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“Gosto de me meter em coisas que não sei se consigo fazer”

Em entrevista ao M&P, numa das raras que tem dado nos últimos anos, Leonel Vieira, realizador, guionista e produtor, fala dos projetos que tem em mãos para cinema e televisão e analisa a mudança de paradigma gerada com a chegada das plataformas de ‘streaming’

Luis Batista Gonçalves
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“Gosto de me meter em coisas que não sei se consigo fazer”

Em entrevista ao M&P, numa das raras que tem dado nos últimos anos, Leonel Vieira, realizador, guionista e produtor, fala dos projetos que tem em mãos para cinema e televisão e analisa a mudança de paradigma gerada com a chegada das plataformas de ‘streaming’

Sobre o autor
Luis Batista Gonçalves
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Com projetos em Portugal, Espanha, França e Brasil, Leonel Vieira volta a dar prioridade àquilo que mais gosta, escrever e filmar. Afastado da publicidade há cinco anos, por causa do stresse e da angústia que lhe causava, abriu uma exceção para gravar o filme institucional que assinala os 70 anos da FEP. Em entrevista ao M&P, o realizador, guionista e produtor executivo da Volf Entertainment, explica por que razão aceitou o convite, analisa a mudança de paradigma que as plataformas de ‘streaming’ vieram gerar e antecipa a evolução do setor.

A Faculdade de Economia do Porto (FEP) desafiou-o a fazer um filme institucional para assinalar os 70 anos da instituição. Tendo em conta que tinha deixado de fazer publicidade, qual foi o aliciante para aceitar o repto?

O filme da FEP surgiu por causa de um convite do professor Óscar Afonso, que viu uma curta-metragem que fiz para a promoção turística de Monção, um dos filmes que mais gostei de fazer ao longo da minha carreira e que ganhou muitos prémios. Ele sugeriu-me fazer um filme diferente, que comemorasse a trajetória da FEP. O desafio foi fazer um filme que não se parecesse em nada com os das maiores universidades do mundo, em que a maioria tem filmes institucionais.

Ficou claro, tanto da parte do professor Óscar Afonso como da minha, que só fazia sentido fazer uma curta-metragem que fosse um filme artístico, que não fosse um institucional típico. Foi esse desafio que me fez aceitar. Se não fosse assim, provavelmente não aceitaria fazê-lo, porque não gosto de fazer institucionais.

Em que é que se inspirou para fazer um filme institucional diferente?

Procurei fazer, de uma forma artística, um filme que fizesse justiça à modernidade, ao impacto e ao posicionamento da FEP. Uma das coisas que me inspirou bastante foi o fabuloso edifício onde eles estão instalados, pela arquitetura. Quando o fui visitar, percebi que era uma obra de arte e que partiríamos dele para contar uma história.

Isso foi um desafio, porque esta curta-metragem pretende ser um institucional, mas não é um institucional típico. Tenta ser um filme que pisca o olho ao cinema, que tem claramente um aspeto visual e uma atitude cinematográfica. Tem uma estética muito próxima do cinema, muito afastada do institucional.

Era o que pretendia desde o início?

Vi uma grande quantidade de institucionais de todas as grandes universidades de Inglaterra e dos Estados Unidos. Achei que eram todos muito simples e básicos, todos muito parecidos, pequenos vídeos promocionais com registos de alunos na universidade, em caminhadas. Não era nada daquilo que eu queria fazer e o professor deu-me toda a liberdade para fazer um filme em que acredito.

É um projeto pelo qual tenho grande carinho, tal como o que fiz para Monção, porque foram dois projetos muito livres. Deixei de fazer publicidade há cinco anos e, de vez em quando, gosto de fazer estes projetos, que utilizam toda a minha bagagem e a experiência dos 10 anos em que fiz publicidade, mas, acima de tudo, dão-me a liberdade e possibilidade de utilizar o cinema dentro destes filmes.

A publicidade é menos desafiante ou considera-a um trabalho menor?

Tem pouco desafio artístico. A minha paixão verdadeira é a ficção. Eu gosto de fazer ficção, cinema e séries. Esse é que é o meu território. Fiz muita publicidade durante 10 anos, depois de já ter feito cinema e séries. Gosto é de dirigir atores e criar cenas com dramaturgia. Os institucionais não me desafiam nem me moralizam para filmar.

Arrancou, a 22 de julho, com as gravações de um novo filme para a RTP. O que é que já se pode saber sobre este projeto?

O último filme que fiz foi ‘O Último Animal’, que rodei no Rio de Janeiro, um ‘thriller’ realista, muito forte, muito cru. Agora, volto ao território da comédia, depois do grande sucesso que foi ‘O Pátio das Cantigas’, que é até hoje o maior sucesso de cinema em Portugal, não só nas salas, mas também em televisão.

É um filme que só me deu alegrias. Dez anos depois, é um dos filmes portugueses mais vistos nas plataformas. Durante este tempo, fui sempre desafiado a voltar a fazer outra comédia, coisa que nunca quis. Recusei durante algum tempo, embora pensasse sempre voltar a um filme que recuperasse esse espírito, mas tinha de me trazer algum desafio.

Qual é o desafio?

Vou misturar géneros. Vou fazer uma comédia musical que pisca o olho à comédia dramática. Não é um musical típico. Tem cenas emocionais, mas é uma comédia que me permite trabalhar num registo um bocadinho diferente do que foi ‘O Pátio das Cantigas’ ou ‘O Leão da Estrela’. Gosto de me meter em coisas que não sei se consigo fazer. Foi por essa razão que fiz as comédias, porque achava que não conseguia filmar comédias.

Era o género que menos dominava. Só as fiz por porque representava um desafio tremendo fazer comédias que funcionassem. E as comédias que funcionam são as que têm público. As comédias não são feitas para os festivais de cinema. Para minha surpresa, dei-me conta que, afinal, dei conta do recado. O público gostou das duas que fiz.

Com que atores é que está a trabalhar nesta nova comédia?

Tenho um elenco espetacular. Os quatro protagonistas são a Sara Matos, a Ana Guiomar, o Manuel Marques e o José Pedro Vasconcelos. Depois, tenho um elenco secundário absolutamente fantástico, com participações de muita gente, como a Alexandre Alencastre, o Aldo Lima, a São José Lapa, o Carlos Cunha, o Gilmário Vemba, o Carlos Areia, o Joaquim Nicolau, o José Pedro Gomes, o José Martins e o João Baptista. O José Raposo faz uma grande personagem. O Nilton também participa. O elenco é muito forte.

Estreia ainda este ano?

Estreia no primeiro semestre do próximo ano, nas salas de cinema. É uma parceria com a Nos Audiovisuais. Mais para o final do ano, poderá ser visto na RTP. Acredito que depois, à semelhança dos outros filmes que foram vendidos para as plataformas, irá parar à Netfix, à Prime Video e à Max.

Já sabe o que vai fazer a seguir a esse filme?

Estou a trabalhar em outras coisas, mas tenho como filosofia só falar dos projetos que tenho em produção. Acabámos de rodar uma série de crimes para a Max, para RTP e para um canal de televisão espanhol. É uma série espanhola com coprodução portuguesa que acabámos de filmar há 15 dias.

