Edição digital
PUB
Comunicação

Microagências de comunicação estão a mudar paradigma

Há cada vez mais marcas nacionais e internacionais a trocar agências de comunicação de média e grande dimensão por estruturas mais pequenas, que já representam 86% do mercado. São também responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregam 53% dos consultores. Ainda faturam menos de €2 milhões, mas o negócio não para de crescer

Luis Batista Gonçalves
Comunicação

Microagências de comunicação estão a mudar paradigma

Há cada vez mais marcas nacionais e internacionais a trocar agências de comunicação de média e grande dimensão por estruturas mais pequenas, que já representam 86% do mercado. São também responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregam 53% dos consultores. Ainda faturam menos de €2 milhões, mas o negócio não para de crescer

Sobre o autor
Luis Batista Gonçalves
Artigos relacionados
Especialistas nacionais partilham a perspetiva das marcas que investem no Super Bowl
Publicidade
Maria Fiadeiro regressa à Euro M como diretora de contas
Publicidade
CM Rádio e Associação Alzheimer Portugal transformam histórias reais em fados
Media
TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em janeiro
Media
Publicidade em podcasts aproxima-se dos €5 mil milhões, mas cresce menos em 2025
Media
Tangity conquista criatividade e comunicação do Clube Sagres e da Widex
Publicidade
Loba funde-se com a Bondhabits e reforça posição em projetos culturais
Marketing
L’Oréal tem nova diretora executiva de digital e marketing
Marketing
Instagram é a rede social que mais ganha com a suspensão do TikTok
Digital
Anúncios do Super Bowl 2025 têm a pior taxa de eficácia desde 2020 (com vídeos)
Publicidade

Carlota Morais Pires iniciou a carreira como jornalista. Em 2017, sai da Vogue Portugal para trabalhar numa agência de comunicação. É nessa altura que começa a equacionar a possibilidade de se lançar sozinha num setor, até aí, dominado por agências de média e grande dimensão.

“Ser freelancer foi um passo natural. Tinha aprendido na revista a ser exigente com o texto e com a imagem, a compreender a relevância dos temas e a fazer uma curadoria. Sabia também como é que a imprensa precisava de receber a informação e também já tinha alguns contactos interessantes”, explica a fundadora e diretora de comunicações da The Communication Studio, uma das pequenas agências de comunicação que, nos últimos anos, surgem no mercado, disponibilizando serviços mais personalizados.

Numa fase inicial, Carlota Morais Pires trabalha com marcas portuguesas, que a vão recomendando a outras. “De um momento para o outro, já fazia sentido criar uma empresa e uma identidade e ter uma estratégia e uma carteira de clientes mais sólida”, recorda a empresária, que criou a The Communication Studio, sozinha, em 2021.

A maioria das microagências que hoje opera no mercado arrancou com uma ou duas pessoas. Pedro Salazar, sócio-gerente da Pedro Salazar PR, foi um dos primeiros a antecipar a tendência. “Quando fundei a agência em 2010, após passar pelo jornalismo e por três agências de comunicação e relações públicas, duas delas líderes de mercado na época, pareceu-me que havia espaço e oportunidade para desenvolver um modelo de negócio mais próximo, exclusivo e focado nos clientes e no potencial mediático das suas histórias. O modelo de agência boutique era, na altura, uma novidade”, recorda o empreendedor.

Bang & Olufsen, Volvo, Breitling, Lego, Air France, Toys ‘R’ Us, KLM, Lazartigue, Jack & Jones e Logitech são apenas algumas das muitas marcas internacionais que, em Portugal, em vez de recrutarem uma grande agência, preferem entregar a comunicação a organizações com estruturas mais reduzidas. “A opção por uma empresa muito pequena garante um serviço quase exclusivo e quase totalmente dedicado”, reconhece Maria Domingas Carvalhosa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM).

“Parece-me difícil que, no geral, clientes muito grandes possam ter toda a sua comunicação assegurada apenas pelos recursos de uma empresa muito pequena. No entanto, isso tem de ser visto caso a caso, de acordo com as necessidades dos clientes”, opina a também diretora-geral da Wisdom, consultora especializada em comunicação e public affairs.

De acordo com um estudo realizado pela Informa DB para a APECOM em 2023, análise que tem por base dados financeiros referentes a 2021, em Portugal só 14% das agências de comunicação fatura entre €2 milhões e €10 milhões. As restantes 86% faturam menos de €2 milhões, apesar de serem responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregarem 53% dos consultores.

Empatia favorece escolha

Num país onde 55% do volume de negócios do setor está nas mãos de agências de média e grande dimensão, com mais meios e recursos, investir numa microagência de comunicação é uma decisão arriscada. Apesar de estarem cientes desse facto, os que o fazem nunca duvidaram da recetividade do mercado.

“Há uma enorme vantagem em trabalhar com as agências mais pequenas no que respeita o serviço ao cliente. Posso afirmá-lo por ter trabalhado vários anos numa das maiores agências de comunicação do país. Era normal termos muitos clientes e não conseguirmos dispensar tempo de qualidade para eles e para nós. Agora, procuramos dar a mesma atenção a todos os clientes, com uma oferta de serviços idêntica às das grandes agências”, assegura Beatriz Almeida, diretora da 17.Com, agência que funda, em 2016, após deixar a GCI, onde trabalhou durante 15 anos. Arranca sozinha com três clientes. Hoje, tem sete avençados permanentes e já emprega cinco pessoas.

Inicialmente, a intenção de Beatriz Almeida ao investir numa estrutura pequena era ter mais tempo para dedicar aos filhos pequenos. Mas há quem se aventure neste negócio pela vontade de explorar outras áreas. “O meu intuito não era propriamente criar uma agência, queria abraçar outro tipo de projetos, nomeadamente na área da comunicação e produção de espetáculos, algo que não tinha a possibilidade de fazer na agência onde então trabalhava. A partir daí, fui desenvolvendo o conceito da Suit PR, o de termos tudo à medida de cada cliente como se fossemos alfaiates de comunicação. Sejam marcas grandes ou pequenas, temos esta liberdade de poder apresentar propostas à medida das necessidades, objetivos e orçamentos de cada cliente”, ressalva Paula Carvalho, fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

Abre a empresa, sozinha, em 2013 com três clientes. Hoje, tem 18 e está a recrutar o sexto colaborador. “Acima de tudo, penso que as grandes marcas internacionais investem em agências mais pequenas por uma questão de empatia. Por detrás das insígnias estão pessoas e essas pessoas querem encontrar alguém que compreenda a sua marca e que a comunique com paixão e propósito. Há empresas que preferem a estrutura de uma grande agência, mas outras preferem o conforto que as mais pequenas proporcionam”, assegura a empreendedora.

