zonas pantanosas, selva e cidade. Produzida pela Synchro Image, a campanha foi filmada em dez locais diferentes

A indestrutibilidade da Toyota é um mito no Paraguai. A marca de automóveis abraçou o país construindo uma história que começa com a primeira vitória no Rally Transchaco, em 1971. Durante 55 anos, a marca construiu uma forte ligação com a cultura local. Deste ‘insight’ surge a campanha ‘À Prova de Mitos’, criada e desenvolvida pela Oniria TBWA, que celebra essa ligação, apostando num anúncio protagonizado por alguns dos mitos populares do Paraguai.

“A ligação entre a Toyota e a cultura paraguaia é realmente forte, algo que nos ajuda a permanecer como a marca número um no mercado local. Dar vida aos mitos nesta campanha é dar vida à história do nosso país, conectar-se com as pessoas e fazer mais entretenimento do que publicidade”, revela um porta-voz da Toyota Paraguai, citado em comunicado de imprensa.

Após o último ‘spot’ da campanha ‘Indestrutíveis’, protagonizado pelo duplo de Bruce Willis, a marca aposta agora em uma nova história que, mais uma vez, pretende captar a atenção do público através do entretenimento. Desta vez, são os mitos locais do Paraguai (Jasy Jatere, el Pombero, Mbói Tu’i e Luisón) que conduzem os veículos da marca e desafiam três modelos da Toyota, em todos os terrenos.

“Num mundo em constante mudança como o nosso, ter uma relação de agência, produtora e cliente de tantos anos de trabalho é um fator diferenciador e a confiança criativa é um grande valor na construção de uma marca tão valiosa como a Toyota. Uma marca com identidade, autêntica na sua essência e consistente na forma como comunica essa essência. Estamos muito felizes com esta campanha, que colocou todos nós à prova”, enfatiza Camilo Guanes, diretor criativo executivo da Oniria TBWA.

Produzida pela Synchro Image, em cerca de dez locais diferentes, a campanha contou com uma equipa de mais de 50 pessoas, incluindo criativos, realizadores, operadores de câmara, figurinistas, designers de interiores e fotógrafos. No filme publicitário, a qualidade, durabilidade e fiabilidade da marca são postas à prova, em territórios como montanhas, zonas húmidas e pantanosas, selva e cidade. A história é construída sobre os mitos locais, as suas peculiaridades e poderes sobrenaturais.

“Como equipa, resgatámos a capacidade de continuar a contar histórias e isso é algo que esta indústria não deve perder, para entreter durante alguns minutos e, se possível, fazer sorrir um pouco. Um trabalho de equipa de meses, para apreciar os nossos mitos no grande
ecrã”, acrescenta Camilo Guanes, diretor criativo executivo da Oniria TBWA.

 

 

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Marketing

Investimento de €2,1 mil milhões na redução de preços da Ikea não faz aumentar as vendas

Apesar de as idas às lojas terem subido 3,3%, o volume de transações caiu 5% no ano fiscal de 2024, revela o Grupo Ingka, que gere a atividade da Ikea Portugal. Ainda assim, a faturação global atingiu os €39,6 mil milhões

O esforço de investimento de €2,1 mil milhões da Ikea, para reduzir preços não aumentou as vendas da marca sueca de mobiliário, decoração e restauração. De acordo com a versão preliminar do relatório financeiro referente ao ano fiscal de 2024, embora as idas às lojas tenham subido 3,3% face a 2023 e as visitas online tenham aumentado 28%, o volume de transações caiu 5%, revela o Grupo Ingka, que gere a atividade da Ikea Portugal, em comunicado de imprensa.

Segundo o documento, no período entre 1 de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2024, as vendas totais atingem os €39,6 mil milhões, com 727 milhões de clientes a efetuá-las nas lojas da insígnia. “O ano fiscal de 2024 fica marcado pelo maior investimento em redução de preços da nossa história. Num contexto económico particularmente desafiante para os consumidores, verificou-se ainda um crescimento de 9% em encomendas online”, refere o documento.

Além da redução de preços, o Grupo Ingka prosseguiu com a estratégia de expansão e modernização das operações, com mais de €1,3 mil milhões alocados à remodelações de lojas físicas e à transformação digital. Em Portugal, a marca tem apostado na abertura de estúdios de planificação e encomenda, contando atualmente com uma rede de 13 espaços.

No ano fiscal de 2024, o Grupo Ingka abriu 43 novos espaços comerciais, incluindo novas lojas no Japão, na Suíça e na China, além de estúdios de planificação e encomenda nos Estados Unidos, em Itália e em Portugal.