É uma grande série de crimes que se chama ‘Faváritx’ e está em montagem. Conta com a participação do Pêpê Rapazote, da Benedita Pereira, da Catarina Carvalho e do Adriano Luz. É uma série que fica pronta no final do ano, para estrear no início do próximo ano.

Há 20 anos estava a fundar a Stopline, uma das suas produtoras. O mercado evoluiu de uma forma muito diferente da que perspetivava na altura?

A chegada das plataformas de ‘streaming’ não era algo que antevíssemos há 20 anos. O mercado cresceu, aumentaram as oportunidades e abriram-se possibilidades de internacionalização dos produtos, que não tínhamos. Os países pequenos não tinham qualquer chance de vender séries nem filmes.

Só se vendiam os filmes de autor quando ganhavam festivais, mas era para circuitos pequenos, circuitos de autor. Entretanto, mudou muita coisa. Apanhámos crises que fizeram regredir os investimentos, a maior crise financeira da história, uma pandemia e duas guerras.

Têm sido muitas as adversidades?

Quando comecei, na década de 1990, vivia-se um bom momento. Entrei no mercado num momento de crescimento económico. De repente, aparece uma crise, os financiamentos, que eram na ordem dos 50% na maior parte dos casos, foram reduzidos. Andámos muitos anos para trás.

As crises económicas geraram um grande desinvestimento. Depois, num segundo ciclo, dá-se outro fenómeno, o desgaste dos canais abertos. Durante muitos anos, as televisões abertas privadas cresciam e geravam oportunidades, ao contrário do que sucede hoje, em que estão em declínio por causa das plataformas.

Antevia essa situação?

Percebi isso muito cedo, há uns 10 anos, por causa do Brasil e de Espanha, onde passo muito tempo. Quando vi a Netflix produzir a série ‘3%’ no Brasil, há muitos anos, disse logo que o mundo ia mudar. Pensei que, se eles iam investir no mercado internacional, haveria de seguida mais gente a fazê-lo. Percebi que, a médio prazo, aquilo iria ser o futuro da indústria de televisão e até de cinema. Não me enganei, mas foi necessário passar muitos anos para esse efeito positivo chegar a Portugal.

Ficamos sempre para trás?

Somos um pequeno mercado, olham sempre para nós no fim. Aliás, só olham para nós quando são obrigados a investir. Nunca somos um mercado natural para uma empresa audiovisual investir e até o compreendo. Em Espanha e no Brasil, após um boom, já estão numa fase de recessão, a reajustar investimentos. Os primeiros investimentos da Netflix e das outras plataformas só agora é que estão a chegar cá e estou a trabalhar com elas.

Com todas as que estão a investir em Portugal?

Tenho projetos com algumas. Só agora é que estes investimentos chegaram a Portugal e, como tal, vivemos um momento um bocadinho menos mau do que outros mercados. Está a haver este ano uma recessão no Brasil em termos de plataformas.

Em Espanha e em outros mercados, há um reajuste, porque a concorrência aumentou nos últimos dois anos. Estamos a assistir a uma consolidação do mercado internacional. Já não se investe desenfreadamente. Tem de se começar agora a justificar o investimento e a trabalhar para aumentar as margens de lucro.

O que é que isso muda em termos de negócio?

O mercado vai continuar a crescer, mas moderadamente porque nestes últimos 10 anos foi a corrida ao ouro, uma coisa atípica, não era natural. Ia tudo a reboque do efeito agressivo da Netflix, que estava a conquistar um mercado internacional como um buldózer. As outras plataformas tiveram de entrar em força nos mercados, porque senão não tinham lugar.

Isto desorientou o mercado em termos de investimento, mas também trouxe muita oportunidade e muito produto bom. Mas, como tudo, são plataformas que pretendem ter uma programação generalista. Já percebemos isto. É para aí que isto vai caminhar.

Portugal está preparado para dar resposta às solicitações que surgem com o investimento das plataformas de ‘streaming’?

A pergunta eterna é quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha. Nunca sabemos responder com alguma idoneidade. Tem de se começar por algum lado. Se não aparecerem as oportunidades, não vamos criar uma indústria, porque o investimento não vem do Estado.

É preciso que apareçam oportunidades e o mercado vai saber dar resposta, com as suas deficiências e limitações ao início, porque não está preparado, como os de outros países. Nunca tivemos grandes oportunidades, nem grandes orçamentos, nem grandes possibilidades para poder praticar, mas vamos sabendo dar resposta.

Temos atores em quantidade e qualidade suficiente para fazer face à procura crescente?

Para um mercado pequeno como o português, temos. O nosso mercado é idêntico ao da Catalunha, porventura mais saturado, e a Catalunha é uma região com um poder económico muito maior do que Portugal, com um dos maiores PIB da Europa. Normalmente, um mercado pequeno como este não aceitaria tantas produções.

Temos muitos realizadores e muitíssimos atores, mas há momentos em que aparecem produções estrangeiras por causa dos incentivos fiscais de rodagem do PIC Portugal e do Cash Rebate e o mercado fica sobrecarregado. Eles chegam cá e pegam nas melhores equipas que temos, que precisam de trabalhar o ano todo.

São necessários mais meios ou os que temos vão dando resposta?

Estamos a dar resposta, a formar pessoas e estão a surgir novos técnicos bons. Mas gera-se um desequilíbrio que cria um problema para a produção local, por causa das tabelas de preços, em termos da procura e da oferta, que não é acompanhado pelo investimento local. Os técnicos podem pedir mais porque há quem paga, mas a produção local não deu esse salto.

A RTP tem feito um esforço muito grande para acompanhar essa evolução. É graças à RTP que esta indústria sobrevive, é preciso dizer isto. Tem um papel crucial, como a TVE em Espanha. Tem-nos permitido ter uma produção diversificada e regular. Esperamos que continue a fazer esse esforço.

O orçamento da RTP é determinante?

Espero que as dotações orçamentais permitam que se continue a evoluir, porque ainda temos um dos valores de produção de entretenimento por hora mais baixos da Europa, se não o mais baixo. Já é mais baixo do que o da Grécia.

Precisamos de aumentar o valor de investimento por hora para melhorarmos a qualidade dos nossos produtos, senão o espetador vai notar sempre uma diferença. Uma série como ‘Game of Thrones’ custa €10 milhões por hora, ‘A Casa de Papel’ custa €2,5 milhões por 45 minutos e uma série portuguesa como ‘O Crime do Padre Amaro’ custa €200 mil por hora.

Como é que se compete com isso?

Não é o talento que resolve isto. Temos desafios pela frente, mas também oportunidades, porque felizmente abriram-se janelas, que espero que se mantenham e que continuem a crescer. Em Portugal, a transposição da diretiva europeia das plataformas de obrigação de investimentos foi feita há três ou quatro anos.

Desde essa altura que estamos a querer começar a ter esses investimentos, paulatinamente, sem muita pressa, mas isto devia aumentar as produções, porque num país que produza 10 projetos, se aparecerem mais três, a produção aumenta 30%. Hoje, a TVI já produz séries, o que representa mais uma vitória. A SIC também já o estava a fazer. A RTP já as produz há bastantes anos, de uma forma bastante regular, produz entre 10 a 14 séries por ano.

As perspetivas são animadoras?