A cobrança de valores inferiores é, muitas vezes, apontada como uma das causas que tem favorecido o crescimento das microagências. Uma opinião que não é unânime. “Os haters dirão que é uma questão de preço. Acho que já não o é e até me questiono se algum dia o foi”, confidencia Maria Saldanha Daun, fundadora da agência com o mesmo nome, que continua a ter a dona como única colaboradora desde que é criada, em 2015.

“O rácio custo do serviço versus o retorno do investimento é relevante. Porém, especialmente em clientes com grande notoriedade, tanto nacionais como internacionais, os motivos para esta escolha vão desde a perceção entre resultados prometidos e obtidos e a flexibilidade e capacidade de resposta da agência às necessidades do cliente, até à proximidade entre o consultor e o cliente”, considera Pedro Salazar.

O fator humano é crucial. Nisso estão todos de acordo. “A agência, por muito próxima que seja, é sempre uma organização constituída por diferentes pessoas. O cliente confia na identidade de renome, mas nem sempre sabe ao certo com quem vai trabalhar no dia a dia e não escolhe os interlocutores. Com um freelancer ou com as agências pequenas, escolhe uma determinada pessoa, com uma determinada experiência e um determinado perfil. A somar a tudo isto, há também uma disponibilidade diferente e uma relação muito mais próxima. Na grande maioria dos meus clientes, sou parte integrante da estrutura de marketing ou da direção, participando em todas as decisões desde a ideia até à concretização. Isto requer tempo e disponibilidade, que eu atribuo a cada cliente de acordo com as necessidades e não com uma bolsa de horas contratualizada”, revela Maria Saldanha Daun. “Tenho clientes em Espanha há mais de dois anos que nunca vi pessoalmente, mas que considero amigos”, revela ainda.

Decisores procuram identificação

Ter uma boa rede de contactos é sempre imprescindível para o sucesso do negócio, mas na fase de arranque é crucial. Liana Pinto, cofundadora e diretora de comunicação da You Only Live Once, mais conhecida no mercado pela sigla YOLO, sempre o soube.

“Sou de instinto e de impulso, acreditei que conseguia criar a minha própria agência de comunicação e, em 2019, avancei, seguindo o exemplo de outras ex-colegas. Tinha os contactos, a experiência e a vontade e acreditava, como ainda hoje acredito, que há espaço para todos. As marcas não se esgotam e, como tal, a comunicação também não. O que muda é a forma de a fazer”, garante a ex-diretora de contas da GCI.

“Nesta atividade, é preciso ser um bom relações públicas, porque as marcas seguem as pessoas. Se eu saio de uma agência e crio uma, mesmo que pequena, a probabilidade do cliente ir comigo é muito elevada, visto que, na maioria das vezes, eu era o único interlocutor”, refere Liana Pinto.

A ex-colega Paula Carvalho é exemplo disso. Quando decidiu sair da GCI, a Lego, um dos seus primeiros clientes, acompanhou-a, até hoje. “Não sei se o aparecimento destas microagências é uma tendência, acho que tal sucede porque acaba por haver uma maior identificação dos decisores das marcas com a nossa visão da comunicação”, afirma a fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

“Temos os mesmos picos de trabalho que as grandes agências, depende dos clientes, da época do ano e da agenda mediática. Temos a vantagem de poder escolher os projetos em que acreditamos e que realmente nos apaixonam. A principal desvantagem, que diria que com o tempo está a desvanecer, é a importância que as marcas atribuem às estruturas das grandes agências. Talvez por isso é que se nota uma maior flutuação de marcas grandes a transitar para agências mais pequenas”, afirma ainda Paula Carvalho. “Com tantas pequenas agências a dar provas de qualidade nos tempos que correm, o mercado começa a reconhecê-las e a dar-lhes espaço”, sublinha a empresária.

Marcas valorizam proximidade e personalização

Nas últimas semanas, a Toys ‘R’ Us trocou a ADBD Communicare, uma agência no mercado há 24 anos, pela 17.Com, a microagência fundada por Beatriz Almeida em 2016. “Fizemo-lo pela relação de proximidade, e até de uma certa intimidade, que se criou e que me permite sentir que conhecem realmente a minha empresa e que estamos a trabalhar verdadeiramente em equipa. Há uma maior rapidez de resposta com modelos e soluções que estão bem enquadrados nos nossos objetivos e com melhores níveis de eficácia”, assegura Susana Setúbal, diretora de marketing da Toys ‘R’ Us Portugal.

As marcas que têm trocado agências de comunicação maiores por microagências justificam a decisão com a maior proximidade e personalização que conseguem ter. “Procurávamos uma pessoa polivalente, capaz de se adaptar às nossas necessidades a cada momento, que tivesse flexibilidade e espírito de serviço ao cliente e que nos garantisse um acompanhamento personalizado e de confiança. Encontrámo-la na Pedro Salazar PR, que é a nossa agência em Portugal desde 2017”, explica ao M&P fonte da Air France-KLM.

A TK Elevators, antiga Thyssenkrupp, é outra das marcas a aperceber-se do potencial das microagências. “Houve uma ligação imediata com a YOLO. Procurávamos um parceiro que pudesse ser a extensão do nosso departamento interno, porém sem uma grande estrutura associada e sem que isso comprometesse a qualidade do trabalho. Confiámos na nossa intuição e estamos muito satisfeitos com a escolha que fizemos, há já quase cinco anos”, assume Helena Calado, diretora de comunicação, de marketing e de ambiente, social e governança corporativa da TK Elevators Portugal.

A transportadora norte-americana UPS também prefere a Suit PR a uma agência maior. “Escolhemo-la pela sua ligação à rede de meios e jornalistas portugueses e comprovada criatividade”, explica Natacha Montenegro, diretora de comunicações sénior da empresa na Europa, Médio Oriente, África e Índia.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Artigos relacionados
Especialistas nacionais partilham a perspetiva das marcas que investem no Super Bowl
Publicidade
Maria Fiadeiro regressa à Euro M como diretora de contas
Publicidade
CM Rádio e Associação Alzheimer Portugal transformam histórias reais em fados
Media
TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em janeiro
Media
Publicidade em podcasts aproxima-se dos €5 mil milhões, mas cresce menos em 2025
Media
Tangity conquista criatividade e comunicação do Clube Sagres e da Widex
Publicidade
Loba funde-se com a Bondhabits e reforça posição em projetos culturais
Marketing
L’Oréal tem nova diretora executiva de digital e marketing
Marketing
Instagram é a rede social que mais ganha com a suspensão do TikTok
Digital
Anúncios do Super Bowl 2025 têm a pior taxa de eficácia desde 2020 (com vídeos)
Publicidade
PUB
Publicidade

Especialistas nacionais partilham a perspetiva das marcas que investem no Super Bowl

“Estar no Super Bowl é um ‘statement’, define um posicionamento”, argumenta Ana Roma Torres, sócia-gerente e criativa da Havas Play. Já Daniel Sá, diretor executivo do IPAM, aponta “a enorme dose de visibilidade e as inúmeras oportunidades de ativação”

Luis Batista Gonçalves

De 2024 para 2025, o preço cobrado pelos espaços publicitários de 30 segundos no Super Bowl aumenta um milhão de dólares (cerca de €960 mil). De acordo com a Ad Age, ultrapassa este ano os oito milhões de dólares (cerca de €7,7 milhões), com a Fox Sports, que explora a comercialização da publicidade do evento desportivo da National Football League (NFL), a ter vendido, pelo menos, dez anúncios acima desse valor, a preços que rondam os €8 milhões.