Através do recurso a ferramentas de inteligência artificial (IA), o grupo sueco tem reforçado o investimento na omnicanalidade, “o que contribuiu para atingir o maior nível de satisfação do cliente dos últimos cinco anos”, informa ainda o comunicado. Para atingir a neutralidade carbónica até 2050, foi feito um investimento adicional de €4,2 mil milhões em sustentabilidade.

“Desde 2016, crescemos 30,9%, enquanto reduzimos a nossa pegada climática em 24,3%. Contamos atualmente com 583 turbinas eólicas, 26 parques solares e mais de um milhão de painéis solares nos telhados das suas instalações”, informa o Grupo Ingka. O relatório financeiro completo é divulgado no final de novembro, antecedendo um relatório anual aprofundado que, tal como o relatório de sustentabilidade, é apresentado no fim de janeiro de 2025.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Está desvendado o mistério do fim das bolachas Oreo

A 11 de outubro, a misteriosa mensagem de despedida passa para ‘Olá Portugal, chegou a Oreo mais deliciosa de sempre’, em ‘outdoors’ como o do El Corte Inglés em Lisboa (na foto), para anunciar, afinal, o lançamento de uma nova receita e a imagem renovada da marca de bolachas

Está desvendado o mistério das mensagens de despedida da Oreo que invadiram Portugal a 1 de outubro, numa campanha da Publicis, que surpreendeu os consumidores, colocando a hipótese de a marca de bolachas estar de saída do mercado nacional. A Mondelez International revela agora o significado das mensagens, com uma nova campanha. “A Oreo despede-se da bolacha como a conhecemos até agora e apresenta a sua nova receita, agora com mais cacau”.

Para apresentar a segunda parte da campanha, a marca fez uma produção através de imagens geradas por computador (CGI), onde uma bolacha Oreo, à semelhança de um meteorito, cai do céu e colide com o ecrã digital do El Corte Inglés que anuncia a mensagem: ‘Adeus Portugal, a tua Oreo de sempre vai acabar’. Nesse preciso momento, gera-se uma explosão de cacau, que pretende simbolizar o que há de mais característico na nova receita e revela a mensagem definitiva: ‘Olá Portugal, chegou a Oreo mais deliciosa de sempre’.

A campanha apresenta também a renovação de imagem da marca, que inclui um ‘redesign’ da embalagem de bolachas, que passam a ter um sabor a cacau mais intenso, equilibrado com o característico aroma a baunilha do recheio. “Nesta campanha, o nosso objetivo consistiu em captar a atenção dos consumidores de forma marcante e inovadora para, seguidamente, introduzirmos a nova receita de Oreo, agora enriquecida com mais cacau. Esta nova receita reflete o nosso compromisso em satisfazer os gostos e preferências dos consumidores, mantendo-nos fiéis à essência da marca”, revela Benedita Mexia Alves, gestora de marca da Oreo em Portugal, em comunicado de imprensa.

 

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Prio reforça aposta no surfe com campanha da Adagietto (com vídeo)

A campanha que leva 18 crianças do interior do país a fazer surfe pela primeira vez é produzida pela Neighbor e conta com a participação da surfista olímpica Yolanda Hopkins. “A ideia é repetir a experiência, a cada verão, sempre com jovens de comunidades do interior”, avança ao M&P fonte da empresa

A Prio desafiou 18 crianças que vivem longe do mar, em Marvão, no Alentejo, a terem a primeira aula de surfe ao lado da surfista olímpica Yolanda Hopkins, em São Pedro de Moel, na Beira Litoral. A experiência deu origem à ‘Marvão ao Mar’, campanha idealizada pela Adagietto que pretende demonstrar que a mobilidade, mais do que encurtar distâncias, também ultrapassa barreiras.

Produzido pela Neighbor, o filme publicitário de cerca de dois minutos mostra o entusiasmo das crianças, com idades compreendidas entre os nove e os 12 anos, antes, durante e após a viagem, que é retomada, com outro grupo de crianças, em 2025. “A ideia é repetir a experiência, a cada verão, sempre com jovens de comunidades do interior”, avança ao M&P fonte da empresa energética.

A iniciativa é desenvolvida no âmbito da estratégia da promoção da modalidade que a Prio tem vindo a implementar a nível nacional. “Temos já algum trabalho desenvolvido no território do surfe, incluindo o patrocínio de cerca de uma dezena de escolas de surfe pelo país”, refere a mesma fonte.

Divulgada apenas em suportes digitais, a campanha procura amplificar a notoriedade que a energética portuguesa conseguiu, no território da mobilidade, com o filme publicitário ‘A Notinha dos Avós’, que serviu de base à comunicação promocional da empresa no Natal do ano passado, idealizado pela Adagietto e produzido pela RecOdd.

 

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