Com a chegada das plataformas e com o PIC Portugal e o Cash Rebate, a produção e o trabalho aumentaram, com a possibilidade de produtores portugueses participarem em projetos estrangeiros. Assim de repente, voltámos a viver uma primavera. Ando aqui há quase 30 anos, comecei a filmar em 1996, já acompanhei os diferentes períodos destas três décadas e confesso que vejo com um olhar muito positivo o momento que estamos a viver, se todos fizermos as coisas bem. Porque as plataformas estão a entrar cá, mas podem retirar-se.

Em termos de meios técnicos e recursos humanos, estamos a conseguir dar resposta ao aumento da procura?

Faltam-nos chefes de setor com muita experiência no campo artístico. Temos alguma dificuldade em encontrá-los. Estão-se a formar cada vez mais técnicos, mas os de base formam-se mais rápido. Formar assistentes de produção é fácil, difícil é formar diretores de arte, que não se forma de um ano para o outro.

É difícil formar um primeiro assistente de realização, um bom montador, que assegure uma montagem com segurança. Também é difícil formar um diretor de fotografia que trabalhe bem em ficção de séries de televisão com a exigência da qualidade cinematográfica. Há alguma carência no campo da arte, da direção de arte, dos figurinos e dos primeiros assistentes da realização.

Este crescimento do mercado está a demonstrar-nos que temos falta de recursos, mas temos de os formar. Temos de ter consciência que é preciso dar oportunidades aos segundos melhores, para que evoluam para os primeiros lugares.

E em termos de guiões e de ideias?

Também escrevo e agora voltei a escrever guiões. Antes de ser realizador sou guionista. Em 1994, escrevi um guião e, em 1995, vendi-o. O meu primeiro trabalho profissional é como guionista. Depois filmo esse guião, quando faço um contrato como realizador. Estudei em Espanha, onde vivi sete anos, numa grande escola de cinema espanhol, de currículo americano, que formou muita gente conhecida no mercado.

É um mercado que conheço bem. O meu pai é espanhol e sou metade português metade espanhol. Sempre notei que Portugal investiu pouco na formação de argumentistas. Nas escolas e nas universidades, esse ensino sempre foi muito precário, não existia. Os organismos públicos, como o ICA [Instituto do Cinema e do Audiovisual], também nunca investiram em guionistas.

Na altura em que fui presidente da Associação de Produtores de Cinema e Audiovisual, disse que era preciso deslocalizar dinheiro para a escrita, porque precisamos de formar muitos guionistas, mas, para isso é preciso tempo e recursos.

Porque é que não foi feita essa aposta?

Temos seres humanos com talento, isto é ponto assente. Portugal é o meu país, tenho um enorme orgulho em ser português. É cá que trabalho maioritariamente. Os portugueses são um povo tremendo, capaz de tudo, mas temos de ser objetivos e perceber onde é que existem carências. A carência foi sempre nos argumentos, os guiões. O ICA sempre financiou realizadores, mas nunca privilegiou os guionistas.

A maioria dos realizadores em Portugal também preferem ser argumentistas dos próprios filmes. É sabido que somos um dos países da Europa que mais cinema de autor produz. Essa situação também limita a formação, porque acaba por não haver lugar para surgirem guionistas independentes. Estivemos muitos anos distraídos com isto, não os formámos, e hoje temos essa carência.

É uma situação que se poderá mudar a médio prazo?

Há mecanismos novos que estão a surgir. As plataformas, as televisões, as séries e um mecanismo que agora o ICA tem para financiar guiões. Esse mecanismo, que eu preconizei há 30 anos que deveríamos ter, é bom e está a produzir efeitos. Vai dar bons resultados, já está a dar, mas tem a ver com o investimento e, aí, há ideias. Não há é quem as saiba escrever com a carpintaria certa.

Temos poucos, mas bons ou nem sequer isso?

Incluo-me no grupo, porque estou a escrever outra vez. Temos poucos, ainda não temos muitos bons. Há exceções, mas não se pode generalizar. Quando isto melhorar, como melhorou na Argentina há uns anos, a nossa indústria vai dar um salto grande. Agora, estamos numa fase muito engraçada, em que começamos a ter muitos guionistas.

Daqui para a frente, vai fazer-se uma triagem e vão distinguir-se os muito bons, que precisam de ter a possibilidade de escrever, de se desafiar e de se corrigir. O processo é igual ao da pintura, da escultura, do bailado ou da realização. Em breve vamos começar a ter uma colheita. Há exceções, há alguns guiões bons, mas são só alguns. Não acho que haja algum argumentista que só ponha cá fora guiões bons ou muito bons. Digo nós porque estou dentro do grupo, ando nessa luta também.

Tem no seu currículo filmes que bateram recordes de espetadores, como é o caso do ‘Zona J’ e de ‘O Pátio das Cantigas’, que é a longa-metragem nacional mais vista de sempre. Esse êxito foi gerando pressões no sentido de se superar em cada projeto?

Não, nada. Sou uma pessoa com ansiedade zero. Foco-me em cada projeto que estou a fazer. Quem me conhece sabe que sou muito exigente. Às vezes, até difícil de aguentar no trabalho, porque trabalho muito, muitas horas, porque acho que é tudo o que podermos fazer tem de ser feito nessa fase.

As pessoas acham que acerto muitas vezes, porque tenho bastantes êxitos. Algumas até já me perguntaram qual era a fórmula. Respondo sempre que se soubesse qual era ficava muito feliz. Mas não sei. Invento e sigo o que a minha intuição me diz.

A sua intuição já o traiu?

Talvez seja uma presunção minha, mas quando estou num determinado projeto, acho que sei que uma grande parte do público vai gostar de ver aquilo. Umas vezes acerto, outras não. Mas acerto bastante. Tenho visibilidade pública por ter acertado bastante vezes, mesmo em televisão.

Os meus projetos tiveram sempre muita audiência em televisão, mas também me desafio a chegar ao público. Nisso, sou um pouco egoísta. Deixo o meu cinema de sonho de lado e dedico-me muito a um cinema para construir um público.

É esse o segredo do seu sucesso?

Quando cheguei de Espanha, após os estudos, fiquei muito triste porque percebi que não havia um público em Portugal. Vinha de um país que tem uma base de público grande, tal como o Brasil. Chego a Lisboa, começo a conhecer o setor e fico deprimido. Ninguém queria distribuir os filmes, que eram exibidos em três salas.

Era um miúdo. Saí de Miranda do Douro, fui para Porto estudar artes plásticas e, depois, fui para Madrid. Não sabia como é que a indústria era aqui. A indústria não, o setor. Não se pode chamar indústria, porque nunca houve uma indústria aqui. Quando descubro o setor, vi que não existia, que não tinha público. Sempre que íamos a uma reunião, éramos maltratados, desprezados.

O que é que fez para mudar isso?

Tomei uma decisão cedo, quando fiz ‘A Sombra dos Abutres’, que é o meu filme mais autoral. Emigrava ou construía um público. Decidi construir um público. A minha luta, ao longo dos anos, tem sido esta.

O que é que falta ao cinema português para atrair mais público?

Falta haver mais pessoas a tentar, de forma exigente, falar para o grande público. Se houver mais realizadores e produtores a fazerem isto, garanto que se consegue. Há é poucos.