Com uma audiência de 123,7 milhões de espectadores em 2024, que pode chegar aos 125 milhões em 2025, segundo a edição anglo-saxónica do jornal Marca, a final do campeonato de futebol americano, que este ano se realiza a 9 de fevereiro em Nova Orleães, é um dos eventos televisionados mais atrativos para as marcas. Em 2024, atinge os 650 milhões de dólares (cerca de €626,5 milhões).

Em 2025, ano em que os Philadelphia Eagles defrontam os Kansas City Chiefs e Kendrick Lamar atua no intervalo da prova, o Super Bowl volta a bater um recorde. A par de empresas tecnológicas como a Meta e a Google e de marcas de bebidas como a Stella Artois, a Montain Dew e a Coors Light, os laboratórios farmacêuticos lideram o investimento publicitário no certame, com a Novartis a estrear-se com uma campanha de sensibilização para a prevenção do cancro da mama.

Com a duração de 60 segundos, ‘Your Attention, Please’, o filme publicitário da campanha, protagonizado pela comediante Wanda Sykes e pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, tem assinatura da Merkley and Partners.

Martha Stewart e Matthew McConaughey protagonizam o ‘spot’ que a Uber Eats estreia no Super Bowl LIX

Apesar de mais disputados, os espaços publicitários que acompanham a transmissão desportiva do Super Bowl LIX não são os únicos a atingir preços elevados. Há marcas que estão a pagar quatro milhões de dólares (cerca de €3,9 milhões) pela exibição de anúncios de 30 segundos nas horas que antecedem a prova, o dobro do ano passado.

“É um grande investimento, que deve ser ponderado e integrado na estratégia das marcas, mas as oportunidades não se esgotam no intervalo ou no próprio estádio, há todo um ‘storytelling’ que pode ser construído em torno deste momento, com investimentos bem inferiores e que podem ser muito eficazes”, explica ao M&P Ana Roma Torres, sócia-gerente e criativa da Havas Play.

Recurso a influenciadores dispara

Nas redes sociais, são muitas as marcas a explorar a euforia em torno do Super Bowl, recrutando influenciadores digitais para publicações nas redes sociais, ativações de marca e participações em festas e em eventos experimentais, com a intenção de gerar uma exposição orgânica.

Segundo a Ad Age, agências de gestão de influenciadores como a Digital Brand Architects e a United Talents Agency viram o número de pedidos subir consideravelmente nas últimas semanas, com a Hellmann’s, a Instacart e a Abercrombie & Fitch a figurarem entre as marcas que estão a adotar a estratégia.

“Tudo se resume a uma boa criatividade, seja para ser falado como o melhor anúncio do Super Bowl, seja para ser partilhado como a melhor ação de guerrilha do dia”, defende Ana Roma Torres. O interesse que o evento desperta leva cada vez mais marcas a quererem associar-se à onda de entusiasmo coletivo que se gera.

“O Super Bowl inicia-se semanas antes, com muitos eventos paralelos nos dias anteriores na cidade que acolhe o evento. Este autêntico ‘circo’ garante uma enorme dose de visibilidade e inúmeras oportunidades de ativação, de acordo com os objetivos e os targets de cada marca”, salienta Daniel Sá, diretor executivo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), explicando que não há em Portugal nenhum evento que se equipare ao Super Bowl.

“Na Europa, apenas a final da Champions League, que até tem maiores níveis de alcance e audiências em todo o mundo, é que se pode comparar”, refere o especialista. Em todas as ações em que as marcas se envolvem existe um denominador comum.

“Valoriza-se o espetáculo, vende-se um sonho, glorificam-se as equipas e os atletas e alimenta-se a imprevisibilidade do resultado”, sublinha Daniel Sá, explicando que “o Super Bowl, hoje um negócio de milhões, é revelador da forma como é hoje gerido o desporto”.

A Miss Piggy, de ‘Os Marretas’, regressa aos ecrãs no anúncio do Booking.com, criado pela Zulu Alpha Kilo

O diretor executivo do IPAM considera que “a máquina de marketing é monstruosa e envolve um planeamento minucioso de todos os detalhes. Além da garantia de transmissão em televisão e em ‘streaming’, há a disponibilização de sites, ‘chats’, fóruns, vídeos, redes sociais, ações promocionais e espetáculos associados, que garantem um produto perfeito de marketing atrativo para participantes e patrocinadores”.

Eventos desportivos geram mais interesse

Pela primeira vez, haverá duas emissões em espanhol, na Telemundo e na Fox Deportes, após a detentora dos direitos em espanhol de 2024, a TelevisaUnivision, ter visto a prova tornar-se na produção mais vista nas suas plataformas. A novidade atrai ainda mais marcas.

“Estar no Super Bowl é um ‘statement’ para qualquer marca, define um posicionamento”, sublinha Ana Roma Torres, explicando que o evento “tem um potencial de alcance, de eficácia e de retorno muito grande e que pode funcionar muito bem para as marcas, principalmente se souberem contar a história certa, fazendo parte do momento e nunca se sobrepondo ao mesmo”.

Um estudo do WARC Media revela que, em termos comparativos, o alcance e a consciencialização é maior no marketing desportivo, atingindo em média os 73%, face aos 3% observados em eventos musicais, causas sociais ou ativações de marca na área do ‘lifestyle’.

A utilização maciça de inteligência artificial (IA) nos anúncios ameaça, no entanto, diminuir o interesse da audiência, sendo que, face à atual ditadura do politicamente correto, a criatividade esperada também não é grande.

“Este ano, veremos uma escassez de mensagens que possam ser consideradas, de alguma forma, desagradáveis ou polarizadoras. Este será menos o Super Bowl da publicidade e mais o ‘superficial’ Bowl”, antecipa Glen Hilzinger, sócio e diretor criativo da agência Lucifer, citado na Adweek.

