Impresa com prejuízos de €66,2 milhões em 2024
“A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões”, diz Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, que admite vender o edifício do grupo em Paço de Arcos, para reduzir o endividamento bancário

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A Impresa, empresa proprietária da SIC e do Expresso, encerra o exercício de 2024 com um resultado líquido negativo de €66,2 milhões. O agravamento é explicado, em grande parte, por uma perda por imparidade de €60,7 milhões, relacionada com os segmentos da televisão e da subsidiária Infoportugal, reavaliados em baixa pelo grupo.
“Durante o exercício de 2024, face à evolução de determinadas atividades nos segmentos de televisão e da Infoportugal, bem como à tendência perspetivada dos principais mercados onde estas se enquadram, foram revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios”, refere a Impresa em comunicado de imprensa.
A empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão salienta, contudo, que estas imparidades não têm impacto na atividade operacional do grupo nem comprometem a sua tesouraria. “Na sequência da evolução dos processos judiciais em curso, intentados contra o grupo, e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades, o valor das provisões foi reforçado em aproximadamente €5,3 milhões”, explica o comunicado de imprensa.
Em declarações à Lusa, Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, admite ainda a venda do edifício do grupo em Paço de Arcos, para obter um encaixe financeiro que permita reduzir o endividamento bancário e avançar, depois, para um arrendamento subsequente, tendo também garantido que os principais ativos da Impresa “não estão à venda”.
Receitas totais de 2024 crescem 0,2%
A empresa fecha o ano com receitas totais de €182,3 milhões, mais 0,2% do que no ano anterior, tendo os custos operacionais recuado 1,6%, para €163,8 milhões. O EBITDA do grupo de media cifra-se em €18,4 milhões e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, é de €15,6 milhões. A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 é de €130,9 milhões.
“Melhorámos o EBITDA, devido à redução de custos e a um aumento ligeiro nas receitas. No entanto, o EBITDA recorrente, que exclui indemnizações pagas e recebidas, caiu. Por essa razão, e principalmente pelo agravamento do serviço da dívida e do custo de financiamento ao longo dos últimos três anos, verificou-se um aumento da dívida líquida”, explica Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado de imprensa.
A estratégia para voltar a crescer em 2025
A estratégia definida para este ano pretende aumentar os resultados operacionais e reduzir a dívida da empresa. “Para esse efeito, lançámos um novo plano estratégico, com um foco ainda maior no corte de custos. A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões, especificamente na área de conteúdos, operações e tecnologia e despesas administrativas gerais”, revela Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado.
Além de procurar rentabilizar as áreas centrais do negócio, reformulando e inovando em áreas como a publicidade, a intenção é ter “uma presença mais estruturada, relevante e transversal das nossas marcas e ativos no digital, com o objetivo de aumentar a sua contribuição positiva para a margem do negócio”, salienta o CEO. A diversificação das fontes de receitas e o investimento na produção e venda de conteúdos de ficção e informação a outros mercados também fazem parte da estratégia.