O cinema, em termos de mercado publicitário nacional, só atrai 1% do investimento dos anunciantes. O que é que isto significa?

É um reflexo do impacto que o nosso cinema tem no público, que é nenhum. Já fiz grandes acordos publicitários para filmes, os maiores acordos que já se fizeram em Portugal. Os filmes que faço têm todos acordos de investimento em publicidade. O primeiro foi com a Salvador Caetano, no ‘Zona J’. No ‘Filme da Treta’ foi com a Cofidis. Para ‘A Selva’, fiz um com a Galp. Se houvesse mais produtores a fazer o que eu faço, esse número não era 1%, era bem mais elevado.

Para o novo filme, que acordos publicitários já estabeleceu?

Ainda não posso revelar. É algo que iremos anunciar mais para a frente.

Deixou de fazer publicidade há cinco anos. Porquê?

Cansei-me do stresse que a publicidade me causava. A publicidade é uma profissão de maratonista e, a mim, gerava-me ansiedade. Tinha possibilidade de opção, porque nunca deixei de fazer filmes e séries. Fui o primeiro produtor e realizador a fazer séries com regularidade. Quando comecei, ninguém fazia séries em Portugal. Quando fiz ‘Conexão’ para a RTP, em 1998, ninguém queria séries, mas deixavam-me fazer uma por ano.

Estava à frente do seu tempo?

Até isso percebi mais cedo. Há 12 anos disse a um grupo de pessoas que as séries haveriam de voltar a ser exibidas em horário nobre. Disseram-me que não, que Portugal nunca deixaria de exibir telenovelas. Insisti e hoje reconhecem que tinha razão. A publicidade foi um momento, uma oportunidade que surgiu. Quando surgiu a crise económica e imobiliária, percebi que viria a faltar dinheiro na televisão e nos institutos, como veio a suceder.

Como o meu nome já era relativamente conhecido no mercado, fiz constar que gostaria de experimentar fazer publicidade. Três dias depois, ligaram-me com uma proposta e fui fazer um anúncio para a Vodafone, na semana seguinte. Percebi que iríamos passar tempos ruins e acertei. Vieram anos muito duros e a Stopline só sobreviveu graças a isso.

Qual foi a estratégia que seguiu?

Correu-me bem a vida. Filmei, gostaram, chamaram-me outra e outra vez. A dada altura, resolvi abrir um departamento de publicidade e começo a trabalhar como realizador. Vi claramente que era um setor onde ainda havia dinheiro. Percebi que ali iria faltar menos do que na televisão e no cinema.

Estava certo e segurei-me ali uns anos. Foram anos bons porque a empresa sobreviveu. Podia ter falido e fechado, mas sobreviveu graças a esse setor. Aprendi e evoluí muito tecnicamente. Rodei muita ficção, mas a minha formação técnica vem da publicidade.

Sentia-se desafiado na publicidade?

A publicidade é muito exigente. O que se faz nunca está suficientemente bem feito, estão sempre a pedir que nos superemos, e essa crítica faz chegar mais longe. Por outro lado, há dinheiro para fazer coisas técnicas que jamais aparecem no cinema português. Pude experimentar e aprender com coisas que fiz tecnicamente, que nunca teria orçamento para fazer em ficção.

A publicidade chegou a representar uma grande percentagem da faturação da Stopline?

Sim, chegou a representar 60%. Chegámos a ser a terceira produtora com maior faturação do país em publicidade.

Ponderou abrir subsidiárias da Stopline em Macau e em Angola, mas durante a pandemia abandonou a ideia e afastou-se da publicidade. Foi difícil desistir?

Não, sou muito determinado, para um lado e para o outro. Cansei-me muito. Comecei a desviar-me do meu trabalho como realizador e percebi que não estava feliz.

A sua felicidade depende da realização?

Tinha de voltar a ser realizador, voltar ao meu caminho, que foi o que me deu tudo. A minha vida como produtor correu bem, mas estava a desvirtuar aquilo que gostava de fazer.

Tem trabalhado para as plataformas e para os canais. Quem é que paga melhor?

As plataformas pagam melhor.

Há grandes diferenças em relação à RTP, com quem tem trabalhado mais, em termos de valores de produção por hora?

Quando as plataformas entram num projeto em que a RTP já está envolvida, podem contribuir com o mesmo ou com menos, porque o projeto já é da RTP. Se for da plataforma, ela investe mais dinheiro. O grande modelo de negócio vai ser a divisão de direitos. E depende de quem lidera.

Normalmente, quem lidera põe mais dinheiro. Mas, no caso da Netflix, há claramente uma diferença de investimento atroz. As plataformas podem pagar o triplo. Sei os valores porque tenho projetos no Brasil e em Espanha. A discrepância entre as plataformas e as televisões é bárbara.

As plataformas procuram em Portugal projetos que possam ser internacionalizáveis?

As plataformas querem muito produto de alavanque local. Pretendem alavancar localmente primeiro, só que têm de pensar que são um canal que emite em todos os países. Se os direitos são deles, podem exibir esses projetos e querem que eles também tenham essa capacidade.

Mas não metem os pés pelas mãos. Pedem sempre algo que tenha um impacto potente a nível local, que vai potenciar o lançamento internacional. Começam a gerar ‘buzz’ quando o projeto funciona localmente, porque é deles, que são canais generalistas mundiais.

Isso revoluciona o mercado televisivo global?

Só com uma password num computador estão a emitir um canal na Índia, sem nenhum esforço. Essa possibilidade é que veio permitir, a nós, aos noruegueses e por aí fora, criarmos histórias para o mundo. A possibilidade técnica deste novo modelo de televisão abriu modelos novos. A internet veio trazer esta vantagem, a possibilidade de emitir para o mundo inteiro, sem custos. Esta possibilidade representa uma mudança de paradigma.

O que muda?

A nossa televisão clássica, que era hertziana, assenta num paradigma completamente diferente. Envolve licenças, cabos elétricos, produção linear, tem de ter antenas para emitir, é o contrário. Nas plataformas, a transmissão é por fibra ótica. Na televisão clássica, tinha poder quem tinha antenas de transmissão. Havia um monopólio e uma dificuldade. A internet de banda larga trouxe uma mudança de paradigma. Sabemos onde começou, não sabemos como é que acaba.

Consegue antever para onde é que o setor pode evoluir nos próximos anos?

As mudanças vão ser bárbaras e vão dominar toda a televisão aberta. A televisão aberta vai desaparecer. Podem ficar canais, mas não vão ser canais, não vão emitir da mesma forma, por antena. Acho que os canais que são mais inteligentes se vão transformar em plataformas.

Como é que analisa o recente surgimento de projetos como o Now e os novos canais da TVI e da SIC?

Imagine que temos quatro criancinhas com fome e sabemos que, para elas sobreviverem durante uma semana, precisam todas de uma latinha. Se só tivermos duas latinhas, só alimentamos duas e as outras duas morrem. Isto é o que vai acontecer.

Acho estranho que quem trabalha nisto não perceba que está a caminhar nesse sentido. Vão dividir ainda mais o bolo e essa divisão vai fazer morrer alguém. Todas as empresas, todos os negócios, devem ter uma estratégia, devem ter planeamento, devem ter projeção e horizonte. A televisão em Portugal, hoje, não tem isso.