Häagen-Dazs, Bosch e MSC Cruises entre os estreantes

Nos meses que antecedem o Super Bowl, as várias marcas procuram capitalizar o investimento com a divulgação das notícias que anunciam a estreia no evento e com a apresentação dos ‘teasers’ das campanhas.

Em 2025, a lista inclui a marca de equipamentos elétricos Bosch, que apresenta um anúncio de 30 segundos no quarto bloco publicitário do Super Bowl LIX. Protagonizado por Antonio Banderas, o filme é idealizado pela Droga5.

A empresa de cruzeiros europeia MSC Cruises também se estreia com um filme de 60 segundos, concebido pela Highdive, que mostra os atores Drew Barrymore e Orlando Bloom numas férias num navio. A Häagen-Dazs opta por uma perseguição de automóveis e camiões para o primeiro anúncio no Super Bowl, criado pela Nice&Frank, com Vin Diesel e Michelle Rodriguez.

A MSC Cruises estreia-se no evento com um anúncio protagonizado por Orlando Bloom e Drew Barrymore

Entre os estreantes está também a plataforma de entregas Instacart, com um ‘spot’ desenvolvido pela equipa criativa da empresa, em colaboração com a agência TBWA\Chiat\Day. Para a estreia no Super Bowl, com um anúncio de 30 segundos, a marca de papel higiénico Angel Soft, recorre à Grey. Já a Coffee Mate, marca da Nestlé, delega a tarefa na Wieden+Kennedy New York. A cantora Shania Twain protagoniza o anúncio.

A Hims & Hers, a Cirkul, a Fetch e a Liquid Death estreiam-se no evento desportivo com ‘spots’ idealizados e desenvolvidos internamente. A Nerds, marca de guloseimas da Ferrara, aposta no cantor Shaboozey, numa campanha da Digitas Chicago, enquanto a NerdWallet exibe, no terceiro bloco de anúncios, um filme da Deutsch, protagonizado por uma baleia falante.

Os anunciantes do costume

A marca desportiva Skechers é a primeira a confirmar a intenção de ter um anúncio na edição de 2025 do Super Bowl, mas está longe de ser a mais repetente na prova. Entre as que somam mais participações está a Budweiser, que detém o título de maior investidor publicitário do Super Bowl.

Entre 1967 e 2020, a marca despende 470,5 milhões de dólares (cerca de €453,5 milhões) em publicidade nos intervalos do evento. Este ano, a empresa chega a ponderar a hipótese de avançar apenas com um anúncio regional, mas acaba por recuar e financiar um filme de 30 segundos, idealizado pela FCB New York.

Pela décima segunda vez consecutiva, a empresa financeira TurboTax investe no evento com uma campanha da agência R/GA. A empresa tecnológica Squarespace participa pela décima primeira vez, com um anúncio de 30 segundos, protagonizado pelo ator Barry Keoghan.

Na oitava participação, a Pringles muda de agência, apostando na FCB New York para um filme, com Adam Brody, Nick Offerman e James Harden, que pretende mostrar a nova direção criativa da marca. A Mountain Dew, refrigerante que integra o portefólio de bebidas da PepsiCo, repete a proeza pela sétima vez, com um ‘spot’ protagonizado pela artista Becky G, com criatividade da agência Goodby Silverstein & Partners.

Meg Ryan e Billy Cristal apelam ao saudosismo revivalista numa campanha da VML para a Hellmann’s

Na quinta presença consecutiva, a Hellmann’s é uma das marcas do segundo bloco de anúncios. Protagonizado pelos atores Billy Crystal e Meg Ryan, o ‘spot’, com criatividade da VML, junta novamente os atores no Kat’z Delicatessen, em Nova Iorque, para recriar uma das cenas mais memoráveis do filme ‘Um Encontro Inevitável’, de 1989.

A VLM também assina os dois anúncios de 15 segundos da The Foundation to Combat Antisemitism, que contam com a participação de Tom Brady e Snoop Dogg. A marca de cerveja Michelob Ultra regressa com um anúncio criado pela Wieden+Kennedy New York, protagonizado pelos artistas William Dafoe e Catherine O’Hara.

O Special Group assina o quinto filme seguido da Uber Eats a ser exibido no Super Bowl. A produção de 60 segundos mostra Matthew McConaughey a tentar provar, com o auxílio de Martha Stewart e Charlie XCX, que o futebol americano não passa de um estratagema para vender comida, juntando protagonistas de diferentes idades para apelar a diferentes audiências.

A quarta presença do Booking.com é da responsabilidade da agência criativa Zulu Alpha Kilo, que recupera as personagens de ‘Os Marretas’ num filme publicitário bem-humorado. Depois da estreia em 2024, a Reese’s reincide com uma campanha da Erich & Kallman. A Dove repete a participação de 2024 com uma campanha que promove o desporto feminino.

Lay’s, Meta, Stella Artois e Taco Bell regresssam

Após dois anos de ausência, tal como a Lay’s, que volta com um ‘spot’ da Highdive, a Meta regressa ao Super Bowl para publicitar os óculos que desenvolveu com a Ray-Ban, com um ‘spot’ protagonizado pelos atores Chris Hemsworth e Chris Pratt e pela socialite Kris Jenner.

O produtor de cerveja belga Stella Artois, que não investia no evento desde 2019, regressa para a quarta participação, tendo contratado Matt Damon e David Beckham para um ‘spot’, concebido pela Artists Equity Advertising, que mostra como o ex-futebolista inglês lidera com a existência de um irmão gémeo que não sabia que tinha.

A cantora Doja Cat é a estrela da campanha da Taco Bell, coprotagonizada por fãs da artista e clientes da marca

Após um hiato de três anos, a Taco Bell está de volta com um anúncio protagonizado pela artista Doja Cat. Ausente em 2024, a plataforma de ‘streaming’ Tubi, pertencente à Fox, regressa ao Super Bowl em 2025, tal como a Little Caesars e a Jeep.

Indústria automóvel é a grande ausente

Ao contrário de edições anteriores, com exceção da Jeep e da Ram Trucks, ambas da Stellantis, a indústria automóvel, que enfrenta uma quebra de vendas global, não marca presença na edição de 2025 do Super Bowl. General Motors, Ford, Toyota, BMW, Audi, Honda, Hyundai, Nissan, Lexus, Mercedes-Benz e Volkswagen são as ausências mais notadas, tal como a Kia, que esteve presente nas últimas 14 edições.

A seguradora State Farm cancela o investimento publicitário para centrar o investimento no apoio às vítimas dos incêndios de Los Angeles. A Pizza Hut, substituída pela Little Caesars como a piza oficial do evento, também não regressa em 2025. Após a rejeição da primeira versão do provocador anúncio de 2024 pela NFL, a NYX Cosmetics prefere evitar uma nova polémica e afastar-se do mediatismo do Super Bowl 2025.

 

Há mais investimento e audiência, mas a eficácia não aumenta

Apesar de os preços dos espaços publicitários terem vindo a subir exponencialmente, a eficácia não acompanha o investimento nem o crescimento da audiência do Super Bowl, ao longo dos anos.
Segundo um estudo da consultora Bottom-Line Analytics, em 2024 a taxa de eficácia dos anúncios desce, no ABX Index, de 101 para 97, o mesmo valor que atinge em 2013, apesar da audiência televisiva ter aumentado cerca de quatro milhões de telespectadores.
“Pela primeira vez, nesta década, fica abaixo dos cem e, também pela primeira vez, 48% dos ‘spots’ têm uma performance abaixo da esperada, uma percentagem que está bem acima dos 17% de 2023”, salienta Michael Wolfe, CEO da consultora, numa análise a que o M&P teve acesso.
Em 2024, só quatro de uma seleção de 15 anúncios analisados é que se revelam lucrativos para as marcas anunciantes. “Ainda que não o possamos afirmar categoricamente, acreditamos que o retorno sobre o investimento positivo a curto prazo não é muito habitual na publicidade do Super Bowl”, ressalva ainda o estudo comparativo da Bottom-Line Analytics.

A audiência do Super Bowl versus a eficácia das campanhas, segundo uma análise que reúne dados da Bottom-Line Analytics, da Nielsen e do ABX Index

 

Preços sobem 21.233% desde 1967

Entre a primeira edição do Super Bowl, em 1967, e a 59ª, em 2025, o preço do espaço publicitário de um anúncio de 30 segundos nos intervalos cresce 21.233%. Tendo em conta a inflação e as variações do dólar neste período de tempo, o aumento é de 844,59%, de acordo com o Bureau of Labor Statistics.
Em 1967, as marcas têm de pagar 37.500 dólares (cerca de €36.145) por 30 segundos, o equivalente a 354.375 dólares (cerca de €343.166) a preços de 2025. No ano a seguir, em 1968, o preço sobe para os 54.500 dólares (cerca de €52.532). Logo na quarta edição, em 1970, o preço duplica face à primeira, atingindo os 78.200 dólares (cerca de €75.375). Em 1974, o preço do espaço publicitário ultrapassa, pela primeira vez, os 100 mil dólares, sendo comercializado por 103.500 dólares (cerca de €99.762).
Na 14ª edição do Super Bowl, em 1980, o valor sobe para os 222 mil dólares (cerca de €213.980) mas, em 1982, já atinge os 400.000 dólares (cerca de €385.556), praticamente o dobro. Em 1995, o valor cobrado por cada exposição de 30 segundos ultrapassa o milhão de dólares, atingindo 1,15 milhões de dólares (cerca de €1,10 milhões).
Apesar de descer ligeiramente em 1996, o preço continua a subir nos anos seguintes. Em 2000, chega aos 2,1 milhões de dólares (cerca de €2,02 milhões). Em 2011, ultrapassa os três milhões, com a exposição televisiva de 30 segundos a valer 3,1 milhões de dólares (cerca de €2,9 milhões). Em 2014, atinge os quatro milhões de dólares (cerca de €3,8 milhões) e, apenas três anos depois, os cinco milhões de dólares (cerca de €4,8 milhões).
Em 2022, sobe para os 6,5 milhões de dólares (cerca de €6,3 milhões). Logo em 2023, bate um novo recorde, atingindo os sete milhões de dólares (cerca de €6,7 milhões), valor que mantém em 2024. Em 2025, no Super Bowl LIX, o preço mais elevado ultrapassa os oito milhões de dólares (cerca de €7,7 milhões), com marcas a pagarem à volta de €8 milhões por 30 segundos de exposição.

 

Google é o maior anunciante com 51 anúncios

A Google é o maior investidor da edição deste ano do Super Bowl. Apesar de não avançar valores de investimento, a empresa anuncia que vai exibir 51 anúncios, 50 ‘spots’ regionais de 30 segundos (um por cada Estado) e um filme publicitário nacional.
Localmente, vai promover a utilização do Google Workspace, marca que se estreia no Super Bowl, com o Gemini, mostrando como é que a ferramenta de inteligência artificial (IA) pode potenciar o crescimento de pequenos negócios.
Para o desenvolvimento do projeto, a Google recorre ao Gemini para reduzir a lista de 34 milhões de startups para cerca de 500 e depois usa o AI Studio para obter informação para os ‘briefings’ que servem de base à campanha, concebida por cinco agências. A pós-produção dos anúncios é do Cntrl Studio. Nos últimos quatro anos, a empresa tem optado por promover os novos modelos dos telemóveis Google Pixel.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Publicidade

Maria Fiadeiro regressa à Euro M como diretora de contas

“Voltar à Euro M é regressar a uma casa que sempre fez parte da minha história profissional, mas com um novo olhar e a determinação de continuar a elevar o padrão de excelência no serviço a clientes”, refere Maria Fiadeiro (na foto)

Maria Fiadeiro está de regresso à Euro M como diretora de contas, para reforçar a equipa de liderança da agência criativa. Na nova função, a profissional tem como objetivo consolidar a excelência do serviço prestado aos clientes e aprofundar a ligação entre marcas e consumidores.

“Voltar à Euro M é regressar a uma casa que sempre fez parte da minha história profissional, mas com um novo olhar e a determinação de continuar a elevar o padrão de excelência no serviço a clientes. Acredito que o verdadeiro papel de uma agência está em criar conexões autênticas e duradouras entre marcas e pessoas, e é isso que pretendo trazer para este novo capítulo”, salienta Maria Fiadeiro, em comunicado de imprensa.

Com cerca de 15 anos de experiência em publicidade e marketing, Maria Fiadeiro faz carreira nas agências Vexo, Brandkey, Happy Brands e Up Partner, além da Euro M. No percurso profissional trabalha marcas como Repsol, Upfield, Sovena, Mondelez, Astara, Schweppes, Honda, Sumol-Compal, Sonae Sierra, Sogrape, Central de Cervejas, MEO, Unilever, Danone e Ayvens, entre outras.