Têm os blocos publicitários, que são cada vez maiores.

Têm de o fazer porque eles já não valem dinheiro nenhum. Para rentabilizar uma hora, podiam-se pôr três anúncios em sete minutos. Esse dinheiro pagava a hora e a estrutura da televisão. Como os investidores já não pagam nada, o que sai nesses 10 a 15 minutos é quase dado.

Dá apenas para ir jantar fora. Em vez de anunciarmos um restaurante, anunciamos um restaurante, duas pastas dentífricas e uma empresa de toalhas de praia, para tentar compensar. É compensação matemática. Os investidores sabem que já não há um retorno do comprador na leitura de televisão.

Mas a televisão continua a absorver grande parte dos investimentos.

Todas as pessoas com quem tenho falado que percebem disto sabem que o consumidor verdadeiro, o que tem impacto em termos de compra, já não está na televisão aberta. Está na internet, está no consumo digital. Uma percentagem ainda está em televisão, mas o grosso já não está ali.

É lógico que as empresas, que não andam a dormir porque fazem estudos, comecem a apontar agulhas em outro sentido. Por que razão é que a publicidade está a crescer dentro do entretenimento? Porque é a única que vai sobreviver. Os americanos já fazem isto há mais de 20 anos.

A publicidade também já não é o que era?

Quando a publicidade nasceu, era fascinante. À medida que foi evoluindo e se foi desenvolvendo, continuava a ser surpreendente. Era a descoberta de um mundo novo e estava a atingir o seu auge. Quando se torna repetitiva, torna-se cansativa. Temos de perceber os ciclos. Estamos a viver ciclos de cansaço e de repetição e, nesses ciclos, o ser humano faz rejeições naturais. As mentalidades e os hábitos não se mudam por carta magna.

As mudanças levam tempo.

Mudar a forma de estar na vida leva tempo. Entrámos na Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1986, mas não nos sentimos europeus no dia em que entrámos, só algures nesse processo, passados 10 ou 15 anos. Em publicidade há ‘shots’ direcionados que funcionam. Fazem-se campanhas isoladas de coisas, o marketing consegue fazer isso e consegue mobilizar toda a gente, mas estamos a falar de uma forma genérica e estruturada.

Como setor regular e tradicional, já não é o que era, não tem resultados, porque as pessoas que compram já não estão lá e os que veem não vão depois fazer compras. O setor sabe disto e as coisas têm de caminhar para uma publicidade que é diluída, que está onde as pessoas também a compram ou aceitam.

As plataformas também vieram alterar isto?

Agora vamos viver um contraciclo, porque as plataformas vão começar a ter publicidade. Há uma vantagem, as plataformas vão ter duas linhas. Esta é a grande mudança da televisão, porque a televisão aberta é para toda a gente, as plataformas não. Na internet, as pessoas podem bloquear a publicidade.

As que quiserem pagar menos subscrevem pacotes com anúncios e isto vai voltar a dar um ‘boost’ à publicidade, que vai migrar das televisões tradicionais, porque aí é que estão os consumidores efetivos. Isto não vai ser amanhã, já está a acontecer. Basta ver o que a Max fez este ano, já comprou as olimpíadas. Isto é estar no ‘live’ e no desporto. Se estiverem no desporto, dominam tudo.

Porquê?

O mais importante é o entretenimento e a seguir é o desporto. O segundo o vício do consumidor é o desporto. O primeiro é o entretenimento, é com isso que se lidera, porque é o sonho. As pessoas são fascinadas por atletas. O desporto tem o lado da competição, a parte do jogo e os heróis. Liderando isso, lideram tudo.

Tudo?

O que é que fica a faltar? As notícias. O que mais vão ter? As notícias são o que é necessário para depois estar no meio. Mas, provavelmente, quando as notícias chegarem a esse lugar, é bom que voltem a ter um momento bom.

É preciso que o mundo da informação volte a estar no mercado com dinheiro, com estrutura financeira. Para não ser maltratado, como está a ser neste momento. O papel deixou de vender e as televisões, como também já não têm dinheiro, têm de expulsar os jornalistas. É nisto que estamos.

O que é que vai acontecer?

Vai causar uma doença muito grande a um país. Deixamos de ter os grandes jornalistas, os bons jornalistas, deixamos de ter um setor. Voltamos à história dos guionistas. Temos de ter um setor bem pago, bem estruturado, com isenção, sem precisarmos de o pressionar, para que ele funcione bem. Se há coisa que vamos precisar toda a vida é de estarmos bem informados.

Isso não vai mudar, garanto. Aliás, um dos próximos grandes desafios deste paradigma é como gerir essa informação que a internet trouxe. Esse é o grande mal. Temos a grande aldeia global e a maior forma de aceder à informação que alguma vez a humanidade teve, mas já há estudos que provam que a maior parte das pessoas acede a informação que é lixo.

Continua a frequentar feiras internacionais de televisão ou já não os valoriza tanto?

Deixei de ir tanto para ter mais tempo para escrever. Ando a filmar muito, voltei à minha vida de realizador, o que faz com que tenha menos tempo. Escolho anualmente ir a três mercados de televisão.

A quais?

Esse é o meu segredo… [risos] Como a Volf tem muitos projetos em Espanha, onde tenho várias coisas em desenvolvimento e negociação, faço os dois mercados espanhóis de séries. Um deles é o Iberseries Platino & Industria, de Madrid, que é a minha segunda casa. Tenho ido também, desde o início, ao Conecta Fiction & Entertainment e faço um em França. Na Europa, França e Espanha são os dois grandes países deste negócio.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Nike humaniza preço do sucesso com anúncio da Wieden+Kennedy (com vídeo)

Anúncio ‘Stairs’ reflete com humor e empatia a experiência física após uma corrida de maratona (na foto). O filme, que é parte da campanha ‘Winning Isn’t Comfortable’, recorre à linguagem visual de documentário e mostra os protagonistas a contorcerem-se com dores e a andarem apoiados em corrimões

A Nike está a lançar o anúncio ‘Stairs’, que reflete, com humor e empatia, a experiência física após uma corrida de maratona. O filme de 30 segundos, que é parte da campanha ‘Winning Isn’t Comfortable’, mostra várias pessoas de aspeto comum a coxear desajeitadamente, a andar na rua e a subir escadas.

Idealizadas e realizadas pela agência criativa Wieden+Kennedy Portland, as cenas do anúncio refletem a dor muscular e a exaustão com que todos os atletas, profissionais ou amadores, se identificam, após completarem 42 quilómetros de corrida. O anúncio recorre à abordagem visual de um documentário em vídeo, capturando os protagonistas a contorcerem-se com dores e a andarem apoiados em corrimões. O sentimento de pernas doridas é partilhado tanto por maratonistas experientes como por corredores casuais, que são os targets da campanha da Nike.

O anúncio é acompanhado pela música ‘Love Hurts’, da banda escocesa Nazareth, de 1975, como banda sonora, reproduzida no rádio de um táxi, que aparece no final do vídeo, quando a sonorização passa para um locutor de rádio que dedica a canção a “todos os que correram a maratona ontem”. Sem mostrar pessoas a correr, o anúncio remete a experiência partilhada do desconforto pós-maratona, para a mensagem final da campanha: ‘Winning doesn’t always feel like winning’.