“A Maria conhece o ADN da Euro M e destacou-se sempre pelo olhar estratégico e capacidade de gestão de pessoas e de relações. Este regresso é uma oportunidade para continuarmos a evoluir como agência, reforçando o nosso compromisso de entregar projetos que deixam uma marca. Estamos entusiasmados por tê-la de volta, com uma nova energia e uma visão ainda mais ampla”, declara Pedro Santos Serra, CEO da Euro M.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

CM Rádio e Associação Alzheimer Portugal transformam histórias reais em fados

Idealizado pela FCB Lisboa, o projeto ‘Sons da Memória’ (na foto) destaca o poder da música e da rádio na preservação das histórias de vida de doentes de Alzheimer e assinala o Dia Mundial da Rádio, celebrado a 13 de fevereiro

A CM Rádio e a Associação Alzheimer Portugal lançam o projeto ‘Sons da Memória’ para assinalar o Dia Mundial da Rádio, celebrado a 13 de fevereiro. A iniciativa, criada pela FCB Lisboa, transforma memórias reais de doentes de Alzheimer em fados personalizados, sensibilizando para o impacto da demência de forma poética.

O projeto destaca o poder da música e da rádio na preservação das histórias de vida. A primeira canção, ‘As Voltas do Viver, estreia a 13 de fevereiro e inspira-se na história de José Figueiredo, que sofre desta doença neurodegenerativa. A música é composta por Fred Pinto Ferreira, da produtora de áudio Salva, e interpretada por Filipa Biscaia, fadista que dá voz às lembranças do protagonista através da alma e intensidade do fado.

A canção está disponível no site da CM Rádio, bem como em plataformas digitais, e será apresentada ao vivo no Museu do Fado, num evento especial dedicado a José Figueiredo e respetiva família.

“Com esta iniciativa, a CM Rádio pretende destacar o papel da música e da rádio na valorização das histórias de vida e na sensibilização para as demências, utilizando o fado como elo entre o passado e o presente”, refere a rádio da Medialivre, em comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em janeiro

No primeiro mês do ano, o futebol lidera a lista dos programas mais vistos. Nas gravações diárias, a ficção da SIC inicia o ano com o primeiro lugar. A TVI continua a dominar as menções nas redes sociais

Em janeiro, a final da Taça da Liga Allianz Cup que opõe o Sporting ao Benfica é o programa mais visto. Transmitido na SIC a 11 de janeiro, o jogo de futebol lidera o top de programas, com uma audiência média de 2,541,800 espectadores, num ranking dominado pela transmissão de eventos desportivos, segundo a análise da Marktest com base nos dados da Mediamonitor.

Na segunda posição encontra-se o Sporting x FC Porto, também referente à Taça da Liga Allianz Cup, exibido a 7 de janeiro na SIC. A fechar as três primeiras posições está o encontro entre o Farense e o Benfica, a contar para a Taça de Portugal, emitido a 14 de janeiro na RTP1 com uma audiência média de 1446 espectadores.

Nos programas gravados e visionados no próprio dia, a liderança cabe ao episódio da segunda temporada da telenovela ‘A Promessa’, transmitido na SIC a 27 de janeiro. Nas gravações de sete dias, a emissão do concurso de talentos ‘A Máscara’, na SIC a 25 de janeiro, ocupa o primeiro lugar.

 

Nas redes sociais, o ‘reality show’ ‘Secret Story – Casa dos Segredos’ e o programa da manhã da TVI, ‘Dois às 10’, mantêm-se em destaque nas primeiras e segundas posições da tabela, respetivamente.

Na terceira posição surge o programa ‘A Máscara’, que estreia no primeiro dia do ano, à frente do programa ‘Casa Feliz’, que ocupa a quarta posição. A novela da SIC ‘A Herança’ encontra-se na quinta posição, seguida das novelas ‘A Fazenda’ e ‘Senhora do Mar’, na sexta e sétima posição, respetivamente.

O top 10 dos programas com mais menções nas redes sociais no primeiro mês do ano é completado pelo concurso de talentos da RTP1 ‘Got Talent Portugal’, no oitavo lugar, seguido do programa ‘Passadeira Vermelha’, da SIC, em nono, e da série juvenil da TVI ‘Morangos Com Açúcar’, em décimo.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

Publicidade em podcasts aproxima-se dos €5 mil milhões, mas cresce menos em 2025

Apesar da evolução consistente do consumo de podcasts, desafios como a capacidade de escalar a compra de anúncios e a medição do retorno limitam o investimento em publicidade neste formato, a nível mundial

Os investimentos publicitários no mercado global de podcasts vão ultrapassar os cinco mil milhões de dólares (€4,8 mil milhões), em 2025, mas a taxa de crescimento anual recua de 13,2%, em 2024, para 7,9% em 2025 e 6,5% em 2026, segundo o Global Ad Trends do WARC Media. O alcance total da audiência global de podcasts aumentará para 66% em 2025, face aos 60,6% em 2020.

Os Estados Unidos têm a maior quota do mercado publicitário global de podcasts, com 45,9% do investimento mundial neste formato de áudio, que representa 4,5% do consumo total de media com publicidade. Mas em 2025, os podcasts norte-americanos irão receber apenas 1% do investimento publicitário total previsto para os Estados Unidos, estimado em 2,4 mil milhões de dólares (€2,3 mil milhões),  o que significa que é um meio ainda pouco explorado por anunciantes.

Dados de audiências relativos a 2024 indiciam o potencial, com os utilizadores do YouTube a ouvirem cerca de 400 milhões de horas de podcasts por mês e cerca de 250 milhões de utilizadores a assistirem a podcasts em vídeo no Spotify, um consumo proveniente sobretudo da geração Z. Contudo, o investimento publicitário neste mercado tem vindo a crescer de forma lenta.

 

Apesar da evolução consistente do consumo de podcasts, a análise do WARC Media conclui que desafios como a capacidade de escalar a compra de anúncios e a medição do retorno limitam o investimento. Os ouvintes de podcasts, no entanto, tendem a ser mais recetivos à publicidade, com apenas dois em cada cinco (42%) ouvintes regulares a ignorarem os anúncios em podcasts, por os considerarem intrusivos. O relatório indica ainda que as campanhas conduzidas pelos próprios locutores superam a integração de anúncios dinâmicos e que os anúncios com mais de dois minutos são 20% mais eficazes do que os de 60 segundos ou menos.

Por outro lado, o Spotify revela um aumento de 55% na intenção de aquisição de campanhas com áudio e vídeo, face às campanhas somente em áudio. A evolução do setor aponta para um modelo cada vez mais integrado entre áudio e vídeo, com os editores e as empresas que produzem podcasts a expandirem-se também para além do áudio, focando-se nos criadores de conteúdos e no formato em vídeo.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Tangity conquista criatividade e comunicação do Clube Sagres e da Widex

Para o Clube Sagres, a Tangity passa a gerir integralmente o programa de fidelização e a experiência da cerveja Sagres, bem como o site institucional da marca. Com a Widex, o desafio é reforçar o posicionamento local da marca de soluções auditivas

A Tangity, agência criativa da consultora multinacional NTT Data, acaba de conquistar as contas da plataforma de clientes Clube Sagres e da empresa dinamarquesa de soluções auditivas Widex.

“Estas parcerias refletem a confiança que as marcas depositam na nossa capacidade de fornecer soluções criativas e tecnológicas de ponta”, enfatiza Ester Leotte, diretora-geral da Tangity Portugal, citada em comunicado de imprensa, acrescentando que “estamos ansiosos por superar os desafios destes clientes, respondendo às suas necessidades e superando as expetativas dos seus consumidores”.

No caso do Clube Sagres, a Tangity passa a gerir integralmente o programa de fidelização e a experiência da cerveja Sagres, bem como o site institucional da marca, garantindo a atualização de conteúdos e o suporte técnico, bem como a evolução e modernização da página na internet, através de soluções de gamificação, para criar estratégias mais envolventes e eficazes.

Por sua vez, na Widex o desafio passa por reforçar o posicionamento local da marca, que está presente em cerca de 80 países. Isso inclui a conceção e o desenvolvimento estratégico de toda a comunicação da marca para o mercado português, em conformidade com a estratégia internacional de campanhas e padrões criativos da marca.

“A conquista destes dois clientes vem juntar-se às dezenas de projetos de publicidade, comunicação, design e marketing de desempenho desenvolvidos nos últimos meses, demonstrando a amplitude das capacidades da equipa da Tangity”, refere a agência criativa em nota de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Loba funde-se com a Bondhabits e reforça posição em projetos culturais

“Esta aquisição é um passo importante na consolidação da nossa influência em setores estratégicos, especialmente por se tratar de uma empresa com elevado reconhecimento criativo e digital”, salienta João Gaspar, coCEO da agência Loba

A agência Loba está a anunciar a aquisição por fusão da Bondhabits, agência do Porto que se dedica ao marketing digital e desenvolvimento de websites e aplicações, com os principais clientes na área de projetos culturais, como a Fundação de Serralves, a Câmara Municipal do Porto e o festival Nos Alive, por exemplo.

“Com esta operação enriquecemos o nosso portefólio e fortalecemos a posição no setor cultural, integrando um enorme ativo de ‘web developers’ muito experientes”, refere o coCEO da Loba, Adelino Silva, citado em comunicado de imprensa. O também coCEO da Loba, João Gaspar, salienta que “esta aquisição é um passo importante na consolidação da nossa influência em setores estratégicos, especialmente por se tratar de uma empresa com elevado reconhecimento criativo e digital”.

Esta é a primeira aquisição em 2025 da Loba, agência de ‘branding’, marketing digital, comunicação, comércio eletrónico, plataformas de relacionamento e experiência de cliente, que permite a ampliação da oferta de serviços da Loba em territórios específicos como o lazer, a cultura e a indústria do entretenimento.

Para Rui Mascarenhas, diretor executivo de marketing da Bondhabits, “a integração permite-nos preservar a nossa personalidade, conectada sobretudo com os meios cultural e artístico, enquanto ampliamos a capacidade de oferecer soluções mais completas e suporte adicional. Estamos muito entusiasmados com as novas possibilidades que esta fusão nos proporciona”.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

L’Oréal tem nova diretora executiva de digital e marketing

“Espero contribuir para esta transformação digital e continuar a fortalecer o vínculo entre as nossas marcas e os consumidores, criando experiências relevantes e inovadoras”, diz Kim Dirckx (na foto), a nova ‘chief digital & marketing officer’ (CDMO) da L’Oreál em Portugal e Espanha

Kim Dirckx assume a direção executiva de digital e marketing da L’Oréal no cluster ibérico, trazendo uma experiência global em inovação e desenvolvimento de marcas.

“Estou entusiasmada por me juntar à equipa em Espanha e Portugal, um mercado dinâmico e cheio de oportunidades. No grupo L’Oréal, demonstramos a nossa capacidade de nos adaptarmos com agilidade a novas linguagens e preocupações dos públicos, estabelecendo conexões mais autênticas e significativas. Lideramos a conversa no meio social, onde as nossas marcas estão presentes em uma em cada duas conversas sobre beleza. Espero contribuir para esta transformação digital e continuar a fortalecer o vínculo entre as nossas marcas e os consumidores, criando experiências relevantes e inovadoras”, diz Kim Dirckx , citada em comunicado de imprensa.

De origem belga, a nova ‘chief digital & marketing officer’ (CDMO) da L’Oreál em Portugal e Espanha desenvolve a carreira em indústrias como consultoria, automóvel e publicidade. A trajetória na L’Oréal leva-a a desempenhar funções estratégicas no México, nos Estados Unidos e em França, ocupando cargos de CDMO para a América Latina e na divisão de produtos de grande consumo, além de liderar as áreas de sustentabilidade, alianças e inovação na equipa de Asmita Dubey, ‘chief digital & marketing officer’ do L’Oréal Groupe.

“Kim Dirckx destaca-se pelo profundo conhecimento do ambiente digital, pela capacidade de liderar equipas e pela capacidade de promover projetos inovadores. Estas qualidades fazem dela a escolha ideal para liderar as iniciativas de marketing e digitalização do grupo L’Oréal em Espanha e Portugal”, salienta a multinacional francesa de cosmética, em comunicado.

A  nova diretora executiva de digital e marketing da L’Oréal em Portugal e Espanha substitui no cargo Esther García, que assume nos Estados Unidos a direção geral da CeraVe.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Digital

Instagram é a rede social que mais ganha com a suspensão do TikTok

A criação de conteúdos transita quase em igual medida para o YouTube Shorts e Instagram Reels, mas o número de audiências tem-se mantido consistente no Instagram, o que realça a capacidade da rede social da Meta em manter o envolvimento do público

O Instagram é a rede social que mais beneficia da suspensão do TikTok nos Estados Unidos a 19 de janeiro, segundo a análise da Billion Dollar Boy. Esta agência de marketing de influência conclui que o Instagram é a rede social com mais visualizações por vídeo e publicações, após a interrupção da rede social chinesa, superando o YouTube, que altera o algoritmo de recomendação de conteúdos para promover mais os conteúdos de criadores dos Estados Unidos.

A análise da agência britânica agrega a atividade de 10,578 criadores de conteúdos nos Estados Unidos e no Reino Unido, incluindo cerca de 78 mil publicações e 19 mil milhões de interações. Os dados comparam as principais métricas de desempenho e o volume de publicações das semanas anteriores e posteriores à decisão do Supremo Tribunal, que proíbe temporariamente o TikTok nos Estados Unidos.