O mote ‘Winning Isn’t Comfortable’ realça a ideia de que o sucesso tem muitas vezes um preço, que vale a pena pagar. A abordagem da Nike contrasta com outras campanhas mais aspiracionais, pretendendo oferecer um retrato fundamentado e humanizado da vitória.

Dirigido especificamente aos corredores, o ‘spot’ da Nike baseia-se em anúncios anteriores da campanha ‘Winning Isn’t Comfortable’, como ‘Morning’, ‘Sunshine’ e ‘Joy’, lançada em setembro de 2024. Todos estes anúncios partilham um tema comum: celebrar os desafios físicos e mentais que os corredores enfrentam em todo o mundo.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Audiências semanais: RTP1, SIC e TVI reforçam ‘share’

Na semana de 14 a 20 de outubro, dois jogos de futebol e o ‘reality show’ da TVI ‘Secret Story’ são os programas mais vistos na televisão portuguesa. O consumo aumenta de forma muito ligeira, registando um acréscimo de apenas um minuto por dia

O consumo global de televisão aumenta de forma muito ligeira na semana passada, registando um acréscimo de apenas um minuto por dia face à semana anterior, estabelecendo-se nas cinco horas e 29 minutos diários. Nas variações de quota de audiência, todos os canais FTA comerciais, RTP1, SIC e TVI, reforçam ‘share’ esta semana, com os das categorias Cabo e Outros a registarem a tendência oposta e a perderem quota.

A RTP1 reforça, assim, mais uma vez, o seu share e tem agora 12,4% de quota. A SIC também reforça a posição e atinge os 14,0% de ‘share’, com a TVI a seguir o mesmo comportamento e a ter esta semana um ‘share’ de 15,4%.

As categorias Cabo e Outros registam uma tendência oposta à dos canais abertos, com os canais de cabo a caírem até aos 40% de quota e a categoria Outros, que inclui o visionamento em ‘time shift’, o ‘streaming’ e o vídeo/jogos, a descer apenas uma décima, ficando-se esta semana pelos 17% de quota.

O pódio da tabela dos canais cabo mais vistos continua sem alterações, sendo ocupado por CMTV, CNN Portugal e Star Channel. O top 10 prossegue com o Hollywood, SIC Notícias, SIC Mulher, V+, Globo e Star Movies. Na posição que resta está o Star Life, de volta ao top 10 dos canais cabo mais vistos.

 

 

A participação da seleção nacional de futebol na Liga das Nações continua a liderar a tabela da programação global, desta vez com a transmissão de ‘Futebol – Liga das Nações/Escócia x Portugal’, na RTP1. Seguem-se dois programas do ‘reality show’ da TVI, ‘Secret Story’ e ‘Secret Story – Especial’.

Nas restantes posições, encontra-se mais uma transmissão desportiva da RTP1, ‘Futebol – Taça de Portugal Generali Tranquilidade/Pevidem x Benfica’ e, ainda, ‘Secret Story – As Alianças’, da TVI. O programa informativo ‘Grande Jornal – Noite’, da CMTV, ocupa esta semana a primeira posição no ranking dos programas mais vistos da oferta cabo.

Seguem-se ‘Investigação CM/Mesquitas à Margem da Lei’, os programas desportivos ‘Golos: Segunda Parte/Portimonense x Sporting’ e ‘Golos: Primeira Parte/Portimonense x Sporting’ e, ainda, o ‘Jornal 7’, que encerra o top 5, composto na totalidade por programas da CMTV.

Data Insights, Havas Media Network

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Ecrãs da MOP apresentam campanhas premiadas em festivais internacionais

Os anúncios premiados nas categorias de publicidade exterior dos principais festivais internacionais de criatividade vão ser exibidos nos ecrãs digitais da empresa de ‘out-of-home’. A campanha ‘Recycle Me’ da Coca-Cola (na foto) é uma das primeiras

A MOP vai exibir na rede nacional de ecrãs digitais os anúncios premiados nas categorias de publicidade exterior dos principais festivais internacionais de criatividade, a começar pelos que foram distinguidos no Cannes Lions 2024.

As campanhas serão integradas numa moldura especial, que terá informações sobre o certame correspondente, destacando o prestígio das peças e o contexto do prémio conquistado.

“É uma ideia que já deveríamos ter realizado há mais tempo, mas a verdade é que, com o surgimento dos formatos digitais, tudo se torna mais fácil. Vamos começar com a divulgação dos trabalhos da edição do Cannes Lions deste ano, mas o objetivo é criar um ciclo contínuo de exibição, dando destaque às melhores criações logo após ocorrerem os festivais Cannes Lions e Eurobest”, refere Vasco Perestrelo, CEO da MOP, representante em Portugal nos dois certames internacionais, citado em comunicado de imprensa.

A campanha publicitária ‘Recycle Me’ da Coca-Cola, criada pela WPP Open X e pela Ogilvy, é uma das primeiras a ser exibida na rede digital da MOP. “O objetivo desta iniciativa é levar para as ruas o melhor da publicidade mundial, mostrando que a criatividade pode transformar marcas e inspirar pessoas”, refere Ana Paula Costa, representante portuguesa do Cannes Lions, citada no mesmo documento.

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Bolas de queijo e Ricardo Quaresma dão mote à campanha da agência David para a Burger King (com vídeo)

A promoção do novo hambúrguer King Cheetos Futebolas , uma parceria da Burguer King com a Cheetos, é amplificada nas redes sociais através de um passatempo e ações marketing de influência, protagonizadas por Ricardo Quaresma, Kika Cardoso, Jorge Corrula, Psylocke22 e Daizer

A Burger King e a Cheetos estabeleceram uma parceria para criarem o King Cheetos Futebolas, hambúrguer de edição limitada, disponível em duas versões. Para o lançamento em Portugal, a marca de restauração rápida volta a recorrer à agência espanhola David, lançando uma campanha publicitária omnicanal com planeamento de meios da Wavemaker, que inclui Ricardo Quaresma como um dos protagonistas das ações de marketing de influência.

“Acreditamos verdadeiramente na importância de alianças estratégicas como esta, alinhadas com os ideais da marca e que nos permitem ir mais além no reforço da ligação com os nossos clientes, através de novos produtos e de parcerias como esta, que estabelecemos com a PepsiCo”, refere Jean Paul Hordijk, diretor de marketing ibérico da Burger King, citado em comunicado de imprensa.

O filme publicitário explora o súbito desaparecimento das bolas de queijo Cheetos Futebolas, em situações do quotidiano de alguns consumidores, mostrando o seu reaparecimento no interior da nova sanduíche da Burguer King. O lançamento do hambúrguer King Cheetos Futebolas é acompanhado por um passatempo, que oferece bolas de futebol assinadas por Ricardo Quaresma.

O ex-futebolista é um dos protagonistas das ações de marketing de influência nas redes sociais da marca. A cantora e apresentadora Kika Cardoso, o ator Jorge Corrula e os influenciadores digitais Psylocke22 e Daizer são as personalidades escolhidas para promover o hambúrguer de edição limitada, que está disponível em Portugal nos restaurantes e canais de venda da cadeia, até 17 de novembro.