Mais publicações no Reino Unido, menos envolvimento

O estudo da Billion Dollar Boy, a que o WARC teve acesso, mostra que os criadores de conteúdos do Reino Unido tentam tirar o máximo partido das cerca de 12 horas de inatividade do TikTok, com o objetivo de conquistar novas audiências junto de quem fica sem acesso aos conteúdos dos criadores norte-americanos. O resultado é o aumento de 15%, em relação à semana anterior, do número de publicações no TikTok de criadores de conteúdos do Reino Unido, após a interrupção nos Estados Unidos. O aumento de publicações de Reels no Instagram e no YouTube Shorts é de 6% e 2%, respetivamente.

Apesar do aumento de publicações, o envolvimento diminui em todas as plataformas em causa. A queda de 16% na média de visualizações por vídeo no TikTok é parcialmente explicada pelo impacto causado pela perturbação da utilização da plataforma. Em contrapartida, a análise da Billion Dollar Boy indica que a queda de 24% nas visualizações de conteúdos no YouTube deve-se ao facto de o algoritmo do YouTube “dar involuntariamente prioridade aos conteúdos dos criadores norte-americanos”, cujas audiências mais vastas geram um maior envolvimento, afetando a visibilidade dos conteúdos baseados no Reino Unido.

“Enquanto o envolvimento no Instagram se mantém estável, os criadores do Reino Unido registam um decréscimo mais acentuado nas visualizações no YouTube Shorts. Isto levanta questões sobre se o algoritmo do YouTube está a dar prioridade aos conteúdos dos criadores dos Estados Unidos, potencialmente numa tentativa de aproveitar a atual incerteza em torno do TikTok”, explica Thomas Walters, cofundador e CEO da Billion Dollar Boy.

Envolvimento no TikTok nos Estados Unidos afetado pela proibição

Nos Estados Unidos, o número de publicações dos criadores de conteúdos no TikTok após a suspensão diminui apenas 3%, em comparação com a semana anterior à interdição, enquanto a média de visualizações por vídeo desce 9%, indiciando que um “pequeno segmento” do público da rede social pode estar a “desinteressar-se”, segundo a Billion Dollar Boy.

Na sequência da suspensão do TikTok, os criadores de conteúdos norte-americanos aumentam o volume de publicações no Instagram Reels em 16% e no YouTube Shorts em 14%. Há uma queda na média de visualizações por vídeo em ambas as plataformas, mais acentuada no YouTube, o que poderá indicar que as audiências possam estar a “preferir o Instagram ao YouTube” em reação à proibição do TikTok.

“Os dados iniciais indicam que o Instagram surge como o principal beneficiário. A criação de conteúdos transita quase em igual medida para os YouTube Shorts e Instagram Reels. Geralmente, quando há um aumento da criação de conteúdos, esperar-se-ia que se traduzisse numa diminuição das visualizações, visto que a concorrência na plataforma aumenta. No entanto, o número de audiências tem-se mantido consistente no Instagram, o que realça a sua capacidade de manter o envolvimento do público, independentemente do grau de saturação do ‘feed’ do utilizador”, conclui Thomas Walters, cofundador e CEO da Billion Dollar Boy.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Anúncios do Super Bowl 2025 têm a pior taxa de eficácia desde 2020 (com vídeos)

65 dos ‘spots’ exibidos nos intervalos do Super Bowl têm uma taxa de eficácia de 6,2, em média, numa escala de zero a dez, com o ‘spot’ da NFL ‘Somebody | It Takes All of Us’ (na foto) a obter o melhor resultado. Os leitores do USA Today, por seu lado, dão a vitória à Budweiser, num ranking dominado por cervejas

Os anúncios do Super Bowl 2025 têm a pior taxa de eficácia, com níveis de atenção que são os mais baixos desde 2020, em média. Segundo um estudo da Daivid, os anúncios transmitidos nos intervalos publicitários mais caros de sempre do Super Bowl geram emoções positivas em 47,4% dos espectadores, o que representa 3% abaixo da média nos Estados Unidos e a percentagem mais baixa nas transmissões do Super Bowl, desde 2023.

A Daivid, plataforma que mede o impacto da criatividade publicitária, analisa 65 dos ‘spots’ exibidos nos intervalos do Super Bowl, com base na Creative Effectiveness Score, métrica que combina atenção, emoção e memorização, identificando uma média de eficácia de 6,2, numa escala de zero a dez.

Com 55,8% de reações positivas junto da audiência, o ‘Somebody | It Takes All of Us’, da agência criativa 72andSunny para a NFL, é o que tem o melhor resultado. O anúncio da liga profissional de futebol americano, que divulga o programa de apoio a 50 mil organizações de jovens a nível mundial, desperta sentimentos de empatia 73% superiores à média nos Estados Unidos.

Com uma narrativa emotiva e inspiracional, o anúncio da NFL está também acima da média norte-americana, no que respeita à admiração (+107%), à inspiração (+68%), ao sentimento de orgulho (+69%) e à atenção, que é 9% superior à média nos três primeiros segundos do ‘spot’ e 13% superior nos últimos três segundos, o que revela a capacidade crescente de prender a audiência, ao longo dos 60 segundos de duração do anúncio.

Protagonizado pelo ator Harrison Ford, o filme ‘Owner’s Manual’ da Jeep, criado pela Minted Content em colaboração com a Stellantis, ocupa o segundo lugar, com 54,2% de reações positivas.

Em terceiro lugar, com 53,3%, o ‘He Gets Us’, criado pela agência Lerma para a organização sem fins lucrativos Come Near, faz a apologia de Jesus, promovendo o cristianismo sem o associar a qualquer religião.

Leitores do USA Today dão vitória à Budweiser 

Numa altura em que se analisa não só a eficácia e o impacto dos anúncios nos intervalos publicitários do Super Bowl 2025, como os preferidos e os detestados, o USA Today revela os resultados do Ad Meter 2025, que o jornal publica desde 1989. O ranking resulta da votação dos leitores, em relação aos anúncios do Super Bowl de que mais gostaram, e este ano é dominado por marcas de cerveja.

Nesta lista, que reflete apenas preferências pessoais, o primeiro lugar é ocupado pelo ‘First Delivery’, da FCB New York para a Budweiser, com o ‘The Little Farmer’, da Highdive e da Hungry Man para a Lay’s, no segundo lugar.

As restantes posições do top 5 do Ad Meter são ocupadas por anúncios de duas cervejas da Anheuser-Busch InBev, o ‘The Ultra Hustle’, da Michelob Ultra, na terceira posição, e o ‘David and Dave’, da Stella Artois, na quarta. O ‘Somebody | It Takes All of Us’, da NFL, figura em quinto lugar.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.