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News Farma lança canal digital para profissionais de saúde

“A News Farma TV vem revolucionar a forma como fazemos chegar conteúdos científicos e editoriais credíveis, sérios e relevantes, a qualquer hora e num registo televisivo atual”, explica Ana Branquinho, diretora institucional da News Farma

A News Farma acaba de lançar um canal de televisão digital para profissionais de saúde. Patrocinada pela Johnson & Johnson Innovative Medicine e pela Tecnimede, a News Farma TV está acessível mediante registo e apresenta uma grelha diária com notícias da atualidade, entrevistas a especialistas de diferentes áreas e espaços para debate e aprofundamento de temas atuais e fraturantes para o setor.

Adaptados a versões web, mobile e áudio, os conteúdos estão acessíveis a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet. Através do endereço Tv.newsfarma.pt, são também disponibilizadas grandes reportagens e emissões especiais dedicadas ao acompanhamento de eventos científicos nacionais e internacionais.

“A News Farma TV vem revolucionar a forma como fazemos chegar aos profissionais de saúde conteúdos científicos e editoriais credíveis, sérios e relevantes, a qualquer hora e num registo televisivo atual”, afirma Ana Branquinho, diretora institucional da News Farma, citada em comunicado de imprensa.

O lançamento do canal está a ser divulgado nas redes sociais da empresa, à semelhança dos outros projetos que a News Farma dinamiza. “Aplicamos a nossa experiência de mais de dez anos em plataformas digitais muito consolidadas, como o Médico News, o Jornal Médico e as plataformas My, num canal que está permanentemente de olhos postos na saúde”, refere ainda a responsável.

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Primor associa-se à RTP Play para lançar minissérie promocional (com vídeo)

O primeiro episódio, protagonizado por Maria Santos (na foto), consumidora da Primor, já está disponível. “O objetivo é estabelecer uma ligação emocional entre o pão e a manteiga com a cultura portuguesa”, explica ao M&P Beatriz Cunha, gestora da marca

A Primor associa-se à RTP Play para lançar uma minissérie promocional, que pretende explorar a ligação emocional entre os portugueses, o pão e a manteiga. Idealizada pela marca em parceria com a agência IARB, ‘Amores Perfeitos’ tem direção criativa e direção de projeto de Ângelo Mendes e Manuel Ribeiro, direção de produção de Ana Fernandes e direção estratégica de Raquel Coimbra.

O primeiro episódio, protagonizado por Maria Santos, consumidora da Primor, já está disponível. Produzida pela Flaming, com realização e edição de Francisco Romão e direção de fotografia de Ricardo Magalhães, a minissérie tem sonoplastia de Gil Amado.

“O objetivo é estabelecer uma ligação emocional entre o pão e a manteiga com a cultura portuguesa. Esta produção destina-se a consumidores que valorizam a simplicidade do quotidiano, com um forte sentido de ligação à cultura portuguesa e às suas tradições. O foco é em pessoas que apreciam momentos familiares, como comer pão com manteiga, associados às memórias de infância”, explica ao M&P Beatriz Cunha, gestora da marca.

Além das gerações mais velhas, que revivem as tradições com maior entusiasmo, a minissérie também procura cativar as mais novas, “sobretudo as que procuram autenticidade e naturalidade em produtos alimentares que evocam essa herança cultural”, refere a responsável. A aposta no formato permite uma exploração mais abrangente em termos de ‘storytelling’.

“Esta opção reflete-se na tipologia de conteúdo e na utilização criativa de meios, afastando-nos da abordagem tradicional da publicidade, criando conteúdo pensado para os ‘targets’, em termos de envolvimento, mais do que puramente motivados pelo lado comercial, elevando a presença da marca e a relevância para o consumidor”, afirma Beatriz Cunha.

Ao longo de três episódios, um por semana, os espetadores vão conhecer as histórias de pessoas com ligações ao pão, desde aqueles que dedicam anos à sua produção até aos que descobriram recentemente essa paixão.

A produção antecede o lançamento do novo site da Primor, que, além de permitir explorar o universo da marca, disponibilizará as histórias e as receitas dos protagonistas dos episódios da primeira temporada.

“Para criar notoriedade, é um canal a que estamos atentos e que ativaremos para construir e reforçar esta imagética e universo de marca, com os parceiros certos. Teremos novos momentos de comunicação até ao final do ano, com algumas parcerias que procurarão alavancar exatamente os mesmos valores”, revela Beatriz Cunha, sem, no entanto, adiantar pormenores.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Métricas de atenção não contribuem para vendas nem outros resultados de marca

“Isto não significa que a atenção não tenha qualquer impacto” porque “é necessário um certo nível de atenção para que os anúncios tenham algum impacto”, salienta Paul Donato, diretor de investigação da Advertising Research Foundation, associação norte-americana de estudos de marketing

Há pouca ou nenhuma correlação entre as métricas de atenção e o aumento de vendas ou de outros objetivos, de acordo com as análises da plataforma de ‘retail media’ Kroger Precision Marketing (KPM) e da associação norte-americana de estudos de marketing Advertising Research Foundation (ARF), noticia a Ad Age. As métricas de atenção têm vindo, no entanto, a suscitar o interesse dos anunciantes, desempenhando um papel cada vez mais importante no desenvolvimento de campanhas publicitárias e no planeamento de meios.

A KPM conduziu uma pesquisa sobre a ferramenta de medição Authentic Attention da DoubleVerify, especificamente, e conclui que não existe uma correlação tangível entre as métricas de atenção e o aumento das vendas ou de outros resultados para uma marca. A equipa de planeamento de meios da KPM avaliou a atenção “apenas para formular o nosso próprio ponto de vista sobre as métricas de atenção”, explica Shannon Hartmann, diretor de planeamento de meios e compra de espaços publicitários da KPM, citado na Ad Age.

“O que acabámos por descobrir foi que não havia uma correlação com o que definimos como incrementalidade. A visibilidade, que é um pré-requisito para a atenção, mostrou, no entanto, uma correlação significativa com as vendas incrementais”, revela o responsável. A ferramenta de medição da atenção da DoubleVerify, utilizada pela KPM, é acreditado pelo Media Rating Council (MRC), que gere o credenciamento para fins de pesquisa e classificação de meios, com base num processo que a DoubleVerify validou junto do MRC, através de uma auditoria que concluiu que o produto cumpre os objetivos de avaliação propostos, de acordo com a Ad Age.

A falta de correlação entre a métrica de atenção da DoubleVerify e os dados de vendas da KPM não é, no entanto, um problema exclusivo da DoubleVerify. A investigação divulgada pela ARF em abril, sobre outras ferramentas de avaliação da atenção, também mostra pouca ou nenhuma correlação entre esses indicadores e as vendas ou outros resultados pretendidos. A análise da ARF abrangeu várias empresas de medição, abordagens de investigação e diferentes métricas de resultados, que as marcas participantes consideraram importantes.

O estudo da ARF, que não incluiu a DoubleVerify, envolveu 12 empresas, recorrendo a estratégias de atenção que incluem o rastreio ocular, codificação facial, inquéritos, introdução manual de deslizes por parte dos inquiridos, neurociência e outros indicadores biométricos. A análise envolveu também campanhas de marketing que pretendem acompanhar a relação entre a atenção e vários resultados, incluindo o aumento da reputação da marca, as vendas, a notoriedade e o alcance.

A ARF não encontrou praticamente nenhuma correlação entre as métricas de atenção e os critérios de sucesso para as marcas. A correlação mais elevada, 0,12 numa escala de zero (nenhuma correlação) a um (correlação absoluta), foi registada em empresas que utilizaram uma combinação de rastreio ocular e codificação facial. A correlação mais baixa, 0,003, foi registada pelas empresas que utilizaram apenas a codificação facial, com os outros métodos a obterem resultados intercalares.

“Isto não significa que a atenção não tenha qualquer impacto”, salienta Paul Donato, diretor de investigação da ARF. “No mínimo, é necessário um certo nível de atenção para que os anúncios tenham algum impacto”, sustenta Paul Donato, reforçando que outros fatores, incluindo a qualidade do criatividade, os preços, as mensagens e o planeamento de meios, podem desempenhar um papel mais importante na obtenção dos resultados pretendidos pelos profissionais de marketing.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Sociedade Ponto Verde cria ferramenta digital para ecodesign (com vídeo)

Desenvolvida em parceria com o Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE) e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Pack4Sustain apoia a conceção ecológica de embalagens primárias

Pack4Sustain é o novo serviço da Sociedade Ponto Verde (SPV), uma ferramenta digital que pretende auxiliar na conceção e desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis e circulares através do ecodesign.

Desenvolvida em parceria com o Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE) e a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a plataforma avalia, através de um processo 100% digital, as características e os componentes das embalagens, através do nível de circularidade, determinando o potencial impacto na saúde pública e no ecossistema marinho do ambiente do plástico, papel/cartão, vidro, metal e/ou madeira que as integram.

“Trabalhamos diariamente e, em conjunto com os nossos clientes, para ajudar o país a cumprir as metas ambientais, em particular da reciclagem de embalagens, e o Pack4Sustain nasce neste contexto. É uma ferramenta de trabalho, alinhada com a evolução legislativa do setor das embalagens, e que vem juntar-se a outras soluções inovadoras que já disponibilizamos aos nossos clientes, surgindo como um novo contributo para se conseguir uniformizar as práticas sustentáveis no setor das embalagens”, explica Ana Trigo Morais, CEO da SPV.

Através do Pack4Sustain, a SPV reforça a missão de promover a taxa de reciclagem em Portugal e de aumentar a reciclabilidade das embalagens, através do ecodesign. Atualmente, ainda existem embalagens que, pela natureza dos materiais na sua composição ou pela presença de contaminantes, veem dificultado ou impossibilitado o processamento após a recolha seletiva, o que condiciona a circularidade.

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Filme da Fullsix vence prémio internacional (com vídeo)

Elaborada com recurso à RunwayML, plataforma de criação de conteúdos através de inteligência artificial generativa, a produção animada (na foto) foi distinguida na categoria Advertising Movie Awards no Hackathon, concurso do grupo de media Vivendi, e convida a um regresso à infância

A Fullsix conquistou um prémio no Hackathon, competição internacional do grupo de media Vivendi, na categoria Advertising Movie Awards, com um filme de animação desenvolvido no Fullsix AI Lab, laboratório de inteligência artificial (IA) que a agência lançou em junho.

Elaborado com recurso à RunwayML, plataforma de criação de conteúdos através de IA generativa, a produção, desenvolvida por Ricardo Melo, Filipe Morna, Pedro Correia, Tiago Ramos e Nuno Aguiar, o filme convida os adultos a brincar e a regressar à infância.

“A RunwayML permite a criação de vídeos e imagens, utilizando IA generativa, oferecendo ferramentas que aceleram a produção criativa de conteúdos visuais. Esta parceria proporcionou às equipas do Hackathon uma oportunidade única para explorarem ao máximo o potencial da IA generativa na criação de conteúdos imersivos e inovadores sem limites”, explica a Fullsix em comunicado de imprensa.

 

 

Organizado pelo Vivendi, grupo francês que detém marcas globais como Canal+, Dailymotion, Lagardère, Havas, Prisma Media, Gameloft e GVA, o Hackathon desafiou equipas de todo o mundo a criar vídeos inovadores com recurso à IA generativa.

O concurso internacional reuniu 270 participantes de 19 países, resultando em 63 projetos desenvolvidos ao longo de 48 horas. “Este prémio é um sinal importante para a nossa equipa e reflete o impacto transformador da IA no marketing e na comunicação”, refere Erik Lassche, CEO da Fullsix, citado no documento.

Filipe Morna, líder de IA criativa; Pedro Correia, coordenador de conteúdos; Tiago Ramos, ‘motion designer’; Nuno Aguiar, diretor de arte sénior, e Ricardo Melo, diretor de inovação e soluções tecnológicas da Fullsix, desenvolveram o filme que convida a um regresso à infância

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Marcas investem €129,1 mil milhões em publicidade em plataformas de ‘fast fashion’

Para chegar à geração Z, as empresas estão a apostar em conteúdos com maior relevância, revela estudo da LLYC. “Estes consumidores preferem comunicações curtas, fáceis de assimilar, com um toque de humor e enriquecidas com elementos visuais”, refere o documento

As marcas estão a investir 140 mil milhões de dólares em publicidade, cerca de €129,1 mil milhões, para comunicar com os consumidores da geração Z, de acordo com o estudo da LLYC, ‘Las Nuevas Reglas del Marketing: Construyendo Marcas Genuinas que Conecten con la Generación Z’, com base numa amostra do mercado espanhol e análise da eMarketer.

“Estes consumidores procuram uma conexão autêntica, com conteúdo envolvente, imediato e visualmente apelativo. É nesta combinação entre a conveniência e o envolvimento emocional que está a chave do sucesso para as marcas se posicionarem no mercado global”, defende Cristina Girão, gestora de soluções de marketing da LLYC Portugal, citada em comunicado de imprensa.

Segundo o estudo da empresa global de comunicação, marketing e assuntos públicos, a rápida evolução dos comportamentos dos consumidores tem obrigado as marcas a acelerar o ritmo da transição digital, apostando em conteúdos promocionais com maior relevância. “Os consumidores desta geração valorizam conteúdos altamente personalizados e rejeitam firmemente mensagens irrelevantes. Preferem comunicações curtas, fáceis de assimilar, com um toque de humor e enriquecidas com elementos visuais, como os ’emojis’ e os ‘memes’, que potenciam o imediatismo”, refere o documento.

Shein, Temu e AliExpress são exemplo disso. “Estas empresas, criadas online e alimentadas por algoritmos, oferecem catálogos que se atualizam em tempo real, com foco na rapidez, na personalização e nos preços baixos, transformando o processo de compra numa experiência interativa, onde as tendências são geradas e consumidas a um ritmo nunca antes visto”, refere a análise da LLYC.

A geração Z valoriza a rapidez, a personalização e as experiências interativas, um fator que os anunciantes procuram ter em conta nos anúncios mais curtos e esteticamente mais atrativos em que têm vindo a investir. As comunicações publicitárias que se possam tornar virais nas redes sociais também atraem atenções.

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